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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Montevidéu - Mercado Del Puerto


Mercado Del Puerto
Ao contrário da vizinha Buenos Aires, Montevidéu não é uma unanimidade entre os viajantes. Há quem se apaixone pelo seu charme antigo e vida mansa à beira do Rio de La Plata; há quem se decepcione com o ar interiorano e falta de preservação do Centro Histórico. Mas a capital uruguaia, que já foi a cidade mais desenvolvida e “europeia” da América Latina, é um destino tão próximo, barato e de fácil acesso para brasileiros que, se você gosta de viajar, inevitavelmente vai acabar aparecendo por lá mais cedo ou mais tarde. Montevidéu é uma cidade com um grande patrimônio arquitetônico, que conta, além disso, com muitas árvores, de maneira que as construções se encontram rodeadas pela natureza, o qual aumenta sua beleza. Com a crise econômica e a alta das moedas estrangeiras, muitos brasileiros têm optado por viajar dentro da América Latina, onde o nosso pobre Real ainda consegue ter algum valor e para onde as passagens custam infinitamente menos. No lugar de Paris e Nova York, entraram na rota turística brasileira Buenos Aires, Santiago do Chile e a charmosa capital do Uruguai, Montevidéu.

Famoso Relógio do Mercado Del Puerto
Continuamos nosso tour até a Plaza Zabala (Circunvalación Durango) e terminamos o passeio no Mercado Del Puerto, tomando uma bebida típica local e apreciando uma “parrilla”, tradicional churrasco uruguaio. O Mercado Del Puerto fica na Rambla 25 de Agosto, esquina com a Peatonal Perez Castellano. É possível chegar lá caminhando, pois ele está na ponta de baixo da Ciudad Vieja, pertinho do Buquebus. Caso não queira dar uma andadinha básica, é só chamar um táxi que não vai sair muito caro. No Mercado Del Puerto é comum beber “Medio y Medio”, uma bebida que mistura vinho branco e espumante e “Clericot” (vinho branco com frutas). A parrilla é na verdade o fogão onde os pratos são feitos. Com lenha abastecendo constantemente e empurrando as brasas para debaixo da grelha inclinada, as carnes e vegetais vão assando lentamente, ficando tenras e deliciosas. O lugar conquista mesmo antes de entrar nele. De longe, já é possível sentir aquele cheirinho de churrasco. Algumas barraquinhas ficam na porta vendendo antiguidades e artesanato bem perto das mesas de alguns dos restaurantes que possuem parte externa. Almoçamos no Restaurante Estância Del Puerto

Mercado Del Puerto
Ao chegar ao Mercado, o que mais chama a atenção são as verdadeiras vitrines de carnes. Os restaurantes preparam a Parrillada bem na frente do balcão. A Parrillada vem com vários tipos de carne vermelha, linguiça e frango. Algumas delas oferecem os famosos miúdos. Caso tenha paladar sensível, opte por cortes mais simples. Acostumados com a presença de brasileiros, muitos restaurantes oferecem a Parrillada versão turista, que não inclui os miúdos, normais no prato tradicional. Enquanto espera o prato ficar pronto, já dá para ficar com água na boca. Além da vontade de comer tudo, claro! Vale repassar o alerta de uma das garçonetes: a Parrillada para dois é muita comida para duas pessoas, a não ser que você seja o tipo que não brinca em serviço e encara muita carne sem problemas. 

Restaurante Estancia Del Puerto
O Mercado Del Puerto me surpreendeu, pois é bem diferente do que eu imaginava. Achei que fosse uma espécie de mercado público, com várias bancas de peixe, fedor e sujeira. Mas em Montevidéu o Mercado é organizado e bem frequentado. A única coisa ruim é a fumaça das churrasqueiras que se espalha pelo ar, mas alguns restaurantes possuem ambientes fechados, para proteger as mesas de refeição da fumaça. Algumas pessoas do nosso grupo não quiseram se arriscar a comer nos restaurantes do Mercado, preferiram os restaurantes tradicionais, e se arrependeram amargamente. Assim como em outros pontos da cidade, no Mercado é possível encontrar garçons falando em português (até que eles se saem muito bem) e cardápios traduzidos para a nossa língua. Alguns restaurantes chegam a aceitar o Real, mas lembre-se de que no Uruguai há descontos para turistas que pagam a conta em restaurantes usando cartão de crédito internacional. Apesar de dar para encontrar os mesmos pratos com preços mais em conta fora dali a experiência de comer no Mercado Del Puerto é única. Tem todo o clima antigo, a história, a cultura, as carnes. Vale a pena!

