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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Lisboa - Convento do Carmo

Ruínas do Convento do Carmo

Lisboa é uma cidade com muitas histórias para contar, um lugar que já viu muitas glórias, mas também já teve seus percalços. E desta parte triste dos acontecimentos históricos, um dos lugares que mais pode nos aproximar da história é o Convento do Carmo em Lisboa, que hoje abriga o Museu Arqueológico do Carmo. As ruínas da Igreja e Convento do Carmo em Lisboa permanecem em pé no centro da cidade para contar a todos a história e a tragédia que se abateu sobre Lisboa. E claro, lembrar que apesar das adversidades, tudo pode voltar a ser fulgurante, como é a capital portuguesa hoje.


Ruínas do Convento do Carmo

O Convento do Carmo foi fundado por Dom Nuno Álvares Pereira, o Condestável de Portugal, em 1389 para celebrar a vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota. Foi ocupado, inicialmente por frades carmelitas provindos do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Moura, no Alentejo, chamados por Dom Nuno para ingressar no Convento de Lisboa em 1392. Em 1404, Dom Nuno doou os seus próprios bens ao Convento e, em 1423, ele mesmo ingressou no lá como religioso, período em que as suas obras estariam concluídas. O Condestável de Portugal escolheu ainda a Igreja do Convento como sua sepultura, embora em 1953, tenha sido transladado para a Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique,  a si dedicada. Dom Nuno Álvares Pereira foi canonizado como São Nuno de Santa Maria pelo Papa Bento XVI em abril de 2009.


Ruínas do Convento do Carmo

Em novembro de 1755, o grande terremoto e o subsequente incêndio que vitimou a cidade de Lisboa, destruíram boa parte da Igreja e do Convento, consumindo-lhe o recheio. No reinado de Dona Maria I de Portugal iniciou-se a reconstrução de uma ala do Convento, já em estilo neogótico, mas os trabalhos foram interrompidos em 1834 quando da extinção das ordens religiosas. Desse primeiro período reconstrutivo são testemunho os pilares e os arcos das naves, verdadeiro testemunho da arquitetura neogótica experimental, de cariz cenográfico. Em meados do século XIX, imperando o gosto romântico pelas ruínas e pelos antigos monumentos medievais, optou-se por não continuar a reconstrução do conjunto, deixando o corpo das naves da Igreja a céu aberto e criando, assim, um idílico cenário de ruína, que tanto agradava aos estetas oitocentistas e que ainda hoje encanta os visitantes.


Entrada do Museu Arqueológico do Carmo

O conjunto apresenta raiz gótico mendicante, com certa influência do estaleiro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória da Batalha, que havia sido fundado pelo Rei Dom João I de Portugal e que também estava em construção à época. Ao longo dos séculos recebeu acréscimos e alterações, adaptando-se aos novos gostos e estilos arquitetônicos. A fachada da Igreja do Convento tem um portal de várias arquivoltas lisas com capitéis decorados. A rosácea que encima o portal está destruída. A Fachada Sul da Igreja é sustentada por cinco arcobotantes, adicionados em 1399 após um desabamento durante a construção da Igreja. O interior apresenta três naves e cabeceira com uma Capela-mor e quatro absidíolos. O teto da nave da Igreja desapareceu com o terremoto, e só os arcos ogivais transversais que o sustentavam são visíveis hoje.


Museu Arqueológico do Carmo

O corpo principal da Igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terremoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena, mas interessante coleção. A visita ao Museu Arqueológico do Carmo começa na Igreja sem teto, mas que ainda conta com suas paredes e muita história. Ela foi decorada com diversos objetos pré-históricos e foi transformada em um belo museu a céu aberto. No fundo da Igreja, o que costumava ser o altar principal, são cinco pequenas salas que foram preservadas durante o terremoto e abrigam o Museu. Nas salas estão em exposição uma breve, porém muito valiosa, coleção de achados que contam a história de Lisboa desde a Pré-História até a Idade Média. Na entrada do Museu está uma pedra gravada em letras góticas, informando aos visitantes que o Papa Clemente VII concedia 40 dias de indulgência a ‘qualquer fiel cristão” que visitava esta Igreja.


