Mostrando postagens com marcador INPA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador INPA. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Belém do Pará - Museu Paraense Emílio Goeldi

Museu Paraense Emílio Goeldi
O Museu Paraense Emílio Goeldi (inicialmente denominado Associação Philomática) popularmente conhecido como Museu Goeldi, é uma instituição pública fundada em 1871, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal, localizado no município brasileiro de Belém, capital do Estado do Pará. O Museu Paraense Emílio Goeldi é a mais antiga instituição da Região Amazônica e é reconhecido mundialmente como uma das mais importantes instituições de investigação científica sobre a Amazônia Brasileira. Tem a missão de produzir e difundir conhecimentos e acervos sobre sistemas naturais e socioculturais relacionados à Amazônia. É considerado pelo Ministério do Turismo como um dos 65 destinos turísticos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional.

Museu Paraense Emílio Goeldi
O século XIX foi o auge das expedições naturalistas à Amazônia e desde os primeiros anos, acorreram à região, viajantes ingleses, franceses, italianos, norte-americanos e russos. A Abertura dos Portos em 1808 tornou o Brasil mais acessível aos viajantes naturalistas e artistas que vieram com grande entusiasmo para estudar e retratar a natureza amazônica. Criado em 1866, a partir da instalação da Associação Philomática, núcleo originário do Museu, sua principal finalidade era o estudo da natureza amazônica: flora, fauna, geologia, geografia e assuntos correlatos como a história do Pará e Amazonas. A urbanização e o crescimento da cidade transformaram-na em metrópole, onde um dos marcos desta mudança ocorreu em março de 1871, quando o Governo do Estado do Pará instalou, oficialmente, o Museu Paraense

Museu Paraense Emílio Goeldi
Apesar da clara necessidade da existência de um museu na cidade, uma vez que na segunda metade do século XIX despontava economicamente por conta da exportação da borracha e, consequentemente, via expandir o movimento cultural, o Museu passou por dificuldades por mais de duas décadas. Inicialmente, sua instalação foi precária, com reduzida equipe técnica e falta de apoio às pesquisas, levando as coleções existentes a se perderem com as más condições de conservação. Assim, a produção científica praticamente resumiu-se aos próprios trabalhos do presidente da instituição, sobre geografia, arqueologia e outros assuntos. Em 1889, com a morte do naturalista o museu foi subutilizado e em seguida fechado.

Museu Paraense Emílio Goeldi
Influenciados pela filosofia do Positivismo, os políticos Justo Chermont, José Veríssimo e Lauro Sodré reabriram o Museu Paraense, pois perceberam a importância que o local tinha para a cultura da região. Em 1893, o governador Lauro Sodré recrutou da cidade do Rio de Janeiro o naturalista suíço, Emílio Goeldi (Émil August Goeldi), demitido do Museu Nacional por questões políticas após a Proclamação da República. O zoólogo assumiu a direção do Museu com a missão de transformá-lo em um grande centro de pesquisa sobre a Região Amazônica. Sua estrutura foi modificada para enquadrá-lo aos padrões dos museus de história, sendo contratada uma produtiva equipe de cientistas e técnicos. Em 1895, criava-se o Parque Zoobotânico, com mostra da fauna e flora regionais para educação e lazer da população. Em 1896, começou a publicação do Boletim Científico

Museu Paraense Emílio Goeldi



Grande parte da Amazônia foi visitada, realizando-se intensivas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas. Goeldi contratou o excelente pintor e profundo conhecedor do ambiente amazônico, Ernesto Lohse, que ilustrou o livro “Álbum de Aves Amazônicas” (Lohse viria a ser morto, durante a Revolução de 1930, à porta do Museu). Na virada do século, o Brasil consolidava suas fronteiras e nessa ocasião, os limites entre Brasil e França, no norte do Pará, estavam sendo questionados por ambos os países. As pesquisas que o Museu Paraense iniciava na região, levantando dados sobre a geologia, a geografia, a fauna, a flora, a arqueologia e a população, foram decisivas para municiar a defesa dos interesses brasileiros, representados pelo Barão do Rio Branco. Em dezembro de 1900, com intermédio de laudo de Berna, na Suíça, sede do julgamento internacional, o Amapá foi definitivamente incorporado ao território do Brasil. Em homenagem a Emílio Goeldi, foi alterada a denominação do Museu Paraense, que passou a se chamar Museu Goeldi.

