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quinta-feira, 16 de julho de 2015

Manaus - Igreja de São Sebastião

Igreja de São Sebastião
Ao lado direito do Largo de São Sebastião,  está o monumento que dá nome a ele, a Igreja de São Sebastião, uma das principais paróquias da capital do Amazonas. Localiza-se na Rua 10 de Julho, com sua frente voltada para o Largo de São Sebastião, no Centro Histórico do município de Manaus. A primeira Capela de São Sebastião erguida em Manaus data de 1859, ano em que aqui chegaram os missionários franciscanos, da Irmandade de São Sebastião. Era uma ermida em madeira, coberta de palha, instalada nos fundos do terreno onde esses religiosos residiam, na antiga Rua Conde D’Eu, atual Rua Monsenhor Coutinho, no Centro. No entanto, com o passar do tempo a devoção aumentava sempre mais, daí por uma inerente necessidade idealizou-se a construção de um novo templo que pudesse conter numerosos fiéis. A referência mais antiga acerca do início da construção da Igreja que existe atualmente é de 1868, quando o Presidente Provincial Leonardo Ferreira Marques, em seu Relatório de Passagem de Governo, em novembro daquele ano, diz que a obra da Capela de São Sebastião, contratada junto a Leonardo Malcher, iria ser iniciada. Apesar da afirmativa daquele Presidente, somente em 1870 – com a chegada do Frei Jesualdo Macchetti de Lucca – que as obras realmente começaram. Aliás, sobre esse missionário, vale ressaltar que ele faleceu em junho de 1902 e foi enterrado no Cemitério São João Batista. Três décadas depois, em abril de 1933, os seus restos mortais foram trasladados para a Igreja que ele ajudara a construir.

Fachada da Igreja São Sebastião

Nave da Igreja São Sebastião
A planta da nova Igreja foi organizada por Sebastião José Basílio Pyrrho, o mesmo que projetou a atual Catedral Metropolitana de Manaus. Com o templo ainda em obras, em maio de 1877, o Presidente da Província, Domingos Monteiro Peixoto, autorizou a utilização de materiais que sobraram das obras da atual Matriz para o erguimento da nova Igreja de São Sebastião. Sete anos depois, em setembro de 1884, contratou-se Ambrósio Bruno Candis para a construção do teto, das cimalhas, do estuque, dos forros das abóbadas e dos altares. Entretanto, em outubro de 1886, Candis retirou-se da cidade e deixou a Igreja inacabada. Seu contrato foi rescindido no ano seguinte, em janeiro de 1887, e a obra foi assumida pela Repartição de Obras Públicas. Superadas as dificuldades, em setembro de 1888, Frei Jesualdo Macchetti pôde benzer a nova e atual Igreja de São Sebastião, contando com autoridades civis, militares, eclesiásticas e fiéis. Em agosto de 1906, a Igreja foi entregue aos Padres Capuchinhos Lombardos, da Itália. Em setembro de 1909, com a saída destes para a missão do Pará, foram substituídos pelos também italianos, Capuchinhos da Úmbria.

Altar da Igreja São Sebastião

Um dos Altares
da Igreja de São Sebastião
Em janeiro de 1912, um grupo de fiéis frequentadores da Igreja de São Sebastião,  apresentou-se ao Bispo Dom Frederico Benício de Souza Costa, pedindo que se dignasse elevar a Capela de São Sebastião  à dignidade de Paróquia. No mesmo ano, por ocasião da Festa do Padroeiro, na presença do Bispo Diocesano, Frei Marcelino de Milão, anunciou publicamente a criação da nova Paróquia; e em setembro de 1912, no encerramento de um retiro espiritual do clero, o Bispo anunciou oficialmente, pelo Prelado de Santarém, pregador do referido retiro, a criação de uma nova Paróquia, na cidade de Manaus,  sob a invocação do glorioso Mártir São Sebastião. A Igreja foi o terceiro templo católico de Manaus a ganhar status mais importante da religião, após a Catedral de Manaus e a Igreja dos Remédios. Cinco anos depois, os Capuchinhos compraram o terreno situado por detrás do templo para que ali fosse construída a residência dos padres, a qual serviria também para receber os missionários enfermos. Em março de 1921, a Intendência Municipal, autorizou a aquisição de um relógio que foi instalado na torre da Igreja. Foi tombada em 1988 como Patrimônio Histórico pelo Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas – CEDPHA. Em setembro de 2012 a Igreja celebrou o centenário de sua elevação à categoria de Paróquia.

