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sábado, 16 de abril de 2016

Panamá - Canal do Panamá

Canal do Panamá - Lado do Oceano Pacífico
Poucos países são tão definidos por uma única obra humana como o Panamá. Atalho para a Ásia, o Canal do Panamá foi a materialização de um antigo sonho da navegação do mundo ocidental. O Canal do Panamá é um canal artificial de navios com 71,1 quilômetros de extensão, localizado no Panamá e que liga o Oceano Atlântico (através do Mar do Caribe) ao Oceano Pacífico. O canal atravessa o Istmo do Panamá e é uma travessia chave para o comércio marítimo internacional. Há bloqueios e eclusas em cada extremidade da travessia para levantar os navios até o Lago Gatún, um lago artificial criado para reduzir a quantidade de trabalho necessário para a escavação do Canal e que está localizado 26 metros acima do nível do mar. Os bloqueios iniciais tinham 33,5 metros de largura. Uma terceira faixa de eclusas, mais larga, foi construída entre 2007 e 2016. A Sociedade Americana de Engenheiros Civis classificou o Canal do Panamá como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Canal do Panamá - lado do Oceano Pacífico
Com o sucesso da construção do Canal de Suez, ligando o Mar Mediterrâneo ao Golfo de Suez, era a vez de facilitar a vida dos ianques que tinham de viajar até as gélidas águas do Estreito de Magalhães no extremo sul da América para viajar da costa leste à costa oeste numa travessia arriscada, cara e longa: eram mais de 15 mil quilômetros a percorrer. Em 1878, o francês Ferdinand de Lesseps, construtor do Canal de Suez, conseguiu a permissão dos britânicos, a quem a região pertencia à época, anulando o Tratado de Clayton Bulwer segundo o qual ambos se comprometiam a não iniciar a construção sem o consentimento mútuo, autorizando a sua companhia a iniciar as obras de abertura do Canal. O projeto de Lesseps constituía-se na abertura de um Canal ao nível do mar. Entretanto, na prática, os seus engenheiros nunca conseguiram uma solução prática para o problema do curso do Rio Chagres, que atravessava em diversos pontos o traçado projetado para o Canal. Além disso, a abertura deste ao nível do mar implicava na completa drenagem daquele rio, um desafio para a engenharia da época.

Navio chegando na Eclusa de Miraflores 
(Eclusa cheia)
A França começou a construir o Canal em 1880, com base na experiência do Suez. Entretanto, as diferenças de tipo de terreno, relevo e clima constituíram-se em desafios consideráveis. Chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e altíssimas taxas de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais, principalmente a malária e a febre amarela, causaram demoras imprevistas no projeto original. Foi nessa época que se descobriu que a malária e a febre amarela eram transmitidas por mosquitos, o que facilitou o trabalho de combate às enfermidades. Em 1885, o plano inicial de um canal ao nível do mar foi alterado, passando a incluir uma comporta. Mas, após quatro anos de investimentos e trabalho, a companhia veio a falir. À época da construção, a posse do território onde está o Canal era dos colombianos, depois, dos franceses e dos estadunidenses.

Navio chegando na Eclusa de Miraflores 
(Eclusa vazia)
O presidente americano Theodore Roosevelt estava convencido de que os Estados Unidos podiam terminar o projeto, e reconheceu que o controle estadunidense da passagem do Atlântico ao Pacífico seria de uma importância militar e econômica considerável. O presidente americano ofereceu 40 milhões de dólares ao engenheiro que trabalhara com Lesseps e que havia fundado a Compagnie Nouvelle Du Canal de Panama encarregada de vender o espólio da falida empresa de Ferdinand, pelo direito de continuar a construção. Mas, mesmo depois de ter conseguido, através dos Tratados Hay-Paucefote, que a Inglaterra abrisse mão de ser sócia na construção do Canal e permitisse que os Estados Unidos construíssem uma base militar na região. Os americanos tinham uma pedra pelo caminho: a Colômbia queria mais dinheiro pela companhia francesa. O Panamá fazia então parte da Colômbia, de modo que Roosevelt começou as negociações com os colombianos para obter a permissão necessária. No início de 1903, o Tratado Hay-Herran foi assinado pelos dois países, mas o Senado colombiano não o ratificou. No que foi então, e ainda hoje é, um movimento polêmico, Roosevelt deu a entender aos rebeldes panamenhos que, se eles se revoltassem contra a Colômbia, a marinha estadunidense apoiaria a causa da independência panamenha. 

