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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Manaus - Dicas de O Que Fazer em Manaus


Teatro Amazonas
Muita gente viaja para Manaus sem saber o que encontrar. Por isso, adianto: é, sim, o lugar perfeito para entrar em contato com a natureza e apreciar os sons dos pássaros, mas não é só isso que move o turismo na cidade. A variedade de atrações encontradas em Manaus faz dela um dos principais destinos turísticos do Brasil, sobretudo para turistas estrangeiros que estão em busca de um maior contato com a natureza. Manaus é a porta de entrada para quem quer se aventurar pela maior Floresta Tropical do mundo. De barco é possível navegar pelos rios, igarapés repletos de árvores e plantas típicas dessa região. Em solo firme as principais atrações são da época da borracha, época em que Manaus era uma das cidades mais importantes do país, sendo inclusive a primeira cidade do Brasil a ter energia elétrica. Neste Dicas de o Que Fazer em Manaus, faço um resumo dos principais pontos turísticos de Manaus. Quem preferir, pode ver com maiores detalhes cada local sugerido nas postagens seguintes, é só clicar em cada uma delas. Quem for conhecer o Teatro Amazonas, poderá conhecer no mesmo local o Largo e a Igreja de São Sebastião, e o Palácio da Justiça. Quem fizer o passeio de barco ao Encontro das Águas, de quebra vai conhecer o Parque Ecológico do Lago Janauari. Quem for até a Praia da Ponta Negra pode dar uma esticada até a Ponte Rio Negro. Ao visitar o Mercado Municipal Adolpho Lisboa você já conhece também o Conjunto Arquitetônico do Porto de Manaus e logo ali a Catedral Metropolitana de Manaus.



Teatro Amazonas

Teatro Amazonas
A primeira dica é o Teatro Amazonas, que é o símbolo máximo do período áureo da borracha. Construído no esplendor artístico que vigorou no final do século XIX, o Teatro Amazonas mantém grande parte de sua decoração e arquitetura original. O Teatro é revestido de muita riqueza e foi inaugurado em 1896, para apresentação de peças e óperas europeias que vinham para deliciar os barões da borracha. A construção é simplesmente encantadora, seja por fora, seja por dentro. A fachada é neoclássica e pintada de um tom de rosa muito bonito. Já a cúpula é feita por 36 mil escamas de cerâmica nas cores da bandeira brasileira. No interior, já no Hall de Entrada, podemos ver uma grande quantidade de mármore português, italiano e ferro inglês. A Sala de Espetáculos possui capacidade para 700 pessoas e é decorada com lustres vindos de Veneza. É de longe o prédio mais suntuoso da cidade. Não é apenas uma herança cultural e artística, fruto do período em que Manaus viveu seu apogeu de riqueza, mas um espaço que se mantém vivo e em plena atividade, mais de 100 anos após sua inauguração. O Teatro Amazonas foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966. No mês de maio, é cenário do Festival Amazonas de Ópera, caso não tenha espetáculos durante a sua visita, vale demais uma visita guiada. É um mergulho na história do Teatro.

Largo de São Sebastião e o Monumento à Abertura dos Portos

Largo de São Sebastião e o
Monumento à Abertura dos Portos
A segunda dica está localizada no Centro Histórico da cidade, o Largo de São Sebastião que resgata a memória viva da Manaus antiga. Tem vários imóveis de interesse histórico e arquitetônico e é local de várias apresentações artísticas. O Teatro Amazonas, a Igreja de São Sebastião, o Monumento à Abertura dos Portos, a Galeria do Largo são alguns que integram o Largo. Se o calçadão de Copacabana faz tanto sucesso, tenha certeza: em parte, é graças a Manaus. O Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, tem o mesmo desenho sinuoso da famosa praia carioca. Se no Rio de Janeiro as formas das pedras representam as ondas do mar, em Manaus elas simbolizam o encontro do rio barrento com o rio de águas negras. Manaus é uma cidade onde história, natureza e urbanismo caminham de mãos dadas.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
A terceira dica é imperdível. De um lado um rio negro, de outro um claro, barrento. Eles correm seis quilômetros lado a lado e simplesmente as águas do Rio Negro e do Rio Solimões não se misturam. O espetáculo da natureza pode ser observado todos os dias, seja de barco, canoa, rabeta ou mesmo em um bom standup paddle (se você tiver coragem). Se você tiver um pouco de sorte ainda pode ser presenteado com o nado dos botos em meio ao Encontro das Águas. Para ir ao Encontro das Águas, você pode contratar uma agência de turismo, em Manaus mesmo. A visita dura praticamente o dia todo, já que além de visitar o Encontro das Águas você irá visitar aldeias indígenas, caminhar pela floresta, almoçar e muito mais. Esse passeio de barco é uma experiência imperdível para quem vai a Manaus. O Encontro das Águas é um fenômeno natural declarado Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN.

