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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Roma - Monte Palatino

Templo de Vênus e de Roma nas Ruínas do Palatino
Quem visita o Coliseu, geralmente também aproveita para conhecer as ruínas do Fórum Romano e do Palatino. Toda essa área arqueológica está incluída no mesmo bilhete, que é válido por dois dias consecutivos, com direito a entrar em uma atração somente uma vez. Não é obrigado visitar o Coliseu antes. Mas visitar primeiro o Fórum Romano e o Palatino, e utilizar as suas bilheterias, pode ser um bom truque para depois “saltar” a enorme fila do Coliseu. Depois de passar pelo Arco de Constantino, e percorrer a Via Sacra, a rua de pedras com antiga pavimentação romana, chegamos aos Fóruns Romanos que nos recepcionam com o enorme e imponente Arco de Tito. Tito Flavio Vespasiano foi um dos três imperadores em cuja dinastia foi construído o Coliseu.

Ruínas do Palatino e o Arco de Tito ao fundo
Roma é um local de grandiosas construções – mas também, de muitas belezas naturais. O Monte Palatino é a mais central e conhecida das Sete Colinas de Roma, mas, ao contrário do Capitólio e do Aventino, é vizinho do Rio Tibre, mas não está adjacente a ele. Ele tem uma elevação de 40 metros acima do Fórum Romano, para o qual tem vista em um dos seus lados. De outro, domina o vale ocupado pelo Circo Máximo (uma antiga arena para entretenimento). O Monte apresenta dois cumes distintos separados por uma elevação: o cume central, mais alto, era conhecido como Palatium e o outro, que fica perto da encosta de frente para o Fórum Boário e o Tibre, era chamado de Germalus. Antigamente, o Palatino estava ligado ao Esquilino por meio da elevação do Monte Vélia, nivelada quando foi construída a Via Dei Fori Imperiali na década de 1930.

Templo de Vênus e de Roma nas Ruínas do Palatino
Segundo a mitologia romana, Rômulo e Remo, abandonados pelo tio, foram amamentados por uma loba chamada Luperca, numa gruta do Palatino. Segundo esta lenda, o pastor Fáustulo encontrou os dois e, juntamente com sua esposa, Aca Larência, adotou os irmãos. Quando Rômulo, já adulto, decidiu fundar uma nova cidade, escolheu o Palatino. Roma tem suas origens no Monte Palatino e escavações comprovaram que pessoas já viviam no local desde o século X a.C. Arqueólogos que escavavam as ruínas do Palácio de Augusto encontraram uma caverna sob suas ruínas, possivelmente o Lupercal. Embora ela estivesse parcialmente destruída e soterrada, foi possível estimar que tivesse oito metros de altura e sete metros de comprimento, escondida a 16 metros dentro da rocha. O local era decorado com conchas e mosaicos de mármore colorido, e por esse motivo acredita-se que os romanos transformaram a caverna em que Rômulo e Remo foram encontrados em um santuário. Foi descoberta uma pequena vila de poucos habitantes circundada por paliçadas de onde era possível controlar o curso do Rio Tibre. Deste primeiro aglomerado se formou a chamada “Roma Quadrada”, que tem esse nome por causa da forma romboide dos cumes das colinas que a delimitaram. O Palatino também era o centro de cultos, como por exemplo, para Cibele, a personificação da terra fértil, uma deusa ambivalente que simboliza a força criativa e destrutiva da natureza.

