domingo, 8 de outubro de 2017

Final de Semana em Ribeirão Preto - Museu de Arte de Ribeirão Preto "Pedro Manuel-Gismondi"

Museu de Arte de Ribeirão Preto
 "Pedro Manuel-Gismondi"
 
Bem na esquina das Ruas Barão do Amazonas e Duque de Caxias, está o mais antigo prédio histórico da região central de Ribeirão Preto. Muito se fala do Teatro Pedro II, da Biblioteca Altino Arantes ou do Palácio Rio Branco (sede da Prefeitura), mas o prédio mais tradicional do Centro é o MARP. O Museu de Arte de Ribeirão Preto “Pedro Manuel-Gismondi” (MARP) é um museu de arte moderna, inaugurado em dezembro de 1992, com o objetivo de reunir em um só lugar o acervo artístico pertencente à Prefeitura, formado por obras adquiridas no âmbito do Salão de Arte de Ribeirão Preto e do Salão Brasileiro de Belas Artes, e por outras amealhadas pelo executivo municipal ao longo das décadas, a maior parte com finalidade de decorar os escritórios governamentais. Após seu estabelecimento oficial, o Museu também passou a receber doações de particulares, como os conjuntos de obras dos artistas Leonello Berti e Nair Opromolla.

Museu de Arte de Ribeirão Preto "Pedro Manuel-Gismondi" 

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
O Museu é uma instituição pública municipal, subordinado à Secretaria Municipal da Cultura. Desde a sua fundação, o Museu encontra-se instalado no antigo edifício da Sociedade Recreativa, inaugurado em 1908, que também já serviu de sede à Câmara Municipal de Ribeirão Preto. O edifício, em estilo eclético, foi projetado pelo arquiteto ítalo-brasileiro Affonso Geribello e sua execução ficou a cargo de Vicente Lo Giudice. Foi inaugurado em dezembro de 1908. Em 1924, o edifício foi ampliado, após a aquisição de um terreno contíguo. Novas adaptações foram realizadas em 1935. Em 1945, o Conselho Deliberativo da Sociedade Recreativa aprovou a construção de uma nova sede para substituir o edifício de 1908, que, segundo a mesma resolução, deveria ser demolido. O plano, entretanto, não se concretizou. Em 1951, a Sociedade Recreativa lançou novamente um concurso para a escolha da nova sede, a ser erguida no terreno de sua sede de campo, desta vez de forma bem sucedida. Após a mudança da Sociedade Recreativa, sua sede passou a ser ocupada pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto, em 1956. A Câmara Municipal funcionou no prédio até 1984, quando foi transferida para a sede atual (pavimento superior da Casa da Cultura). Após uma grande reforma, o edifício passou a abrigar o Museu, em 1992. 

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
No ano de 2000, a instituição teve seu nome alterado para Museu de Arte de Ribeirão Preto “Pedro Manuel-Gismondi. O nome é uma homenagem ao pintor, escritor, crítico de arte e professor ítalo-brasileiro Pedro Manuel-Gismondi, morto no ano anterior. Manuel-Gismondi foi representante do Brasil no Congresso Internacional de Críticos de Arte de Bruxelas, expoente do realismo mágico brasileiro, ao lado de Wesley Duke Lee e diretor da Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto – cidade onde realizou sua primeira exposição individual, na Galeria 4 Artes. Em 2002, durante as comemorações do aniversário de 10 anos do Museu, o MARP realizou, em parceria com o Museu Lasar Segall de São Paulo, a exposição Lasar Segall – Imagens do Brasil, que deu início ao Projeto MARP 10 Anos. No âmbito deste projeto, o Museu recebeu uma doação de 252 gravuras do artista Pedro Manuel-Gismondi, ofertadas por sua família.

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
Em 2003, segundo as celebrações dos 80 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, o Museu organizou a importante mostra retrospectiva “Modernidade Emergente”, com 44 obras de artistas que se destacaram na primeira geração de modernistas do Brasil, tais como Vicente do Rego Monteiro, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Portinari, Lasar Segall e Anita Malfatti. Neste mesmo ano, o Museu instituiu o “Programa Exposições”, realizado anualmente pela Secretaria Municipal da Cultura, responsável por selecionar, em âmbito nacional, mostras para complementar o calendário anual de exposições do MARP. Em 2004, foi criada a Associação de Amigos do MARP (AAMARP), organização de membros da sociedade civil interessados em auxiliar na continuidade dos trabalhos desenvolvidos pela instituição e na ampliação do acervo.

