Mostrando postagens com marcador Rio Tibre. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rio Tibre. Mostrar todas as postagens

domingo, 31 de janeiro de 2016

Roma - Castel Sant'Angelo

Castel Sant'Angelo
Mais um dia em Roma e desta vez visitando o Castel Sant'Angelo. Existem poucos lugares no mundo onde você pode ter o privilégio de entrar em uma construção de 2.000 anos que evoluiu com o tempo e representa um pouco da história da cidade onde está inserido. O  Castel Sant'Angelo é um desses lugares. Imaginem que todos os outros monumentos desta mesma época foram reduzidos a apenas ruínas, mas o Castelo atravessou muitas fases e transformações e resistiu bravamente quase intacto. O Castel Sant'Angelo também conhecido como Mausoléu de Adriano, localiza-se na margem direita do Rio Tibre, diante da Ponte de Sant’Angelo. Nessa Ponte é onde estão 12 estátuas de anjos esculpidas por Bernini. A riqueza de detalhes é impressionante. Vale a pena conferir.

Castel Sant'Angelo e o Rio Tibre

Castel Sant'Angelo e Ponte Sant'Angelo

Castel Sant'Angelo

Muralhas do Castel Sant'Angelo
Sua primitiva estrutura foi iniciada no ano 135 pelo Imperador Adriano como um Mausoléu pessoal e familiar (Tumbas de Adriano), concluído por Antonino Pio em 139. Dizem que Adriano se inspirou no Mausoléu de Augusto para a sua construção. O monumento em travertino era adornado por uma quadriga em bronze, conduzida por Adriano. Em pouco tempo, entretanto, a sua função foi alterada, sendo utilizado como edifício militar. O Imperador Aureliano decidiu cercar a cidade de Roma com uma muralha de aproximadamente 18 quilômetros de extensão, para proteger Roma dos ataques das tropas germânicas. E incorporou o Castel Sant'Angelo como parte dessa muralha, aproveitando para fortalecer o seu entorno. Nessa qualidade, passou a integrar a Muralha Aureliana em 403. A fortificação em torno do Castelo foi ampliada pelo Imperador Honorius, tornando-o o lugar mais seguro e protegido de Roma. Assim, assumiu com louvor seu novo papel e serviu de fortaleza durante muitas guerrilhas e conflitos pelos quais passou Roma durante séculos.

Castel Sant'Angelo

Castel Sant'Angelo

Entrada do Castel Sant'Angelo

Arcanjo São Miguel
Diz a lenda que o nome do Castel Sant'Angelo seria uma referência ao Arcanjo São Miguel e teria como protagonista a Roma do século VII e  Gregório I, que foi Papa entre 590 e 604. Naquela época a cidade vivia um período de anarquia e carestia, onde poucos cidadãos comandavam aquela que tinha sido a capital do mundo; e para complicar ainda mais a situação a população estava sendo dizimada pela peste. Para invocar a misericórdia divina, o Papa Gregório organiza uma procissão de três dias com toda a população da cidade. Após passar por mortos e doentes, na altura do Mausoléu de Adriano, os romanos notam no céu violeta a figura luminosa de um anjo com uma espada nas mãos. É dia 29 de agosto de 590. A partir daquela noite a peste desaparece e o Mausoléu de Adriano ganha o nome de Castelo do Santo Anjo.