Eclusa de Miraflores
O Panamá acabou por proclamar sua independência em novembro de 1903, e a canhoneira USS Nashville, em águas panamenhas, impediu toda e qualquer interferência colombiana. Quando as lutas começaram, Roosevelt ordenou à marinha estadunidense estacionar navios de guerra perto da costa panamenha para “exercícios de treinamento”. Muitos argumentaram que o medo de uma guerra contra os Estados Unidos obrigou os colombianos a evitar uma oposição séria ao movimento de independência. Entretanto, como tudo na vida americana, a construção do Canal tinha motivos um pouco menos altruístas que simplesmente facilitar a navegação interoceânica. Como retribuição pela “ajuda”, o governo panamenho concedeu o direito de construção e controle da Zona do Canal do Panamá de 1904 até 1999 aos Estados Unidos, como previsto no Tratado Hay-Bunau-Varilla (Isthmian Canal Convention), assinado em novembro de 1903.

Abertura da Eclusa de Miraflores
Os Estados Unidos assumiram o projeto em 1904 e levaram uma década para concluir o Canal, que foi inaugurado oficialmente em agosto de 1914. O primeiro engenheiro-chefe do projeto foi John Findlay Wallace. Prejudicado pelas doenças e pela escassa organização, sem condições de trabalho, acabou por se demitir após um ano. O segundo engenheiro-chefe, John Frank Stevens, optou pela construção de um Canal com eclusas, propondo-se a controlar o curso do Rio Chagres por meio de um aterro de grandes dimensões, formando uma barragem de Gatún. O lago artificial assim formado não apenas forneceria a água e a energia elétrica necessária à operação das eclusas, como também constituiria uma via líquida, que cobriria um terço da distância no istmo. Stevens conseguiu construir a maior parte da infraestrutura necessária para as obras, incluindo a construção de casas para os trabalhadores, a reconstrução da ferrovia do Panamá destinada ao transporte de carga pesada e o projeto de um método eficiente de remoção de entulho decorrente do desmonte de rochas pela ferrovia. Viria a demitir-se, por sua vez, em 1907.

Passagem do navio pelo Canal do Panamá
Nesta etapa, o grande sucesso dos Estados Unidos foi a erradicação do mosquito transmissor da febre amarela, que havia vitimado cerca de 20 mil trabalhadores franceses. Com base nos trabalhos do médico cubano Juan Carlos Finlay, Walter Reed havia descoberto em Cuba, durante a Guerra Hispano-Americana, que a doença era transmitida por mosquitos. Desse modo, as novas medidas sanitárias introduzidas pelo Dr. William C. Dorgas eliminaram a febre amarela e melhoraram as condições de higiene e trabalho. O terceiro e último engenheiro-chefe foi o Coronel George Washington Goethals. Sob a sua direção, os trabalhos de engenharia foram divididos entre a construção de represas, de eclusas e de lagos em ambos os lados, e o grande trabalho de escavação através da falha continental em Culebra (Passo de Culebra, hoje conhecido como Falha de Gaillard).

Passagem do navio pelo Canal do Panamá
Após 10 anos de trabalho e da escavação de um volume de material quase quatro vezes maior do que o inicialmente projetado, o Canal foi finalmente concluído em outubro de 1913, com a presença do presidente americano Woodrow Wilson, que naquela data apertou o botão para a explosão do Dique de Gamboa. Concluídas as obras complementares, quando o Canal entrou finalmente em atividade, em agosto de 1914, constituía-se numa maravilha tecnológica. A complexa série de eclusas permitia até mesmo a passagem dos maiores navios de sua época. O Canal foi um triunfo estratégico e militar importantíssimo para os Estados Unidos, e revolucionou os padrões de transporte marítimo. 