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
Em 2008, o edifício foi tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (CONPPAC), em resposta à iniciativa do processo de tombamento iniciado pela Associação de Amigos do MARP em 2006. Em pouco mais de duas décadas de existência, o Museu já sediou mostras importantes e desenvolveu concursos e projetos de alcance nacional, destacando-se o Salão de Arte de Ribeirão Preto (SARP). O Museu possui um acervo artístico focado na produção regional, mas abrangendo também importantes nomes da arte moderna e contemporânea brasileira. É equipado com biblioteca especializada e mantém atividades educativas e culturais. O Museu também administra um segundo espaço expositivo, localizado no Centro de Convenções Ribeirão Preto, e desenvolve suas atividades em colaboração com outras instituições culturais da cidade.

Pinturas em tecido
O Museu iniciou suas atividades com grandes dificuldades estruturais, mas desde o início imprimiu ao longo de seu percurso, um perfil voltado à arte contemporânea, com atividades direcionadas a formação de público e recebendo importantes mostras históricas. Malgrado os obstáculos provenientes da falta de recursos nos primeiros anos, o MARP conseguiu superar as dificuldades estruturais e estabeleceu-se em pouco tempo como uma importante instituição cultural em sua região. Influíram firmemente para a sua consolidação como centro cultural de expressão regional uma série de exposições temporárias com nomes consagrados, tais como Alfredo Volpi, Arthur Bispo do Rosário, Bassano Vaccarini, Dudi Maia Rosa, Franz Weissmann, Iberê Camargos, Leda Catunda, Odilla Mestriner, Paulo Whitaker, Pedro Manuel-Gismondi, Sandra Cinto, Sérgio Romagnolo, Sérgio Sister, Siron Franco e Tomie Ohtake.

Pinturas em tecido
O Museu também se tornou responsável por organizar os três principais salões de arte ribeirão-pretanos, o Salão Brasileiro de Belas Artes de Ribeirão Preto (SABBART), o Salão Nacional de Humor de Ribeirão Preto e, destacadamente, o Salão de Arte de Ribeirão Preto (SARP), significativo salão de arte nacional contemporânea. Os prêmios aquisitivos das edições anuais dos salões permanecem, desde então, como a principal forma de expansão do acervo, tendo permitido a este a aquisição de obras significativas de artistas como Alex Flemming, León Ferrari e Rosângela Rennó, entre outros. Nos últimos 10 anos o Museu tem organizado importantes exposições e projetos, garantindo grande visibilidade e expressiva visitação junto ao público regional. É o caso das mostras dedicadas a Salvador Dalí (Dalí Monumental), Cândido Portinari (Interior de Portinari), Lasar Segall (Maternidades), Alberto da Veiga Guignard (Viajando com Guignard) e José Pancetti (100 anos de Pancetti). O incremento da visitação permitiu ao Museu realizar uma série de benfeitorias, tais como a climatização do espaço expositivo, a aquisição de equipamentos e melhoria do sistema de iluminação, adequando sua sede para a recepção de mostras itinerantes.

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
Entre as mais importantes mostras recentes, destaca-se a exposição “Coleção Nemirovsky: Obras em Destaque”, realizada em 2010. A exposição, composta por obras selecionadas do acervo da Fundação Nemirovsky, foi realizada em parceria com a Secretaria da Cultura do governo paulista e com a Pinacoteca do Estado (depositária da coleção). Além das mostras temporárias, o MARP mantém atividades educativas e culturais permanentes, em colaboração com outras unidades da Secretaria de Cultura do município, tais como a Casa da Cultura, a Escola de Arte do Bosque e a Galeria de Arte a Céu Aberto. O Museu oferece cursos voltados a artistas e interessados em geral, projetos de capacitação de monitores e professores e outros que visam a formação e discussão de arte, como palestras, workshop e acompanhamento da produção artística local.