Mausoléu de Adriano
Em 1277 foi construído um corredor fortificado de 800 metros de comprimento (Passeto di Borgo) que conectava o Castelo com a Cidade do Vaticano para que o Papa pudesse escapar ileso caso estivesse em perigo que ainda pode ser utilizada e visitada com guias. Os anos passam, muita história acontece e em 1367 o Castelo passa a abrigar o tesouro do Vaticano, servindo também como residência papal. O Papa Nicolau V foi o primeiro a se mudar para o Castelo. Durante os assédios ocorridos em Roma em 1527, o Papa Clemente VII utilizou a fortaleza como refúgio. Cada novo Papa pedia para um artista da época reformas e expansões das construções. Era uma época de Papas de famílias muito poderosas, que a gente reconhece facilmente dos livros de história: Medici, Borgia, Farnese, Orsini… Quando se transformou em uma fortaleza com o objetivo de defender Roma dos ataques, foram também adicionados os quatro ângulos de defesa (Bastioni). Serviu também como prisão para muitos patriotas, na época dos movimentos de unificação da Itália ocorridos no século XIX. De seu terraço superior, tem-se uma magnífica vista do Rio Tibre, dos prédios da cidade e até mesmo do domo superior da Basílica de São Pedro. O Castel Sant'Angelo foi usado por Giacomo Puccini como cenário do último Ato (Ato III) de sua grande ópera "Tosca".

Mausoléu de Adriano

Armas utilizadas na defesa do Castelo
A Ponte que cruza o Tibre até o Castelo também foi construída pelo Imperador Adriano e mudou de nome na época do Papa Gregório I. Porém, antes de exibir belas esculturas, eram corpos de prisioneiros executados que ficavam expostos ali. Foi só lá por 1535, que o Papa Clemente VII instituiu um imposto para a construção de estátuas dos apóstolos Pedro e Paulo. Depois, vieram as esculturas dos quatro patriarcas: Adão, Noé, Abraão e Moisés. Em 1669, o Papa Clemente IX encomendou de Bernini novas esculturas para decorar a Ponte, representando a Paixão de Cristo. Uma curiosidade é que apesar de Bernini ter desenhado e participado do processo, ele não fez de fato nenhuma das 12 esculturas que está lá hoje: foram todas feitas por seus discípulos. As duas esculturas que Bernini fez de fato foram expostas na Igreja Sant’Andrea delle Frate.



De planta circular, o seu desenho renascentista influenciou o traçado do Forte do Mar em Portugal, e o do Forte de São Marcelo, no Brasil. Ao todo, o Castelo possui cinco andares aos quais se podem ter acesso através de uma rampa em espiral que leva primeiramente à Câmara das Cinzas e posteriormente às celas onde permaneceram presos alguns personagens históricos - alguns deles famosos, como Arnaldo de Brescia e Benvenuto Cellini. Avançando para a parte superior do Castelo é possível visitar diferentes estâncias que funcionaram como residência papal, decoradas com frescos da época renascentista e perfeitamente conservados, além das extensas coleções de armas. No último pavimento, o visitante desfruta de uma das mais belas vistas de Roma. Lá do alto do Castel Sant'Angelo de um lado, dá para ver o sol se pôr atrás do Vaticano, do outro está o Rio Tibre e lá no fundo outras grandes atrações e construções imponentes em Roma.

Ponte Sant'Angelo e as esculturas de anjos

Ponte Sant'Angelo

Ponte Sant'Angelo
Atualmente, o Mausoléu de Adriano é um museu no qual pode se visitar suas 58 salas recheadas de história, abrigando coleções de pinturas, mobiliários e acessórios. Uma pena não poder tirar foto nas salas de exposição. A sensação era de estar num lugar cheio de histórias, porém sombrio. Como não podia deixar de ser, devido a sua origem, seu interior é escuro e nos dá a nítida sensação de Mausoléu mesmo. Um passeio pelo seu interior representa uma viagem no tempo, mesmo numa cidade histórica como Roma. Existem diversas alas e seções que você poderá visitar no interior do Castel Sant'Angelo: de afrescos a móveis de época (que mesmo que não sejam originais, servem para dar uma ideia do estilo de antigas alas como o Apartamento Particular de Paolo III) até prisões históricas.

