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quarta-feira, 16 de março de 2016

Uruguai - Colonia Del Sacramento

Colonia Del Sacramento
Em um primeiro momento, podemos até ter a sensação de que não há tanto o que fazer em Colonia Del Sacramento, no Uruguai, mas desde quando relaxar, comer bem e beber não são algumas das melhores coisas da vida? Mas, além disso, a cidade tem sim boas atrações. Embora tenha sido fundada em 1680 por um português, a cidade foi dominada em alguns momentos também pelos espanhóis. Por isso, durante um passeio por lá é possível ver reflexos da arquitetura dos dois países. Desde 1995, o Barrio Histórico da cidade, também conhecido como Casco Histórico, foi tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Por isso, em primeiro lugar na listinha com o que fazer em Colonia Del Sacramento está “andar à toa por suas ruas charmosas e cheias de pedras“. A graça da cidade é justamente poder caminhar com tranquilidade e ir descobrindo várias coisas lindas no caminho. Pode ser um museu, uma fachada colonial, um restaurante, uma praça, a companhia constante do Rio de La Plata.

Colonia Del Sacramento e Rio de La Plata
A área onde se localiza a fundação portuguesa hoje faz parte do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Antigamente, Colonia Del Sacramento era considerada uma espécie de chave para os rios, pois com sua localização estratégica era possível controlar o acesso das embarcações aos Rios Uruguai, Paraná e Paraguai. Desde que o navegador espanhol Solís navegou por esses mares em 1516, vários espanhóis, portugueses, ingleses e holandeses visitaram a região com suas embarcações. Alguns anos após o Descobrimento do Brasil, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa chegou com suas caravelas até ao estuário do Rio de La Plata, com a missão de colocar marcos de posse portuguesa na margem esquerda da foz daquele Rio, tendo, entretanto, sido incapaz de completá-la em razão do naufrágio de sua embarcação. 

Puerta de La Ciutadela ou Puerta de Campo
A Coroa Portuguesa expressou novamente os seus interesses em estender as fronteiras de sua colônia americana até o Rio de La Plata quando determinou ao Governador e Capitão-mor da Capitania do Rio de Janeiro, Dom Manuel Lobo (1678-1679), que fundasse uma fortificação na margem esquerda daquele Rio. Desse modo, com o apoio dos comerciantes do Rio de Janeiro, desejosos de consolidar os seus já expressivos negócios com a América Espanhola, a expedição de Dom Manuel Lobo aporta em Santos em fins de 1679 e alcança a bacia do Rio de La Plata em janeiro do ano seguinte. Em janeiro de 1680, as forças portuguesas iniciaram o estabelecimento da Colônia do Santíssimo Sacramento, fronteiro a Buenos Aires, na margem oposta. O núcleo desse estabelecimento foi uma fortificação simples, iniciada com planta em formato de um polígono quadrangular.

Avenida General Flores
Porém, esse era um momento de grande conflito entre Portugal e Espanha em uma busca de estender seus territórios. Por isso, logo que os espanhóis souberam da chegada dos portugueses ao novo local, começaram a tentar tomar a posse dali. Isso fez com que a cidade presenciasse uma grande quantidade de batalhas. Após o Período Colonial, o Brasil se tornou independente de Portugal em 1822, sendo que a Cisplatina (Uruguai) se tornou território brasileiro. Os habitantes locais não tinham nenhuma identidade com os costumes e a língua portuguesa que se tornou a oficial do Brasil, iniciando um processo de separação do território brasileiro. As disputas tiveram fim em 1825 quando a Cisplatina se separou do Brasil tornando-se o Uruguai.

Farol de Colonia Del Sacramento
O núcleo histórico de Colonia Del Sacramento, com apenas 12 hectares, localiza-se na Peninsula de San Gabriel, às margens do Rio de La Plata. Atualmente a área da cidade supera em muito a da cidade histórica. Colonia Del Sacramento está a 177 quilômetros de Montevidéu. O clima é temperado e úmido, com uma temperatura média de 18°C. As pradarias de gramíneas na área circundante e o solo adequado permitiram o desenvolvimento de atividades agrícolas e pecuárias. Colonia Del Sacramento é hoje um dos destinos turísticos mais importantes do Uruguai, recebendo milhares de visitantes por ano. A localização da cidade é privilegiada para receber turistas, uma vez que se encontra a uma hora de barco desde Buenos Aires e a duas horas em carro desde Montevidéu. A oferta turística inclui a cidade histórica, museus e praias do Rio de La Plata.