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
O Museu de Arte de Ribeirão Preto possui um acervo com mais de mil obras, a maioria das quais realizadas por artistas de Ribeirão Preto e região no período do pós-guerra. As mais representativas obras do acervo foram reunidas por meio do tradicional Salão de Arte de Ribeirão Preto (SARP), realizado anualmente há mais de três décadas. O acervo possui núcleos significativos de obras dos chamados "cinco históricos", isto é, os artistas plásticos que mais se destacaram em Ribeirão Preto durante as décadas de 1970 e 1980: Odilla Mestriner, Pedro Manuel-Gismondi, Francisco Amêndola, Bassano Vaccarini e Maurilima, além de Domenico Lazzarini, pintor ítalo-brasileiro que, ao lado de Vaccarini, foi responsável pela modernização das artes em Ribeirão Preto, ao fundar o Núcleo de Artes Plásticas em 1957 (embrião da atual Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto). Outros importantes artistas regionais presentes no acervo são Francisco Amêndola, Vagner Dante Veloni, Fernando Dias, Sofia Borges, Regina Johas e Renata Lima. 

Obras do Clube de Colecionadores de Gravuras
do MAM São Paulo
Em menor escala, estão representados no acervo artistas contemporâneos de expressão nacional e internacional, tais como Alex Flemming, Rosângela Rennó, León Ferrari, Leda Catunda, Marcelo Grassman, Ana Maria Tavares, Ester Grinspum, Vânia Mignone, Siegbert Franklin, Leonilson, Rodolpho Parigi e Niobe Xandó ademais de um pequeno núcleo de obras do modernismo, com destaque para a escultura Maternidade, de Lasar Segall. A Biblioteca Leopoldo Lima, localizada no térreo do edifício, é especializada em história da arte e aberta à visitação pública. O Museu também abriga a Biblioteca e Arquivo Pedro Manuel-Gismondi - acervo documental e bibliográfico, com cerca de 3.000 volumes, entregue pela família de Manuel-Gismondi ao MARP em regime de comodato.

sábado, 7 de outubro de 2017

Final de Semana em Ribeirão Preto

Teatro Pedro II
Este final de semana em Ribeirão Preto foi mais uma das muitas viagens a trabalho do meu marido. Mais uma vez ele me convidou para ir junto. A minha primeira vez em Ribeirão Preto já deve ter uns 20 anos. Decidi acompanhá-lo e ver o que a cidade tinha para oferecer. Hospedamos-nos no JR Hotel Ribeirão Preto, um três estrelas, situado no centro da cidade, cerca de 700 metros do Shopping Center Santa Úrsula e da famosa Cervejaria Pinguim. O Hotel foi reservado pela empresa. Ribeirão Preto é um destino que se firmou como referência em turismo de negócios e de eventos. Para quem conhece a cidade, os destaques ficam para os prédios históricos e a boa gastronomia do lugar, que é um bom destino para curtir em um final de semana ou feriado prolongado.

Prédio do Antigo Palace Hotel na 
Praça XV de Novembro
Ribeirão Preto é um município no interior do Estado de São Paulo, na Região Sudeste do país. Pertence à Mesorregião e Microrregião de Ribeirão Preto, localizando-se a noroeste da capital do Estado, distando cerca de 315 quilômetros da capital do Estado. É a cidade-sede da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP). Limita-se com: Guatapará, a sul; Cravinhos, a sudeste; Jardinópolis, a norte; Serrana, a leste; Dumont, a oeste; Sertãozinho, a noroeste; e Brodowski, a noroeste. Anterior à atual denominação do município, a cidade teve os nomes de Barra do Retiro, Capela de São Sebastião do Ribeirão Preto, Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, Vila de Entre Rios e Vila de Ribeirão Preto. O nome “Ribeirão Preto” deve-se ao ribeirão que atravessa a cidade, que é chamado do “Preto”. Até o século XIX a região era povoada pelos índios Caiapós, que se dispersavam por algumas aldeias onde cultivavam pequenas plantações de milho e mandioca, vivendo ainda da caça, da pesca, da coleta de mel e frutas nativas como a jabuticaba, o araçá e o maracujá. Porém com o passar do tempo o lugar passou a ser dominado pelas fazendas de forasteiros. O apossamento das terras foi pacífico, sendo que aos poucos elas foram sendo legitimadas e consolidadas por heranças.