Muralhas do Castel Sant'Angelo

Muralhas do Castel Sant'Angelo

Peças do Museu
São sete níveis de visita, desde os subsolos até o terraço. Isso quer dizer que boa parte da história do Castelo ainda pode ser vista. Nos subsolos fica a área reservada para a Tumba de Adriano e nos andares seguintes encontram-se uma mistura de prisão com os quartos luxuosos papais e várias das ruínas de achados arqueológicos, esculturas etc. Dá até para ver a entrada da passagem “secreta” para o Vaticano. Embora muitas das riquezas dos tempos áureos do Castel Sant'Angelo tenham se perdido no tempo ou nas batalhas que o prédio já viveu, caminhar por lá ainda é de impressionar. As muralhas que circundam o prédio estão muito bem preservadas e é possível dar a volta completa na fortaleza, vendo a cidade de Roma e o Vaticano num giro de 360 graus.

Roma vista do Castel Sant'Angelo

Vaticano visto do Castel Sant'Angelo


Ponte Sant'Angelo
Primeira regra sobre o Castel Sant'Angelo: não vá numa segunda-feira. É que o lugar não abre e você corre o risco de ficar estupidamente parado na porta porque você não pode entrar. Se você viaja com bebê, vale a pena saber que você não poderá fazer a visita com carrinho e a visita inclui muitos degraus e subida, por isso espero que você tenha um bom preparo físico!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Roma - Campo Dei Fiori

Campo Dei Fiori
Nos finais de tarde de verão, com seus casarões dourados pela luz do sol, a Piazza Campo Dei Fiori se torna absolutamente irresistível. Ainda mais sabendo que alguns dos bares mais aconchegantes da cidade estão aqui, prontos para abastecerem a clientela – jovem, em sua maioria – com taças de vinho ou copos de cerveja gelada, na happy hour – que eles chamam de “aperitivo”. Campo dei Fiori (Campo de Flores) é uma pequena Piazza que passaria despercebida pelos turistas se não fosse por um detalhe: de segunda a sábado acontece ali a maior feira aberta de Roma. São comidinhas, flores, souvenires, massas e diversas outras coisas para comprar e trazer para o Brasil. Sim, as barraquinhas já são meio turísticas, com preços não tão baratos, mas ainda assim é mais autêntico do que comprar em uma loja de souvenires, além de que há coisinhas muito fofas que são ótimos presentes, como massas de vários sabores e produtos feitos à base de trufa. 

Estátua de Giordano Bruno
no Campo Dei Fiori
O lugar recebeu esse nome provavelmente porque durante muitos séculos a região permaneceu abandonada, inabitada. Pois é conhecido que a região frequentemente era atingida pelas cheias do Rio Tibre. Assim, durante muito tempo, quem passava por lá não via mais do que um campo de flores. A primeira construção na região na verdade foi uma igrejinha, que hoje em dia nem está mais no quadrado que forma o Campo dei Fiori. Mais tarde, a Família Orsini (uma dinastia italiana) se estabeleceu ali por volta do século XIII, e construiu o seu palácio. A Piazza, tal como ela é hoje, começou a tomar forma por volta do século XV, por ordem do Papa Calixto III. Depois da remodelação da região e da construção de vários edifícios importantes, foi construído o Palazzo della Cancelleria, que deu ares importantes ao lugar. O Campo dei Fiori se transformou em um lugar muito próspero, repleto de oficinas artesanais e albergues, e havia mercado de cavalos duas vezes por semana. Durante o período medieval, personalidades como nobres, cardeais e  comerciantes circulavam por ali. Mais tarde, a região já valorizada, foi pavimentada, ajudando na sua expansão e desenvolvimento. 

Estátua de Giordano Bruno no Campo Dei Fiori
No Renascimento, a Piazza era repleta de hotéis, pousadas e restaurantes e muitos deles pertenciam à Giovanna Cattanei (conhecida como Vannozza), uma cortesã e, pasmem, amante do Papa Alexandre VI. Bem na esquina da Piazza com a Via Del Gallo se encontra o prédio onde nasceu a terrível Lucrécia Borja, uma das filhas do próprio Alexandre VI. Uma parte do que hoje é a Piazza Farnese (a praça tranquila coladinha com o Campo dei Fiori) já fez parte do Campo dei Fiori. Olhando bem, em volta, percebe-se que a arquitetura é irregular. Os casebres e casarões nunca foram formalizados pelas leis municipais, crescendo desordenadamente, de modo que o visitante não vai ver uma continuidade entre os edifícios que circundam o Campo dei Fiori.