Farol de Colonia e ruínas do Convento
San Francisco
Em reconhecimento ao valor histórico de Colonia Del Sacramento, foi criado em 1969 um Conselho Executivo Honorário para a conservação e restauro da cidade antiga. O Conselho realizou um levantamento detalhado da zona e iniciou trabalhos que incluíram escavações arqueológicas, o restauro de fachadas e interiores do casario e até a mudança de nomes de ruas para recuperar a toponímia antiga. Na década de 1970 foram restauradas a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e a Puerta de Campo e parte da muralha, reconstruída parcialmente com as pedras originais. Ao passar por este Portão, com muros que protegiam a Cidade Histórica, a sensação que temos é de que estamos fazendo uma viagem ao passado. Passamos por uma ponte de madeira e saímos na praça principal de Colonia Del Sacramento. No seu relatório sobre a cidade histórica, o Comitê Avaliador da UNESCO considerou que o trabalho de restauro foi efetivo e garantiu a autenticidade da zona o que, junto com o valor histórico do conjunto, levou à declaração do bairro histórico de Colonia Del Sacramento como Patrimônio da Humanidade em 1995. Segundo o Comitê, Colonia Del Sacramento é um exemplo excepcional de povoado de fronteira que mostra, em seu traçado urbano e edifícios, uma mistura única entre as tradições portuguesa e espanhola. 

Calle de Los Suspiros

O desenho urbano de Colonia Del Sacramento, derivado da época portuguesa, é único na região por não obedecer ao rígido padrão de "tabuleiro de xadrez" das fundações espanholas no Novo Mundo. Assim, o traçado das ruas está adaptado à topografia e a estruturas já não existentes, como a antiga cidadela. O casario inclui bons exemplares dos séculos XVII, XVIII e XIX; as casas da época portuguesa caracterizam-se pelas paredes de pedra maciça e pelos telhados de duas ou quatro águas, enquanto as do período espanhol são de tijolos e tem tetos planos. A rica história multicultural do Departamento é visto nos costumes e identidade local, onde a herança indígena é agravada pela presença espanhola e portuguesa, juntamente com os escravos africanos e, posteriormente, britânico, suíço e piemontês, entre outros. Conhecer Colonia Del Sacramento no Uruguai é um sonho romântico. Uma cidade muito pequena e colonial que vive de sua história e de uma aura mágica que a cerca e encanta os turistas. É no Barrio Histórico que se concentram as pousadinhas charmosas, as lojas de artesanato e souvenires, as casas antigas e as mesinhas ao ar livre dos animados bares e restaurantes. 


Plaza Mayor
A gente nunca sabe quanto tempo exatamente é necessário para “conhecer” um destino. Colonia Del Sacramento, por exemplo, é um famoso bate e volta desde Buenos Aires. Colonia Del Sacramento é a cidade uruguaia mais próxima de Buenos Aires e há várias ligações diárias entre as duas cidades através do Buquebus, uma grande balsa que faz o transporte de pessoas e veículos pelo Rio de La Plata. Todo mundo – ou pelo menos a maioria dos viajantes que visita a capital portenha – fica feliz indo e voltando no mesmo dia. Durante as férias e feriados é melhor comprar as passagens com antecedência. De segunda a quinta-feira há menos turistas em Colonia Del Sacramento. É bem verdade que basta uma tarde para se ver tudo. Num tour guiado (você pode agendá-lo no Centro de Visitantes, próximo à muralha da Puerta de La Ciutadela ou Puerta de Campo), em duas horas você conhece os principais pontos turísticos e um pouco do passado da cidade. Mas aviso: para quem estiver acompanhado (namoro ou lua de mel!), um passeio sem pressa é essencial. E mais: vale muito a pena dormir pelo menos uma noite em Colonia Del Sacramento. Ao anoitecer, a turistada – que chega de barco e invade a cidade durante o dia – vai embora deixando o clima ainda mais gostoso para os locais e casais apaixonados que passeiam tranquilamente pelas ruas pouco iluminadas à procura de um restaurante especial para jantar. 