Ruínas do Palatino vistas do Arco de Constantino
Segundo Lívio, depois da imigração dos Sabinos e Albanos para Roma, os romanos originais viviam no Palatino. Durante o Período Republicano, o Palatino foi sede de vários cultos da antiga religião romana. Particularmente importantes eram os cultos de Magna Mater (Cibele), importado da Ásia Menor na época da Segunda Guerra Púnica, o de Apolo e o de Vesta. Os santuários dos três foram construídos por Augusto perto de sua própria residência: Templo de Magna Mater, Templo de Apolo Palatino e Templo de Vesta. Ainda durante o Período Republicano, o Palatino abrigou a residência de vários importantes membros da aristocracia romana, incluindo Marco Valério Voluso, Cônsul em 505 a.C., Cneu Otávio, cônsul em 165 a.C. e ancestral de Augusto, Tibério Semprônio Graco, cônsul em 177 a.C. e pai dos dois famosos tribunos da plebe Tibério e Caio, Marco Fúlvio Flaco, cônsul em 125 a.C., Marco Lívio Druso, tribuno da plebe em 91 a.C., Cícero e seu irmão Quinto, Tito Ânio Milão, amigo de Cícero e assassino de Clódio, que possivelmente também vivia no Palatino, Quinto Hortênsio Hórtalo, orador cuja casa foi comprada por Augusto, o triunvirato Marco Antônio e Tibério Cláudio Nero, pai biológico do Imperador Tibério. Dentre tantas casas republicanas, foram recuperados restos apenas de algumas sob o Palácio Flávio, entre as quais a Casa dos Grifos e a Aula Isíaca, decoradas com importantes afrescos. 

Ruínas do Palatino e a Via Sacra
Contudo, o evento fundamental na história do Palatino foi o fato de Augusto, que nasceu no Palatino, ter escolhido o local como residência, comprando primeiro a casa de Hórtalo e depois ampliando a propriedade anexando outras vizinhas: a Casa de Augusto ficava no ângulo sudoeste da Colina e a Casa de Lívia, sua esposa, ficava ao lado. A partir de então, passou a ser natural que os outros imperadores também residissem no Palatino. Um depois do outro, os Palácios Imperiais de Tibério (Palácio Tiberiano, ampliado por Calígula), de Nero (Palácio Transitório e uma parte da Casa Dourada), dos Flávios (Palácio Flávio e o Palácio Augustano) e de Septimius Severo (Palácio Severiano e o Septizódio), foram construídos no Palatino.

Ruínas do Palatino e a Via Dei Fori Imperiali
Entre 375 e 379, os restos mortais de São Cesário, diácono e mártir de Terracina, foram transladados, com a ajuda do Papa Dâmaso I, possivelmente para um recinto no Palácio Augustano onde ficava a Villa Mills, hoje destruída. No interior do Palácio foi então construído um oratório chamado San Cesareo in Palatio, o primeiro local de culto cristão oficial construído no Palatino. A obra foi sinal óbvio da conversão dos imperadores romanos ao cristianismo, pois ele substituiu o larário doméstico dos antigos imperadores pagãos e assumiu a função de uma verdadeira capela palatina. Ali eram depositadas as imagens que os novos imperadores romanos, eleitos em Constantinopla enviavam a Roma (e também para as demais cidades do Império). No final do Período Imperial, o Monte Palatino estava completamente tomado por um único complexo de edifícios e jardins imperiais de uso exclusivo dos imperadores e de sua corte. A partir de então, a palavra “palatium” passou a indicar também o “palácio” por excelência, primeiro para indicar a residência imperial e depois, através de todas as línguas europeias, as residências de reis e monarcas.

Arco de Constantino e no alto a
 Chiesa San Bonaventura al Palatino
Do século XVI em diante, o Monte Palatino passou a ser propriedade da Família Farnese e foi ocupado pelos chamados “Jardins Farnesinos”, hoje conservados parcialmente sobre os restos do Palácio Tiberiano. Os Jardins Farnesinos são um dos primeiros Jardins Botânicos da história da Europa. No cume da Colina, entre o Palácio Flávio e o Augustano, foi instalada uma vila no final do século XVI conhecida como Villa Stati Mattei, adquirida por volta de 1830 pelo escocês Charles Mills, que criou no local uma incrível vila neogótica. No final do século XIX, um convento foi construído na Villa, demolido a partir de 1928 para permitir as escavações no local. No único edifício remanescente foi criado o Antiquário do Palatino, que expõe para os visitantes, descobertas relativas ao Palatino