A famosa Choperia Pinguim no Edifício Meira Junior
Segundo consta em registro, o primeiro dono e doador de terras foi José Mateus dos Reis, dono da maior parte da Fazenda das Palmeiras, fez a primeira doação de terras com a condição de no terreno ser levantada uma capela em louvor a São Sebastião das Palmeiras. Em novembro de 1845, no Bairro das Palmeiras, era fincada uma cruz de madeira como tentativa de demarcação do patrimônio para a futura Capela de São Sebastião. Com esta, surgiram outras doações objetivando ampliar o patrimônio da Capela. Ribeirão Preto fazia parte do território do município de São Simão, e do mesmo município faziam parte Dumont, Guatapará, Bonfim Paulista (atual distrito), entre outros vilarejos e cidades. Ribeirão Preto foi fundada em 1856, neste período a região recebia muitos mineiros que saíam de suas terras já esgotadas para a mineração e procuravam pastagens para a criação de gado. Muitos também vinham do Vale do Paraíba, em decorrência da Crise do Café, trazendo sementes dos cafezais que aos poucos passaram a fazer parte de uma parcela relevante da economia regional. Várias fazendas se formaram, e Ribeirão Preto se originou a partir da criação da Paróquia de São Sebastião.

Praça XV de Novembro
Um importante fator que contribuiu para o desenvolvimento do município foi a chegada da Linha Férrea da Mogiana em 1883, que possibilitou a expansão da cultura cafeeira que existia desde 1870. A expansão do café levou a um crescimento da população a partir de 1874 até 1886. Em 1887, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto realizou um dos atos de maior relevância de sua história, pois os vereadores aprovaram, por unanimidade, a libertação dos escravos em Ribeirão Preto, antes mesmo da entrada em vigor da Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888. Depois da assinatura da Lei Áurea que extinguiu a escravidão no Brasil, o Governo da Província de São Paulo passou a estimular a vinda de imigrantes europeus, provocando em Ribeirão Preto um grande aumento populacional. Um crescimento muito maior do que o registrado nos outros municípios da região durante esse período. Esse contingente populacional foi importante para a urbanização e desenvolvimento do município, pois muitos imigrantes já eram acostumados com a vida urbana e possuíam uma mentalidade empreendedora, criando novos estabelecimentos comerciais e industriais no município, transformando Ribeirão Preto, que era até então uma simples vila agrícola.

Teatro Pedro II visto da Praça XV de Novembro
Em 1879 a Família Dumont mudou-se de Valença, no Rio de Janeiro para Ribeirão Preto, onde se estabeleceu na Fazenda Arindeúva, ocupando-se com plantio e beneficiamento de café, através da empresa Dumont Coffe Company. Trazidos por seu patriarca Dr. Henrique Dumont, vieram sua esposa e seus  oito filhos, dentre eles, um jovem chamado Alberto Santos Dumont. Após uma viagem que a Família Dumont realizou para Paris em 1891, o idealizador Santos Dumont começou a despertar-se para área mecânica, principalmente para o motor de combustão interna, que culminou posteriormente com a construção de um balão (sem motor), que mais tarde chegou à criação de seu avião. Desde então, o jovem sonhador não parou mais de buscar alternativas, vindo a receber da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, uma subvenção para que prosseguisse as pesquisas que, três anos depois, resultaram na invenção do avião.

Castanheira centenária na Praça XV de Novembro
Na primeira metade do século XX, Ribeirão Preto continuou atraindo imigrantes nacionais e internacionais. Um novo grupo de destaque são os japoneses, sendo o município, considerado "berço da imigração japonesa" por receber uma parte dos primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil em 1908. Também é expressiva a chegada de árabes, especialmente sírio-libaneses. O município também atraiu durante esse século pessoas de todo o Estado de São Paulo e de todo o Brasil, sendo os mais numerosos, os mineiros, os paranaenses e os baianos. A cidade começa a receber indústrias na década de 1910, com a instalação da Companhia Cervejaria Paulista. Por ter sido sede da Companhia Antárctica Paulista e por ter uma das mais famosas choperias do Brasil, a Choperia Pinguim, Ribeirão Preto foi conhecida também como a “Capital do Chope” assim como já foi denominada “Capital do Café” e de “California Brasileira”.

Monumento ao Soldado Constitucionalista
           de 1932 na Praça XV de Novembro
Ribeirão Preto teve por décadas algumas cervejarias, que ajudaram a desenvolver economicamente e culturalmente o município, as duas empresas ícones desta tradição, foram a Companhia Antárctica Paulista (1911) e a Companhia Paulista (1912), que em 1973 se fundiram, criando a Companhia Antárctica Niger, que no final dos anos 90 encerrou a fabricação local. Em 1996, concomitantemente com o fechamento das grandes fábricas, iniciou-se a produção da Cerveja Colorado, abrindo caminho para transformar a cidade num dos principais polos de cervejas artesanais do Brasil. Atualmente, a cidade possui sete cervejarias: Colorado, Invicta, Lund, Walfanger, Weird Bar­rel, Pratinha, SP330 e a Nacional oriunda da capital paulista. A ACIRP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), por meio do Programa Empreender, criou o Núcleo Setorial das Cervejarias, também conhecido como Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto. A princípio, seis cervejarias artesanais fazem parte do grupo: Invicta, Lund, Pratinha, SP330, Walfänger e Weird Barrel.