Ruínas do Convento do Carmo

Na Sala 1, do Paleolítico e Neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3.500 a.C. – 1.500 a.C.). A Sala 2 expõe peças do Período Romano e do Período do Domínio Islâmico. São exemplos os marcos miliários, estrelas funerárias e ainda o conhecido Sarcófago das Musas. A Sala 3 é a sala principal e por onde você vai entrar. Lá você encontra o núcleo de túmulos góticos incluindo o de Dom Fernando Sanches (início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico Túmulo do Rei Dom Fernando I (1367 - 1383), transferido de um convento em Santarém para o Museu. Este último apresenta elementos simbólicos relacionados com a alquimia, como a representação de um laboratório alquímico (com duas estantes e recipientes em cima) e a união dos contrários, representada por um monge e uma mulher. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII (talvez Dom Afonso Henriques). A Sala 4 apresenta um conjunto de livros que evocam as memórias dos dois presidentes mais importantes da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Além disso, encontra-se também três múmias do século XVI. A Sala 5 é em memória ao fundador do Convento do Carmo, Dom Nuno Álvares Pereira. Encontra-se uma estátua que o representa e uma maquete do Convento antes do terremoto de 1755.


Ruínas do Convento do Carmo, Quartel do Carmo e 
Elevador de Santa Justa vistos do Castelo de São Jorge
 

Convento do Carmo e o Quartel do Carmo


A parte habitável do Convento foi convertida em instalações militares em 1836. Foi aqui, no Quartel do Carmo, sede do Comando-Geral da GNR, que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano, se refugiou dos militares revoltosos, durante a Revolução dos Cravos. O cerco deste aquartelamento foi dirigido pelo Capitão Salgueiro Maia. No Largo do Carmo, em frente ao Convento, encontra-se o Chafariz do Carmo, do século XVIII, desenhado por Ângelo Belasco e decorado com quatro golfinhos. O Convento fica no Largo do Carmo. Para chegar até ele, você pode ir de ônibus, de Eléctrico 28 ou então de metrô, pelas linhas verde ou azul e sair na Baixa-Chiado. Você pode aproveitar e combinar sua visita ao Convento do Carmo junto com o Elevador de Santa Justa, que fica ao lado do Convento e que oferece uma linda vista da cidade de Lisboa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Lisboa - Chiado

Chiado com o Elevador Santa Justa,
Convento do Carmo e Quartel do Carmo
O Chiado é um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade, conhecido como o Montmartre de Lisboa. Localizado entre os bairros da Baixa Pombalina e Bairro Alto, bem no coração de Lisboa, o Chiado é uma região imperdível. Em 1856, com a criação do Grêmio Literário, um clube dos intelectuais da época, o Chiado tornou-se o centro do Romantismo Português, ponto de passagem obrigatório para quem queria ser conhecido na cidade. O escritor Eça de Queiroz na sua obra “Os Maias” fazia grande referência ao Chiado e ao Grêmio Literário. O Chiado dividia-se pelas Freguesias do Sacramento e dos Mártires, duas das menores de Lisboa, estando agora totalmente integrado na nova Freguesia de Santa Maria Maior. O Bairro Chiado é considerado junto com o Bairro Alto, um bairro boêmio da capital portuguesa, onde a vida noturna ferve, por ser uma região cheia de bares, restaurantes e cafés. Ao mesmo tempo também é um lugar de interesse, com seus lugares históricos e belos prédios. O lugar sempre teve seu charme por ser um reduto de artistas, poetas, escritores e intelectuais de Lisboa

Chiado

Estátua de António Ribeiro, 
O Chiado”
Área tradicionalmente conhecida pelas suas ligações intelectuais encontram-se aí várias estátuas de figuras literárias. Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, está sentado a uma mesa no exterior do Café À Brasileira, imortalizado numa estátua de bronze de autoria de Lagoa Henriques. O Café À Brasileira, também conhecido como “A Brasileira do Chiado” é uma das cafeterias mais famosas da cidade. Até hoje, o Café À Brasileira preserva todo seu charme e elegância, com sua decoração clássica e seu café genuinamente brasileiro, que sempre foi famoso e apreciado pelos portugueses. A dica é apreciar um bom café, sentado junto às mesas da parte de fora e ver a vida passar mais tranquila nesta parte da cidade e claro, tirar uma foto com a estátua do grande escritor português. Além desta estátua do século XX, encontramos também a Estátua de António Ribeiro, “O Chiado”, no mesmo Largo. Do outro lado da rua, ergue-se a Estátua de Luís de Camões, no Largo com o seu nome. Fernando Pessoa tinha, aliás, uma ligação muito especial com o Chiado. No Largo de São Carlos, à frente do teatro com o mesmo nome, encontramos o edifício onde nasceu o poeta.

