Mostrando postagens com marcador Arc Del Triomf. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arc Del Triomf. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de dezembro de 2015

Barcelona - Arc Del Triomf

Arc Del Triomf
Muitos conhecem o famoso Arco do Triunfo de Paris, mas Barcelona também tem um Arco do Triunfo monumental. A Exposição Universal de Barcelona foi realizada entre abril e dezembro de 1888 no Parc de la Ciutadela, que anteriormente pertenceu ao exército, tendo sido adquirido pela cidade em 1851. O incentivo dos atos de exposições conduziu à melhoria das infraestruturas de toda a cidade, que deu um grande salto na modernização e desenvolvimento. A entrada para a Exposição era efetuada através do Arco do Triunfo, um monumento projetado por Josep Vilaseca i Casanovas e criado para a ocasião, que ainda permanece situado no seu local de origem, onde dava acesso ao Salão de São João (atualmente Passeig de Lluís Companys), uma longa avenida de 50 metros de largura, onde se destacam as balaustradas de ferro forjado, os mosaicos projetados por Pere Falqués. Ao longo desse Passeio foram colocadas oito estátuas de bronze grandes que representam as personalidades notáveis da história da Catalunha, obra de diversos escultores, incluindo os autores da decoração escultórica do Arco. Este Passeio finalizava no acesso ao recinto da Exposição, onde atualmente localiza-se o Parc de la Ciutadela. Nesta interseção foi inaugurado em 1901 o Monumento a Rius i Taulet, o Presidente da Câmara Municipal de Barcelona e promotor da Exposição, que atualmente serve de contraponto ao Arco do Triunfo sobre o Passeio. 

Arc Del Triomf
O Arco possui 30 metros de altura e é decorado com uma rica ornamentação escultórica, obra de diversos autores. A construção do Arco foi feita utilizando tijolo aparente, seguindo um estilo neo-mudéjar, bem em moda na época. O mudéjar é um estilo artístico e arquitetônico, que aparece nas obras cristãs realizadas pelos muçulmanos que permaneceram na Espanha após 1492. O estilo mostra a fusão de elementos islâmicos com outros estilos de povos cristãos, tendo o tijolo aparente não só como material de construção como também de decoração. Josep Reynés esculpiu no friso superior: “Adesão das Nações ao Concurso Universal”. Trata-se do friso principal do Arco, onde a cidade de Barcelona recebe as nações que participam da Exposição. A figura central é uma personificação de Barcelona, designada pelo brasão de armas da Cidade Condal que está gravado no peito. É ladeada por Cibele, a deusa da Mãe Terra, coroada com uma torre; e Palas Atena, a deusa da guerra, civilização, sabedoria, das artes e da justiça, moldada com um escudo com as letras P e F, em referência ao Progresso e à Felicidade. Acima deste relevo está o brasão de armas da monarquia espanhola, ladeado por dois leões com as Colunas de Hércules, e coberto pela Coroa Real e o Tosão de Ouro.

Arc Del Triomf
Josep Llimona esculpiu na parte traseira da parte superior: “A Recompensa”. Localizado na parte traseira do anterior, este friso mostra a distribuição das recompensas e prêmios aos participantes da Exposição. Novamente é protagonizado por uma alegoria de Barcelona, com o brasão de armas no peito como o anterior, rodeada por diversas personagens mitológicas e alegóricas. Assim como no anterior, é coberto por um brasão real com dois leões que estão a apoiar as Colunas de Hércules e o lema “Plus Ultra”. No lado direito Antoni Vilanova elaborou as alegorias da “Indústria, Agricultura e do Comércio”. Como o título indica, este relevo mostra as alegorias da Agricultura, Indústria e Comércio, no lado direito do Arco. Junto ao friso oposto, dedicado às Ciências e Artes, compõem o progresso material e espiritual, os motores que inspiram as Exposições Universais. Das figuras representadas é possível reconhecer Palas Atena a segurar um ramo de oliveira, o símbolo da Paz; e Ceres, que leva alguns bagos de uva como símbolo dos frutos da Terra. A Agricultura está representada pelas figuras que carregam as bandejas com os alimentos. O Comércio está personificado pelo deus Mercúrio, e a Indústria por uma roda dentada.

