Mostrando postagens com marcador Bairro Jardim Chapadão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bairro Jardim Chapadão. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Campinas - Parque Pedreira do Chapadão

Memorial do Deputado Federal Ulysses Guimarães
O Jardim Chapadão, chamado por muitos como "Castelo", é um dos bairros mais tradicionais de Campinas. Situado na Região Norte da cidade, Macrorregião Norte, e em um dos seus pontos mais altos, este bairro de classe média alta tem localização privilegiada, com facilidade de acessos ao Centro e às rodovias. O Jardim Chapadão abriga várias ruas residenciais e bem arborizadas, prédios, condomínios e diversas opções de comércios e serviços. Ruas tranquilas são muito comuns no bairro. Por sinal, seu nome é uma alusão à antiga Fazenda Chapadão, que no passado ocupou extensas áreas do atual bairro. O ponto mais alto do Bairro é a Torre do Castelo, e um dos pontos mais baixos do Bairro é a Pedreira do Chapadão. Ao Norte ficam a EsPECEx e a Fazenda Chapadão, ao sul está o Bonfim e o Jardim Eulina, a leste estão a Vila Nova e o Guanabara e a oeste fica o Jardim IV Centenário. Ao lado do Jardim Chapadão se localiza um complexo militar, do qual faz parte a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e faz divisa com a Fazenda Chapadão, onde se localiza a 11ª Brigada de Infantaria Leve (GLO). Nas proximidades estão o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e a Fazenda Santa Elisa, pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Memorial do Deputado Federal Ulysses Guimarães

Parque Pedreira do Chapadão vista do mirante

Parque Pedreira do Chapadão vista do mirante

Parque Pedreira do Chapadão
A Fazenda Chapadão era uma sesmaria pertencente ao Capitão Joaquim José Teixeira Nogueira, que possuía um engenho de açúcar, um dos pioneiros da indústria açucareira de Campinas, com produção em 1798, de mil arrobas de açúcar, no qual construiu o mais antigo dos grandes solares do açúcar. Sucedeu-se o filho Major Luciano Teixeira Nogueira que construiu nova sede que serve, atualmente, ao Comando da 11ª Brigada do Exército Nacional. Nesta casa nasceu o Alferes Porta-Bandeira do primeiro Sétimo de Voluntários da Pátria, falecido após o Combate de Tuiuti, em junho de 1866, no Combate da Linha Negra, Francisco de Paula Nogueira. Em 1869 se transformou em fazenda de café, com 110 mil pés de café em terra roxa, máquina de benefício a vapor e terreiros atijolados. A antiga Fazenda Chapadão, que já serviu de morada à família do Barão de Itapura, é hoje propriedade do Exército Brasileiro. 

Parque Pedreira do Chapadão

Parque Pedreira do Chapadão

Ruínas da antiga Fazenda de Café no Parque Pedreira do Chapadão

Parque Pedreira do Chapadão
Tendo o Major Luciano sido um dos chefes da Revolução Liberal de 1842, nesta casa se acomodaram seus voluntários, tendo suas terras sido percorridas pela cavalaria que o Coronel José Vicente de Amorim Bezerra enviou para combate aos revolucionários acantonados no sobrado do Engenho da Lagoa, enquanto a infantaria atacava pelo flanco através do Engenho do Monjolinho, propriedade do Presidente da Província. Pelos anos de 1850, com produção de cinco mil arrobas, foi o Engenho vendido a Tomás Luís Alves, gerente do Banco do Brasil, em São Paulo. Em outubro de 1869, já como fazenda de café, foi vendida ao Barão de Itapura, Joaquim Policarpo Aranha, com o sítio anexado Estiva; em 1885 tinha 110 mil pés de café em terra roxa, máquina de beneficiamento a vapor e terreiros atijolados. Em 1890, o Barão de Itapura e a baronesa consorte, Libânia de Sousa Aranha, por inventário amigável, transferiram a propriedade aos filhos José Francisco e Alberto Egídio de Sousa Aranha, tornando-se depois, este último, seu proprietário exclusivo. Com o falecimento de Alberto Egídio de Sousa Aranha, ficou esta Fazenda, e a Fazenda Bom Retiro, para sua viúva, Isolina Barbosa Aranha e seu filho único, Carlos Alberto Barbosa Aranha, tendo, em 1990, uma produção de 12 mil arrobas de café.