Mercado Del Puerto
O Mercado Del Puerto, inaugurado em 1868, e suas estruturas foram construídas na Inglaterra, na cidade de Liverpool, é na verdade um enorme galpão onde estão concentrados vários restaurantes, em torno de 14. Era no começo um local para vender frutas, verduras e carnes e com o tempo passou a ser tomado por alguns dos melhores restaurantes da cidade e deixou de ser um mercado tradicional. O relógio inglês instalado no Mercado tem mais de 120 anos. As histórias mais divertidas têm o jeitão das lendas: há quem diga que a estrutura metálica do Mercado chegou ao Uruguai por acaso. E não seria sem razão que o local teria cara de Estação de Trem. Segundo essa versão, um navio transportava as peças de uma Estação de Trem para a Bolívia, mas o governo desse país sustou o cheque e declarou o calote. Para não ficar no prejuízo, a empresa dona da estrutura resolveu vender a Estação em Montevidéu mesmo, por um preço camarada. Empresários de Montevidéu viram na oferta uma boa oportunidade, compraram a estrutura e montaram atrás do Porto, mas como Mercado.

Um dos vários restaurantes do Mercado Del Puerto
Outra teoria, ainda mais interessante, diz que um navio transportava a estrutura pela costa do Uruguai. Até que veio o naufrágio. Sabe-se lá como (a história não dá esses detalhes) as peças teriam sido resgatadas e vendidas como sucata em Montevidéu, dando origem ao Mercado. E a verdade, qual é? Parece que nenhuma das duas versões. Um grupo de empresários percebeu que seria um bom negócio erguer um mercado nos arredores do Porto, tanto para abastecer os muitos navios que paravam por lá como também para atender a demanda das classes mais ricas da cidade, que moravam não muito longe dali. Com isso em mente, eles compraram o terreno e encomendaram o projeto do prédio da Inglaterra, que foi feito seguindo a moda da época, com estruturas de metal.

Plaza Zabala
Em 1868 a estrutura chegou ao Porto de Montevidéu, foi transportada para o terreno e montada, como um quebra cabeça. Pronto, nascia assim o mais tradicional e conhecido mercado do país, para espanto geral. Espanto mesmo: a população de Montevidéu ficou tão impressionada com o prédio que logo começaram a surgir os boatos e lendas. Por ser um dos lugares mais turísticos de Montevidéuos preços do Mercado Del Puerto não são dos melhores. O Mercado fica aberto até às 16 horas. Fique atento ao andar pelas ruas perto do Mercado. Montevidéu é uma cidade muito segura, mas a região, normalmente cheia de turistas, pode atrair batedores de carteiras. Atenção nunca é demais. Fora do Mercado há uma feirinha de artesanato onde se podem adquirir coisas lindas, feitas pelos artesãos locais. 

Luminária e chafariz em frente ao
           Mercado Del Puerto
Ao lado do Mercado está o Museo do Carnaval, que trata da história do carnaval no Uruguai, com a exibição de diversas fantasias, máscaras e outros objetos utilizados na data festiva. O Museu funciona de terça-feira a domingo, mas não pudemos visitá-lo já que estávamos na cidade somente na segunda-feira. Tudo é muito barato em Montevidéu, pois um Peso equivale a R$ 0,10, vale a pena comprar.

Ruínas próximo ao
            Mercado Del Puerto

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Montevidéu - Catedral Metropolitana de Montevideo

Catedral Metropolitana de Montevidéu
A atual Catedral tem suas origens ligadas à antiga Igreja Matriz de Montevidéu, construída no início do século XVIII, durante as obras de fortificação do Porto de Montevidéu realizadas pelo governador espanhol em Buenos Aires à época do reinado de Filipe V da Espanha. Durante as obras, realizadas com mão de obra de índios Tapes trazidos das missões jesuíticas, foi erguida uma primeira igrejinha muito modesta, considerada antecessora histórica da atual Catedral. Os planos da cidade, desenhados pelo engenheiro Domingo Petrarca e ampliados posteriormente por Pedro Millán, previam a construção da Matriz de Montevidéu, assim como o Cabildo, na praça principal da nova cidade (atual Plaza de la Constitución). Assim, já nos anos 1730 foi construída uma Igreja matriz de tijolos na praça principal, inaugurada em 1740. Destes primeiros anos de história da Matriz preserva-se a Imagem de Nossa Senhora da Fundação (Nuestra Señora de La Fundación), venerada hoje na Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral atual.


