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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Manaus - Catedral Metropolitana de Manaus

Catedral Metropolitana de Manaus
A Catedral Metropolitana de Manaus, também conhecida como Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi construída no final do século XVII. É o principal templo católico da cidade, remontando aos missionários carmelitas que, em 1695, ergueram a primeira Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Na ocupação do Amazonas predominaram os missionários: Jesuítas, Franciscanos, Mercedários e Carmelitas. Estes últimos substituíram os Jesuítas ao longo do curso dos Rios Solimões e Negro. O objetivo era não apenas catequizar os índios, mas também, proteger o território dos espanhóis que naquela época detinham a porção oeste do país. A Catedral foi erguida de forma muito simples no entorno da Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro. Por conta da ordem a que pertenciam os missionários que a fundaram, ela foi naturalmente dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Nesse período, Manaus tinha aproximadamente 30 mil habitantes e se resumia a três áreas conhecidas como São Vicente, Remédios e Espírito Santo. A economia era baseada no extrativismo e a atividade comercial era mínima.

Detalhe da fachada da Catedral de Manaus
A obra foi reconstruída pelo então presidente da Província, Manoel da Gama Lobo d’Almada, que ampliou suas instalações. Alguns índios foram admitidos na obra, em 1872, oriundos principalmente de aldeias de Canumã, Abacaxis, Uaranã, São Gabriel e Rio Branco, mas logo foram devolvidos às suas origens por não falarem a língua geral, o que dificultava a execução dos trabalhos. Em 1786 é construída a futura Catedral Metropolitana de Manaus. Em julho de 1850 a Catedral foi completamente destruída por um incêndio. O fato abalou a sociedade da época. Poucos ornamentos escaparam do incêndio. A exceção foram as imagens que estavam nos andores, no corpo da igreja. O prédio atual da nova igreja da Matriz foi inaugurado agosto de 1878.

Via Sacra
A fachada divide-se em dois andares, com poucos elementos ornamentais. Apresenta-se em estilo grego com grande parte do material importado da Europa, principalmente Portugal; é o caso dos seis sinos de fundição portuguesa (instalados em 1875) da capela-mor, do batistério e dos três altares, tudo em pedra de lioz vinda de Lisboa. As telhas vieram de Nova Rainha (hoje Parintins). Está situada na parte central da cidade, sobre uma elevação entre os igarapés do Espírito Santo e da Ribeira (ambos aterrados), na Praça XV de Novembro, com sua fachada principal voltada para o Rio Negro, que até hoje é o principal portão de entrada da capital amazonense. A sua escadaria foi construída em forma de lira e os canteiros do jardim foram dispostos à semelhança das cordas do instrumento.

Detalhe do Muro da
        Catedral Metropolitana de Manaus
A Praça XV de Novembro, onde está localizada a igreja, já recebeu diversos nomes como Largo da Olaria, Praça da Imperatriz, Praça do Comércio ou Praça Osvaldo Cruz. De todos esses nomes o mais importante é ter sido denominado de Largo da Olaria e este foi um dos primeiros nomes, ainda, no Brasil Colônia. A Praça da Matriz que em 1953 foi inundada pela enchente que causou muitos estragos na cidade de Manaus, no século XXI continua inundada só que de profissionais do sexo, aviões (como são conhecidos os que passam drogas), senhores "distintos" cansados da monotonia de casa, promotores de cartões de créditos, fotógrafos entre outros vendendo algo ou alugando a si mesmo, verdadeira cidade dentro da capital.

Chafariz da Praça Santos Dumont
Ao longo da história, a Igreja da Matriz Nossa Senhora da Conceição e a Praça, a qual leva o seu nome passaram por profundas transformações decorrentes dos diversos momentos históricos na qual estavam inseridas. Hoje tanto a Praça da Matriz quanto a Igreja ali situada possuem registradas em seus elementos decorativos os mais relevantes acontecimentos da história de Manaus, indo desde a fundação da cidade, passando pelo período republicano, da Zona Franca e, chegando à atualidade.