Muralha em Colonia Del Sacramento

Para aproveitar de verdade cada detalhe pitoresco e envolvente da área central é preciso dedicar tempo simplesmente para caminhar de mãos dadas, tomar uma cerveja ou uma taça de vinho, fotografar, conversar com os moradores da cidade, ouvir as serenatas e violas nas esquinas, brindar à vida, jogar conversa fora. Portas antigas, luminárias, ruelas de pedra, casinhas coloridas, flores, calhambeques e o Rio de La Plata de pano de fundo...É ou não é cenário perfeito para namorar? A sintonia que a cidade tem com o Rio é algo muito singular. Além do Rio de La Plata, outra figura sempre presente na cidade são os cachorros. Eles simplesmente adotam os turistas na rua (eles adoram grupos) e seguem você para todos os cantos. Muito engraçado. O Rio de La Plata oferece também, uma grande variedade de resorts com praias de areia branca, sombra boa e águas rasas.


Rio de La Plata
Não tem como não ver o Farol de Colonia Del Sacramento. Localizado na Plaza Mayor, foi construído em 1694 sobre as ruínas do Convento de San Francisco, mas alguns anos depois foi destruído devido a um incêndio. Depois disso foi inaugurado em 1857 e ainda conta com alguns pedaços da construção original. Com 34 metros de altura, ele é todo branco e servia para ajudar as embarcações que passavam pela cidade. Atualmente, é possível subir ao Farol, mas é necessário checar em quais horários ele está aberto ao público (geralmente na parte da tarde). O Farol promove a melhor vista de Colonia Del Sacramento. São 118 degraus até o topo. O Farol de Colonia também é considerado único no Uruguai pela sua arquitetura, com base quadrada e cume cilíndrico. Foi construído em cima das Ruínas do Convento de San Francisco

Buenos Aires do outro lado do Rio de La Plata
Calle de los Suspiros é uma ruela famosa da cidade que abriga os casarios mais antigos de Colonia Del Sacramento. Esqueça o romantismo que o nome dela pode insinuar, segundo lendas populares, esta era a última rua por onde os escravos passavam antes de serem executados, daí a denominação “Rua dos Suspiros”. Tem um estilo tipicamente português e ainda conserva as pedras de seu pavimento original. As casas antigas pertencem à época do primeiro período colonial. A rua é fechada para carros, mas os pedestres podem circular à vontade por ela. Reza a lenda que quem subir e descer três vezes a pequena ladeira nunca mais terá problemas amorosos. Para quem gosta de jogos, em Colonia Del Sacramento também há cassinos. Um com apenas máquinas está localizado na Avenida General Flores, uma das ruas mais bonitas da cidade por conta das grandes árvores.

Praia no Rio de La Plata
Há vários pequenos museus no Barrio Historico de Colonia Del Sacramento, a maioria deles ao redor da Plaza Mayor. Com um passe único você consegue visitar todos os museus da cidade. São eles: Casa de Nacarello, Musei Portugués, Museo Municipal, Arquivo Histórico Regional, Museo Del Azulejo e Museo Español. São todos bem pequenos e sempre fazem referência à história e à disputa de poder em Colonia Del Sacramento. O Musei Portugués exibe réplicas de móveis e uniformes utilizados pelos portugueses. O Museo Municipal tem um acervo com objetos, artefatos e documentos de diferentes períodos da Colonia. O Museo Del Azulejo mostra diferentes tipos de azulejos de países como Portugal, Espanha e França, além dos primeiros utilizados no Uruguai. E o Museo Naval conta a história dos conflitos marítimos que fizeram parte da história da cidade. Nem todos abrem no mesmo dia. Mesmo que você queira visitar um único museu, a compra do passe para todos é obrigatória.

Praia no Rio de La Plata
Com banquinhos e flores, o Puerto de Yates é um dos lugares perfeitos para apreciar a movimentação e as belezas do Rio de La Plata, inclusive o final do dia. Em dias limpos e bem claros, se você se posicionar na esquina entre as ruelas De La Playa e Del Comércio você terá a chance de avistar a Buenos Aires do outro lado do Rio.  Fica a dica! Seja qual for o número de vezes que você visitar esse destino histórico uruguaio, a sensação será a mesma: Colonia Del Sacramento, a cidade mais antiga do país, parece ter parado no tempo. E esse é o melhor motivo para conhecê-la. Colonia é cinematográfica, arandelas que emolduram janelas, artesanato típico, cozinha regional e um monte de carros antigos espalhados pelas ruas para você levar aquela foto “redonda” para casa. Casario colonial bem preservado, ruas de paralelepípedos iluminadas por lamparinas e becos escondidos à espera de um passeio descompromissado. Colonia Del Sacramento é aquele tipo de cidade que você tem vontade de abraçar e dizer “pode entrar, fique à vontade”. Parece alguém querido da família. E por isso deixa tanta saudade quando vamos embora de lá.