Praia da Ponta Negra

Praia da Ponta Negra
A quarta dica é uma das inúmeras praias de Manaus. A Praia da Ponta Negra é a mais conhecida de Manaus, muito procurada para os locais se refrescarem do calor. Com uma boa faixa de areia é a preferida dos manauaras, mas a Praia só se forma quando o rio está baixo. Às margens do Rio Negro, tem uma orla urbanizada, com vários quiosques de venda de alimentos, quadras poliesportivas, anfiteatro e fontes. Não é tão aconselhável tomar banho na Praia por não ser uma água tão limpa. Em qualquer época do ano você pode (e deve) visitar a Praia, é possível também praticar diversos esportes, sobretudo nas quartas-feiras e domingos com a faixa liberada. A Ponta Negra oferece uma bela panorâmica do Ponte Rio Negro e do rio que banha a cidade. Localizada a 13 quilômetros do centro da cidade, a chegada é muito facilitada. Seja de táxi ou mesmo de transporte coletivo. É um lugar supergostoso para crianças e adultos.

Ponte Rio Negro vista da Praia da Ponta Negra

Ponte Rio Negro
A quinta dica pode ser visitada logo em sequência à Praia da Ponta Negra. Com 3.595 metros de extensão, a Ponte Rio Negro liga Manaus a municípios da Região Metropolitana. É considerada a segunda maior ponte estaiada, suspensa por cabos, sobre rio no mundo. Inaugurada em 2011, a Ponte se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade de Manaus. A Ponte oferece uma bela visão panorâmica do Rio Negro, o maior rio de águas negras do mundo. As melhores fotos da Ponte podem ser tiradas na entrada e saída da Ponte, através de passeios de barco ou da Ponta Negra (vista à distância).

Passarela Suspensa no Bosque da Ciência

Museu Casa da Ciência no Bosque da Ciência
A sexta dica também é interessante para a criançada. Criado para comemorar os 40 anos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), em 1995, o Bosque da Ciência é uma ótima pedida para quem quer conhecer mais sobre a fauna e a flora da Amazônia. Isso porque diversas espécies que são ameaçadas de extinção são mantidas no Bosque para evitar que o pior aconteça. É possível ver onças pintadas, peixes-boi, ariranha, jacarés e muito mais. Também tem exposições relacionadas à fauna e flora amazônicas. Como fica localizado no meio da cidade de Manaus, para chegar é bem simples, seja de táxi ou mesmo de transporte coletivo.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
E a sétima e última dica é uma viagem nos sabores e odores da Amazônia. Para conhecer bem uma região, visite o Mercado Municipal da cidade. O Mercado Municipal Adolpho Lisboa é um prédio no estilo Art Noveau, inaugurado em 1883, e tombado pelo IPHAN em 1987 por ser um dos mais importantes exemplares da arquitetura em ferro. O Mercado Municipal reúne comércio, muito artesanato, os cheiros e temperos da cultura local e, é claro, muitos sabores da capital do Amazonas. Da arquitetura ao visual do Porto, esse é um passeio inesquecível.Foram cinco dias em Manaus, é claro que não foi possível visitar todos os lugares do roteiro, alguns deles estavam fechados por causa do carnaval. Alguns dizem que não dá para conhecer Manaus em menos de 10 dias, mas cinco está de bom tamanho. Manaus me surpreendeu, principalmente pelo Largo de São Sebastião, visitei apenas o Manauara Shopping, para conhecer a Cachaçaria do Dedé, vale a pena a visita. O restaurante oferece pratos do mais alto nível e ainda conta com uma infinidade de produtos gourmet. Não deixem de experimentar a Caipiroska de Taperebá, é divina, sem contar as centenas de rótulos de cervejas artesanais do mundo todo. Quando a gente pensa que por ser longe do Eixo Rio-São Paulo as lojas e grifes mais conhecidas não estarão presentes nos shoppings, nos enganamos redondamente. Todas elas estão lá, e com os mesmos preços salgados daqui. O povo manauara é gente simples, receptiva e prestativa. A tradição milenar dos povos indígenas amalgamada com as diversas influências seculares das culturas portuguesa, francesa, africana, holandesa, norte americana, inglesa, espanhola, quiçá de outros povos, estão presentes nas mais variadas formas de expressão socioeconômica e cultural da cidade. Partimos de Manaus para mais cinco dias em Belém do Pará