Altar da Sagrada Família
Construída com pedras em estilo medieval, possui uma bela iluminação noturna e seu interior impressiona pelas pinturas do teto. Tem estilo eclético, com alguns elementos de vários estilos, como o gótico e o neoclássico, e seu interior é marcado por painéis e vitrais europeus, bem ao estilo da época. Intactas, as pinturas que cobrem o teto até o altar, incluindo a cúpula e as paredes, trazidas da Itália e afixadas no local, são de autoria de Silvio Centofanti, Francisco Campanella e Ballerini. A maior delas, pintada por Ballerini, no teto, logo à entrada, mostra o Martírio de São Sebastião; a base da cúpula retrata os quatro evangelistas; e a própria cúpula a "Glória do Céu", com oito anjos. A capela lateral, à esquerda, abriga um presépio em tamanho natural (com um grande camelo) trazido da Europa por uma rica família manauara. Um fato curioso que chama a atenção de todos é a existência de apenas uma única torre construída, sendo que o desenho da Igreja claramente indica a intenção de se levantar uma segunda torre também. Há várias lendas para explicar essa não construção (como a que diz que a segunda torre estava sendo transportada em um navio vindo da Europa, o qual naufragou durante o percurso), mas aparentemente a verdadeira razão é que, naquela época, as igrejas pagavam impostos em função do seu tamanho, incluindo o número de torres. Assim, os frades nunca concluíram a construção da segunda torre para evitar despesas adicionais. Desde sua fundação, a Igreja pertence aos padres capuchinhos.

Cúpula da Igreja São Sebastião
Com tanta tradição e admiração dos fiéis, a Igreja de São Sebastião é uma das preferidas para a realização de casamentos em Manaus. A fila para casar-se na Igreja dos Padres Capuchinhos chega a ter um ano de espera, mas, segundo os fiéis, vale muito a pena esperar para casar-se num templo de tamanha história.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Manaus - Largo de São Sebastião


Monumento de Abertura dos Portos no
Largo de São Sebastião
Não seria exagero dizer que o Largo de São Sebastião, localizado no Centro Histórico da cidade, é o lugar mais acessível para ser visitado em Manaus. Também conhecido como Centro Cultural Largo de São Sebastião, é um espaço revitalizado que resgata a memória viva da Manaus Antiga. Idealizado para o exercício do lazer e da arte, democratiza o acesso à cultura, gerando renda para a classe artística e movimenta o comércio existente no entorno. É gerenciado pelo Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC). Sua localização privilegiada expõe um dos ambientes urbanos mais queridos da capital e seu maior “vizinho” é o grandioso (em tamanho e importância) Teatro Amazonas. Além do Teatro, reúne grandes monumentos da história manauara, como a Igreja de São Sebastião, o Palácio da Justiça e o Monumento de Abertura dos Portos. O Largo está disponível a qualquer hora do dia e o deslocamento até ele é muito fácil.

Monumento de Abertura dos Portos 
no Largo de São Sebastião

Teatro Amazonas, no Largo de São Sebastião
Em forma de círculo, a Praça é cercada de árvores nas laterais. Um de seus maiores destaques é o piso em pedrinhas nas cores preto e branco, que faz referência ao Encontro das Águas. O chão da Praça São Sebastião inspirou o piso do calçadão da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que tem o mesmo desenho ondulado que reproduzem os banzeiros dos rios. Outro destaque da Praça é o Monumento da Abertura dos Portos às Nações Amigas, que marca o início do comércio com outros países, além de Portugal. Construído em mármore, ele está localizado bem no meio da Praça, rodeado por árvores e ao redor há um chafariz. O monumento tem muitos detalhes que podem ser observados por alguém mais atento. A escultura de uma mulher, que representa a Amazônia, sendo cortejada por Hermes, deus grego do comércio, fica no topo. Na base, quatro caravelas apontam para direções diferentes, cada uma representando um continente (Américas, Europa, Ásia e África).