Monumento em homenagem ao Dr. João
            Alves Meira Junior na Praça XV de Novembro
O pioneiro para a consolidação da pujança atual da cidade foi o Mercado Central de Ribeirão Preto, que começou a ser construído em 1899 e foi concluído em 1900, sendo inaugurado em outubro. Algumas catástrofes atingiram o Mercado Municipal, como as enchentes e o destruidor incêndio, em outubro de 1942, causado por um curto-circuito elétrico. Este incêndio queimou praticamente todo o prédio, tornando-o inabitável. Em 1956, surgiu a proposta da construção de um novo Mercado Municipal. Hoje o Mercado conta com 152 boxes, numa área construída de 4.150 metros quadrados, sendo um dos principais núcleos comerciais do município. Além do tradicional e pioneiro Mercado Central, o município possui vários centros comerciais (shoppings), tornando-o referência e polo comercial do interior de São Paulo. Alguns dos principais centros comerciais são: o Ribeirão Shopping, o Novo Shopping Ribeirão Preto, o Shopping Santa Úrsula, o Iguatemi Ribeirão Preto, o Buriti Shopping, o Sapato Shopping, o Trade Plaza Ribeirão e o Plaza Mirante Sul

Mais uma das inúmeras homenagens na
         Praça XV de Novembro
A responsável pelo setor cultural de Ribeirão Preto é a Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto, que tem como objetivo planejar e executar a política cultural do município por meio da elaboração de programas, projetos e atividades que visem ao desenvolvimento cultural. Ribeirão Preto é um município que tem uma vida noturna muito ativa em função de bares, restaurantes, boates, teatros e cinemas. No passado, devido à sua agitada vida noturna e arquitetura atrativa, foi denominada “Petit Paris” (pequena Paris). O grande poder aquisitivo dos coronéis do café fez com que a cidade se desenvolvesse a ponto de ser comparada a grandes metrópoles da época, principalmente, Paris. Imitando sua arquitetura e hábitos sociais, surgiram vários teatros e sociedades que promoviam os eventos e entretenimentos sociais. O prédio do governo municipal, o Palácio Rio Branco, foi inspirado na arquitetura da Prefeitura de Paris, Hôtel de Ville.

Fonte luminosa na Praça XV de Novembro
A cidade conta com vários espaços dedicados à realização de eventos culturais das áreas teatral e musical. O Teatro Pedro II, que é um teatro de ópera, localizado na região central, mais especificamente no chamado “Quarteirão Paulista”. É considerado o terceiro maior da categoria no Brasil, possuindo capacidade para 1.580 espectadores e uma área total de 6.500 metros quadrados, tendo sido inaugurado em outubro de 1039. O Teatro Municipal, inaugurado em 1969 com linhas modernas, que tem capacidade para 515 pessoas. Por ser um lugar arborizado e amplo, é usado também para eventos culturais. O Teatro de Arena, que foi fundado em 1969, tendo sido construído numa meia-encosta, em uma área de aproximadamente 6.000 metros quadrados. A Secretaria da Cultura conta ainda com seis centros culturais distribuídos pela cidade. Neles são realizados cursos, atividades relacionadas ao artesanato, música, dança e culinária. A Escola de Arte do Bosque/Cândido Portinari, também pertencente à Secretaria, oferece cursos gratuitos de artes plásticas e artesanato, seja para crianças, adultos ou à terceira idade. Outros espaços culturais que se destacam são o Teatro Auxiliadora, o Teatro Bassano Vaccarini, o Teatro do SESC, o Teatro Minaz, o Teatro Municipal, o Teatro Santa Rosa e o Teatro do SESI.