Cachaçaria do Dedé 
no Manauara Shopping


Foram cinco dias em Manaus, é claro que não foi possível visitar todos os lugares do roteiro, alguns deles estavam fechados por causa do carnaval. Alguns dizem que não dá para conhecer Manaus em menos de 10 dias, mas cinco está de bom tamanho. Manaus me surpreendeu, principalmente pelo Largo de São Sebastião, visitei apenas o Manauara Shopping, para conhecer a Cachaçaria do Dedé, vale a pena a visita. O restaurante oferece pratos do mais alto nível e ainda conta com uma infinidade de produtos gourmet. Não deixem de experimentar a Caipiroska de Taperebá, é divina, sem contar as centenas de rótulos de cervejas artesanais do mundo todo. Quando a gente pensa que por ser longe do Eixo Rio-São Paulo as lojas e grifes mais conhecidas não estarão presentes nos shoppings, nos enganamos redondamente. Todas elas estão lá, e com os mesmos preços salgados daqui. O povo manauara é gente simples, receptiva e prestativa. A tradição milenar dos povos indígenas amalgamada com as diversas influências seculares das culturas portuguesa, francesa, africana, holandesa, norte americana, inglesa, espanhola, quiçá de outros povos, estão presentes nas mais variadas formas de expressão socioeconômica e cultural da cidade. Partimos de Manaus para mais cinco dias em Belém do Pará

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Manaus - Igreja de São Sebastião

Igreja de São Sebastião
Ao lado direito do Largo de São Sebastião,  está o monumento que dá nome a ele, a Igreja de São Sebastião, uma das principais paróquias da capital do Amazonas. Localiza-se na Rua 10 de Julho, com sua frente voltada para o Largo de São Sebastião, no Centro Histórico do município de Manaus. A primeira Capela de São Sebastião erguida em Manaus data de 1859, ano em que aqui chegaram os missionários franciscanos, da Irmandade de São Sebastião. Era uma ermida em madeira, coberta de palha, instalada nos fundos do terreno onde esses religiosos residiam, na antiga Rua Conde D’Eu, atual Rua Monsenhor Coutinho, no Centro. No entanto, com o passar do tempo a devoção aumentava sempre mais, daí por uma inerente necessidade idealizou-se a construção de um novo templo que pudesse conter numerosos fiéis. A referência mais antiga acerca do início da construção da Igreja que existe atualmente é de 1868, quando o Presidente Provincial Leonardo Ferreira Marques, em seu Relatório de Passagem de Governo, em novembro daquele ano, diz que a obra da Capela de São Sebastião, contratada junto a Leonardo Malcher, iria ser iniciada. Apesar da afirmativa daquele Presidente, somente em 1870 – com a chegada do Frei Jesualdo Macchetti de Lucca – que as obras realmente começaram. Aliás, sobre esse missionário, vale ressaltar que ele faleceu em junho de 1902 e foi enterrado no Cemitério São João Batista. Três décadas depois, em abril de 1933, os seus restos mortais foram trasladados para a Igreja que ele ajudara a construir.