Domus Flávia no Monte Palatino
O Monte abriga uma bela mistura de ruínas e verde, e para visitá-lo por completo é preciso ter tempo. Lá o visitante encontra atrações imperdíveis, como o Museu Palatino, com vários objetos das tumbas da Idade do Ferro e obras de arte dos edifícios imperiais estão expostos entre os monumentos. As obras mais importantes são as pinturas decorativas na Sala de Leitura Isiaca, a Casa de Lívia (residência do Imperador Augusto), entre várias outras. O local é hoje um grande museu ao ar livre, visitado durante o dia. Há algumas placas dizendo o que é cada ruína, mas é muito difícil de entender ou imaginar aquele lugar. Para entrar na Casa de Augusto há uma fila, que demora, porque só podem entrar poucas pessoas por vez. Mas vale muito a pena. Ali estão os afrescos pintados por volta de 30 a.C. que estão muito bem preservados. A casa é bem simples e ali morava Augusto antes de se tornar Imperador.

No Palatino existem bem menos ruínas que no Fórum Romano, e talvez por isso seja bem mais fáceis de visitar que as do Fórum Romano. Elas estão mais espalhadas e são consideravelmente enormes – a maioria era grandes palácios, lembra? E o Palatino tem outra coisa excelente: mirantes com vistas lindas de Roma. Existem vários, e virados para lados diferentes da cidade. Lá de cima da Colina do Palatino, é possível ter mais uma daquelas vistas lindas da cidade de Roma do alto. A entrada para o Palatino está localizada na Via di San Gregorio. Já a saída se dá pelo Fórum Romano. É necessário descer até ele e utilizar uma de suas saídas: ou pela lateral do Templo de Vênus e Roma ou ao lado do Arco de Septimius Severo. Quando for visitar ambos os sítios arqueológicos, aconselho começar pelo Palatino e depois seguir para o Fórum Romano. O Palatino fica num plano mais alto em relação ao Fórum. É muito mais fácil começar por cima e vir descendo, não é verdade? Além do mais, a Via di San Gregorio é uma subida muito mais amena do que a que vem por dentro do sítio arqueológico.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Roma - Coliseu de Roma

Coliseu de Roma
O Coliseu de Roma é um dos principais pontos turísticos da Itália e do mundo. Ele recebe nada mais nada menos do que quatro milhões de turistas todos os anos às suas ruínas que foram muito bem preservadas pelo tempo. Em  2007 foi eleito umas das "Sete Maravilhas do Mundo Moderno". Localizado bem no centro da capital italiana, rodeado por avenidas, ele é considerado o principal sítio arqueológico da cidade. Fica na Piazzale Del Colosseo, na Via dei Fori Imperiali. O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, é um Anfiteatro oval construído no período da Roma Antiga. Deve seu nome à expressão latina Colosseum, devido à estátua colossal do imperador romano Nero, que ficava perto da edificação. Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a 10 anos para ser construído. A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos “Flávios”.

O Coliseu de Roma na Via Dei Fori Imperiali

O Coliseu de Roma e as ruínas do Fórum Romano

Coliseu de Roma

Coliseu de Roma
Vespasiano morreu mesmo antes de o Coliseu ser concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito, seu sucessor e herdeiro, foi capaz de terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos adjacentes (que são conhecidos como as Termas de Tito) apenas um ano depois da morte de Vespasiano. A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos Flávios. Outras modificações foram feitas durante o reinado de Domiciano (81-96), irmão mais novo de Tito. Estes três imperadores são conhecidos como a Dinastia Flaviana e o Anfiteatro foi nomeado em latim desta maneira por sua associação com o nome da família (Flavius). O lazer costumava ser proporcionado por combates entre homens, entre animais, entre homens e animais e até entre embarcações, pois a arena podia ser inundada. O Coliseu era inundado por dutos subterrâneos alimentados pelos aquedutos que traziam água de longe. Em Roma não faltava o que fazer. Suntuoso, era mais confortável do que muitos estádios modernos.  Séculos de abandono e saques transformaram-no numa casca, basicamente sem piso nem assentos. Projetos de restauração arrastam-se eternamente.