Relógio da Municipalidade
A Catedral ainda conserva à direita de sua entrada principal um mausoléu com os restos mortais de Dom Lourenço Costa Aguiar, bispo à época de sua fundação. A primeira grande reforma realizada nesse templo ocorreu em 1916. A Igreja Matriz sofreu sua última grande restauração entre 2001 e 2002. A partir daí, a Catedral passou a abrigar em uma de suas alas um museu que permite observar a história e o acervo do local. A Catedral já recebeu a visita do Papa João Paulo II, em 1980, quando visitou a cidade de Manaus. A cadeira que ele utilizou ao celebrar a missa campal na cidade, até hoje está guardada no museu da igreja. Fazem parte do Complexo da Igreja Matriz, o Chafariz da Praça Santos Dumont e o Relógio da Municipalidade. As praças foram arruinadas bem como retirados seus monumentos, lajotas de Canária de mármore da Igreja Matriz substituídos por peças de cimento. Infelizmente não pudemos entrar na Catedral, pois estava fechada para reformas. Todo o complexo da Igreja Matriz está precisando de reformas, o abandono é evidente.

Catedral Metropolitana de Manaus

domingo, 12 de julho de 2015

Manaus - Mercado Municipal Adolpho Lisboa


Mercado Municipal Adolpho Lisboa
No século XIX, preocupações a respeito das condições higiênicas na comercialização de alimentos, criaram a necessidade da construção de mercados públicos em várias cidades, a exemplo do existente em Manaus, às margens do Rio Negro. Antes da existência do Mercado funcionava no local, a Ribeira dos Comestíveis para comercializar produtos vindos do interior do Amazonas. A Ribeira supria as necessidades da cidade, mas, com o início do Ciclo da Borracha, Manaus sofreu um intenso processo de migração, aumentando a demanda de produtos. Desta forma, os governantes da época perceberam a necessidade de construir um Mercado Público. Em outubro de 1880 foi determinada a construção do Mercado Municipal.


Mercado Municipal Adolpho Lisboa
O Mercado Municipal Adolpho Lisboa, foi construído durante o período de uma economia bem sucedida que fez Manaus ser conhecida como a “Paris dos Trópicos”, graças às riquezas originadas pela exploração dos seringais, e é um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais. Inspirado no Mercado de Les Halles de Paris foi o segundo mercado construído no Brasil. O pavilhão central foi inaugurado então, em julho de 1883, época em que a cidade de Manaus era considerada uma das mais prósperas do Brasil

Fachada do Mercado Municipal
       Adolpho Lisboa
Trata-se de um galpão de aproximadamente 45 metros de comprimento e 42 metros de largura, construído em estrutura de ferro. A estrutura é sustentada por 28 colunas, sendo os parapeitos onde estas se apoiam, e as duas salas laterais, em alvenaria de pedra e tijolo. Seu calçamento é de laje de cantaria, de forma retangular, e sua rua central é calçada em paralelepípedos. As salas laterais possuem 20 "boxes", separados entre si, por grades de ferro, possuindo, cada um, balcões de madeira, com tampo em mármore. O corpo central do edifício é vazado por um portão, cuja bandeira ocupa quase a metade do segundo pavimento. No térreo, esse portão é ladeado por duas janelas de vergas retas coroadas com frontões triangulares, e no segundo pavimento há dois pares de janelas geminadas. Sobre a bandeira do portão principal, existe uma cartela cravada com o nome Adolpho Lisboa que, na época da construção da fachada, era prefeito da cidade de Manaus. Posteriormente Lisboa deu nome ao Mercado.