Fachada da Igreja São Sebastião

Nave da Igreja São Sebastião
A planta da nova Igreja foi organizada por Sebastião José Basílio Pyrrho, o mesmo que projetou a atual Catedral Metropolitana de Manaus. Com o templo ainda em obras, em maio de 1877, o Presidente da Província, Domingos Monteiro Peixoto, autorizou a utilização de materiais que sobraram das obras da atual Matriz para o erguimento da nova Igreja de São Sebastião. Sete anos depois, em setembro de 1884, contratou-se Ambrósio Bruno Candis para a construção do teto, das cimalhas, do estuque, dos forros das abóbadas e dos altares. Entretanto, em outubro de 1886, Candis retirou-se da cidade e deixou a Igreja inacabada. Seu contrato foi rescindido no ano seguinte, em janeiro de 1887, e a obra foi assumida pela Repartição de Obras Públicas. Superadas as dificuldades, em setembro de 1888, Frei Jesualdo Macchetti pôde benzer a nova e atual Igreja de São Sebastião, contando com autoridades civis, militares, eclesiásticas e fiéis. Em agosto de 1906, a Igreja foi entregue aos Padres Capuchinhos Lombardos, da Itália. Em setembro de 1909, com a saída destes para a missão do Pará, foram substituídos pelos também italianos, Capuchinhos da Úmbria.

Altar da Igreja São Sebastião

Um dos Altares
da Igreja de São Sebastião
Em janeiro de 1912, um grupo de fiéis frequentadores da Igreja de São Sebastião,  apresentou-se ao Bispo Dom Frederico Benício de Souza Costa, pedindo que se dignasse elevar a Capela de São Sebastião  à dignidade de Paróquia. No mesmo ano, por ocasião da Festa do Padroeiro, na presença do Bispo Diocesano, Frei Marcelino de Milão, anunciou publicamente a criação da nova Paróquia; e em setembro de 1912, no encerramento de um retiro espiritual do clero, o Bispo anunciou oficialmente, pelo Prelado de Santarém, pregador do referido retiro, a criação de uma nova Paróquia, na cidade de Manaus,  sob a invocação do glorioso Mártir São Sebastião. A Igreja foi o terceiro templo católico de Manaus a ganhar status mais importante da religião, após a Catedral de Manaus e a Igreja dos Remédios. Cinco anos depois, os Capuchinhos compraram o terreno situado por detrás do templo para que ali fosse construída a residência dos padres, a qual serviria também para receber os missionários enfermos. Em março de 1921, a Intendência Municipal, autorizou a aquisição de um relógio que foi instalado na torre da Igreja. Foi tombada em 1988 como Patrimônio Histórico pelo Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas – CEDPHA. Em setembro de 2012 a Igreja celebrou o centenário de sua elevação à categoria de Paróquia.

Altar da Sagrada Família
Construída com pedras em estilo medieval, possui uma bela iluminação noturna e seu interior impressiona pelas pinturas do teto. Tem estilo eclético, com alguns elementos de vários estilos, como o gótico e o neoclássico, e seu interior é marcado por painéis e vitrais europeus, bem ao estilo da época. Intactas, as pinturas que cobrem o teto até o altar, incluindo a cúpula e as paredes, trazidas da Itália e afixadas no local, são de autoria de Silvio Centofanti, Francisco Campanella e Ballerini. A maior delas, pintada por Ballerini, no teto, logo à entrada, mostra o Martírio de São Sebastião; a base da cúpula retrata os quatro evangelistas; e a própria cúpula a "Glória do Céu", com oito anjos. A capela lateral, à esquerda, abriga um presépio em tamanho natural (com um grande camelo) trazido da Europa por uma rica família manauara. Um fato curioso que chama a atenção de todos é a existência de apenas uma única torre construída, sendo que o desenho da Igreja claramente indica a intenção de se levantar uma segunda torre também. Há várias lendas para explicar essa não construção (como a que diz que a segunda torre estava sendo transportada em um navio vindo da Europa, o qual naufragou durante o percurso), mas aparentemente a verdadeira razão é que, naquela época, as igrejas pagavam impostos em função do seu tamanho, incluindo o número de torres. Assim, os frades nunca concluíram a construção da segunda torre para evitar despesas adicionais. Desde sua fundação, a Igreja pertence aos padres capuchinhos.