Estátua de Luiz de Camões
Para quem gosta de História, o Bairro do Chiado em Lisboa é um prato cheio. A pedida é conhecer a antiga Praça Luís de Camões, uma linda praça que leva o nome do escritor português e que o homenageia também com uma estátua no centro da Praça. A Praça divide os bairros do Chiado e Bairro Alto. E nela fica o prédio onde funciona o Consulado do Brasil. Como o bairro é bastante antigo, há muitas histórias em torno do lugar que marcaram a vida lisboeta, como por exemplo, o grande incêndio que o Chiado sofreu anos atrás. Graças às autoridades, conseguiram reconstruir quase todos os prédios do bairro, que são tombados como patrimônios arquitetônicos e representam a Art Nouveau do século XVIII. Em 1988, na madrugada do dia 25 de agosto, entre as três e às quatro da manhã, deflagrou um incêndio no Edifício Grandella, que viria a tomar grandes proporções alastrando-se por outros 17 edifícios. O Chiado ficou destruído e a sua reconstrução levou toda a década de 1990, ficando o design a cargo do arquiteto Álvaro Siza Vieira. 

Chiado
Na década de 1980, devido à mudança nos hábitos dos lisboetas e à inauguração do Centro Comercial Amoreiras, o Chiado ficou decadente. Hoje o Chiado voltou a ser um importante centro de comércio de Lisboa, sendo uma das zonas mais cosmopolitas e movimentadas da Capital Portuguesa, sendo palco de eventos emblemáticos como o Vogue Fashion's Night Out. Além da beleza de seus prédios, do ar nostálgico e dos ótimos passeios que podem ser feitos nas ruelas do Chiado, o bairro ainda abriga diversas lojas de todos os tipos, o que se torna um verdadeiro paraíso para fazer compras em Lisboa. Há lojas como Zara e a famosa marca portuguesa Ana Salazar. Além do centro comercial Armazéns do Chiado, um espaço com três andares cheios de lojas para todos os gostos e que é parada obrigatória para todo o turista que estiver visitando Lisboa.

Chiado

Museu Nacional de Arte Contemporânea -
Museu do Chiado
Hoje em dia, o Chiado é um dos pontos mais procurados pelos turistas que desejam conhecer os famosos pontos turísticos do bairro, como a ancestral Livraria Bertrand, aberta desde 1732. A Livraria Bertrand surgiu em 1732 e até hoje existe, sendo considerada pelo Guiness Book a “livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento”. Ela fica na mesma rua que o famoso Café A Brasileira, e conta com diversas salas para que os visitantes e leitores possam aproveitar o lugar para ler e repousar. A Livraria já recebeu inúmeros escritores importantes e famosos, como Eça de Queirós, Alexandre Herculano, entre outros.


Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado

Museu do Chiado com a Estátua de Antônio Ribeiro

Igreja do Loreto
No Largo do Chiado erguem-se duas igrejas barrocas: a italiana, Igreja do Loreto, no lado norte, e a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, em frente, com as paredes exteriores parcialmente decoradas com azulejos. Também englobado na zona do Chiado, encontra-se o Largo do Carmo, com os seus jacarandás. Fica em frente à Igreja e Convento do Carmo. Essa simpática praça foi palco da célebre Revolução de 25 de Abril de 1974. Uma dissidência das forças armadas, com o apoio do povo, derrubou a ditadura e deu início à democratização do país. Não houve mortos ou feridos durante o protesto. Nos dias que sucederam à revolta, as espingardas dos soldados em vez de balas tinham cravos nas pontas. Por isso, a manifestação ficou conhecida como a Revolução dos Cravos.