Passagem do navio pelo Canal do Panamá
Um dos maiores e mais difíceis projetos de engenharia já realizados, o Canal do Panamá reduziu muito o tempo de viagem para se cruzar os Oceanos Atlântico e Pacífico de navio, o que permitiu evitar a longa e perigosa rota do Cabo Horn, no extremo sul da América do Sul, através da Passagem de Drake ou do Estreito de Magalhães. A passagem mais curta, mais rápida e mais segura para a Costa Oeste dos Estados Unidos e para os países banhados pelo Pacífico, permitiu que essas regiões se tornassem mais integradas à economia mundial. O tempo aproximado para cruzar o Canal varia entre 20 e 30 horas.

Passagem do navio pelo Canal do Panamá
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Canal serviu de base para os navios norte-americanos que partiam em direção ao Japão, após sua frota militar ser devastada no Pacífico pelo ataque a Pearl Harbour em dezembro de 1941. Alguns dos maiores navios que os Estados Unidos tiveram que enviar pelo Canal foram porta-aviões, em particular o USS Essex. Estes eram tão largos que, apesar de as eclusas poderem contê-los, os postes de luz que ladeiam o Canal tiveram que ser removidos para que pudessem passar. Atualmente, os maiores navios que podem atravessar o Canal são conhecidos como Post-Panamax. Nessa época, os Estados Unidos chegaram a ter cerca de 65 mil soldados na região. Na década de 1990, não passavam de 10 mil. 

Passagem do navio pelo Canal do Panamá
O Canal e a Zona do Canal em torno foram administrados pelos Estados Unidos até 1999, quando o controle foi passado ao Panamá, como previsto pelos Tratados de Torrijos-Carter, assinados em setembro de 1977, nos quais o Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter cede aos pedidos de controle panamenhos. Os Tratados previam uma passagem gradual do controle aos panamenhos, que se terminou pelo controle total do Canal pelo Panamá em dezembro de 1999. O Panamá tem, desde então melhorado o Canal, quebrando recordes de tráfego, financeiros e de segurança ano após ano.

O Canal do Panamá possui dois grupos de eclusas no lado do Pacífico (Pedro Miguel e Miraflores) e outro grupo no lado do Atlântico (Gatún). No grupo que consiste em um par de eclusas paralelas em Gatún, as embarcações são elevadas ou rebaixadas em três níveis, totalizando nessa etapa 26 metros. Cada eclusa desse primeiro grupo mede 300 metros de comprimento e conta com paredes com 15 metros de espessura na base e três metros no topo. Já a parede central entre as eclusas mede 18 metros de espessura e 24 metros de altura. Com respeito às portas, elas são feitas de aço maciço e contam com, em média, dois metros de espessura e 19,5 metros de comprimento, alcançando 20 metros de altura. As bufas maciças de aço das eclusas triplas de Gatún têm 140 metros de altura e pesam 745 toneladas cada uma, mas são tão bem contrabalançadas que um motor de 56 KW é suficiente para abri-las e reabri-las. Cada conjunto de comportas é acompanhado por bacias de reutilização de água, com dimensões de 430 metros de comprimento, 70 metros de largura e 5,5 metros de profundidade. Tal arranjo permite coletar gravitacionalmente a água utilizada no tráfego pelas comportas, num reaproveitamento de 60%.

Um Navio de Cruzeiro atravessando 
o Canal do Panamá
O Lago Gatún, que fica a 26 metros acima do nível do mar, é alimentado pelo Rio Chagres, onde foi construída uma barragem para a formação do Lago. Do Lago Gatún, o Canal passa pela Falha de Gaillard e desce em direção ao Pacífico, primeiramente através de um conjunto de eclusas em Pedro Miguel, no Lago Miraflores, a 15,5 metros acima do nível do mar, e depois, através de um conjunto duplo de eclusas em Miraflores. Todas as eclusas do Canal são duplas, de modo que os barcos possam passar nas duas direções. Os navios são dirigidos ao interior das eclusas por pequenos aparelhos ferroviários. O grupo de Pedro Miguel é o menor do Canal, elevando ou baixando as embarcações apenas um nível que totaliza 10 metros, enquanto em Miraflores as eclusas contam com dois níveis que elevam ou baixam os navios em um total de 16,5 metros.