Anfiteatro Flaviano

Anfiteatro Flaviano

Coliseu de Roma

Coliseu visto do Fórum Romano
O Coliseu, não estava inserido numa zona de encosta, enterrado, tal como normalmente sucede com a maioria dos teatros e anfiteatros romanos. Em vez disso, possuía um "anel" artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo, esta subestrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da entrada dos espectadores. O edifício foi construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros). A sua planta elíptica mede dois eixos que se estendem aproximadamente de 190 metros por 155 metros. A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jônicas e coríntias, de acordo com o pavimento em que se encontravam. Esta subdivisão deve-se ao fato de ser uma construção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço.






Arena do Coliseu de Roma
A arena era como um grande palco (87,5 metros por 55 metros) possuía um piso de madeira, e se chama arena porque era coberta de areia para esconder as imperfeições e absorver o sangue dos combates, sob o qual existia um nível subterrâneo com celas e jaulas que tinham acessos diretos para a arena. Os animais podiam ser inseridos nos duelos a qualquer momento por um esquema de elevadores que surgiam em alguns pontos da arena. Formado por cinco anéis concêntricos de arcos abóbadas, o Coliseu representa bem o avanço introduzido pelos romanos à engenharia de estruturas. Esses arcos são de concreto (de cimento natural) revestido por alvenaria. Na verdade, a alvenaria era construída simultaneamente e já servia de forma para a concretagem.

Arena do Coliseu de Roma

Arena do Coliseu de Roma


Anfiteatro Flaviano
Os assentos eram em mármore e a cávea, escadaria ou arquibancada, dividiam-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o pódio, para as classes altas; as maeniana, setor destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. O pulvinar, a tribuna imperial, encontrava-se situada no pódio e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às várias zonas de onde era possível visualizar o espetáculo, sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passagem de madeira, para o caso de algum acidente. Por cima dos muros ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro. Empresa colossal, este edifício, inicialmente, poderia sustentar no seu interior cerca de 50 mil espectadores, em três andares. Durante o reinado de Alexandre Severo e Giodano III, foi ampliado com um quarto andar, podendo abrigar então cerca de 80 mil espectadores.



Corredores do Coliseu de Roma
Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar no ano 80, sob o comando de Tito, para celebrar a finalização da construção. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do Vesúvio de 79, um incêndio em Roma em 64 e um surto de peste, o mesmo Imperador inaugurou o edifício com jogos pródigos que duraram mais de 100 dias, talvez para tentar apaziguar o público romano e os deuses. Nesses jogos de 100 dias teriam ocorrido combates de gladiadores, lutas de animais, execuções, batalhas navais, caçadas de animais selvagens importados das colônias romanas na África e outros divertimentos numa escala sem precedentes. Os animais mais utilizados eram os grandes felinos como leões, leopardos e panteras, mas animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes eram utilizados também. Estima que, só nesse período, centenas de gladiadores e cerca de cinco mil animais ferozes tombaram mortos em sua arena. Os jogos levavam o público ao delírio. Para não morrer nas garras de animais selvagens, 29 prisioneiros fizeram um acordo. Eles matariam uns aos outros, nas celas da prisão, minutos antes do espetáculo começar.

Corredores do Coliseu de Roma

Arquibancada ou Cávea do Coliseu de Roma
Recreações de cenas naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitetos construíram simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida à simulação. Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de funda para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão autênticos quanto possível, ao ponto de pessoas condenadas fazerem o papel de heróis onde eram mortos de maneiras horríveis, mas mitologicamente autênticas, como mutilados por animais ou queimados vivos.