Estátua de Giordano Bruno no Campo Dei Fiori
Durante muitos séculos, apesar do nome bonitinho, o local foi usado para execuções públicas. O mais famoso a ser executado ali foi exatamente Giordano Bruno, que foi perseguido pela Inquisição por defender o sistema copernicano em que a Terra se move em torno do Sol. As ideias de Bruno foram consideradas perigosas e ele foi executado na fogueira, bem ali, no ano de 1600. Sua estátua que foi erguida em 1887, pelo escultor Ettore Ferrari, foi colocada ali, com a face soturna voltada para o Vaticano. Giordano Bruno é representado então como uma espécie de mártir dos livres pensadores, que morreu por defender suas ideais e pagou um preço caro por falar o que acreditava. Saibam que esse assunto é  coisa séria para os italianos, que incluíram a liberdade de manifestar o próprio pensamento na própria Constituição. Campo Dei Fiori foi a Piazza na qual foi exibida a sentença que condenou o pintor Caravaggio depois que ele assassinou um adversário. Antigamente, no lugar do monumento existia uma fonte que, na década de 1920, foi deslocada e ainda  se encontra na Piazza della Chiesa Nuova.

Palazzo della Cancelleria
Uma das coisas que você vai perceber é a ausência de qualquer sinal religioso nesta Piazza, numa terra onde você se depara com uma igrejinha em qualquer esquina, o que mais impressiona neste quadrado que forma a Piazza Campo dei Fiori é a ausência absoluta de qualquer edifício religioso. Em compensação tem diversos restaurantezinhos ao redor, ideal para uma pausa para o vinho. Fica ao leste do Rio Tibre no Rione Parione. Em 1869 o antigo mercado de flores da Piazza Navona foi transferido para o Campo dei Fiori. O Campo dei Fiori é um dos lugares agradáveis de Roma a serem explorados a pé ou por quem apenas deseja uma pausa entre um passeio e outro. No meio de tanta história que encontramos em Roma, Campo dei Fiori é um passeio que nos traz de volta ao presente, aos italianos simpáticos e galanteadores, ao colorido das barracas. O Campo dei Fiori fica a cerca de 25 minutos de caminhada do Coliseu. Uma corrida de táxi das proximidades do Pantheon até o local também não sai cara.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Tour pela Europa I - Roma

Roma e o Rio Tibre
Com o fim da estadia em Lisboa, era hora de partirem para o próximo destino, Roma, na Itália. A ida para Roma não foi direto. Como o pacote de viagens de trem dava direito ao trajeto em cinco países pelo mesmo preço, viajaram de volta para Madri, para de lá partirem para Roma. Assim sairia mais barato do que ir de Lisboa direto para Roma. Embarcaram na Estação Lisboa Oriente em direção a Madri. Uma noite inteira de viagem. Desembarcaram na Estación Madrid Chamartin. De lá foram para o Aeropuerto Madrid-Barajas e pegaram um voo da Alitalia para Roma. Depois de duas horas e meia de viagem, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Roma – Leonardo da Vinci, também conhecido como Fiumicino. Como quase tudo na Itália é uma bagunça (parecido com o Brasil), a companhia aérea extraviou as bagagens, surpresa desagradável. Depois do procedimento de reclamação de perda de bagagem, receberam de “cortesia” um kit básico de higiene, uma camiseta e a garantia de que a bagagem extraviada seria entregue no albergue até a noite.