Parque Pedreira do Chapadão

Parque Pedreira do Chapadão

Parque Pedreira do Chapadão

Parque Pedreira do Chapadão
Estes últimos proprietários, premidos por seus credores, a firma Teles, Quirino e Nogueira, pagaram-nos transferindo a propriedade da Fazenda que, em 1914, tinha 600 alqueires de terras com 500 mil pés de café. Transferido o imóvel a Antônio Carlos da Silva Teles, casado com Olímpia Nogueira, irmã de José Paulino Nogueira, herdam a Fazenda os filhos do casal, Olímpia, casada com Joaquim Bento Alves Lima, e Ana, casada com Otaviano Alves Lima Filho, tendo este último, já proprietário exclusivo, vendido, em 1942, ao Exército Brasileiro, para sede do comando e unidades da 11ª Brigada de Infantaria.

Parque Pedreira do Chapadão


Espelho d'água no Parque Pedreira do Chapadão
A Praça Ulysses Guimarães (mais conhecida como Pedreira do Chapadão ou Praça Maior) é uma praça localizada na Avenida Marechal Rondon, no Bairro Jardim Chapadão. Está delimitada pelas Ruas Alcides de Carvalho, Olívia Penteado e Presidente João Goulart. Com aproximadamente 130 mil metros quadrados, possui uma área para espetáculos, o espaço tem espelho de água com cascata, canteiros e plantas, pista de cooper e ciclismo, entre outras atrações. Adicionalmente, a Pedreira possui um Memorial do Deputado Federal Ulysses Guimarães, que morreu em um acidente de helicóptero e que lutou pela volta das eleições diretas após a Revolução de 1964,  inaugurada em dezembro de 1994, com a seguinte frase: "Nós não viemos aqui para ter medo". A escultura é composta por cerca de duas mil chapas de aço recortadas e soldadas, formando o conjunto que pesa 2,5 toneladas, com 13 metros de altura. A obra é do escultor Fábio Penteado.

Cascata no Parque Pedreira do Chapadão



Cascata no Parque Pedreira do Chapadão
A Prefeitura raramente cortava o mato e depois se esquecia do espaço. Os frequentadores foram desaparecendo. Dessa sequência de abandonos o que restou desse cartão-postal da cidade foi um espaço irreconhecível. Era raro encontrar um banco que não estivesse quebrado, o mato tomava conta de tudo, os lagos estavam assoreados, o playground estava destruído e como toda a fiação foi roubada, a cascata de água que descia pelo paredão de pedra não funcionava mais. Após um abandono de quase dois anos, foi revitalizada em seis meses e reinaugurada em dezembro de 2013 pelo Prefeito de Campinas. Possui estacionamento para 60 veículos, mirante de 30 metros de altura de onde se tem uma vista incrível do pôr do sol, quadra poliesportiva, três quiosques, dois playgrounds, academia ao ar livre, pista de skate, pátio com piso de paralelepípedos, palco de eventos e nova iluminação. 

Academia ao Ar Livre no Parque Pedreira do Chapadão

Elefante Biruta, de Guto Lacaz

Elefante Biruta, de Guto Lacaz
Além da escultura em homenagem a Ulisses Guimarães, existem mais duas: As obras Vitória Régia, de Gilberto Salvador, e o Elefante Biruta, de Guto Lacaz. As peças foram feitas em aço e bronze. No local também foram plantados quatro mil metros de grama, 500 mudas de árvores nativas (jequitibás, jatobás e ipês, entre outras), 20 mil mudas de flores e plantas ornamentais (de forração). É um excelente local para passear com as crianças, fazer piqueniques e festinhas de aniversário. O espaço é bem procurado também para ensaios fotográficos de crianças, noivas e gestantes. A entrada é gratuita e o funcionamento é diário, das 7:00 às 18:00 horas.

Vitória Régia, de Gilberto Salvador

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Campinas - Torre do Castelo Vítor Negrete

Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro
A Torre do Castelo – Vítor Negrete é uma caixa d’água do tipo castelo d’água, construída no estilo Art Déco, com 27 metros de altura, localizada na Praça 23 de Outubro, no Bairro Jardim Chapadão, na cidade de Campinas. Foi construída entre 1936 e 1940, com capacidade original para 250 mil litros de água. Situada a aproximadamente 735 metros de altitude, é um dos pontos mais altos dentro do perímetro urbano de Campinas, além de ser um marco geodésico e possuir, em seu topo, um mirante que permite ver vários bairros da cidade. Em dias claros é possível avistar as cidades de Valinhos, Hortolândia, Sumaré e Paulínia, assim como a Serra do Japi, localizada a aproximadamente 40 quilômetros de distância, no município de Jundiaí.

Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro

Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro

Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro

Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro
Erguido em um ponto estratégico para o desenvolvimento urbano, o Castelo d’Água como era chamado, foi criado para abastecer os bairros que se formavam na região norte da cidade. Na época em que foi feito, representou um avanço com vistas à expansão da cidade de acordo com o Plano Urbanístico de Francisco Prestes Maia, localizando em um dos extremos da triangulação geodésica da cidade definida pelo Plano Urbanístico de 1938. Em 1936 o Departamento de Água e Esgotos (DAE) previa a expansão da cidade de Campinas naquela direção, e o ponto mais alto do futuro bairro do Jardim Chapadão foi escolhido para construir um reservatório de águas. O engenheiro Prestes Maia que fez o planejamento urbano de Campinas havia recomendado que fosse construído um obelisco na região, assim em 1939 começa a construção da Torre do Castelo, tornando-se um marco do município.


Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro

Amurada a oeste-sudoeste: veem-se a Avenida Alberto Sarmento
(à direita) e a Avenida Andrade Neves (à esquerda), com o
Bairro do Bomfim em primeiro plano.

Escadarias que levam ao
Museu Histórica da SANASA
O Balão do Castelo era um local arborizado e sempre foi muito frequentado pelos moradores, e o número de pessoas aumentava devido ao ponto de táxi do local, que também era ponto final dos táxis da cidade de Campinas. Hoje em dia ainda se mantém um ponto de táxi ao lado do Castelo, e além deste havia uma banca de jornal, o que chamava mais a atenção dos moradores que frequentavam o Castelo. Uma curiosidade é que muitas noivas paravam para tirar fotos no local, para seu álbum de casamento. Ao longo dos anos, o Balão do Castelo passou a ser referência na cidade de Campinas pelo fato que é possível ver a cidade toda lá de cima, e sábado e domingo eram os dias que aconteciam as maiores socializações no local. Nos anos 1970 era um ponto de “footing”, passeios de jovens que se reuniam para conversar e namorar. A Torre também foi ponto de motoqueiros de toda a região, além de muitos jovens que passaram a frequentar o local. A Torre do Castelo também foi palco de manifestações, do regime militar, da anarquia e da rebeldia de milhares de jovens. O Castelo foi testemunha dos principais movimentos que ocorreram em Campinas. O lugar passou também a ser um ponto de usuários de drogas, por isso foi preciso fazer várias mudanças para que o Castelo tivesse mais segurança. 

Durante muitos anos, o local teve muitas intervenções. Depois das intervenções, as pessoas se frustraram por não haver mais a socialização no Balão do Castelo como antigamente. Em função do desenvolvimento da cidade o reservatório da Torre perdeu sua utilidade, então em 1972, a Torre foi reformada para abrigar uma sala circular e nova urbanização da Praça. Em 1991, o prédio recebeu novas alterações para a instalação do Museu Histórico da SANASA. Já em 1998, o edifício e a Praça passaram por uma grande restauração para devolver as características do início da década de 1940. No ano de 2001 foi instalada em seu interior a Rádio Educativa de Campinas.

Peças do Museu Histórico da SANASA

Peças do Museu Histórico da SANASA
À semelhança da rotatória onde está o Arco do Triunfo em Paris, a rotatória onde se localiza a Torre recebe o trânsito de meia dúzia de vias (começam e terminam nessa rotatória: Avenida Dr. Alberto Sarmento, Rua Santo Antônio Claret, Avenida João Erbolato, Avenida Francisco José de Camargo Andrade e Rua Oliveira Cardoso; a Avenida Andrade Neves está nos dois sentidos), em todas as direções. A Torre, atualmente, possui, além de seu mirante, o transmissor da Rádio Educativa FM e um museu de objetos ligados à distribuição de água da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA) e das empresas que a antecederam.

Rosa dos Ventos pintada no teto da Torre do Castelo

Peças do Museu Histórico
da SANASA
As seis amuradas do mirante contêm informações sobre as regiões e lugares de Campinas vistos em cada uma das janelas. Hoje não é mais um reservatório, mas do alto da Torre do Castelo, podemos conhecer e compreender a cidade de maneira profunda, mergulhar na sua diversidade e aprender com a imensa riqueza cultural e histórica de Campinas. A Torre do Castelo foi reaberta à visitação pública em maio de 2010, dentro do Projeto “Conheça Campinas”, aos sábados e domingos, das 10:00 às 21:00 horas, com possibilidades de visitas escolares durante a semana mediante agendamento, sendo aberta ao público em geral das terças às sextas-feiras, das 10:00 às 17:00 horas. Também é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (CONDEPACC).