Plaza de Toros
A Plaza Del Toros Real de San Carlos fica a três quilômetros do centro da cidade. É a única arena de touros com estilo mourisco-espanhol do Uruguai. Mas só funcionou durante dois anos, de 1910 a 1912. Depois disso, o governo uruguaio baixou um decreto proibindo as touradas no país. Por isso, apenas oito eventos foram realizados no local. Não é possível entrar no local (corre risco de desabamento). Do lado de fora, resta ao turista fazer uma caminhada curiosa, observando as características da construção. Dizem que Colonia Del Sacramento lembra a cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, ou o estilo do distrito histórico de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, que também possui ruas de pedra e casas antigas de estilo português, já que a capital catarinense teve uma colonização açoriana.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Punta Del Este - Parroquia Nuestra Señora de la Candelaria

Parroquia Nuestra Señora de la Candelaria
Como sabemos o mundo é um lugar cheio de diversidades, com lugares exuberantes, com diversas culturas, e modo de se viver. Em meio a lugares remotos sempre há pontos turísticos que encantam e fascinam facilmente com suas belezas. A pequena Parroquia Nuestra Señora de la Candelaria, em frente à Plaza Del Faro de Punta Del Este, é um dos pontos de parada num tour pela cidade. Vale a pena conhecê-la para contemplação, pois Nossa Senhora da Candelária é a padroeira do balneário.

Altar da Paróquia com seu Crucifixo

Duas capelas foram construídas nas terras onde hoje está a Igreja da Candelária. Em 1903 a Junta Econômica e Administrativa doou ao Padre Lorenzo A. Pons os terrenos A e B do Bloco 69 com o proposito de que fosse levantado um templo. Nesse mesmo ano foi prevista a construção da capela, embora apenas entre 1908 e 1909, e por impulso dos Padres Capuchinhos as obras começaram. No plano inicial desenhado pelo arquiteto Carlos Medhurst Thomas, a capela não excedia os 37 metros cobertos. A Igreja foi inaugurada em 1911, financiada pelos aportes das esmolas e dos eventos feitos pela comissão de damas. Em 1913 foi realizada a Primeira Comunhão de 23 crianças locais, sendo o primeiro ato desta natureza realizado em Punta Del Este. Em 1919 Fray Celestino de San Colombano assumiu a Freguesia de Maldonado, que decidiu construir uma nova capela mais espaçosa. Ele então formou uma comissão de arrecadação de fundos.

Uma das capelas da Paróquia
Em maio de 1921 começa a remodelação e ampliação que cobriu 200 metros quadrados e a construção do campanário. A entrada foi construída ao norte e o altar ao sul. Teve um telhado de duas águas com telhas vermelhas e a atual torre sineira foi construída. A benção da nova capela ocorreu em fevereiro de 1922 e esteve a cargo do Arcebispo de Montevidéu, Monsenhor Juan Francisco Aragoné. Em 1941 o Padre Domingo de Tacuarembó assumiu a Freguesia de Maldonado e, pelo fato de a capela ter ficado pequena, decidiu ampliá-la. Mais uma vez, ele formou uma comissão “pró-ampliação do templo de Punta Del Este”. Decidiu-se solicitar a contribuição de 100 Pesos a 100 famílias abastadas com o objetivo de ampliar a capela e acondicioná-la para receber a grande quantidade de fiéis que vinham no verão. Com projeto do arquiteto Antonio Chiarino, o templo foi construído como é conhecido hoje. Em fevereiro de 1941, Monsenhor Alfredo Viola, Bispo de Salto, abençoou a pedra fundamental do novo templo a ser construído. Da capela anterior, restaram apenas o portal e a torre, construindo uma ampla igreja e adjacente a Casa da Freguesia.