Canal do Panamá
Ao todo, o Canal tem uma extensão de 82 quilômetros, tendo uma grande importância no fluxo marítimo internacional, que hoje corresponde a 4% do comércio mundial: por ano passam pelo Canal cerca de 15 mil navios. As principais trajetórias saem do litoral leste norte-americano com destino, principalmente, à costa oeste da América do Sul; há também fluxo da origem europeia para a costa oeste dos EUA e do Canadá. Diversas ilhas situam-se no Lago Gatún, incluindo a Ilha Barro Colorado, um santuário mundial de vida selvagem. Junto com o Canal, os panamenhos herdaram em 1999 uma completa infraestrutura de ferrovia, rodovias, duas hidrelétricas, uma base aérea, e mesmo vilas militares, que mais tarde se transformaram em hotéis de alto padrão. Visitar o Canal é quase uma obrigação. Além de um museu que conta a história de sua construção, há passeios de barcos, com cinco horas de duração, saindo de Balboa ou Gatun, no Atlântico, ou de Miraflores-San Miguel, no Pacífico, até o Lago Miraflores. 

Canal do Panamá
Em setembro de 2007 iniciaram-se as obras para a construção de uma nova hidrovia, que permite a passagem de navios muito maiores. O projeto teve um atraso de mais de um ano na conclusão das obras e houve ainda um conflito que chegou a levar à paralisação da obra, em 2014. O plano de expansão consistiu em criar um conjunto de comportas paralelo às existentes, que é operado simultaneamente junto às anteriores comportas. Cada conjunto ascende do nível do mar até o Lago Gatún em apenas uma passagem, em oposição à situação anterior, onde havia uma passagem em duas etapas, Miraflores/Pedro Miguel. As dimensões das novas comportas são da ordem de 427 metros de comprimento, 55 metros de largura e 18,3 metros de profundidade; a correspondente capacidade dos navios será 366 metros de comprimento, 49 metros de largura e 15 metros de profundidade. Cada conjunto de comportas é acompanhado por bacias de reutilização de água, de dimensões 430 metros de comprimento, 70 metros de largura e 5,5 metros de profundidade. Tal arranjo permite coletar gradativamente a água utilizada no tráfego pelas comportas, num reaproveitamento de 60%.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Panamá - Cidade do Panamá

Cidade do Panamá
Muita gente tem a imagem de que na Cidade do Panamá a única coisa que se tem a fazer é comprar os diversos produtos que têm preço muito mais em conta que no Brasil. Mas não. Quem desbrava direito o lugar, vai encontrar uma cidade vibrante, em constante transformação e que descobre aos poucos seu potencial para o turismo. O Canal do Panamá, claro, é parada obrigatória. Mas existe muito mais neste país que parece querer ser a Dubai do ocidente. O Panamá anda super em foco ultimamente e acaba sendo passagem de muita gente que vai do Brasil ao Caribe ou aos Estados Unidos. A cidade, que vem passando por muitas transformações e dando vida a ousados projetos, sabe conviver bem com o passado. Mesmo distante da realidade de sua fundação, é possível conhecer os resquícios da "primeira" Cidade do Panamá, onde se preservam casarões construídos em pedra, no Panamá Viejo, ou visitar a charmosa área do Casco Antiguo, com edifícios moldados à arquitetura colonial espanhola e pequenas ruelas ótimas para passar o dia caminhando, tirando fotos ou conhecendo pontos turísticos.

Cidade do Panamá
O Panamá é um pequeno país na América Central. Aliás, todos os países da América Central são pequenininhos. A grafia correta é Panamá nas línguas portuguesa, castelhana, italiana e francesa e Panama nas línguas inglesa e alemã. Panamá, oficialmente República do Panamá, é o país mais meridional da América Central. Situado no istmo que liga as Américas do Norte e do Sul, o país faz fronteira com a Costa Rica, a oeste; Colômbia, a sudeste; Mar do Caribe, ao norte, e com o Oceano Pacífico ao sul. A capital é a Cidade do Panamá, está às margens do Pacífico (mas é muito fácil “cruzar” o país – cerca de uma ou duas horas de viagem – e chegar ao lado do Atlântico/Caribe). Arborizada, movimentada, histórica e contemporânea, a Cidade do Panamá vem despontando como destino turístico e ganhando cada vez mais fãs mundo afora. O idioma é o espanhol, apesar de que há tantos estrangeiros que você vai acabar ouvindo um pouco de tudo. 