Roma

Via Degli Scipioni
Então não tinham mais nada a fazer senão rumarem para o check-in no albergue. Como o Aeroporto fica um pouco distante do Centro Histórico de Roma (35 quilômetros), foram de taxi. Ao pagarem a corrida, mais uma surpresa desagradável. Os meninos foram roubados pelo motorista. O “ordinário” não quis devolver o troco do valor pago pela corrida e começou um escândalo danado (imaginem um italiano gesticulando e falando aos berros, pois é). Desistiram de argumentar com o “fulano” e foram para o Legends Hostel. Pelo que ficamos sabendo, isso é comum entre os taxistas na cidade, então cuidado. O albergue fica a cinco minutos a pé da Estação de Trem e Metrô Termini de Roma, próximo de todos os pontos turísticos do Centro Histórico. Com os dois aborrecimentos sofridos (extravio da bagagem e taxista desonesto) chegaram um pouco tarde no albergue, então não deu para fazer muita coisa no primeiro dia, ficaram por perto mesmo. Como prometido, a companhia aérea entregou a bagagem no albergue, no mesmo dia.

Via Degli Scipioni

Palazzo Quirinale
Roma é uma cidade ocupada por história e mitologia. Fontes, palacetes e templos aparecem a cada curva; os prédios mais novinhos que você verá terão pelo menos 150 anos. Juntinho ao centro da cidade, ruínas imperiais desafiam a sua imaginação. Para dar conta de tudo isso você precisa de tempo e preparo físico. Destrinchar Roma requer agenda e disposição para “bater perna” e “comer poeira”. Em Roma, faça como os forasteiros: leve uma garrafinha e encha de graça nas bicas que há na cidade inteira. Antes de explorar a “Cidade Eterna”, saiba que suas principais atrações históricas e artísticas se encontram a céu aberto. Roma é uma das cidades mais fascinantes do mundo, goste você de história ou não. A cada esquina, um monumento com séculos de existência impressiona até o mais tarimbado dos viajantes.

Palazzo della Farnesina
Vamos falar um pouco sobre Roma. Roma é uma cidade e uma Comuna especial da Itália. É a capital do país, da Província de Roma (nona maior da Itália em área) e da Região do Lácio. É a maior cidade italiana e a quarta cidade mais populosa da União Europeia. A cidade está localizada na porção centro-ocidental da Península Itálica, cortada pelo Rio Tibre, dentro do Lácio. Roma é a única cidade no mundo que tem em seu interior um país inteiro, o enclave do Vaticano. A sede da Comuna é o Palazzo Senatorio no Monte Capitolino, a sede histórica do governo da cidade. A administração local em Roma é comumente referida como "Campidoglio", o nome italiano da colina. As residências oficiais do Presidente da República Italiana e do Primeiro-Ministro, as sedes de ambas as casas do Parlamento Italiano e do Tribunal Constitucional Italiano estão localizadas no Centro Histórico da cidade. Os ministérios estão espalhados por toda a cidade, como o Ministério das Relações Exteriores, que está localizado no Palazzo della Farnesina, perto do Estádio Olímpico.

Palazzo della Farnesina

Estádio Olímpico
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da Antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola. Sua história abrange mais de 2.500 anos, desde a sua fundação lendária em 753 a.C. por Rômulo e o seu irmão Remo. Rômulo e Remo envolveram-se numa luta e Rômulo acabou por assassinar o seu irmão Remo. De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveu na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). 

Estádio Olímpico

Palazzo Pamphilij
(Embaixada do Brasil em Roma)
No começo foi governada por reis, mas, novamente de acordo com a tradição, tornou-se uma República em 509 a.C. A cidade cresceu e, no final da República, Roma era a capital de um vasto império em volta do Mar Mediterrâneo. Seus aquedutos transportavam mais de um milhão de metros cúbicos de água, mais água do que chega à Roma moderna. Na época do Imperador Augusto, Roma era a maior cidade do mundo. Após a queda do Império Romano do Ocidente, a população da cidade caiu drasticamente. Quando o Reino da Itália anexou Roma em 1870, a população aumentou rapidamente até às vésperas da Primeira Guerra Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento continuou ajudado por um boom econômico pós-guerra. O bom desempenho da construção civil também criou um grande número de bairros durante os anos 1950 e 1960.