Mosaicos no piso da Paróquia
Em janeiro de 1942, o Arcebispo de Montevidéu, Dom Antonio Maria Barbieri, abençoou o novo prédio. Em 1947, o altar de mármore pré-conciliar com um Tabernáculo de bronze foi adicionado. Em 1950 foi inaugurado o piso monolítico multicolorido com motivos geométricos, desenhado pelo arquiteto Antonio Meneghin. Em 1953, o perímetro interno da Igreja e os alicerces das pilastras foram revestidos com friso de mármore ônix. Em 1955, a então Vice Paróquia de Punta Del Este foi elevada à categoria de Paróquia, sendo o capuchinho Rafael M. de Montevidéu designado como primeiro Pároco. Nesse mesmo ano foi inaugurada a Fonte Batismal em mármore de Carrara. Em 1956, o Salão Comunal também era feito de mármore, com pequenas colunas de travertino romano. Em julho de 1965 foi entronizada na Igreja uma Imagem da Virgem de Luján, procedente do navio argentino “Santa María de Juján”, que nesse ano encalhou nas proximidades da Praia do Emir. Finalmente, em 1967, o Padre Anselmo M. de Treinta y Tres, realizou as reformas necessárias no templo para adaptá-las às reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II.

Esculturas no gramado da Paróquia
Reserve um momento para admirar o projeto simples, mas elegante da Igreja. A fachada azul claro cria um impacto impressionante em relação ao terreno ensolarado e ao céu azul da cidade. A entrada da Igreja e o campanário são as únicas características que restam da construção original. Entre e veja a nave dominada por arcos e pilares brancos. Observe o colorido chão de mosaico e as pinturas das Estações da Cruz, que decoram as paredes do interior. Vá até o altar e veja um ícone do crucifixo de Jesus incorporado a uma pintura de anjos em oração. Sente-se em um banco, aprecie o ambiente tranquilo do Igreja e reflita silenciosamente enquanto outros devotos chegam para fazer suas orações. Visite a Igreja em qualquer dia. Ela fica especialmente agitada aos sábados e domingos, quando residentes de Punta Del Este se reúnem para as missas de final de semana. A Igreja fica a uma caminhada de 10 minutos do Porto de Punta Del Este e a cerca de 20 minutos a pé do principal terminal de ônibus. O estacionamento é grátis nas ruas dos arredores.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Punta Del Este - Museo Ralli

Museo Ralli de Punta Del Este
Punta Del Este é repleta de cultura e locais turísticos incríveis, como os museus. Neles, você aprende mais sobre a trajetória de artistas que marcaram a história do Uruguai, vê obras culturais incríveis e se diverte em meio a tanto aprendizado. Uma grande opção de cultura, história e arte em um só lugar é no Museo Ralli. O espaçoso Museo Ralli fica em Beverly Hills, um dos bairros mais luxuosos de Punta Del Este (sim, existe um bairro por lá com este nome!), rodeado por um belíssimo parque com um arvoredo onde a arquitetura e a natureza fundem-se num entorno. E um silêncio tão bom que nos transporta para outra dimensão.

Entrada do Museo Ralli
Este Museu é uma entidade privada sem fins lucrativos que reúne obras e esculturas de artistas conhecidos e não conhecidos da América Latina. Não se engane, apesar do nome, o Museo Ralli não tem nada a ver com carros. Desenhado e projetado pelos arquitetos uruguaios Marita Casciani e Manuel Quintero exclusivamente para ser o Museu, ocupa uma superfície construída de mais de 6.000 metros quadrados, alternando amplas salas de exposição com pátios interiores belíssimos, onde predominam as esculturas de bronze e mármore criando um ambiente mágico que apaixona os visitantes. A unidade de Punta Del Este foi fundada em 1988, e é uma das cinco espalhadas pelo mundo – Uruguai (Punta), Chile (Santiago), Israel (que tem dois museus em Cesareia) e Espanha (Marbella).

Escultura na entrada do Museo Ralli




Todo mundo sabe que Punta Del Este é um lugar lindo, mas o que nem todos sabem é que os apaixonados por arte, especialmente os fãs do grande Salvador Dalí, também têm um ótimo motivo para visitar a cidade. No Museo Ralli, o artista mais importante é Salvador Dali, com esculturas distribuídas pelos corredores do Museu. O mais interessante é que, apesar de Dalí ser conhecido especialmente por suas pinturas, o Museu apresenta uma coleção de esculturas do artista espanhol. Observando as esculturas de Dalí, é praticamente impossível não as associar a ele. O estilo é exatamente o mesmo que estamos acostumados a ver em suas telas, inclusive contando com alguns elementos que são característicos dele, como o relógio distorcido, por exemplo. Praticamente, é como se ele desse vida e trouxesse suas pinturas para o mundo real. Bom, só o fato de ver um acervo tão legal de Salvador Dalí já justifica uma visita ao Museo Ralli, mas se mesmo assim você ainda quiser mais motivos para conhecer o local, eu ainda recomendo que você confira as obras de Botero, Volti, Ricardo Celma, Nicolas Garcia Uriburu, Rolando Carone, Ricardo Carpani e Pedro Peralta.