Feira nas ruas de Casco Antiguo
Cidade do Panamá é a capital, cidade mais populosa, e o principal centro financeiro, corporativo, cultural e econômico do Panamá. Situa-se no Canal do Panamá, no Oceano Pacífico, na Província do Panamá. A cidade está classificada como uma cidade-beta, sendo uma das três únicas cidades da América Central enumeradas nesta categoria. A Cidade do Panamá foi eleita a Capital Americana da Cultura de 2003, em conjunto com Curitiba, no Brasil, por conta de sua oferta cultural e gastronômica. Está na 93ª posição entre as cidades mundiais com maior qualidade de vida, além dos cinco melhores lugares para se aposentar no mundo, de acordo com a revista International Living. A Cidade do Panamá é uma das capitais mais antigas da América, tendo sido fundada antes de capitais de países relevantes no continente, como Washington D.C., Brasília, Cidade do México e Bogotá.

Traços indígenas na pequena caribenha
A população do país é formada por uma maioria de mestiços de índios e europeus. No Panamá viviam índios Chibchas, Caribes, Cholos e Chocóes. O istmo foi uma das primeiras terras americanas descobertas e exploradas pelos espanhóis. Em 1501, Rodrigo de Bastidas percorreu as costas caribenhas. Cristóvão Colombo ancorou na Baía de Portobelo em 1502 e, no ano seguinte, fundou Santa María de Belén, primeiro assentamento europeu em terras continentais americanas. Em 1508, a Coroa ordenou a colonização do Istmo do Panamá (Tierra Firme) e nomeou Diego de Nicuesa como o primeiro governador do território, denominado Castilla de Oro. Em 1510, Nicuesa fundou o Puerto de Nombre de Dios, na costa do Caribe. Fundada em 1519 por Pedro Arias Dávila, Governador da Castilla de Oro, a Cidade do Panamá constituiu a primeira cidade permanente no Oceano pacífico e substituiu às anteriores cidades de Santa Maria La Antiga Del Darién e Acla, e logo se desenvolveu, graças ao caminho construído até Nombre de Dios. Dois anos depois, em setembro de 1521, recebeu mediante Real Cédula o título de Cidade e um Escudo de Armas conferido por Carlos V da Espanha e a sua vez se estabeleceu um Cabildo.

Casco Antiguo
A cidade no início, posteriormente o país, o istmo e o golfo são os lugares pelos quais foi emprestado o nome de uma aldeia onde os índios pescavam, na periferia da cidade fundada com o nome de Panamá, cujo significado na língua indígena é "abundância de peixes, árvores e borboletas". A cidade foi o ponto de partida para as expedições de conquista do Império Inca no Peru e foi um ponto de parada nas rotas comerciais mais importantes na história do continente americano, por onde passou a maior parte do ouro e prata que a Espanha tomou de suas colônias americanas. Em 1539 e março de 1563 a cidade sofreu grandes incêndios que devastaram parte de suas casas, no entanto isto não deteve seu progresso. Já em 1610, existiam umas 500 moradias e vários conventos e capelas, um hospital e a Catedral dedicada à Virgem da Assunção, convertendo-a numa das cidades mais importantes da América espanhola. No início do século XVII a cidade sofre a ameaça de piratas e corsários, somado às constantes ameaças de indígenas provenientes do Dárien. Em maio de 1620 a cidade sofre um terremoto do qual resultaram vários mortos e feridos e danos estruturais.