Estrutura em ferro do Mercado Municipal
       Adolpho Lisboa
No início do século XX, foi construído o pavilhão posterior para a comercialização, na época, de tartarugas, o qual possuía iluminação a querosene. Tal pavilhão teve a estrutura em ferro construída pela Companhia Walter Macfarlane de Glasgow, Escócia. Seu formato difere dos outros, sendo este totalmente fechado, possuindo cobertura e feita com chapas onduladas. A construção possui venezianas em todo o seu contorno, tendo oito entradas de acesso (uma em cada fachada principal, e três em cada lateral). Ladeando esse pavilhão existem dois menores, de forma octogonal, possuindo também venezianas laterais em seu contorno e janelas em vidro (acima das venezianas). Todas as janelas possuem gradis de ferro decorado por motivos florais. O Mercado levou três décadas para ser construído.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
A arquitetura caprichosa do Mercado Municipal Adolpho Lisboa sobressai no Centro Histórico de Manaus. Vista do Porto, a construção em estilo Art Noveau desperta a curiosidade de quem transita pelo burburinho desse trecho da orla do Rio Negro. O entorno do mercado é heterogêneo: prédios antigos, feiras e um ruidoso porto fluvial. O Mercado Adolpho Lisboa é um dos principais prédios do Patrimônio Histórico da capital, tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em julho de 1987. O espaço é dividido em Pavilhão do Peixe e Pavilhão da Carne, nas laterais, e Pavilhão Frontal e os Pavilhões Pará e Amazonas. Tem entrada tanto pela Rua dos Barés quanto pelo lado da Manaus Moderna, na orla do Rio Negro. Com recursos da Prefeitura de Manaus, o Mercado fez uma pequena reforma em 1977 e, em dezembro de 2006, iniciou sua primeira restauração técnica e científica, por meio de um convênio entre a Prefeitura e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e foi entregue após sete anos, em outubro de 2013.

Frente de um dos pavilhões de ferro do
Mercado Municipal Adolpho Lisboa
Os pavilhões possuem 360 metros quadrados de área útil. Internamente, são 182 boxes disponíveis ao visitante, incluindo as lanchonetes e pequenos restaurantes que vendem de sanduíches, salgados e sucos de frutas amazônicas a peixes assados, cozidos e demais comidas caseiras. Mesmo para quem vai apenas conhecer o local, não é uma viagem perdida. O “Mercadão” encanta pela sua delicada beleza. Quem vai ao Mercado apenas para um lanche ou almoço com produtos regionais tem uma bonita vista, especialmente no final da tarde: o Rio Negro. Toda última sexta-feira do mês, o Mercado Adolpho Lisboa abre suas portas à noite para receber os visitantes e promover um mix de atrações culturais de entretenimento, turismo e gastronomia. O projeto, chamado “Mercado Cultural”, integra a programação da agenda cultural da cidade, oferecido pela Prefeitura de Manaus. Cantores regionais se apresentam no local, das 18 às 22 horas.

Estrutura octogonal em ferro
O Mercado Municipal de Manaus é o lugar ideal para provar a comida regional, conhecer ervas e produtos típicos, comprar artesanato, decoração e lembranças do Amazonas. É tanta coisa interessante para se ver, comer, ouvir e admirar. Tem Viagra natural, óleo de copaíba e andiroba, frutas e folhas para chás e remédios da medicina tradicional. Seja qual for o mal, no Mercado Municipal de Manaus tem o remédio natural, produzido através da cultura e sabedoria milenar do povo. Os permissionários (como são chamados os donos dos boxes) são atenciosos e sempre disponíveis a explicar sobre cada produto para o visitante, caso ele não conheça. Sem dúvida visitar o Mercado Municipal de Manaus é um dos bons programas a serem feitos na cidade, pois ele reúne num único lugar uma boa mostra da cultura amazônica e manauara. Prato cheio para quem procura conhecer melhor esses costumes, além de destino certo para quem quer provar a culinária da região.

Detalhe no teto do Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Pavilhão do Peixe no Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Pavilhão do Peixe no Mercado Municipal Adolpho Lisboa

sábado, 11 de julho de 2015

Manaus - Conjunto Arquitetônico do Porto de Manaus

Alfândega de Manaus
Com o desenvolvimento econômico produzido pela borracha, tornou-se necessária a ampliação das instalações portuárias existentes, que se resumiam no prédio da Recebedoria (atual prédio de Operação), e o Trapiche “15 de Novembro”, construído em 1890. No fim do século XIX, a explosão da borracha impulsionava cada vez mais o fluxo comercial e trazia grandes lucros para o Amazonas. Toda essa intensa atividade necessitava de um ponto equipado com a melhor infraestrutura e tecnologia disponível na época para dar suporte ao escoamento do látex, extraído na região que tinha como destino os grandes centros comerciais do mundo. A estrutura existente no local necessitava de uma ampliação que desse suporte para atracação de navios de grande calado. Oficialmente, as obras de melhoramento do Porto de Manaus tiveram início em outubro de 1902. As obras foram realizadas por etapas.