Feirinha de Artesanato na Praça XV de Novembro
Ribeirão Preto ainda é um dos principais polos de cinema do Brasil, tendo os Estúdios Kaiser de Cinema, mantidos pela São Paulo Film Commission, espaço com mais de 13 mil metros quadrados de área construída e que abriga toda a infra-estrutura para a produção audiovisual, além de contar com o maior cineclube do país, o Cineclube Cauim, que possui números que não há como negar e impressionam. Em um único mês, 60 mil pessoas passaram pela sala de cinema co Cineclube que funciona na Rua São Sebastião, no coração de Ribeirão Preto. Situado no Centro Histórico da cidade (antiga sede da Companhia Cervejaria Paulista), este patrimônio “industrial” é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (CONPPAC) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), fazendo parte do Núcleo de Cinema de Ribeirão Preto.

Monumento ao Soldado Constitucionalista
             de 1932 na Praça XV de Novembro
A Secretaria da Cultura promove ainda diversos festivais e concursos. O Festival de Teatro de Ribeirão Preto, por exemplo, realizado desde 2010 por meio da Fundação Dom Pedro II e Secretaria Municipal da Cultura em parceria com o SESC e a Secretaria de Estado da Cultura, reúne vários grupos teatrais da cidade, ocupando importantes espaços artísticos, como a Praça Ramos de Azevedo, o Teatro do Centro Universitário Barão de Mauá, Teatro Municipal, SESC e Teatro Pedro II. Ainda há a Feira de Photo Imagem, Carnabeirão (maior micareta do Estado de São Paulo), Festival de Cinema de Ribeirão Preto, Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola), a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (segunda maior feira a céu aberto do Brasil), Feira ExpoHair, Feltrans (Feira de Transportes do Interior Paulista), Festival Tanabata (cultura japonesa), Arena Cross, Festival de Inverno João Rock, Festival de Teatro de Ribeirão, Ribeirão Rodeo Music, Festitália (cultura italiana), Entorta Bixo, entre outros.

Marco Zero da cidade de Ribeirão Preto na
Praça XV de Novembro
Além dos atrativos cênicos, Ribeirão Preto ainda possui uma banda de monumentos históricos, atrativos naturais e lugares para visita. Há, por exemplo, a Praça Alto do São Bento, localizada no ponto mais alto do município, onde está a Escultura de Bronze do Sagrado Coração de Jesus, idealizado pelo Monge Beneditino Dom Casimiro Mazetti, e inaugurada em 1952, a Avenida Nove de Julho, que abriga cerca de 30 bancos, além de bares, restaurantes e lanchonetes, o Palácio Rio Branco, inaugurado em maio de 1917, que sedia a Prefeitura; a Choperia Pinguim, choperia fundada em 1930 que hoje tem destaque nacional e até internacional; o “Quarteirão Paulista”, conjunto arquitetônico que abrange o Teatro Pedro II, o prédio do antigo Palace Hotel e o Edifício Meira Junior, onde funciona o “Pinguim” e a Praça XV de Novembro, marco de referência histórica e geográfica que localiza-se na região central da cidade e começou a ser construída em 1900.

Feirinha de Artesanato na Praça XV de Novembro
Alguns museus se destacam na cidade, como o “Museu do Café Francisco Schimdt”, que foi construído no início de 1950, conhecido por guardar a mais importante coleção de peças do Estado de São Paulo sobre a História do Café. Seu acervo é formado por grandes esculturas, carros de boi, troles, máquinas de beneficiar café, além de fotos do período áureo do café da região de Ribeirão Preto. Outro Museu de grande relevância é o Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi (MARP). A cidade dispõe de outros museus, como o Museu de Ordem Geral e o Museu da Imagem e do Som. Além da novíssima Casa da Memória Italiana, que pretende ser cenário de um acervo multimídia com os relatos das famílias que formaram a cultura de Ribeirão Preto. As histórias das três famílias proprietárias do imóvel são as primeiras a compor o patrimônio do espaço. A Casa foi construída por uma fazendeira de café e comprada em 1941 por Pedro Biagi, avô do empresário Maurílio Biagi Filho, um dos atuais donos do casarão.