F&F Tower
Em fevereiro de 1644 ocorre o Grande Incêndio, o qual foi provocado e consumiu 83 casas e vários edifícios religiosos, incluindo a Catedral. Em janeiro de 1671, a cidade foi destruída por um incêndio, provocado pelo pirata Henry Morgan, que saqueou e ateou fogo na localidade. O local só foi restabelecido dois anos depois, em janeiro de 1693, em uma península localizada a oito quilômetros da estrutura original. O local onde se localiza a antiga cidade incendiada ainda está em ruínas e é agora uma atração turística popular, conhecida como Panamá Viejo. Uma frota ligava o Puerto de Callao, perto de Lima, com o do Panamá. No século XVIII, decaiu o tráfico marítimo na área. Em 1739, a Tomada de Portobello pelos britânicos desorganizou o movimento comercial. O Panamá passou à jurisdição do Vice-Reinado de Nova Granada, quando este se separou do peruano. Os movimentos nas colônias espanholas na América finalmente afetaram o Panamá, que em novembro de 1821 proclamou a independência. Poucos meses mais tarde, integrou-se à Grande Colômbia de Simon Bolívar, ao lado da Venezuela, Colômbia e Equador, com o nome de Departamento do Istmo. Sediou pouco depois o primeiro Congresso Interamericano, convocado por Bolívar em 1826. 

F&F Tower
Em 1840 houve uma efêmera independência de 13 meses, seguida da reincorporação do território à Colômbia, como Departamento do Panamá. Em 1846, um tratado entre o governo colombiano e os Estados Unidos permitiu a construção da Ferrovia Interoceânica, para a qual se garantiu neutralidade e livre trânsito. O descobrimento de ouro na Califórnia, em 1849, revalorizou o papel do istmo como via de comunicação entre as costas oriental e ocidental nos Estados Unidos. Seis anos mais tarde, inaugurou-se a ferrovia, uma das mais promissoras fontes de divisas do governo colombiano, que o levou a empreender múltiplas e intermináveis negociações para a construção do canal, só iniciada em 1880. A companhia encarregada do vultoso empreendimento, de capital majoritariamente francês, interrompeu os trabalhos em 1889 e, em 1898, a obra foi definitivamente paralisada. Os Estados Unidos entraram então em negociações com a Colômbia e estabeleceu, para concluir a construção, um tratado provisório que nunca chegou a ser ratificado pelo Senado colombiano.

Shopping Albrook
Durante a Segunda Guerra Mundial, a construção de bases militares e a presença de grande quantidade de militares e civis americanos trouxeram novos níveis de prosperidade à cidade. Através dos anos, no entanto, os benefícios dessa presença na área do Canal, significaram uma afronta aos panamenhos, que tiveram seu acesso limitado ao Canal até os anos de 1960. Muitas dessas áreas eram zonas militares acessíveis só ao pessoal americano. No final dos anos 1970 e durante os anos 1980, a cidade se converteu num centro bancário. Em 1989 depois de quase um ano de tensão entre os Estados Unidos e o Panamá, George Bush ordenou uma invasão para defenestrar o líder panamenho, General Manuel Noriega. Como resultado dessa ação chamada Operação Causa Justa, uma parte da comunidade O Chorrillo, que consistia em antigos edifícios de madeira do início do século XX foi destruída pelo fogo. A cidade continua sendo um dos maiores centros bancários do mundo, mas estabeleceu vários controles para o fluxo de dinheiro.

Muita diversão no Shopping Albrook
Falar do Panamá é também falar de história. De forma resumida, podemos dizer que o Panamá conseguiu sua independência da Colômbia com a ajuda dos Estados Unidos, mas, em contrapartida, teve sua soberania comprometida pela presença dos norte-americanos em seu território, tendo que dividir por muitos anos a administração do Canal do Panamá. O setor econômico mais importante é o de serviços, que abrange as atividades financeiras e as rendas obtidas com a Zona de Livre-Comércio de Colón, a exploração do Canal e o registro de navios mercantes. A principal fonte de recursos do Panamá está associada às operações realizadas no Canal do Panamá, cujo controle total passou ao Panamá em 1999. A receita proveniente do Canal representa hoje uma parcela significativa do PIB do país. O Panamá tem a segunda maior economia da América Central, além de ser a economia que mais cresce na América Latina e o maior consumidor per capita da região.