Alfândega e Guardamoria
O Porto de Manaus, inaugurado em 1907, é considerado o mais original do Brasil. Construído em um cais flutuante, acompanha o nível das águas do Rio Negro, em épocas de grandes cheias. Considerado o maior porto flutuante do mundo, atende aos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e áreas do norte do Mato Grosso. Sua estrutura permite receber vários navios de qualquer tamanho, mesmo durante as grandes vazantes. O Porto está situado entre a Praia de São Vicente e a rampa do Mercado Municipal Adolpho Lisboa. À esquerda da entrada fica o edifício da Alfândega, onde funciona o escritório e, do outro lado da pista, ficam os armazéns destinados às mercadorias, à frente fica a rampa que é destinada aos contêineres. O cais flutuante compõe-se de duas partes distintas: a primeira em forma de um T serve para a atracação de navios de cabotagem. A segunda parte é o trapiche que liga as balsas flutuantes à ponte móvel. A ponte móvel tem 20 metros de largura e, em sua lateral, há uma passarela para pedestres. Logo que foi inaugurado chegaram os paquetes ingleses, italianos, franceses e alemães. Eles transportavam mercadorias e passageiros.

Alfândega de Manaus
O Porto passou a ser o principal ponto turístico da época e recebia navios de luxo da Lamport, da Boat Line e outros. Também saia do Porto de Manaus embarcações com borracha, castanha, madeira, produtos de exportação da época. O Porto de Manaus teve sua estrutura para recepção de turistas reformada recentemente. Além de servir para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias que vão e vem das cidades do interior do Estado, recebe grandes transatlânticos de turistas de várias partes do mundo. Também desembarca produtos destinados ao Polo Industrial de Manaus, assim como serve de embarque para produtos fabricados na cidade e que se destinam a várias partes do Brasil e do mundo.

Torre e Farol da Guardamoria
A Alfândega de Manaus, ou Alfândega e Guardamoria, é um conjunto arquitetônico localizado no centro da cidade de Manaus. Foi construído na primeira década do século XX e hoje faz parte do Conjunto Arquitetônico do Porto de Manaus, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1987. Os dois prédios foram construídos pela firma inglesa Manaos Harbour Limited, como parte do contrato de concessão do porto da cidade. De estilo eclético com um misto de elementos medievalistas e renascentistas, trata-se de um dos primeiros prédios pré-fabricados no mundo. O prédio da Guardamoria, com sua torre e farol edificados com o mesmo material e estilo da Alfândega completa o Complexo. O edifício da Alfândega foi construído em blocos de tijolos aparentes, pré-montados importados da Inglaterra, como uma reprodução dos prédios londrinos do início do século XX. Foram importados blocos adequados ao clima do Amazonas, o que faz com que a sua cor permaneça inalterada até hoje. Funciona atualmente como Inspetoria da Receita Federal do Porto de Manaus.

Alfândega e Ponte Móvel do Porto de Manaus

Uma das cláusulas do contrato assinado entre o Governo Federal e a firma vencedora da concorrência para a construção do Porto, estipulou como “obrigatório à construção e doação do edifício necessário e apropriado para a administração da Alfândega”. A planta e o orçamento, realizados pelo engenheiro arquiteto Edmund Fischer, ficaram prontos em 1903, mas somente em 1906 o prédio começou a ser construído. Anexa a Alfândega está a Guardamoria, construída no mesmo período e com o mesmo estilo arquitetônico, destinada ao policiamento fiscal nos portos e a bordo dos navios. Este prédio possui uma torre com farol construído em aço e, na época, sua iluminação de arco voltaico produzia uma luz de grande intensidade. Sua inauguração, porém, ocorreu somente três anos mais tarde, em janeiro de 1909. Já as obras do Porto foram concluídas no final da década de 1910.