Cúpula da Igreja São Sebastião
Com tanta tradição e admiração dos fiéis, a Igreja de São Sebastião é uma das preferidas para a realização de casamentos em Manaus. A fila para casar-se na Igreja dos Padres Capuchinhos chega a ter um ano de espera, mas, segundo os fiéis, vale muito a pena esperar para casar-se num templo de tamanha história.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Manaus - Largo de São Sebastião


Monumento de Abertura dos Portos no
Largo de São Sebastião
Não seria exagero dizer que o Largo de São Sebastião, localizado no Centro Histórico da cidade, é o lugar mais acessível para ser visitado em Manaus. Também conhecido como Centro Cultural Largo de São Sebastião, é um espaço revitalizado que resgata a memória viva da Manaus Antiga. Idealizado para o exercício do lazer e da arte, democratiza o acesso à cultura, gerando renda para a classe artística e movimenta o comércio existente no entorno. É gerenciado pelo Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC). Sua localização privilegiada expõe um dos ambientes urbanos mais queridos da capital e seu maior “vizinho” é o grandioso (em tamanho e importância) Teatro Amazonas. Além do Teatro, reúne grandes monumentos da história manauara, como a Igreja de São Sebastião, o Palácio da Justiça e o Monumento de Abertura dos Portos. O Largo está disponível a qualquer hora do dia e o deslocamento até ele é muito fácil.

Monumento de Abertura dos Portos 
no Largo de São Sebastião

Teatro Amazonas, no Largo de São Sebastião
Em forma de círculo, a Praça é cercada de árvores nas laterais. Um de seus maiores destaques é o piso em pedrinhas nas cores preto e branco, que faz referência ao Encontro das Águas. O chão da Praça São Sebastião inspirou o piso do calçadão da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que tem o mesmo desenho ondulado que reproduzem os banzeiros dos rios. Outro destaque da Praça é o Monumento da Abertura dos Portos às Nações Amigas, que marca o início do comércio com outros países, além de Portugal. Construído em mármore, ele está localizado bem no meio da Praça, rodeado por árvores e ao redor há um chafariz. O monumento tem muitos detalhes que podem ser observados por alguém mais atento. A escultura de uma mulher, que representa a Amazônia, sendo cortejada por Hermes, deus grego do comércio, fica no topo. Na base, quatro caravelas apontam para direções diferentes, cada uma representando um continente (Américas, Europa, Ásia e África).



Palácio da Justiça
Atrás do Teatro, tem-se o Palácio da Justiça. Hoje funcionando como Centro Cultural, ele está aberto à visitação guiada e exibe exposições periódicas de artistas locais. Além de ter uma das fachadas mais bonitas de todo o Centro Histórico de Manaus, o interior do seu hall de entrada é o mais imponente de toda a cidade (mais até do que o do Teatro Amazonas). Localizada acima do pórtico central a deusa Têmis, da mitologia grega, personifica a Justiça e a Lei Eterna. A deusa, com uma balança e uma espada, simboliza a imparcialidade e inexorabilidade da Justiça.

Palácio da Justiça


Deusa Têmis
O Largo de São Sebastião é um importante ícone para o cenário histórico e cultural de Manaus, pois está diretamente relacionado com o Ciclo Econômico da Borracha, que já se fazia presente na exportação regional desde 1827. Manaus deveria se apresentar moderna, limpa e atraente. Então, com a justificativa de modernizar e embelezar a cidade, os governantes da época passaram a se preocupar mais com a aparência do lugar, tendo em vista a atração de mais investimentos e a visibilidade internacional da então Tapera de Manaus. Falar deste importante símbolo é também abordar a importância e história de monumentos, praças, prédios e outros que embelezam a cidade de Manaus uma vez que existe uma relação entre suas histórias.

Casarões históricos no Largo de São Sebastião
No Largo de São Sebastião, o visitante pode assistir ao ar livre e gratuitamente shows musicais, apresentações de teatro, concertos e até montagens operísticas, conforme a programação do órgão responsável. Fazem parte da programação do Largo o Projeto Circo na Praça, com atividades totalmente voltadas para espetáculos circenses, o Projeto Arte por Toda Parte, que leva para o público a música local e a música popular brasileira, além das brincadeiras infantis, oferecendo brinquedos confeccionados em madeiras (cavalinhos), que resgatam brincadeiras de época como: bambolê, perna de pau, pula corda, etc.