Viveiros no Museu Paraense
Desde 1850, a Febre Amarela causava muitas mortes em Belém e dentre suas vítimas, incluíram-se dois pesquisadores recém-chegados da Europa para trabalhar na Seção de Geologia do Museu Paraense. Emílio Goeldi decidiu então incorporar-se à luta contra a doença, procurando identificar as principais espécies de mosquitos da Amazônia, bem como o ciclo reprodutivo desses insetos. As pesquisas intensificaram-se a partir de 1902, quando Goeldi publicou, no Diário Oficial, um trabalho sobre profilaxia e combate à Febre Amarela, Malária e Filariose, antecedendo as recomendações que o médico Oswaldo Cruz faria quando esteve em Belém, em 1910.

Antigas estruturas em madeira no Museu Paraense
Durante a gestão Goeldi, o Museu ganhou respeito internacional, sendo desenvolvidas pesquisas geográficas, geológicas, climatológicas, agrícolas, faunísticas, florísticas, arqueológicas, etnológicas e museológicas. O papel educacional do Museu foi reforçado com o Parque Zoobotânico, publicações, conferências e exposições. Em 1907, após 13 anos de atividades incessantes em Belém, Emílio Goeldi retirou-se, doente, para a Suíça, aonde veio a falecer em 1917 e seu conterrâneo, o botânico Jacques Huber, assumiu a direção do Museu Goeldi, juntamente com o amigo marinheiro Nabor da Gama Junior.

Passarela de madeira entre as árvores
A Revolução de 1930 e o período posterior, marcado pela ditadura de Getúlio Vargas, foi o início da transformação pela qual o Estado brasileiro passaria e as velhas oligarquias agrárias estavam sendo substituídas por uma nova classe, representante do poder industrial. De acordo com a ideologia do novo regime, caracterizada pelo populismo e pelo nacionalismo, foram recuperadas as dependências do Parque Zoobotânico (principal área de lazer da população) e alterou-se novamente o nome da instituição, para Museu Paraense Emílio Goeldi.

"Castelinho"
A partir de 1931, através de investimentos regulares, o Parque Zoobotânico tornou-se reconhecido nacionalmente, chegando a abrigar 2.000 exemplares de animais vertebrados e centenas de espécies da região, muitas das quais raras ou pouco conhecidas. Esse reconhecimento foi possível graças à subvenção que o Governo Estadual impôs às prefeituras do interior, obrigando-as a remeter mensalmente animais e parte de sua arrecadação ao Museu Goeldi. Muitas espécies foram reproduzidas em cativeiro com sucesso, em especial répteis e peixes. Somente nos três primeiros anos de coletas sistemáticas, foram descritas cinco novas espécies de peixes, inclusive um gênero novo.

Domingos Soares Ferreira Penna
No início dos anos de 1950, o Museu foi vinculado ao recém-criado Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instalado em Manaus. Em dezembro de 1954, o então diretor do INPA, firmou com o Governador do Pará, um Termo de Acordo pelo qual o Museu Goeldi seria administrado e recuperado pelo INPA, durante 20 anos. Com essa medida, o Museu Goeldi pôde, mesmo com dificuldades, intensificar suas pesquisas científicas. Na década de 1970, a limitação do espaço do Parque Zoobotânico, impedia o crescimento do Museu Goeldi e esse foi o principal motivo para a instalação de um Campus de Pesquisa, na periferia da cidade, com 12 hectares, para onde foram transferidos os Departamentos de Pesquisa (botânica, zoologia, ciências humanas, ciências da terra e ecologia), a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, o Arquivo Guilherme de La Penha, o Horto Botânico Jacques Huber e a administração. O Campus de Pesquisa já é o local principal da realização dos experimentos científicos e da guarda das coleções do Museu. O Parque Zoobotânico permanece como uma mostra viva da natureza amazônica e ponto de referência para o programa de educação científica do Museu Goeldi.