Palácio da Justiça
Atrás do Teatro, tem-se o Palácio da Justiça. Hoje funcionando como Centro Cultural, ele está aberto à visitação guiada e exibe exposições periódicas de artistas locais. Além de ter uma das fachadas mais bonitas de todo o Centro Histórico de Manaus, o interior do seu hall de entrada é o mais imponente de toda a cidade (mais até do que o do Teatro Amazonas). Localizada acima do pórtico central a deusa Têmis, da mitologia grega, personifica a Justiça e a Lei Eterna. A deusa, com uma balança e uma espada, simboliza a imparcialidade e inexorabilidade da Justiça.

Palácio da Justiça


Deusa Têmis
O Largo de São Sebastião é um importante ícone para o cenário histórico e cultural de Manaus, pois está diretamente relacionado com o Ciclo Econômico da Borracha, que já se fazia presente na exportação regional desde 1827. Manaus deveria se apresentar moderna, limpa e atraente. Então, com a justificativa de modernizar e embelezar a cidade, os governantes da época passaram a se preocupar mais com a aparência do lugar, tendo em vista a atração de mais investimentos e a visibilidade internacional da então Tapera de Manaus. Falar deste importante símbolo é também abordar a importância e história de monumentos, praças, prédios e outros que embelezam a cidade de Manaus uma vez que existe uma relação entre suas histórias.

Casarões históricos no Largo de São Sebastião
No Largo de São Sebastião, o visitante pode assistir ao ar livre e gratuitamente shows musicais, apresentações de teatro, concertos e até montagens operísticas, conforme a programação do órgão responsável. Fazem parte da programação do Largo o Projeto Circo na Praça, com atividades totalmente voltadas para espetáculos circenses, o Projeto Arte por Toda Parte, que leva para o público a música local e a música popular brasileira, além das brincadeiras infantis, oferecendo brinquedos confeccionados em madeiras (cavalinhos), que resgatam brincadeiras de época como: bambolê, perna de pau, pula corda, etc.

Casarões históricos no Largo de São Sebastião

O Largo de São Sebastião vai além de seu perímetro. Localizado na Rua José Clemente, o Largo de São Sebastião é um espaço que anos atrás foi revitalizado. Tudo nele tem importância histórica. Em seu entorno, estão casas históricas que também foram revitalizadas e dão um embelezamento a mais ao local. Para chegar ao Largo, há diferentes vias, as mais conhecidas são Avenida Eduardo Ribeiro e Rua 10 de julho. Em 2005, o Governo decidiu fechar parcialmente algumas ruas nos arredores do Teatro Amazonas, restringindo-as somente ao tráfego de pedestres. A história que se escreve agora é de todos que usufruem deste espaço, seja para se divertir ou trabalhar.

Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista

Alguns dos prédios históricos ao redor funcionam como bares e restaurantes. Um dos mais frequentados é a African House, que vende sanduíches e sucos. Um deles é o famoso Bar do Armando, clássico espaço boêmio, frequentando por pessoas de todas as classes sociais. A Tambaqui de Banda, peixaria que tem várias filiais espalhadas pela cidade, oferece aos turistas e locais os saborosos peixes regionais, e a Sorveteria Glacial, os sorvetes feitos de frutas regionais como o cupuaçu e o açaí. Uma banca de comida, feita de ferro trabalhado, oferece a oportunidade de os visitantes experimentarem uma das comidas típicas mais apreciadas da região, o tacacá, feito com goma de tapioca, tucupi, jambu e camarão. À noite, o Largo de São Sebastião fica mais efervescente, quando o número de frequentadores aumenta e todos os estabelecimentos estão funcionando.

Casarão histórico no Largo de São Sebastião

Há também uma banca de revista. Mas não é uma banca qualquer. O local vende revistas e livros e, ocasionalmente, também funciona como espaço de lançamento de livros. Milton Hatoum, o mais reconhecido escritor do Estado do Amazonas, quando realiza sessões de autógrafos em Manaus, sempre gosta de fazê-las na Banca do Joaquim, como é conhecido o local. Ao redor, há também a Galeria do Largo, que foi instalada dentro de um casarão histórico, que mantém a exposição permanente “Cidade Santa Anita”, de Mário Ypiranga Monteiro, e exposições temporárias. Ao lado, fica a Galeria Amazônica, que vende artesanato de diversas etnias indígenas do Amazonas. São vários objetos feitos a partir de fibras, madeira e sementes.