Casarões históricos no Largo de São Sebastião

O Largo de São Sebastião vai além de seu perímetro. Localizado na Rua José Clemente, o Largo de São Sebastião é um espaço que anos atrás foi revitalizado. Tudo nele tem importância histórica. Em seu entorno, estão casas históricas que também foram revitalizadas e dão um embelezamento a mais ao local. Para chegar ao Largo, há diferentes vias, as mais conhecidas são Avenida Eduardo Ribeiro e Rua 10 de julho. Em 2005, o Governo decidiu fechar parcialmente algumas ruas nos arredores do Teatro Amazonas, restringindo-as somente ao tráfego de pedestres. A história que se escreve agora é de todos que usufruem deste espaço, seja para se divertir ou trabalhar.

Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista

Alguns dos prédios históricos ao redor funcionam como bares e restaurantes. Um dos mais frequentados é a African House, que vende sanduíches e sucos. Um deles é o famoso Bar do Armando, clássico espaço boêmio, frequentando por pessoas de todas as classes sociais. A Tambaqui de Banda, peixaria que tem várias filiais espalhadas pela cidade, oferece aos turistas e locais os saborosos peixes regionais, e a Sorveteria Glacial, os sorvetes feitos de frutas regionais como o cupuaçu e o açaí. Uma banca de comida, feita de ferro trabalhado, oferece a oportunidade de os visitantes experimentarem uma das comidas típicas mais apreciadas da região, o tacacá, feito com goma de tapioca, tucupi, jambu e camarão. À noite, o Largo de São Sebastião fica mais efervescente, quando o número de frequentadores aumenta e todos os estabelecimentos estão funcionando.

Casarão histórico no Largo de São Sebastião

Há também uma banca de revista. Mas não é uma banca qualquer. O local vende revistas e livros e, ocasionalmente, também funciona como espaço de lançamento de livros. Milton Hatoum, o mais reconhecido escritor do Estado do Amazonas, quando realiza sessões de autógrafos em Manaus, sempre gosta de fazê-las na Banca do Joaquim, como é conhecido o local. Ao redor, há também a Galeria do Largo, que foi instalada dentro de um casarão histórico, que mantém a exposição permanente “Cidade Santa Anita”, de Mário Ypiranga Monteiro, e exposições temporárias. Ao lado, fica a Galeria Amazônica, que vende artesanato de diversas etnias indígenas do Amazonas. São vários objetos feitos a partir de fibras, madeira e sementes.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Manaus - Teatro Amazonas

Teatro Amazonas
Teatro Amazonas é um dos mais importantes teatros do Brasil e o principal cartão postal da cidade de Manaus. Localizado no centro da cidade, no Largo de São Sebastião, foi inaugurado em dezembro de 1896 para atender ao desejo da alta sociedade amazonense da época, que queria que a cidade estivesse à altura dos grandes centros culturais. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do Teatro, assim, era uma exigência da época. A história do Teatro inicia em 1881, quando foi apresentado o projeto para a construção de uma casa de ópera em alvenaria, na cidade de Manaus. A proposta foi aprovada pela Assembleia Provincial do Amazonas que iniciou as discussões sobre a construção do edifícioO projeto arquitetônico foi escolhido pelo Instituto Português de Engenharia e Arquitetura de Lisboa em 1883Foram trazidos arquitetos, construtores, pintores e escultores da Europa para realizar o trabalho. Manaus estava no auge do Ciclo da Borracha e era embalada pela riqueza provida da extração do látex amazônico, altamente valorizado pelas indústrias europeias e americanas. 

Lateral do Teatro Amazonas com sua cúpula colorida
O estilo arquitetônico do Teatro é considerado tipicamente renascentista com detalhes ecléticos, suas telhas foram importadas da Alsácia, adquiridas na Casa Koch Frères, em Paris, as paredes de aço de Glasgow, na Escócia e o mármore de Carrara nas escadas, estátuas e colunas, da Itália. A cúpula é coberta com 36 mil azulejos decorados, pintados nas cores da Bandeira Nacional do Brasil. A pintura ornamental é da autoria de Lourenço Machado. A decoração interior veio da França no estilo Louis XV. Os 198 lustres do Teatro foram importados da Itália, incluindo 32 com vidro de Murano.