Ponte Móvel do Porto de Manaus

Porto Flutuante de Manaus

Transatlântico no Porto de Manaus

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Manaus - Praia da Ponta Negra


Praia da Ponta Negra
Manaus é uma cidade de muitos contrastes. A belíssima região do Teatro Amazonas é um oásis em meio ao tumultuado centro, assim como o sofisticado Bairro de Ponta Negra destoa dos demais e é uma ótima pedida para quem visita a capital amazonense. A Praia da Ponta Negra é uma praia fluvial localizada à margem esquerda do Rio Negro, a 13 quilômetros do centro de Manaus (cerca de 20 minutos de carro). Originalmente foi habitada pelos índios Manaó, que deram origem ao nome da cidade. Possui uma infraestrutura que a transformou, em um dos principais pontos turísticos da cidade e ponto de encontro de pessoas de todas as idades. Lá acontece muitas apresentações artísticas nacionais e internacionais, que disponibiliza uma ampla oferta de cultura a seus frequentadores, que muitas vezes buscam ainda a prática de exercícios e esportes ou simplesmente apreciar as belezas naturais do local.

Monumento na Praia da Ponta Negra
Construído na década de 1990, o Complexo de Lazer da Ponta Negra modernizou cerca de dois quilômetros da orla do Rio Negro, no extremo oeste da cidade, dotando este espaço com quadras de esportes, bares e diversos outros serviços. Porém, sem receber qualquer tipo de manutenção durante os anos seguintes, o local foi se deteriorando pouco a pouco até ficar quase que completamente abandonado. Um contraste gritante quando pensamos que o complexo está localizado no bairro mais nobre de Manaus, com seus luxuosos edifícios residenciais. Em meados do ano 2000, a região passou por uma enorme reforma e foi totalmente reurbanizada, entre as novidades da reforma destacam-se o novo calçadão com pedras portuguesas, inspirado no piso do Largo de São Sebastião, escadaria, anfiteatro, passarela, praça na rotatória com chafariz e espelho d’água, com fonte que funciona com música e iluminação a LED (bastante brega, eu achei), além de três mirantes com vista para o Rio Negro na Praça da Marinha. A Ponta Negra ganhou ainda novos estacionamentos e jardins. Uma das curiosidades sobre a Praia é que foram usados cerca de um milhão de metros cúbicos de areia em sua revitalização.

Praia da Ponta Negra
A Praia, com seus calçadões de ladrilhos hidráulicos com iluminação noturna a vapor de sódio, areias finas e água morna oferece a seus visitantes, confortos como restaurantes com comidas típicas e hotéis sofisticados, o que faz da Praia um complexo turístico moderno e completo. Confesso que não vi os restaurantes, somente os quiosques no calçadão. É um local bastante agradável, para tomar um sorvete caminhando pelo calçadão ou pela areia fina molhando os pés na água morna do rio, crianças passeando de bicicleta e uma brisa refrescante que ameniza o calor da cidade. A Praia, antes restrita ao período de seca do Rio Negro, agora pode ser frequentada o ano todo, com algumas cautelas. Após uma série de afogamentos (foram 12 mortos em menos de seis meses), o acesso dos banhistas foi proibido em 2012. Some a isso o fato de a Praia ser rota de jacarés de até três metros de comprimento. Mas a Praia da Ponta Negra foi reaberta ao público, com banho permitido apenas até às 17 horas e os banhistas são supervisionados de perto pelo Corpo de Bombeiros, que usam até Jet ski para evitar afogamentos ou ataques de jacarés. Alimentos, garrafas ou objetos de vidro e cortantes também são proibidos. Depois disso tudo você acha que eu entrei na água??