Passeig de Luís Compagnys,
Monumento a Rius i Taulet
e Arc Del Triomf ao fundo
No lado esquerdo, Torquat Tasso elaborou as alegorias das “Ciências e Artes”. No lado esquerdo do Arco estão as alegorias das Ciências e Artes. A figura central representa Apolo, o deus do sol, da beleza, da música e da poesia. Com a mão direita, ele segura uma chama, o símbolo do progresso que conduz a Ciência, enquanto com a mão esquerda aponta para as Artes, representadas por uma mulher com uma paleta para a Pintura, uma figura com uma goiva para a Escultura e outra com um templo no baixo-relevo para a Arquitetura. Também aparecem as musas Euterpe e Terpsícore, que representam a música e a dança, enquanto a Ciência é simbolizada por uma mulher com uma chama na mão e um idoso deitado sobre um canhão. E por último, Manuel Fuxá e Pere Carbonell criaram 12 esculturas femininas, as “Famas”, e Magí Fita foi responsável pelas majólicas que decoram o Arco. Nas torres angulares do Arco, há 12 figuras aliadas como as alegorias da Fama, que são representadas em duas posições diferentes: algumas tocam trompetes, enquanto que outras seguram ramos de louro. Elas simbolizam a glória da Cidade Condal no contexto da universalidade das nações, um tipo de representação comum nos grandes monumentos comemorativos.

Passeig de Lluís Compagnys e Arc Del Triomf
Ao contrário dos outros arcos triunfais com propósitos militares, o Arc Del Triomf de Barcelona tem um componente civil maior, que é caracterizado pelo progresso artístico, científico e econômico. O Arc Del Triomf também tem sido utilizado como linha de meta para algumas corridas mais importantes de Barcelona, como a Corrida Jean Bouin e a Maratona de Barcelona. Além disso, foi utilizado como recinto para a realização de festivais e eventos musicais como a Primavera Sound. O monumento foi restaurado em 1989. Passar pelo Arc Del Triomf e caminhar pelo Passeig Lluís Companys, em direção ao Parc de la Ciutadella, desperta uma sensação impressionante do que deve ter representado, em 1888, durante a Exposição Universal. Não deixe de apreciar todos os detalhes e o trabalho em ferro que sustenta a iluminação de todo o Passeio até o Parque. Esta obra encontrasse registrada como Bem Cultural de Interesse Local (BCIL) no Inventário do Patrimônio Cultural catalão. É um dos monumentos modernistas mais espetaculares de Barcelona.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Barcelona - Parc de La Ciutadella

Entrada do Parc de La Ciutadella
Barcelona é uma cidade que valoriza o tempo passado ao ar livre. Além das suas numerosas praias, a cidade possui uma variedade de espaços verdes em várias zonas da cidade, onde as pessoas podem passear a pé ou simplesmente parar para descansar. Em Barcelona, no Centro Histórico e mesmo junto ao mar encontramos um dos parques mais emblemáticos da cidade espanhola, o Parc de La Ciutadella. Ele é o pulmão verde da cidade, único Parque localizado ali no meio do Centro. É também o Parque mais antigo. É um lugar que os barceloneses adoram frequentar, principalmente na primavera e no outono. Nesta época sempre fica mais cheio porque ainda não é tempo de praia, mas é um lugar perfeito para curtir o sol e um bom tempo. O Parc de La Ciutadella foi durante muitos anos o único Parque da cidade de Barcelona. Foi construído nos antigos terrenos da fortaleza da cidade (daí seu nome Ciutadella), à imagem e semelhança do Jardim do Luxemburgo de Paris. Está situado no Bairro de Ciutat Vella, no triângulo compreendido entre a Estación de Francia, o Arc Del Triomf e a Aldeia Olímpica, entre o Passeig Pujades, o Passeig Picasso e a Rua Wellington. Dispõe de 10 acessos e tem uma extensão de mais de 17 hectares, sem contar com o Zoo de Barcelona. Da mesma época é também o vizinho Mercat Del Born.

Estátua do Mamute
Depois da Guerra da Secessão Espanhola, Felipe V deu a ordem da construção do Castelo do Montjüic e uma enorme Cidadela. A construção da Cidadela ficou a cargo do engenheiro militar de origem flamenca, Joris Prosper Van Verboom. Para sua construção, foi necessário derrubar parte do Bairro da Ribera, que só seria transferido para Barceloneta três décadas mais tarde. Derrubaram-se 1.200 casas, bem como os Conventos de Santo Agostinho e Santa Clara, e desviou-se a Acequia Condal. Ao todo, cerca de 4.500 pessoas ficaram desalojadas. Não foram concedidas compensações e estas pessoas foram abandonadas à sua sorte. Visto ter-se tornado num símbolo odiado do governo central por parte da população de Barcelona, a Junta de Vigilância mandou demolir a Cidadela em 1841. Apesar disso, dois anos depois, durante a Regência de María Cristina de Bourbón, esta restaurou o local visto que ainda não estava totalmente destruído. Foi o General Prim o que decretou sua doação à cidade. Depois da Revolução de 1868, a cidadela foi demolida, começando com a derrubada da Torre de San Juan, prisão militar situada na Praça de Armas da Cidadela e foram conservados apenas a Capilla, o Palácio do Governador e o Arsenal. Atualmente o Parc de La Ciutadella é um dos mais extensos de Barcelona