Lateral do Teatro Amazonas 
com sua cúpula colorida
A Sala de Espetáculos do Teatro tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes, do corredor decorado com características barrocas e a pintura do teto, chamado "A Glorificação das Bellas Artes da Amazônia", de 1899, por Domenico de Angelis, o artista italiano que pintou também a Câmara de Audição. Os ornamentos sobre as colunas do piso térreo, com máscaras em homenagem a famosos compositores clássicos e dramaturgos, como Aristophanes, Molière, Rossini, Mozart, Verdi, Beethoven e o escritor inglês William Shakespeare, dentre outros. Sobre o teto abobadado estão apostas quatro telas pintadas em Paris pela Casa Carpezot a mais tradicional da época onde são retratadas alegorias à música, dança, tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro Carlos Gomes. Ainda no teto, pinturas em detalhes de personagens da mitologia mundial, com ninfas, querubins e cupidos. Outro fato curioso, destacado pelos guias, é a pintura que retrata os pés da Torre Eiffel de Paris, dando ao espectador a impressão de estar embaixo da construção. No centro, prende-se um lustre dourado com cristais venezianos, que desce ao nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.

Bustos na varanda do
        segundo andar do Teatro Amazonas
Destaca-se, ainda na Sala de Espetáculos, a pintura do Pano de Boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. Em cima do Pano de Boca, há a data de fundação do Teatro e o nome do governador que o construiu. O palco possui 10,50 metros de largura, 6,40 metros de altura e 11,97 metros de profundidade. O Urdimento tem 14 metros de altura. A área útil total é de 123,29 metros quadrados. O piso é feito de 12 mil peças de madeiras nobres talhadas na Europa, e são todos encaixados sem a utilização de pregos. O Salão Nobre era utilizado antigamente para grandes bailes e cerimônias oficiais. Hoje é utilizado apenas para visitação. Tem capacidade para 200 pessoas. O Teatro possui diversos ambientes, concebidos com diferentes materiais, daí ser considerado um espaço sobremaneira eclético.

Decoração em gesso no teto
É a expressão mais significativa da riqueza na cidade durante o Ciclo da Borracha, sendo tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966. A cor do Teatro Amazonas, durante muito tempo, foi fruto de controvérsia. Durante suas reformas, ele teve as cores rósea, azul, amarelo e cinza. Atualmente, ele voltou a ser “rósea”, descrito pelos guias como um tom entre cor-de-rosa e cinza.Teatro Amazonas, em Manaus, foi eleito um dos 15 teatros mais deslumbrantes do mundo pelo site de entretenimento Thrillist. A lista selecionou exemplos de arte e arquitetura, e o teatro brasileiro foi descrito como opulenta obra-prima. Com uma decoração muito nobre, o Teatro Amazonas já foi palco não somente de grandes peças teatrais, mas também de shows internacionais como o da banda The White Stripes. Desde 1997, o Festival Amazonas de Ópera é realizado no Teatro. Um de seus principais corpos artísticos é a Amazonas Filarmônica. Na plateia, almofadas confortáveis substituíram as antigas cadeiras em madeira de lei de palha da Índia, que hoje podem ser vistas apenas em alguns exemplares nos corredores do espaço, a título de curiosidade. Há uma fileira de frisas e um camarote especial disponível exclusivamente para o Chefe da Administração Estadual de cada período.

Pintura que dá a impressão de estarmos 
sob a Torre Eiffel.
Inaugurado em 2004, na abertura do VIII Festival Amazonas de Ópera, o Camarim Cenográfico fica instalado na Ala de Camarins e foi reconstruído similar aos encontrados no passado, com as paredes forradas de tecido e vários objetos que usavam no final do século XIX, assim como os móveis que fazem parte desde a sua inauguração. Quatro reformas e uma manutenção rigorosa e permanente conseguem manter sólido o ambiente original. Em 2008, o Teatro foi eleito uma das Sete Maravilhas Brasileiras em dois concursos promovidos pela Revista Caras em parceria com o Banco HSBC e outro pelo Escritório de Design Goff.