Arquibancada ou Cávea do Coliseu de Roma

Arquibancada ou Cávea do Coliseu de Roma

Entrada dos gladiadores

O Coliseu permaneceu como sede principal dos espetáculos da urbe romana até o período do Imperador Honório, no século V. Foi danificado por um terremoto no começo do mesmo século e foi alvo de uma extensiva restauração na época de Valentiniano III. Em meados do século XIII, a Família Frangipani transformou-o em fortaleza, mas foi mais tarde usado como habitação, oficina, pedreira (o material usado na construção de diversas igrejas de Roma era, na realidade, parte das ruínas do Anfiteatro), sede de ordens religiosas e templo cristão e, ao longo dos séculos XV e XVI, foi diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos materiais nobres com os quais tinha sido construído. Embora esteja agora em ruínas, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano, sendo um dos melhores exemplos da sua arquitetura. O Coliseu só não sumiu do mapa porque a Igreja, por volta do século XVII, passou a defender que o local deveria ser motivo de peregrinação e respeito, afinal inúmeros cristãos teriam morrido ali. Além disso, o Papa a lidera a procissão da Via Sacra até lá todas as Sextas-feiras Santas. 
 
Entrada dos gladiadores

Piazzale Del Colosseo
Mas não deixe esse mar de sangue te assustar. Seja por conta da história ou da arquitetura, a visita ao Coliseu é uma das coisas mais marcantes que você pode fazer em Roma. Atualmente, o atrativo abriu inúmeras zonas do Anfiteatro que até alguns anos tinham acesso proibido aos turistas, bem como as masmorras dos gladiadores e os corredores subterrâneos. A visita às ruínas do Coliseu é fascinante, uma verdadeira viagem ao passado. Como a atração é bastante famosa, a dica é adquirir a entrada com antecedência, pois assim o visitante evita as enormes filas que se formam no local desde cedo. Então, chegue o mais cedo possível. Chegando cedo você consegue ver tudo com calma e depois ir para o Fórum Romano, que é ao lado. É possível fazer a visita interna ao Coliseu com áudio guia e em português. Na hora de comprar o seu ingresso você tem a opção de pagar alguns Euros a mais para utilizar o áudio guia. Durante o trajeto são passados diversos trechos de filmes que reproduzem a estrutura em funcionamento do Coliseu em sua época áurea com explicações sobre o que se vê em cada ponto do passeio. Outra opção é fazer o tour noturno no Coliseu, é que além da beleza das luzes da noite, esse tour, feito em grupos bem menores, te dá o direito de pisar na arena e no subsolo do prédio, onde ficavam os gladiadores e os animais.

Piazzale Del Colosseo
Vista roupas leves, um tênis e tenha sempre em mãos uma garrafinha de água, principalmente se estiver no verão, pois o calor romano é super forte. O legal é que existem diversas fontes de água potável nas quais você pode reabastecer a garrafinha gratuitamente. Para quem desejar há uma loja de souvenires no segundo andar do Coliseu, com várias opções de lembrancinhas para levar para família e amigos. Se optar por comprar depois, há souvenires espalhados pela cidade de Roma em lojas e bancas que, inclusive, são mais baratos. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Roma - Fórum Romano

Fórum de Trajano
O Fórum de Trajano é o mais majestoso e o último dos Fóruns Imperiais. Foi construído por ordem do Imperador Trajano com os recursos conquistados durante a Conquista da Dácia (102-106), que hoje chamamos Romênia. E é graças a essa dominação que o romeno também é uma língua latina. As jazidas de ouro da Transilvânia trouxeram um patrimônio inestimável ao Império e os jogos celebrados por Trajano para comemorar a vitória contaram com quatro meses de circo sem pausa e a presença de 10 mil gladiadores. Trajano iniciou uma bateria de obras públicas que fizeram a fama do seu reinado até os nossos dias. A obra “faraônica” de Trajano para comemorar a vitória sobre a Dácia era composta por um Fórum, uma Basílica e o grande hemiciclo denominado “Mercado Trajano”, num total de 275 mil metros quadrados.