Museu de Zoologia
O Parque destaca-se pela sua grande extensão ajardinada, com amplos arvoredos e zonas para passear, bem como o lago e a Cascata Monumental. Nesse monumento trabalharam os melhores escultores da época, no qual o conjunto escultórico do El Carro de l’aurora destaca-se de forma resplandecente (literalmente!), na parte alta do Monumento (pena que estava em reformas na época). Suba pelas escadas laterais da fonte para admirar a obra mais de perto. O então jovem Antoni Gaudí colaborou em alguns elementos do desenho da Cascata. Gaudí realizou o projeto hidráulico e desenhou uma gruta artificial por baixo da Cascata. O lago é um dos pontos nevrálgicos do Parque, com vários ilhéus e grande profusão de plantas exóticas e animais aquáticos; pode-se navegar nele em barcos a remos. Junto à Cascata figura um Jardim Romântico, com uma grande variedade de espécies vegetais. 

Cascata Monumental




Com a Exposição Universal de 1888, o presidente da Câmara, encarregou a urbanização do Parque a Josep Fontserè, nos terrenos da Cidadela derrubada, numa altura em que Barcelona se revelava ao mundo internacional. Inspirou-se nos jardins europeus como os de William Rent em Inglaterra, André Le Nôtre na França, e as vilas de recreio de Roma e Florença. Para além da zona verde, projetou uma praça central e um passeio para a circulação, bem como uma fonte monumental e diversos elementos ornamentais, dois lagos e uma zona de bosque, além de diversos edifícios auxiliares infraestruturas, como o Mercado do Borne, um matadouro, uma ponte de ferro sobre as linhas da estrada de ferro e várias cabines de serviços. Dentro de seu recinto situam-se diversas estruturas que se encontravam na antiga fortaleza e da Exposição Universal de 1888 (Umbracle Hivernacle, Museu de Geologia e Museu de Zoologia). O Umbracle e o Hivernacle são duas estufas instaladas no Parque. A segunda foi construída utilizando ferro e vidro, imitando o Crystal Palace de Londres.


Cascata Monumental

Passeio das Tílias
No Parque encontra-se o antigo Arsenal de La Ciutadella, sede atual do Parlamento da Catalunha onde fica a Assembleia Legislativa da cidade. Este Parque foi projetado para oferecer contato com a natureza, recreação e cultura. O Parc de La Ciutadella é um Parque de aspecto acolhedor, com destaque para monumentos como a Estátua do Mamute. O Mamute fazia parte de um projeto que tinha por objetivo construir várias réplicas de animais pré-históricos pelo Parque. Mas, o dinheiro acabou e só o Mamute foi construído. Hoje ele faz a festa da gurizada. O Parque está repleto de estátuas e esculturas capazes de surpreender seus visitantes. O Zoo de Barcelona foi projetado em 1940, possui fossos ao invés de grades para isolar os animais, abriga quatro mil animais e 400 espécies diferentes. O Zoo é muito procurado devido ao seu show de golfinhos e baleias.


Passeio das Tílias

Escultura Equestre do General Prim
Na antiga Plaça de Armes há uma lagoa em forma oval com a célebre escultura “Desconsuelo”, obra de Josep Llimona. É um espaço retangular com um tanque elíptico ao centro, rodeado por linhas de ciprestes recortados em formas regulares e canteiros com arbustos, entre os quais se destacam os roseirais. Existem ainda pinheiros e laranjeiras, definindo os limites da Praça temos uma dupla fileira de plátanos. É um lugar ordenado e sereno que merece uma pausa para contemplação da sua harmonia e um notável exemplo de organização vegetal. O Castell dels Tres Dragons (Castelo dos Três Dragões) foi construído para ser o restaurante da Exposição Universal. É obra do arquiteto modernista Lluís Domènech i Montaner. O modernismo ainda não tinha despontado e o Castelo segue o estilo neogótico. No entanto, já é possível observar soluções arquitetônicas inovadoras, que anunciavam o novo estilo, como o uso do ferro e o tijolo à vista. O Castelo está fechado à visitação.

O Passeio das Tílias desenvolve-se a partir da entrada principal do Parc de La Ciutadella para dentro da cidade de Barcelona e é uma das mais bonitas perspectivas da cidade. Junto à dupla fileira de tílias temos a Escultura Equestre do General Prim e amplos canteiros com arbustos recortados donde sobressaem palmeiras muito altas. É aqui, entre belos jardins e esculturas, que os moradores da cidade correm, andam de bicicleta, fazem piquenique e passeiam seus cães. No Parc de La Ciutadella existem espaços para todos os usos imagináveis, convertendo-o num dos lugares com mais atividades lúdicas e culturais de Barcelona. Possui amplas zonas de relvado, grandes áleas, em vários locais encontram-se bancos para descansar ou simplesmente contemplar o espaço. O Parc de La Ciutadella tem um traçado eclético, com uma parte de linhas mais sinuosas e naturalistas frente a um traçado mais clássico e de geometria regular. Todos eles formam um conjunto de grande beleza.



Palau de la Ciutadella