Palazzo Pamphilij (Embaixada do Brasil em Roma)

Roma é uma das mais antigas cidades continuamente ocupadas na Europa e é conhecida como “A Cidade Eterna”, uma ideia expressa por poetas escritores da Roma Antiga. No mundo antigo, foi sucessivamente a capital do Reino de Roma, da República Romana e do Império Romano e é considerada um dos berços da civilização ocidental. Desde o século I, a cidade é a sede do papado e no século VIII a cidade tornou-se a capital dos Estados Pontifícios, que duraram até 1870. Em 1871, Roma se tornou a capital do Reino da Itália e em 1946 da República Italiana. A versão atual da Basílica de São Pedro foi construída e a Capela Sistina foi pintada por Michelangelo.

Rio Tibre
A capital italiana contém uma coleção vasta e impressionante de arte, esculturas, fontes, mosaicos, afrescos e pinturas de vários períodos históricos diferentes. A cidade tornou-se pela primeira vez um grande centro artístico durante a Roma Antiga, com formas de arte romana importantes como arquitetura, pintura, escultura e trabalho em mosaico. Roma tornou-se mais tarde um grande centro de arte do Renascimento, uma vez que os papas Alexandre VI e Leão X investiram grandes somas de dinheiro na construção de grandiosas basílicas, palácios, praças e edifícios públicos em geral. Roma tornou-se um dos principais centros europeus de arte renascentista, perdendo apenas para Florença e capaz de se comparar a outras grandes cidades e centros culturais, como Paris e Veneza. A cidade foi muito afetada pelo estilo barroco e Roma se tornou o lar de numerosos artistas e arquitetos, como Bernini, Caravaggio, Carracci, Borromini e Cortona, entre outros. No final do século XVIII e início do século XIX, a cidade foi um dos centros do Grand Tour, quando ingleses jovens e ricos, além de outros aristocratas europeus, visitaram a cidade para conhecer a antiga cultura, arte, filosofia e arquitetura romana. Roma foi a casa de muitos artistas neoclássicos e rococó, como Pannini e Bernardo Bellotto. Hoje, a cidade é um importante centro artístico, com vários institutos de arte e museus. 

Ponte de Santo Ângelo no Rio Tibre

Piazza Navona
Por ser capital italiana, Roma hospeda todas as principais instituições do país, como a Presidência da República, o governo, o Parlamento, os principais judiciais e os representantes diplomáticos de todos os países para os Estados da Itália e do Vaticano (curiosamente, Roma também abriga, na parte italiana do seu território, a Embaixada da Itália para a Cidade do Vaticano, um caso único de uma embaixada dentro dos limites de seu próprio país). Muitas instituições internacionais estão localizadas em Roma, principalmente as culturais e científicas, como o Instituto Norte-Americano, a Escola Britânica, a Academia Francesa, os Institutos Escandinavos, o Instituto Arqueológico Alemão, além de agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU), como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Roma, também abriga as principais organizações políticas e culturais internacionais e mundiais, como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Programa Alimentar Mundial (PAM), o Colégio de Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração dos Bens Culturais (ICCROM). 

Piazza Farnese
Roma é atualmente uma cidade beta +, junto com Berlim, Estocolmo, Atenas, Praga, Montreal e Vancouver. Em 2007, Roma foi a 11ª cidade mais visitada do mundo, a terceira mais visitada da União Europeia e a atração turística mais popular na Itália. A cidade tem uma das melhores “marcas” da Europa, tanto em reputação quanto em patrimônio. O seu Centro Histórico é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial. Monumentos e museus tais como os Museus Vaticanos e o Coliseu estão entre os destinos turísticos mais visitados do mundo, sendo que ambos os locais recebem milhões de turistas por ano. Roma também sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1960. Além disso, Roma foi classificada como a 15ª cidade do mundo por importância global, principalmente por sua experiência cultural.