Fórum de Trajano
Segundo os Fastos Ostienses, o Fórum foi inaugurado em 112 e a Coluna de Trajano, no ano seguinte. Para permitir a construção deste monumental complexo, o Imperador determinou a realização de grandes escavações em Roma: uma das encostas do Monte Quirinal e outra do Monte Capitolino foram eliminadas, fechando o vale ocupado pelos Fóruns Imperiais na direção do Campo de Marte. Dada a magnitude da obra, é possível que estas escavações tenham sido iniciadas na época de Domiciano. Dentro dele, é possível caminhar por ruas romanas com calçamentos originais e estudar de perto as tecnologias de construção em concreto pozolana, arcadas, abóbadas e alvenaria. O projeto final foi atribuído ao arquiteto Apolodoro de Damasco, que também acompanhou Trajano na campanha pela Dácia.

Ruínas do Fórum de Trajano e o Coliseu
O Fórum era composto por uma enorme praça circundada por um pórtico com 300 metros de comprimento e 185 metros de largura, com êxedras dos dois lados. A entrada principal ficava na lateral norte da praça, que era pavimentada com blocos retangulares de mármore branco e granito cinza e decorada por uma gigantesca Estátua Equestre de Trajano. Grande parte da decoração era feita em bronze com acabamento dourado. A partir dali, havia mercados dos dois lados, também abrigados por êxedras. 

Colunas dos Fóruns Imperiais
A Basílica Úlpia (assim conhecida pelo nome do Imperador ser Marco Ulpio Trajano) era a maior construída até então: 170 metros de comprimento por 60 metros de largura e 40 metros de altura, divididos em cinco naves. O material principal de construção utilizado foi o tijolo. Tudo era revestido por mármores. No interior da Basílica aconteciam julgamentos, atividades comerciais e a cerimônia da libertação dos escravos (“Atrium Libertatis“). Ao norte dela ficava uma praça menor, em cuja lateral norte ficava o Templo de Trajano. A posição (e a própria existência) deste templo dedicado ao deificado Trajano é tema de um acalorado debate entre arqueólogos. Diretamente ao norte da Basílica Úlpia, de cada lado do Fórum, estavam duas bibliotecas, uma abrigando documentos em latim e a outra, em grego.

Coluna de Trajano
As duas bibliotecas estavam dispostas simetricamente envolvendo a Coluna de Trajano, revestidas com materiais nobres como granitos cinzentos e mármores amarelos. A majestosa Coluna (38 metros de altura) é o único elemento quase intacto de todo o complexo, sendo ela um monumento funerário que celebra as conquistas militares de Trajano sobre a Dácia. Nos frisos da Coluna, vê-se uma surpreendente narrativa como um grande rolo de papiro egípcio (que nos remete à concepção dos Livros dos Mortos), apresentando o Imperador e seu exército subjugando seus adversários e aspectos técnicos e geográficos. A Coluna de Trajano foi corrompida no seu significado original com a Estátua de São Pedro no alto (que inspirou monumentos como a Colunna Vendôme de Paris ou as Colunas da Karlskirche de Viena), colocada por ordem do Papa Sisto V.

Ruínas do Fórum de Trajano
cortadas pela Via Dei Fori Imperiali
Em meados do século IX, os blocos de mármore do pavimento foram sistematicamente removidos para serem utilizados, especialmente na fabricação de cal virgem. No lugar foram colocados blocos mais rústicos, um sinal de que a praça ainda era um espaço público utilizado pelos romanos. Atualmente, apenas parte dos mercados e a Coluna permanecem. Diversas colunas que historicamente fizeram parte da Basílica Úlpia permanecem no local e foram reerguidas. A construção da Via Dei Fori Imperiali (1933) recobriu muitas delas, que ainda permanecem visíveis sob os arcos que sustentam a rua.

Ruínas do Fórum de Trajano
cortadas pela Via Dei Fori Imperiali
Quem passa pela área arqueológica da Via dei Fori Imperiali, no caminho de ida ou de volta que liga a Piazza Venezia e o Vittoriano ao Coliseu, pode contemplar as ruínas daquele que foi o primeiro centro comercial do mundo: os Mercados de Trajano (Mercati di Traiano). Os Mercados de Trajano ficavam ao lado do Fórum de Trajano. Hoje caminhamos por uma rua asfaltada que separa as duas calçadas da área arqueológica, mas imaginem que antes todo o espaço dos vários Fóruns Imperiais era único.