Jardim das Esculturas

Museo Ralli
Foram feitas também exposições especiais de pinturas a carvão e água-forte do reconhecido artista de La Boca, Argentina, Benito Quinquela Martin. No Museo Ralli você encontrará o que tem de mais inusitado, a obra de arte mais procurada e conceituada de Punta Del Este. O Museo Ralli além de difundir a arte por meio da organização de exposições e da realização de atividades educativas, desenvolve também um trabalho de preservação histórica, mantendo assim a tradição das esculturas e quadros.

Jardim das Esculturas

Jardim das Esculturas
O Museu não cobra entradas e não possui lojas ou lanchonetes. A exposição permanente é de Arte Latino-Americana Contemporânea e de grandes mestres do surrealismo. É de destaque a mostra de arte europeia dos séculos XVI ao XVIII, que pode ser visitada na Sala 4 e no anexo do Museu. O Museo Ralli não é um museu didático e o visitante não encontrará explicações sobre as obras expostas, senão os nomes dos artistas e de suas obras. Também não oferece visitas guiadas. A pequena área do Jardim das Esculturas é linda. Ficamos por lá apreciando os cenários e tirando muitas fotos. Aliás, fotos são permitidas em todo o Museu. É, de verdade, um passeio muito bacana, cheio de belezas e que me surpreendeu pela qualidade. O Museu abre nos meses de outubro a dezembro somente aos finais de semana, de janeiro a fevereiro de terça a domingo das 17 às 21 horas, no mês de março e Semana Santa de terça a domingo das 14 às 18 horas, e nos meses de abril e maio aos sábados e domingos das 14 às 18 horas.

Museo Ralli

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Punta Del Este - Casapueblo

Casapueblo em Punta Ballena
Continuando pela Playa Mansa em direção a Montevidéu chegamos a Punta Ballena, outra cidade do Departamento de Maldonado, a 15 quilômetros de Punta, com acesso pela Rodovia Interbalnearia. O acesso é muito fácil, há placas na estrada da Camino a La Ballena, também conhecida como Rambla Panoramica. Nenhum turista passa por Punta Del Este sem dar um pulinho em Casapueblo, construída pelo artista Carlos Páez Vilaró. Era sua antiga casa de verão e é agora uma cidadela-escultura que inclui o Museo Taller de Casapueblo, uma galeria de arte, um hotel, chamado Hotel Casapueblo ou Club Hotel Casapueblo e um restaurante, o Las Terrazas, que segue o estilo da construção original e oferece um saboroso cardápio internacional. É muito visitada não só por causa das obras de arte, mas também devido ao belo visual panorâmico que se tem dos terraços, principalmente na hora do pôr do sol.

Museo Taller de Casapueblo em Punta Ballena
Foi em 1957 que Vilaró descobriu Punta Ballena, a área que Casapueblo está localizada. Ele se perguntava como os empresários do turismo ainda não tinham descoberto aquele lugar. Na ocasião se reuniu aos amigos e compraram aquele terreno, já com planos de construir por lá. Ele começou com uma pequena casa que batizou de “Casilla de Lata”. Lá ele dormia, pintava, guardava seu equipamento de pesca que dividia com os pescadores. A água vinha de um pequeno furo entre as rochas e a luz de uma lamparina a gás. A partir da Casa de Lata, ele foi construindo a Pioneira, como o próprio nome diz, onde tudo começou. Vilaró negociava o pagamento dos trabalhadores da construção muitas vezes com suas pinturas e assim seu projeto foi se tornando realidade. A casa começou a atrair a curiosidade de algumas pessoas, amigos e colecionadores. Naquele momento ele teve a ideia de ampliar a Casa de Madeira que vinha de navios naufragados, vestindo-a de branco. Um branco mediterrâneo que cobrisse o verniz e colocasse a sua alegria contrastando com o azul do mar.