Igreja do Loreto

Convento do Carmo
Como zona cultural que é, aqui encontramos diversos teatros, como o Teatro São Luiz (que já teve vários nomes, como Teatro Dona Amélia e é hoje pertença da Câmara Municipal de Lisboa), o Teatro da Trindade, e o Teatro de São Carlos, único teatro de ópera em Portugal. Aqui se encontrava também o antigo Teatro Gymnasio, palco das primeiras Revistas à Portuguesa, hoje transformado num centro comercial. Nesta zona, encontra-se também o Museu Nacional de Arte Contemporânea, mais conhecido como Museu do Chiado, com obras a partir da segunda metade do século XIX em diante. A coleção de arte portuguesa, composta por peças que vão desde 1850 até aos dias de hoje, é a exposição de arte contemporânea mais importante de Portugal. O Museu do Chiado reúne uma considerável coleção representativa dos períodos Romântico, Naturalista e Modernista bem como um vasto conjunto de pinturas, esculturas e desenhos portugueses. Fica aberto de terça a domingo. Outro lugar super bacana de visitar no Bairro do Chiado é o Museu de São Roque, que foi fundado em 1905 e é um dos mais antigos museus de Lisboa, com um acervo muito rico em arte sacra e que está dividido em cinco áreas temáticas: Ermida de São Roque, Companhia de Jesus, Arte Oriental, Capela de São João Batista e Santa Casa de Misericórdia de Lisboa. A dica é dedicar umas duas horas para conhecer o Museu por inteiro. O Museu fica no Largo Trindade Coelho.

Convento do Carmo

Museu Arqueológico do Carmo
O Convento do Carmo é um impressionante monumento gótico, ou o que restou dele, foi fundado por Nuno Álvares Pereira, o comandante que se tornou membro da Ordem Carmelita. A construção terminou em 1423, sendo esta na altura a maior igreja de Lisboa. As ruínas da Igreja do Carmo deixadas pelo devastador terremoto de 1755 veem-se melhor da Baixa, especialmente do Rossio, da Graça ou do Castelo de São Jorge. A catástrofe acabou deixando uma estética ímpar com arcos em formas de ogivas erguidos no meio do nada. Representam séculos de história e acolhem o Museu Arqueológico do Carmo, que traz uma maquete da Igreja como ela era, túmulos góticos, romanos e até múmias. Neste Museu existe uma coleção histórica de valor incalculável, com peças que retratam épocas tão distintas como a pré-história e a contemporaneidade. Por isso, faça questão de ir além da riqueza exterior destas ruínas e dê uma espreitadela no interior para uma gratificante viagem ao passado. Em frente ao Convento, encontra-se o Chafariz do Carmo, datado do século XVIII.

Museu Arqueológico do Carmo

Quartel do Carmo anexo ao Convento do Carmo
Paredes meias com o Convento encontra-se o Quartel do Carmo, pertencente à Guarda Nacional Republicana, que teve um papel muito importante quando do dia 25 de Abril, por ter sido escolhido por Marcello Caetano para se refugiar da revolução, acabando este Largo por ser o palco principal da revolução, como local da rendição do Estado Novo perante os militares do Movimento das Forças Armadas. No outro lado do Convento, encontramos o antigo Palácio Valadares, edifício que teve já várias utilizações. Este Palácio ergue-se no local onde foi fundada a primeira universidade portuguesa, no tempo de Dom Dinis, antes de ser transferida para Coimbra

Quartel do Carmo e o Chiado

Ruas do Chiado
No vizinho Largo Rafael Bordalo Pinheiro, encontramos o prédio onde o artista que dá nome ao Largo viveu, com a fachada coberta de azulejos, classificado de Monumento Nacional. Alguns metros mais acima, encontramos o Teatro da Trindade, pertencente ao Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres (INATEL). Na mesma rua, na zona onde se erguia o Convento da Trindade antes do Terremoto de 1755, encontra-se um dos mais famosos restaurantes da capital, a Cervejaria Trindade, com os seus magníficos azulejos do século XVIII. Ainda no Largo do Carmo, encontramos a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, que habitualmente passa despercebida por um habitual prédio de habitação. Nesse mesmo edifício, foi fundado o atual Montepio Geral, no século XIX.