Mercados de Trajano

O Mercado de Trajano se desenvolvia em diversos andares sobre terraços cavados na Colina do Quirinal. Era composto por duas estruturas semicirculares e um enorme salão, chamado “Aula”. Este espaço era dividido em uma enorme quantidade de espaços menores ligados por corredores em uma espécie de labirinto que supostamente serviam para o comércio de mercadorias. Como o complexo é dividido em pequenos espaços, como se fossem lojas, é natural pensar que o destino do prédio fosse acolher o peixeiro, o açougueiro, o hortifruti, as lojas de tecidos. Mas muitos arqueólogos e históricos afirmam que, as escadarias e a falta de acesso para carroças de transporte de mercadorias fazem com que muito provavelmente ali nunca tenha funcionado um “shopping center”, pelo menos não em larga escala. O material de construção principal utilizado foi o tijolo. O piso destes ambientes era coberto por um mosaico preto de pedras muito rígidas para garantir a impermeabilidade. Entre o grande hemiciclo e o resto das estruturas terraçadas corre uma rua que se chama Via Biberatica, onde podemos caminhar hoje.

Mercados de Trajano
Recentemente foi encontrada uma placa de mármore com a inscrição em latim Procurator Foru Divi Traiani, o que faz com que se reforce a teoria que os ambientes não eram lojas ou tabernas, mas simples salas comerciais. Muito provavelmente os Mercados de Trajano, não eram nada mais, nada menos que um conjunto de “salas comerciais” onde trabalham os funcionários que cuidavam da administração do Fórum. Depois que o Império Romano entrou em decadência, e os tempos áureos de riqueza e poder foram pouco a pouco deixados para trás, muitos monumentos antigos (aqueles que resistiram aos incêndios ou às invasões e saques dos povos bárbaros) tiveram vários usos, inclusive o reaproveitamento dos espaços como moradia, loja, etc. Durante a Idade Média os espaços do Fórum de Trajano foram transformados e utilizados como residências, igrejas e monastérios. 

Mercados de Trajano
No século XVI foi criado um bairro chamado “Quartiere Alessandrino“, pois neste bairro que Michelangelo viveu e trabalhou em Roma. O bairro durou do século XVI ao século XIX, quando foi construída a Via Cavour, rua que liga a Estação Termini às áreas dos Fóruns Imperiais. Mas ainda é possível ver os traços medievais: os andares superiores dos Mercados de Trajano, o Castelo dos Cavaleiros de Malta e até torres medievais. Uma delas está escondidinha na parte traseira dos Fóruns, bem no charmoso Bairro Monti. A outra torre se debruça sob a Via Nazionale, uma das mais movimentadas ruas de compras de Roma.

Estátua de Júlio César na
Via Dei Fori Imperiali
O Mercado de Trajano abriga na atualidade o Museu dos Fóruns Imperiais. Aqui acontecem exposições temporárias de arte antiga, mas também de arte contemporânea. Os ambientes têm a capacidade de valorizar tudo o que aqui é exibido. Ao visitar o Museu é possível percorrer as diferentes partes que se conservam do Mercado, além de visitar as exposições que mostram os diferentes aspectos dos Fóruns Imperiais. As exposições contêm maquetes e vídeos que acompanham as diferentes ruínas que se conserva dos Fóruns Imperiais para tentar transportar os visitantes à época clássica romana. Embora não tenha tanta fama quanto o Coliseu, o Mercado de Trajano conserva uma importante parte do seu aspecto original e é uma visita realmente importante. Ao passar por Roma e se seu tempo permitir mergulhe em mais esse capítulo da Antiguidade Romana. A visita a estes Fóruns dá-se separadamente dos Fóruns Imperiais e da zona arqueológica visitada normalmente no Tour Roma Antiga.