Biblioteca Bandeirantes
No futebol, o município tem como principais representantes o Botafogo, conhecido como “o Pantera da Mogiana”, que manda seus jogos no Estádio Santa Cruz, com capacidade para 29 mil pessoas; e o Comercial, conhecido como “Leão do Norte”, que manda seus jogos no Estádio Palma Travassos, com capacidade para 18 mil pessoas. O confronto entre essas duas equipes é um dos jogos mais tradicionais do interior de São Paulo, denominado Come-Fogo. O Estádio Santa Cruz, ao lado do Centro de Treinamento Manoel Leitão, serviu como base da Seleção Francesa de Futebol durante a Copa do Mundo FIFA de 2014, sendo Ribeirão Preto uma das subsedes da competição.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Região das Hortênsias - Canela

Catedral de Pedra
Canela é uma pequena cidade da Serra Gaúcha com cerca de 40 mil habitantes, localizada a cerca de sete quilômetros do centrinho de Gramado. As duas cidades são interligadas pela Avenida das Hortênsias e se complementam quando o assunto é turismo, pois é constante o fluxo de turistas entre elas. Canela é uma cidade privilegiada pela natureza. Localizada na Região das Hortênsias em uma área de serra, a cidade é rodeada por pinheiros, matas e parques, onde a qualidade de vida e a hospitalidade são valorizadas ao extremo. Possui os mais belos parques da região e uma infraestrutura excelente para o turismo. São várias pousadas, restaurantes e lojas que oferecem conforto, variedade e um ótimo atendimento que é uma tradição na Serra Gaúcha. Ao hospedar nas pousadas da cidade, além de gastar menos, o turista poderá visitar com facilidade as atrações de Canela e das cidades vizinhas, tais como Gramado, Nova Petrópolis, São Francisco de Paula, Cambará do Sul, entre outras. Estávamos hospedados em Gramado, e tiramos dois dias inteiros para conhecer as atrações de Canela. Conhecer, não. Rever, era a minha terceira vez na cidade.

Monumento em Homenagem aos Imigrantes
na Praça da Matriz

Floreiras na Rua Felisberto Soares

Rua Felisberto Soares
Canela e Gramado são bastante turísticas, por isso tem atrações e eventos durante o ano todo, com características diferentes. Em Canela, a alta temporada é o inverno (de maio a agosto), onde pode ocorrer queda de neve, e o fim do ano (de novembro à primeira quinzena de janeiro), com muitos eventos ligados ao Natal (Sonho de Natal, em Canela e Natal Luz, em Gramado). No restante do ano, a cidade fica muito florida e bonita. Para economizar, vale a pena ir entre fevereiro e maio, ou em setembro e outubro. Quem acha que Canela é só uma extensão de Gramado, mal sabe o que está perdendo. A cidade começou a despontar para o turismo com a abertura de um cassino, no Palace Hotel, em 1944, atraindo visitantes do centro do país e de países vizinhos. No ano seguinte com a proibição do jogo no Brasil, o turismo sofreu um duro golpe, reduzindo por anos a atividade turística no município.

Floreiras na Rua Felisberto Soares

Casa Auxiliadora ao lado da Catedral de Pedra
Ecoturismo é muito popular na região e há muitas oportunidades de caminhadas, escaladas, cavalgadas e rafting, programas que envolvem muita adrenalina. Em Canela os pontos turísticos são mais voltados à natureza, pelo menos comparando com sua vizinha Gramado. As atrações em Canela se espalham por todas as áreas da cidade – carro ou táxi são requisitos fundamentais para conhecer seus atrativos. No centro, ficam a Casa dos Bonecos, o Mundo da Vela e a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes. Pela Estrada do Caracol, chega-se nos Parques da Ferradura e do Caracol, além do curioso Castelinho Caracol. Próximos de Canela, mas em direção contrária, a Estação Verde e o Alpen Park são garantias de diversão. O Mundo a Vapor e o Museu da Moda ficam no caminho para a vizinha Gramado. Assim como Gramado, as opções de atrações em Canela são muito grandes. Canela faz parte da Rota Romântica da Serra Gaúcha.

Parque Municipal do Pinheiro Grosso

Canela
Além dos principais parques, tem outros lugares que você pode visitar em Canela. Por exemplo, andando pelo centro da cidade, comece pela Praça da Matriz (Catedral de Pedra) e siga pela Rua Felisberto Soares, a principal do turismo da cidade. Pelo caminho, vai encontrar a simpática Praça João Correia, com mais um letreiro de Canela para fotografar. Para fechar esse pequeno roteiro a pé pelo centro de Canela, atravesse a rua e conheça as casinhas coloridas onde são vendidos artigos típicos, souvenires e artesanatos. É a Associação Canelense de Artesãos. À sua frente está o Espaço Cultural Casa de Pedra. A cidade em si é pequena e você consegue conhecer a região central a pé.