Entrada de Casapueblo
Com os planos desenhados em sua mente e pouca experiência com a arquitetura, ele começou modelando as paredes com as próprias mãos. Com cimento e cal, "pregou" uma espécie de tela de galinheiro nas paredes de madeira e pintou sua casa de branco. Uma manhã caminhando com dois amigos, um poeta e um escritor, escolheu o nome Casapueblo. No início dos anos 1960, entusiasmado com seu projeto, ele ia adicionando espaços a sua casa, um quarto, outro quarto. Cômodos que iam se conectando como vagões de uma locomotiva. Toda a sua construção levou mais de 36 anos para ser finalizada. Tem um estilo semelhante ao das casas da costa mediterrânea de Santorini, mas geralmente o arquiteto refere-se ao Forneiro, um pássaro típico do Uruguai, para discutir o tipo de construção. No Brasil este pássaro é semelhante ao João-de-Barro. E com influências do artista espanhol, Gaudi, a casa foi tomando forma. Mas certamente Vilaró construiu um estilo único e próprio. 

Sala Rafael Squirru no Museo Taller de Casapueblo
O Ateliê de Vilaró também fica na casa e suas obras estão espalhadas por todos os cantos. O espaço escolhido para seu atelier foi a cúpula mais alta da casa, alcançando o voo das gaivotas. De onde ele via o espetáculo do pôr do sol no mar. São várias pinturas, esculturas e objetos, em ambientes interligados por pequenas passagens que mais parece um grande labirinto. Os anos se passaram e Vilaró se tornou um artista muito reconhecido. Sendo um dos maiores nomes da arte Sul Americana. Ele diz no livro, que enquanto adicionava tijolos foi somando amigos. Dentre eles, Oscar Niemeyer, Pelé, Picasso, Vinicius de Moraes e muitos outros nomes famosos. Alguns inclusive receberam homenagens como a Ruazinha do Pelé e a Sala Pablo Picasso. É universalmente chamada "Escultura para Habitar". No local tem uma homenagem a Carlos Miguel (filho do artista), um dos 16 uruguaios sobreviventes do acidente aéreo do voo 571 da Força Aérea Uruguaia que caiu nos Andes em 13 de outubro de 1972.

Penhascos em Punta Ballena
Logo na entrada está o restaurante/café.  Próximo a ele há uma sala com um telão, onde se assiste um documentário sobre a casa e a vida do artista Carlos Páez Vilaró. Em seguida tem um terraço. No local há algumas esculturas e pinturas. Este terraço é um dos melhores locais para observar em detalhes o formato da casa. No terraço há algumas cadeiras para os visitantes sentarem na cerimônia que acontece no fim da tarde, durante o pôr do sol, quando o espetáculo da natureza é acompanhado por uma gravação de um texto composto por Vilaró, em que ele agradece o sol pela sua existência e se despede de mais um dia.  O local é de difícil acesso para deficientes físicos e idosos, e possui uma grande quantidade de escadas, sem corrimão. Junto ao museu há uma lojinha onde é possível comprar livros, gravuras e quadros de Vilaró. A loja do museu recebe algumas das mais importantes personalidades do mundo político e cultural.

Vista do Mirador de Punta Ballena
Apesar de grande parte do trabalho do artista estar em coleções privadas europeias, o Museu possui sua fase mais recente. Por exemplo, na Sala Rafael Squirru encontra-se uma série de quadros de 1999, dedicada aos jogos. Suas jarras de cimento, as cerâmicas e esculturas, influenciadas pela arte primitiva, de simbologia africana, tomam conta do ambiente, estando em todos os cantos. O tema altamente explorado pelo pintor, o sol, também está presente, assim como na arte das civilizações ancestrais maias e astecas. Do lado de fora da casa, perto da entrada, há um gramado de onde é possível ver melhor toda a extensão da casa. Vale a pena também caminhar até a rua principal para ver o visual do outro lado da península, onde está a Playa de las Grutas. Dizem que Vinicius de Moraes se inspirou na Casapueblo para compor a música “A Casa”, pois ele era muito amigo de Vilaró. E de fato ela é engraçada, e impressionante. Tem vista para o mar, e a partir do mar. No final da Rambla Panoramica, está o Mirador de Punta Ballena, um mirante com vista para os dois lados da península. Também é possível ver, bem ao fundo, os prédios de Punta Del Este.