A Herma, de Spix e Martius
A mais recente base física, a Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), foi inaugurada em 1993, em 33.000 hectares da Floresta Nacional de Caxiuanã, Município de Melgaço, a aproximadamente 400 quilômetros de Belém. A área foi cedida pelo IBAMA e a base foi construída com recursos da Overseas Development Administration (ODA), atual DFID/Reino Unido. A ECFP destina-se à execução de programas de pesquisa e ações de desenvolvimento comunitário nas diversas áreas do conhecimento (há aproximadamente 200 famílias vivendo no interior da floresta e arredores), possuindo excelente infraestrutura para o desenvolvimento de pesquisas em ambientes de floresta primária, sendo muito visitada por cientistas de instituições nacionais e estrangeiras. Desde o ano 2000, o Museu Paraense Emílio Goeldi saiu do âmbito do CNPq, ficando subordinado, diretamente, ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.

Garça vermelha
Atualmente, o Museu possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895 numa área de 5,2 hectares, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico. Localizado no centro urbano de Belém, nele se encontram a Diretoria, as Coordenações de Administração e Museologia, a Assessoria de Comunicação Social e a Editora do Museu. O Parque possui cerca de 2.000 árvores nativas da região, como sumaúma, acapu e cedro, e 600 animais, muitos deles ameaçados de extinção, como o peixe-boi, a arara-azul, o pirarucu e a onça pintada. Possui ainda, um aquário com uma mostra de peixes e ambientes aquáticos amazônicos e, além disso, mantém uma exposição permanente sobre a obra de Emílio Goeldi e as primeiras coleções formadas pelo naturalista. O Parque recebe mais de 400 mil visitantes anualmente, entre moradores de Belém e turistas. Os visitantes também têm a possibilidade de contemplar monumentos históricos como o “Castelinho” (antiga caixa d’água modelada para parecer as ruínas de um castelo) e exposições no Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna, a Rocinha do Museu Goeldi, antiga casa rural construída no século XIX.

Vitória-Régia

Sumaúma
Jacarés
Tartarugas

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Manaus - Bosque da Ciência

Paiol da Cultura (Maloca Indígena)
O Bosque da Ciência é um pedacinho da floresta no centro de Manaus, com uma área de aproximadamente 13 hectares. O Bosque da Ciência foi inaugurado em abril de 1995 em comemoração aos 40 anos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), uma das mais importantes instituições de pesquisa da Amazônia. O INPA foi fundado em 1952 e está ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com a finalidade de fornecer um conhecimento profundo sobre a Floresta Amazônica. O Bosque por sua vez, foi projetado e estruturado para fomentar e promover o desenvolvimento do programa de difusão científica e de educação ambiental do INPA, ao mesmo tempo preservando os aspectos da biodiversidade existente no local. A ideia de sua criação era simples: abrir as portas para a população e aproximar as pessoas da produção científica. A maior parte das pesquisas tem foco nos tópicos de ecologia, zoologia e botânica.

Passarelas suspensas entre as árvores
Possui várias coleções com muitos exemplares e amostras da fauna e da flora da Região Amazônica, composta por vários acervos, que foram reunidos ao longo de mais de 50 anos de inventários e pesquisas desenvolvidas pelo INPA na Amazônia. O Herbário do INPA possui a maior coleção de plantas da Amazônia e é o quinto maior herbário brasileiro. Conta com mais de 237 mil exemplares registrados, uma coleção de mais de 25 mil fototipos, além de coleções associadas: Carpoteca, com cerca de 2.500 frutos e Xiloteca, representada por 10.445 amostras de madeira. Este acervo está sendo digitalizado, e mais de 450 mil imagens já estão disponíveis online, com seus respectivos dados. Alguns projetos desenvolvidos no INPA se destacam, tais como o Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) e sete projetos da Rede de Institutos Nacionais de Ciência e TecnologiaINCTs

Tanque dos Peixes-boi
O Bosque da Ciência recebe cerca de 120 mil visitantes por ano. Em 2014, o espaço ficou em terceiro lugar entre os 10 melhores zoológicos e aquários do Brasil. O Bosque da Ciência é uma excelente opção de passeio para fazer em Manaus com crianças. Ao entrar no Bosque da Ciência, uma das primeiras atrações que o visitante avista é o tanque onde estão os animais aquáticos resgatados por pesquisadores que trabalham com estes bichos – a maioria deles, peixe-boi. Em geral, são peixes-boi que ficaram órfãos após suas mães terem sido abatidas no rio, por pescadores e/ou caçadores, e que não sobreviveriam sozinhos na natureza. Esta é uma das atrações que mais encantam os visitantes, o Tanque dos Peixes-boi, que ficam rodeados de crianças. Outra espécie aquática encontrada no Bosque da Ciência é a ariranha, embora em menor número. Não se vê guias para acompanhar os visitantes, mas o Bosque da Ciência tem pequenas placas explicativas em português e em inglês sobre as atrações da fauna e da flora encontradas no local. Quando chegamos recebemos logo um mapa com orientações e informações sobre o Parque. Podem-se ficar horas passeando por lá.