Shopping Albrook
O Panamá é hoje o país mais internacionalizado da América Latina, segundo o Índice de Globalização das Nações Unidas. A moeda oficial se chama Balboa (PAB), mas é equivalente ao Dólar Americano (USD) e o “dinheiro” em circulação é o mesmo dos Estados Unidos – as verdinhas. Nem existem notas de Balboa impressas, apenas moedas. O inglês é falado nas ruas e tem gente de todo o mundo chegando e partindo de seus portos, rodovias e aeroportos. Muita gente nem imagina que Panama City é moderna, cheia de prédios altíssimos (muitos têm mais de 60 andares!!), avenidas largas, shoppings. Curioso é o contraste disso tudo com a parte mais antiga, bagunçada, caótica e mais pobre. Algo comum em grandes cidades, principalmente na América Latina.

Praça de Alimentação do Shopping Albrook
Todo o país é atravessado por cadeias montanhosas. A Serra de Tabasará (Cordilheira Central), a oeste, tem uma altitude média de 1525 metros. Outros sistemas montanhosos são a Cordilheira de San Blas e a Serra do Darién, situadas no interior. No estreito istmo panamenho há cerca de 27 rios, a maioria dos quais nascem nas montanhas. Os rios mais importantes são o Tuira, o Chepo, o Sixaola, o Changuinola, o Chiriquí Viejo, o Santa María e o Chagres. No Golfo do Panamá encontra-se o Arquipélago das Pérolas. A costa caribenha, com cerca de 1160 quilômetros de extensão, é baixa e pantanosa. A oeste ficam a Laguna de Chiriquí, separada do mar pelo Arquipélago de Bocas Del Toro, e o Golfo de Mosquitos; a leste da Ponta Manzanillo ficam o Golfo de San Blas e o Arquipélago das Mulatas. A costa do Pacífico é bem mais recortada, com cerca de 1700 quilômetros de extensão. De oeste a leste, estão o Golfo de Chiriquí, a Península de Azuero e o Golfo do Panamá. São numerosas as ilhas da plataforma continental: Coiba, a maior de todas, Jicarón, Cébaco e, no Golfo do Panamá, as do Arquipélago das Pérolas. O Panamá tem um clima tropical. As precipitações são abundantes, com um índice mais elevado na costa do Caribe que na do Pacífico.

Shopping Albrook
No Panamá a flora é um autêntico paraíso de maravilhosas árvores e plantas que povoam o país, e explodem numa grande festa de cores entre os meses de abril e junho, destacando, acima de tudo, as acácias amarelas e rosadas, a ponciana roxa, a lagerstroemia e o jacarandá púrpura. Entre dezembro e julho florescem buganvílias dos mais diversos tons. Também há orquídeas de variedades diversas e plantas com milhões de folhas de distintas cores, muito abundante em todo o país. No total formam um maravilhoso conjunto com mais de 10 mil variedades distintas. 

Manicure na passarela do Shopping Metro Mall
Quanto à fauna, as selvas panamenhas são reconhecidas mundialmente, por acolher numerosas e magníficas espécies, é o lar de uma abundância de animais e pássaros tropicais, sendo muitos deles endêmicos da região. Entre elas abundam macacos, jaguatiricas, pumas, ocelotes, tatus, porcos do mato, tamanduás, coelhos, cuatás, preguiças, veados, répteis e outros animais nativos do trópico americano. Existem mais de mil espécies distintas de aves, incluindo as migratórias que ficam no Panamá. O quetzal, a arara e a Harpia, que é a Ave Nacional, fazem seus ninhos neste país. O Panamá é também rico em vida marinha, por estar banhado pelos dois Oceanos, o Pacífico e o Atlântico. Abundam em suas águas as lagostas, camarões, amêijoas e distintos peixes como o merlim, peixe vela, peixe espada, atum, bonito, corvina, barracuda, tintorera, sardinha, pargo e o peixe serra, entre outras espécies.

Ônibus decorado nas ruas da Cidade do Panamá
Os principais cultivos são a banana, a cana-de-açúcar, o arroz e o café. Nas planícies plantam-se arroz, cana-de-açúcar e frutas tropicais, nas temperadas são produzidos tomates, batatas e cebolas. O milho é cultivado em quase todas as zonas agrícolas do país. Exportam-se café, açúcar e bananas. A pesca é uma das atividades mais importantes do país. As grandes empresas agrícolas convivem com as pequenas propriedades e lavouras de subsistência. A maior parte da produção agrícola destina-se à exportação e é obtida em fazendas mecanizadas, mas persistem os núcleos de subsistência, que utilizam técnicas tradicionais. A pecuária tem importância nas províncias de Chiriquí, Veraguas e Los Santos, que contam além dos pastos naturais para o gado bovino, com grandes fazendas de suínos. Nos últimos decênios do século XX, a pesca se desenvolveu em todo o litoral, tanto na costa como no alto-mar. São exportados, sobretudo crustáceos.