Catedral Metropolitana de Montevidéu

Nave da Catedral Metropolitana de Montevidéu
Essa primeira Matriz ruiu parcialmente em 1788, transferindo-se os ofícios religiosos à antiga igreja dos jesuítas da cidade. Decidiu-se então pela reconstrução da nova Matriz, no mesmo local, seguindo um traçado muito mais amplo e ambicioso, o que deu origem ao atual edifício da Catedral de Montevidéu. A pedra fundamental foi lançada em setembro de 1790, não sendo conhecido exatamente quem foi o autor do projeto. Considera-se provável que os planos iniciais tenham sido encarregados ao engenheiro-militar português José Custódio de Sá e Faria, à época a serviço da Coroa Espanhola. Inicialmente a direção das obras foi confiada ao engenheiro espanhol Jose del Pozo y Marquy e posteriormente a outro espanhol, Tomás Toribio, arquiteto formado na Academia de San Fernando de Madri e autor do edifício do Cabildo de Montevidéu, localizado na praça em frente à Matriz. É provável que Toribio tenha feito modificações no projeto inicial.


Nave da Catedral Metropolitana de Montevidéu

Pia Batismal da Catedral Metropolitana
       de Montevidéu
A nova Igreja Matriz de Montevidéu foi inaugurada em 1804, faltando-lhe as torres e outros detalhes. A inauguração foi presidida por várias autoridades, incluindo o Bispo de Buenos Aires Benito de Lué y Riga, último dos bispos coloniais da Região Platina. Estilisticamente a Igreja filia-se à arquitetura neoclássica, especialmente no que se refere à fachada principal. A planta da Igreja é de três naves com transepto e cúpula sobre o cruzeiro, um modelo semelhante à de igrejas de influência jesuítica da região. A igreja, ainda inacabada, foi danificada pelo fogo de artilharia em 1807, na época da invasão inglesa do Rio de La Plata. As duas torres que flanqueiam a fachada só foram terminadas na década seguinte, por volta de 1818. Entre as grandes personalidades que visitaram a cidade e a sua Matriz no século XIX destacou-se o do futuro Papa Pio IX, que ali esteve em 1824. Em 1858 foi feita uma grande reforma pelo arquiteto Bernardo Poncini, que modificou a fachada principal. Mais tarde, em 1870, elevou-se a Igreja a Basílica, reconhecimento de sua relevância religiosa e cultural. Em 1878, com a criação da Diocese de Montevidéu, transformou-se em Igreja Catedral e, em 1897, pelo Papa Leão XIII, em Catedral Metropolitana. O edifício foi restaurado em 1903 e na década de 1940, retirando-se algumas modificações de Poncini. Nessa época foi instalado um relevo escultório de José Belloni no frontão da fachada, representando a investidura de São Pedro por Jesus Cristo.

Detalhe do Altar da Catedral Metropolitana
           de Montevidéu
Não se esqueça de prestar atenção na cúpula e nas telhas dentro. Na Matriz celebraram-se os principais atos históricos da história do Uruguai. Nela deu-se a benção da primeira bandeira e o juramento da primeira constituição. Existem várias obras de arte religiosas feitas por artistas nacionais, José Luis Zorrilla de Sant Martín e Juan Manuel Blanes. A nave em arco e o altar é folheado a ouro. No altar lateral tem uma imagem da santa padroeira do Uruguai, Nossa Senhora dos Trinta e Três. Nela se encontram sepultados os arcebispos e bispos de Montevidéu, além de outras autoridades eclesiásticas, civis e militares. Entre as obras de arte do interior do templo salienta-se hoje o Mausoléu do Primeiro Arcebispo de Montevidéu, Monsenhor Mariano Soler. A Catedral Metropolitana fica aberta aos turistas de segundas-feiras a sextas-feiras no período da tarde para fotografias. Aos sábados e domingos se celebra missa, então a entrada não é permitida para turistas fotografarem. Com incríveis torres gêmeas, a Igreja Matriz é um dos lugares mais fotografados da Ciudad Vieja, onde você pode tirar ótimas fotos de sua fachada e seu interior.

Mausoléu em homenagem a 
Monsenhor Mariano Soler
A Catedral Metropolitana de Montevidéu fica de frente para a Plaza de la Constitución, no centro da Ciudad Vieja de Montevidéu. Há pontos de ônibus nas proximidades, e a Catedral fica a uma curta caminhada de outras atrações importantes da cidade. Entre elas, estão o Palacio Salvo e o Mercado Del Puerto. Combine sua visita com um passeio pela Peatonal Sarandí. A rua para pedestres inclui marcos da cidade, galerias de arte, cafeterias e vendedores de produtos artesanais de rua. A Catedral fica aberta de segunda a sexta-feira. Ela continua sendo um local de adoração, por isso, espera-se que os visitantes se vistam adequadamente permaneçam em silêncio.