Casa da Ciência
Os turistas circulam sobre uma passarela de concreto suspensa, de onde se avista o Bosque na altura da copa das árvores, admira-se uma Tanimbuca, árvore com mais de 30 metros de altura e idade estimada de 600 anos. A floresta do Bosque da Ciência tem uma rica biodiversidade, é densamente fechada, embora cortada por trilhas urbanizadas, onde o visitante pode conhecer a flora e, com um pouco de sorte, encontrar animais como araras, bichos-preguiça, macacos, cutias, pacas, capivaras, preguiças, entre outros circulando tranquilamente pelo local. O Bosque oferece à população uma nova opção de lazer com caráter sócio-científico e cultural, além de oferecer atrativos turísticos e entretenimento. Além da fauna e flora, o local também desenvolve programações temporárias, como exposições e feiras. Atividades como estas são realizadas, em geral, no Paiol da Cultura.

Casa da Ciência
Antes ou depois de um longo passeio pelo Bosque da Ciência, descobrindo árvores e animais em cada canto, é muito bom completar o passeio com uma boa olhada na Casa da Ciência e seu acervo. Trata-se de um pequeno museu no estilo Ciências Naturais, onde se encontram maquetes e cenários em tamanho real mostrando a vida de ribeirinhos e seringueiros, seus objetos e modo de vida. Uma das curiosidades que mais chama a atenção é a maior folha do mundo. Trata-se de uma folha de nome Coccoloba spp. (Polygonaceae), que mede 2,50 metros de comprimento. Dentro da Casa da Ciência tem um espaço interativo para as crianças, onde elas podem tocar e girar os cubos com fotografias dos insetos e depois pintar um desenho.

Lago Amazônico
Perto da Casa da Ciência, fica a Ilha de Tanimbuca, com um pequeno riacho onde vivem peixes e quelônios e uma réplica de maloca, onde artesãs indígenas vendem colares, pulseiras e brincos. Outro atrativo é o Lago Amazônico, um ambiente onde vivem diferentes espécies de quelônios (tracajás e tartarugas) e peixes. Para chegar nele o ideal é fazer o percurso pelas trilhas suspensas. Os visitantes podem alimentar os animais do Lago, adquirindo uma ração especial na sorveteria localizada próxima à Casa da Ciência. Os jacarés, de várias espécies, ficam em áreas cercadas, próximas ao lago. 

Poraquê ou Peixe Elétrico
Não deixem de conhecer o Poraquê ou peixe elétrico. É assim chamado por sua capacidade de gerar descarga elétrica de forte potência (até 600 volts), sendo esta utilizada para gerar um campo elétrico em torno do corpo, que permite o reconhecimento da área ao redor e o atordoamento de suas presas. Não aconselho ninguém a experimentar. O Bosque da Ciência é aconchegante. Quem ficar cansado durante as caminhadas pode recuperar o fôlego nos bancos localizados ao longo dos caminhos. Alguns chapéus de palha também podem ser uma alternativa para um descanso ou bate-papo. Há sorveteria e lanchonete para quem quiser degustar produtos regionais, como tapioca e sanduíche de tucumã, e sucos e sorvetes feitos de frutos da região.

Casa de madeira
O Bosque só fica fechado às segundas-feiras e o ingresso para visitantes tem valor simbólico. Crianças até 10 anos e pessoas a partir de 60 anos não pagam. A entrada é pela Rua Otávio Cabral, entre os bairros do Aleixo e Petrópolis, na Zona Sul de Manaus, com estacionamento em frente. Além da fauna e flora, o local também desenvolve programações temporárias, como exposições e feiras. Atividades como estas são realizadas, em geral, no Paiol da Cultura.

Tanque dos Peixes-boi

Casa da Ciência


Extração de Látex da Seringueira