Praia da Ponta Negra
Em uma cidade que cresceu de costas para o Rio Negro, a Ponta Negra é um dos poucos locais onde é possível admirar a beleza da orla fluvial de Manaus. O ponto alto da visita a Ponta Negra é o pôr-do-sol, que desce dourado sobre o Rio Negro. De qualquer ponto é fácil curtir o visual, mas se quiser uma vista privilegiada, procure o mirante, no calçadão. Há iluminação quando a noite cai, além de banheiros e duchas. Nesse ponto, o rio possui impressionantes 10 quilômetros de largura. Do outro lado, margeando o rio, o paredão verde da floresta se ergue, enquanto a modernidade aparece representada à esquerda pela imponente Ponte do Rio Negro, que à noite exibe uma bela iluminação cênica. A vista, não importa a hora do dia, é sempre de tirar o fôlego.


Busto em Homenagem ao Marquês de Tamandaré 

      na Praia da Ponta Negra

Praia da Ponta Negra

terça-feira, 7 de julho de 2015

Manaus - Parque Ecológico do Lago Janauari

Lago Vitória-Régia
Depois de visto o Encontro das Águas, fomos direto para o Parque Ecológico do Lago Janauari, para um passeio em canoas motorizadas (voadeiras) pela floresta alagada (igapós) e depois, para o Lago Vitória Régia. Uma planta que abre sua folha nas águas rasas, chegando a medir aproximadamente dois metros de diâmetro. O fato mais curioso desta planta é que ela vive apenas três dias, um capricho da natureza. O Parque fica à uma hora de barco de Manaus, ainda no Rio Negro. Com uma área de 9.000 hectares, concentra vários ecossistemas da região. Lá é possível conhecer um pouco da natureza exótica da região e avistar pássaros, jacarés, árvores gigantes e as vitórias-régias, a planta símbolo da Amazônia. Além disso, o passeio vale para conhecer uma comunidade ribeirinha flutuante do Rio Negro.

Restaurante Valdecy na Comunidade Janauarilândia
A Comunidade do Janauari está inserida no Parque Ecológico do Lago Janauari que integra a Área de Proteção Ambiental Encontro das Águas. Geralmente é na Comunidade Janaurilândia que os barcos param. Nela os visitantes encontram uma estrutura de restaurantes e podem visitar a feira de artesanato local. Os restaurantes são perfeitos para quem quer provar de tudo um pouco da gastronomia manauara, com self-service a preço fixo e um cardápio variado de peixes. Quando compramos o pacote nos avisaram do almoço regional em um restaurante flutuante no meio do rio. Pensei logo, “caraca vou levar um pacote de biscoitos, não quero correr o risco de uma intoxicação alimentar, o local deve ser um muquifo”. Quanta ignorância! Quando cheguei ao Restaurante Valdecy eu nem acreditei. É um restaurante muito simples e muito limpo, de muquifo não tinha nada. Ao lado, algumas lojinhas com artesanato indígena. Na feira encontramos toda a sorte de artesanato em cerâmica, madeira, cipó, sementes, máscaras, utensílios, vestuário, pulseiras, cordões, decoração e muito mais. Eu quis comprar um chapéu, e para minha surpresa (mais uma), os índios possuem maquininha de cartão de crédito. Conectados os nossos índios. Na volta fomos parando nas lojas flutuantes para compras de artesanatos da comunidade local.

Criatório do peixe Pirarucu em uma 
comunidade flutuante no Rio Solimões
É interessante ver como essas casas flutuantes da Comunidade boiam e ficam sobre toras enormes de madeira que duram décadas dentro d’água. Já as palafitas são casas mais simples feitas de madeira. Durante a seca, casas, escolas, restaurantes e até igrejas flutuantes podem ser carregadas. No entorno dos restaurantes da vila há algumas passarelas de madeira para facilitar a visitação e a gente esquece o tempo ao avistar bromélias e orquídeas e tentar identificar as diferentes espécies de árvores. Depois de uma curta caminhada na trilha suspensa, chegamos a um deck de onde era possível admirar as vitórias-régias. Ela nasce branca, depois fica lilás e morre vermelha escura. Quanto menos se espera, os macacos-de-cheiro, típicos da Região Amazônica, aparecem pulando de galho em galho. Já os jacarés são mais difíceis de avistar. Ou melhor, de identificar no meio do lago cheio de folhas e troncos. Nessa hora, o olhar acostumado do guia ajuda.