Ruas do Centro Histórico
Se Roma fosse um país, seria a 52ª nação mais rica do mundo pelo PIB, próximo ao tamanho da economia do Egito. Embora a economia romana seja caracterizada pela ausência de indústria pesada e seja amplamente dominada pelo setor de serviços, empresas de alta tecnologia (como informática, aeroespacial, defesa e telecomunicações), centros de pesquisa e desenvolvimento, construção civil, atividades comerciais (especialmente o setor bancário) e o desenvolvimento de uma enorme indústria de turismo são áreas muito dinâmicas e extremamente importantes para a economia da cidade. O Aeroporto Internacional de Roma, Fiumicino, é o maior da Itália e a cidade abriga a sede da grande maioria das grandes empresas italianas.

Ruas do Centro Histórico
Roma também é amplamente reconhecida como uma das capitais mundiais da moda. Apesar de não ser tão importante como Milão, Roma é o quarto centro de moda mais importante do mundo, após Milão, Nova York e Paris, acima de Londres. As principais casas de moda de luxo e redes de joalherias, como Bulgari, Fendi, Laura Biagiotti e Brioni, estão sediadas ou foram fundadas na cidade. Além disso, outras marcas grandes, como Chanel, Prada, Dolce & Gabbana, Armani e Versace tem boutiques de luxo na cidade, principalmente ao longo da famosa Via Condotti. Roma perdeu o império, mas não a majestade. Com a sua imensa bagagem cultural, é um dos grandes polos de atração turística internacional. Mas não somente do passado vive a Cidade Eterna. É, ainda, um grande centro de referência que se estende da moda à culinária.

Ruas do Centro Histórico



Assim, não somente pelo fato de ter constituído um grande império se orgulha o romano de sua cidade, assim como não somente para se embevecer com a Roma Antiga afluem para lá cidadãos de todo o mundo (como se, ainda hoje, todos os caminhos para lá convergissem), mas também pela dinâmica programação de eventos. Em certos períodos do ano, são realizados grandes festivais que atraem milhares de pessoas, principalmente jovens. Destacam-se: Festival da Europa de Roma, Festival Romics, Festival de Jazz de Roma, Verões Romanos, Festival de Literatura, Noites Brancas. Devido à sua história milenar, são associados vários símbolos a Roma: o Coliseu, a Lupa Capitolina, os símbolos do cristianismo. As cores da cidade são o dourado e o vermelho, representando, respectivamente, o cristianismo e o Império Romano. Roma é caracterizada por seu clima mediterrânico, com invernos suaves e úmidos e verões quentes e secos. Nos meses mais quentes, julho e agosto, a temperatura média é de 30°C durante o dia e 18°C à noite. Imaginem o calorão que fez em julho.

Piazza Designacion
Roma é um péssimo lugar para dirigir. Não só as ruas são estreitas, mas o trânsito é caótico. Dentro do Centro Histórico opte por fazer tudo a pé. Além de ser muito agradável, você, a cada esquina, terá uma surpresa com ótimos cafés, restaurantes e pracinhas. Transporte público, só para cobrir distâncias maiores. Táxi é uma opção para saídas noturnas ou quando é preciso fazer algo com rapidez. É um meio de transporte mais caro, mas conveniente. Eles funcionam com uma bandeirada inicial, costumam fazer todos aqueles truques para enganar turistas (rotas mais longas, troco errado, etc.) e podem ser pegos em paradas próprias que você encontrará em praças do Centro.

Museo Delle Cere di Roma
De acordo com as últimas estatísticas, quase 10% da população romana é composta por não italianos. Cerca de metade da população imigrante é constituída por pessoas de várias outras origens europeias (principalmente romenos, poloneses, ucranianos e albaneses). Os restantes são imigrantes não europeus, principalmente filipinos, bangladechianos, peruanos e chineses. Também devido à sua longa história, e dada a sua importância, Roma sempre teve uma população diversa, caracterizada pelos diversos fluxos migratórios. Assim, costuma-se dizer que um “verdadeiro romano” é aquele cuja família viveu em Roma pelo menos durante sete gerações.