Palco do Teatro visto dos camarotes
e plateia em forma de ferradura
O Teatro Amazonas é, por excelência, o maior orgulho arquitetônico e histórico de Manaus. É, sem dúvida, o mais importante prédio da cidade, não somente pelo seu inestimável valor arquitetônico, mas principalmente pela sua importância histórica, uma prova viva da prosperidade e riqueza vividas na fase áurea da borracha. Conhecê-lo é obrigatório e, quando pisamos em seu interior, entendemos por que sua luxuosa decoração deslumbra até o mais rigoroso dos visitantes, do turista ao morador local. Se tiver oportunidade, visite mais de uma vez, porque há sempre um detalhe a mais para descobrir. E, o melhor, é grátis para os amazonenses, bastando apresentar a Carteira de Identidade na bilheteria.

Pano de Boca do palco
Mesmo um morador de Manaus, que costume passar todos os dias ao lado do prédio, quando acessa o interior do Teatro Amazonas dificilmente consegue deixar de deslumbrar-se. Um turista vai sair do prédio desejoso de voltar, seja para assistir a um concerto ou uma peça ou apenas para novamente circular nos corredores e plateia. As visitas ao Teatro são feitas em grupos com hora marcada e acompanhamento de um guia que vai contando toda a sua história. O tour dura em média 45 minutos. O Teatro não abre aos domingos e podem-se comprar os ingressos pagando em Real ou Dólar, devido ao grande afluxo de turistas estrangeiros na região.

Salão Nobre
Na visita guiada, você fica sabendo curiosidades da época da borracha, como a de que os lugares no Teatro eram ocupados de acordo com o poder aquisitivo das famílias. O local não era aberto ao público em geral, mas frequentado apenas por pessoas com relevância social. Nas cadeiras da plateia ficavam os “mais pobres” e conforme iam subindo os andares subia também a posição na escala social. Os mais endinheirados ocupavam os balcões localizados nas laterais do palco – considerado hoje os piores para assistir às apresentações - já que a intenção não era ver, mas ser visto.


Hall de Entrada
           do Teatro Amazonas







A visita monitorada também leva o turista para conhecer os corredores do Teatro Amazonas, no andar superior, até o Salão Nobre. Originalmente, o Salão Nobre foi construído para receber os frequentadores do Teatro durante os intervalos das longas apresentações. O espaço é outra raridade artística. Na parede, nove painéis produzidos pelo artista italiano Domenico de Angelis recriam elementos da natureza amazônica, com desenhos de fauna, flora e literatura. Um dos mais destacados é a pintura dos personagens Ceci e Peri, da ópera “Il Guarany”, de Carlos Gomes. Esta, por sua vez, é inspirada no livro “O Guarani”, de José de Alencar. O visitante é autorizado a se deslocar apenas nos trechos atapetados para poupar a área com pisos feitos em marchetaria (pedaços de madeira alinhados) e assim evitar algum tipo de dano. No espaço também se pode ver bustos de várias personalidades das artes brasileiras, como os próprios José de Alencar e Carlos Gomes. O Salão Nobre dá para o terraço da frente do Teatro, que apresenta uma bela vista do Largo de São Sebastião e da Igreja do mesmo nome.
Pintura no teto do Salão Nobre

Na visita guiada, você vê uma maquete do Teatro Amazonas feita com 30 mil peças de Lego. A maquete foi criada em 1960, na sede da Lego, na Dinamarca, quando a fábrica homenageou vários monumentos históricos do mundo. A maqueta foi enviada para a sede da Lego em Manaus e, em março de 2001, doada ao Teatro Amazonas. Também são visitadas salas que expõem roupas usadas em óperas apresentadas no Teatro e instrumentos musicais antigos. O gran finale da visita é o acesso ao antigo Camarim dos Artistas, no último pavimento do Teatro, um local que recria o ambiente da época da borracha. Você vê móveis, objetos e roupas usadas naquela época. Como o local é pequeno, são formados grupos de cinco pessoas para observar e fotografar o ambiente. Na visita ao local, conheça a lojinha de souvenir localizada dentro do Teatro e o café no estilo Belle Époque, localizado ao lado da bilheteria, que tem várias fotos antigas de Manaus e registros de visitantes ilustres.