Jacaré descansando no Lago
A sumaúma ou sumaumeira pode atingir até 60 metros de altura. Essas árvores gigantes se destacam na Floresta Amazônica. Sua altura, porte e beleza impressionam na imensidão da mata e mesmo sem a conhecer, qualquer um é capaz de identificar sua imponência e captar sua energia. É chamada de “Árvore da Vida” ou “Mãe das Árvores”, pois em determinadas épocas do ano as raízes abrem fraturas que irrigam toda a vegetação ao entorno. É um belo exemplo da riqueza natural brasileira. A sumaúma servia também como forma de comunicação entre os índios. Quando saiam para caçar, batiam na raiz da árvore caso se perdessem na selva.

Tronco da Sumaúma ou Sumaumeira
O passeio ao Parque costuma ser conciliado com outros tours, como o passeio no Encontro das Águas ou a Visita aos Botos, e é sempre ponto de parada para o almoço. Não fizemos a Visita aos Botos. A visitação ao Lago Janauari pode ser feita todos os dias da semana. Poucas pessoas têm o privilégio de estar em contato direto com a natureza, sentir as sensações divinas e a paz de espírito proporcionada por ela, e poder interagir sem causar estrago. 


Jacaré na Vitória-Régia





segunda-feira, 6 de julho de 2015

Manaus - Encontro das Águas

Barco da Amazon Explorers Turismo
No segundo dia em Manaus, fizemos o típico passeio para ver o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. Há três formas de se ver esse interessante fenômeno amazônico. A primeira é a vista aérea quando se chega a Manaus de avião durante o dia. Aliás, abro um parêntese para dizer que, quem vem a Manaus de avião, deve programar sua chegada e/ou o seu retorno para acontecer durante o dia, e deve torcer para estar do lado da janela cuja vista é direcionada ao Encontro das Águas. Do alto, a visão que se tem dos rios e da floresta vale o preço da viagem, acredite. A segunda maneira é a mais tradicional: pegar um barco e ir até o Encontro das Águas. Nesse caso, há duas opções. A primeira é pagando por uma excursão padrão oferecida por praticamente todas as agências de turismo da cidade. Caso você tenha apenas um dia em Manaus, este roteiro é o mais recomendável, pois permite um bom contato com a natureza e a culinária amazônica. A terceira forma de conferir o Encontro das Águas é pouco conhecida. Há um determinado ponto da cidade de onde é possível ver o fenômeno a partir da terra, sem precisar voar ou ir de barco: dirija-se até uma falésia conhecida como Mirante da Embratel ou Mirante das Lajes, no Bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus. O local não é de fácil acesso e é recomendável estar acompanhado por um guia que conheça o itinerário.

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões 
Há dezenas de agências de turismo que oferecem o passeio à região, em roteiros que costumam incluir uma volta pelos igarapés da região. Se o passeio for feito em um barco pequeno, o visitante pode pôr a mão na água durante a travessia de um lado para o outro das águas, e sentir que os rios têm temperaturas diferentes. No período do rio cheio que vai de janeiro a julho é a melhor época para fazer um passeio para observar o Encontro das Águas, uma vez que as saídas dentre os igarapés são em canoas motorizadas. Mas já a partir de janeiro é possível identificar a subida dos rios. Pode-se entrar nos furos e braços de rios e ter a possibilidade de ver animais como pássaros, macacos e preguiças.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
Compramos o pacote na recepção do hotel e logo cedinho uma van da Amazon Explorers Turismo veio nos buscar. É um programa para o dia inteiro. De lá fomos direto ao Porto Flutuante de Manaus, um lugar meio confuso e tumultuado, mas com a ajuda do guia é impossível se perder. Saímos do Porto Flutuante de Manaus num daqueles barcos típicos da região e navegamos em frente à orla da cidade com suas palafitas, seguindo a margem esquerda do Rio Negro em direção ao Encontro das Águas que é um dos mais belos Patrimônios Naturais da Amazônia, onde os Rios Negro e Solimões correm paralelamente sem que suas águas se misturem. O guia turístico vai narrando todas as informações importantes ao longo do roteiro, em português, espanhol e em um inglês impecável (mais uma surpresa). Falou sobre o Porto, sobre a Zona Franca de Manaus e até deu uma aula sobre a Belle Époque amazônica, período que durou entre 1870 e 1913, durante o auge da extração da borracha.