Ônibus decorado nas ruas da Cidade do Panamá
Os produtos industriais abastecem somente o mercado local. O Panamá produz pequenas quantidades de ouro e explora o sal ao longo da costa do Pacífico. A maior parte dos produtos manufaturados, como o cimento, os cigarros, os sapatos, os vestuários, o sabão, os produtos alimentares e as bebidas alcoólicas, são destinados ao mercado local. Os produtos petroleiros são refinados, sobretudo para a exportação. Apesar do considerável desenvolvimento registrado nas últimas décadas, o setor industrial panamenho é relativamente fraco. Destacam-se a produção de plásticos, as indústrias têxteis, as de confecção de artigos de couro e, as alimentícias: carne, cereais, açúcar e laticínios. Os principais centros industriais são a capital do país e a Zona Franca de Colón, criada em 1953, onde reúnem montadoras de produtos procedentes dos Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental, que são posteriormente exportados para os países das Américas Central e do Sul. Existe petróleo nas plataformas marinhas. No entanto, o subsolo não é rico em jazidas minerais e somente calcário e sal são obtidos em quantidades significativas. A maior parte da energia elétrica provém ainda de usinas termelétricas, mas na segunda metade do século XX foram construídas várias usinas hidrelétricas.

Ônibus decorado nas ruas da Cidade do Panamá
A cidade tem vários parques e áreas verdes, que também são atrações para seus cidadãos e turistas. Os mais notáveis são o Parque Recreativo Omar Torrijos e o Parque Natural Metropolitano do Panamá. O Parque Recreativo Omar Torrijos, conhecido como Omar Park, está localizado no centro da metrópole. O Parque dispõe de instalações para uso público, tais como ginásio, piscina, quadras de tênis, beisebol, basquete e futebol, um auditório ao ar livre, sala de reuniões e biblioteca. Este é um lugar onde diferentes atividades ocorrem, sejam elas culturais, religiosas ou de outros assuntos. O percurso ao longo de seu perímetro é de cerca de cinco quilômetros. O Parque Recreativo Omar Torrijos é o mais visitado do país, como atração natural e espaço de recreação na cidade do Panamá.

Ônibus decorado nas ruas da Cidade do Panamá
O Parque Natural Metropolitano do Panamá tem uma área de 232 hectares. Está localizado em Ancon e é uma área protegida que está dentro dos limites da Cidade do Panamá. Seu objetivo é preservar uma área natural para ajudar a manter o equilíbrio entre o ambiente natural e habitat humano, ao mesmo tempo proteger a biodiversidade, proporcionando um habitat adequado para as espécies que exigem grandes territórios. Além destes dois, há outros parques na cidade, como o Parque Nacional El Caminos de Cruces, localizado a 15 quilômetros ao norte, criado em 1992 e com uma área de 4.590 hectares, e o Parque Nacional Soberania, localizado perto das margens do Canal do Panamá, com uma área de 19.341 hectares de floresta tropical, abrigando mais de 1300 animais e 100 espécies de plantas.

Ônibus decorado nas ruas da Cidade do Panamá
Turismo na República do Panamá cresceu nos últimos anos, graças, em parte, ao governo oferecer desconto de impostos e preços a visitantes e aposentados estrangeiros. Esses incentivos financeiros levaram o Panamá a ser conhecido como um bom lugar para se aposentar, sendo um dos destinos que mais recebe aposentados americanos e europeus. A maioria dos europeus que visitaram o Panamá é de espanhóis, italianos, franceses, britânicos e alemães. A Europa se tornou um dos mercados chave para promover o Panamá como destino de turismo. A cultura do Panamá é uma mescla das tradições espanholas, africanas, ameríndias e estadunidenses.