Posto de Gasolina flutuante
Até o Encontro das Águas com o Rio Solimões são cerca de 40 minutos na imensidão negra de um dos maiores rios do Brasil. No meio do caminho, postos de gasolina flutuantes apontam o fluxo de embarcações que trafegam por ali. É um vai-e-vem sem fim de barcos com destino para muitos lugares, muitos deles cheios de turistas ansiosos em testemunhar um dos pontos turísticos mais interessantes de Manaus. Em certo ponto do passeio começamos a avistar o impressionante Encontro. O barco desacelera aos poucos e chega devagarzinho na nítida linha que limite cada um dos rios. Todos empunham as câmeras e procuram o melhor ângulo para registrar essa façanha da natureza.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
Encontro das Águas é um fenômeno natural facilmente visto em muitos rios da Amazônia. Os fatores para isso ocorrer na região variam desde questões geológicas, climáticas, termais ou até mesmo o tamanho ou a acidez dos rios. O mais famoso Encontro das Águas está localizado na frente da cidade de Manaus, entre os Rios Negro e Solimões, sendo uma das principais atrações turísticas da capital amazonense. O fenômeno também ocorre em outras cidades do Brasil, como em Santarém, no Pará com o Encontro das Águas dos Rios Tapajós e Amazonas, em Tefé no Estado do Amazonas, entre os Rios Tefé e Solimões e em Tapauá, Amazonas, o fenômeno também é visto na frente da cidade com o encontro dos rios amazônicos do Purus e Ipixuna, e em muitos outros municípios do interior da Amazônia Brasileira, além da Amazônia Internacional como em IquitosPeru, e em outras localidades da Amazônia Hispânica.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
Antes de chegar ao encontro de gigantes, o Solimões e o Negro têm muita história para contar. A nascente do Rio Negro é na Colômbia. Ele desce pelo Norte do Amazonas, passando pelos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e Novo Airão, até desembocar em Manaus. O Rio Solimões nasce no Peru, atravessa a fronteira com o Brasil, entre os municípios de Tabatinga e Benjamim Constant, e continua seguindo até Manaus. Enquanto a foz do Negro é em Manaus, o Solimões continua sua jornada, já com o nome de Amazonas, até desembocar no Oceano Atlântico.

Águas escuras do Rio Negro
As águas do Rio Negro, pardas, e do Rio Solimões, barrentas, correm lado a lado sem se misturar por seis quilômetros. Esse fenômeno acontece em decorrência da diferença entre a temperatura e densidade das águas e, ainda, à velocidade de suas correntezas: o Rio Negro corre cerca de dois quilômetros/hora a uma temperatura de 28ºC, enquanto o Rio Solimões corre de quatro a seis quilômetros/hora a uma temperatura de 22°C. A extensão dos dois rios varia conforme o regime hidrográfico. 

                
        Guia turístico mostrando a diferença entre as 
águas do Rio Negro (esquerda) e do Rio
Solimões (direita)
Encontro das Águas é, talvez, a maior referência de Patrimônio Imaterial de Manaus. Tudo que se fala deste fenômeno hidrológico, que une os Rios Negro e Solimões, não é exagero. A experiência de avistar este “encontro” encanta os olhos, tanto de perto quanto de longe. O ideal é que o dia esteja ensolarado para observar o Encontro, pois assim a coloração dos rios é mais visível. Pode-se entrar nos furos e braços de rios e ter a possibilidade de ver animais como pássaros, macacos e preguiças.


Navegando no Encontro das Águas

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões