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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Manaus - Dicas de O Que Fazer em Manaus


Teatro Amazonas
Muita gente viaja para Manaus sem saber o que encontrar. Por isso, adianto: é, sim, o lugar perfeito para entrar em contato com a natureza e apreciar os sons dos pássaros, mas não é só isso que move o turismo na cidade. A variedade de atrações encontradas em Manaus faz dela um dos principais destinos turísticos do Brasil, sobretudo para turistas estrangeiros que estão em busca de um maior contato com a natureza. Manaus é a porta de entrada para quem quer se aventurar pela maior Floresta Tropical do mundo. De barco é possível navegar pelos rios, igarapés repletos de árvores e plantas típicas dessa região. Em solo firme as principais atrações são da época da borracha, época em que Manaus era uma das cidades mais importantes do país, sendo inclusive a primeira cidade do Brasil a ter energia elétrica. Neste Dicas de o Que Fazer em Manaus, faço um resumo dos principais pontos turísticos de Manaus. Quem preferir, pode ver com maiores detalhes cada local sugerido nas postagens seguintes, é só clicar em cada uma delas. Quem for conhecer o Teatro Amazonas, poderá conhecer no mesmo local o Largo e a Igreja de São Sebastião, e o Palácio da Justiça. Quem fizer o passeio de barco ao Encontro das Águas, de quebra vai conhecer o Parque Ecológico do Lago Janauari. Quem for até a Praia da Ponta Negra pode dar uma esticada até a Ponte Rio Negro. Ao visitar o Mercado Municipal Adolpho Lisboa você já conhece também o Conjunto Arquitetônico do Porto de Manaus e logo ali a Catedral Metropolitana de Manaus.



Teatro Amazonas

Teatro Amazonas
A primeira dica é o Teatro Amazonas, que é o símbolo máximo do período áureo da borracha. Construído no esplendor artístico que vigorou no final do século XIX, o Teatro Amazonas mantém grande parte de sua decoração e arquitetura original. O Teatro é revestido de muita riqueza e foi inaugurado em 1896, para apresentação de peças e óperas europeias que vinham para deliciar os barões da borracha. A construção é simplesmente encantadora, seja por fora, seja por dentro. A fachada é neoclássica e pintada de um tom de rosa muito bonito. Já a cúpula é feita por 36 mil escamas de cerâmica nas cores da bandeira brasileira. No interior, já no Hall de Entrada, podemos ver uma grande quantidade de mármore português, italiano e ferro inglês. A Sala de Espetáculos possui capacidade para 700 pessoas e é decorada com lustres vindos de Veneza. É de longe o prédio mais suntuoso da cidade. Não é apenas uma herança cultural e artística, fruto do período em que Manaus viveu seu apogeu de riqueza, mas um espaço que se mantém vivo e em plena atividade, mais de 100 anos após sua inauguração. O Teatro Amazonas foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966. No mês de maio, é cenário do Festival Amazonas de Ópera, caso não tenha espetáculos durante a sua visita, vale demais uma visita guiada. É um mergulho na história do Teatro.

Largo de São Sebastião e o Monumento à Abertura dos Portos

Largo de São Sebastião e o
Monumento à Abertura dos Portos
A segunda dica está localizada no Centro Histórico da cidade, o Largo de São Sebastião que resgata a memória viva da Manaus antiga. Tem vários imóveis de interesse histórico e arquitetônico e é local de várias apresentações artísticas. O Teatro Amazonas, a Igreja de São Sebastião, o Monumento à Abertura dos Portos, a Galeria do Largo são alguns que integram o Largo. Se o calçadão de Copacabana faz tanto sucesso, tenha certeza: em parte, é graças a Manaus. O Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, tem o mesmo desenho sinuoso da famosa praia carioca. Se no Rio de Janeiro as formas das pedras representam as ondas do mar, em Manaus elas simbolizam o encontro do rio barrento com o rio de águas negras. Manaus é uma cidade onde história, natureza e urbanismo caminham de mãos dadas.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
A terceira dica é imperdível. De um lado um rio negro, de outro um claro, barrento. Eles correm seis quilômetros lado a lado e simplesmente as águas do Rio Negro e do Rio Solimões não se misturam. O espetáculo da natureza pode ser observado todos os dias, seja de barco, canoa, rabeta ou mesmo em um bom standup paddle (se você tiver coragem). Se você tiver um pouco de sorte ainda pode ser presenteado com o nado dos botos em meio ao Encontro das Águas. Para ir ao Encontro das Águas, você pode contratar uma agência de turismo, em Manaus mesmo. A visita dura praticamente o dia todo, já que além de visitar o Encontro das Águas você irá visitar aldeias indígenas, caminhar pela floresta, almoçar e muito mais. Esse passeio de barco é uma experiência imperdível para quem vai a Manaus. O Encontro das Águas é um fenômeno natural declarado Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN.

Praia da Ponta Negra

Praia da Ponta Negra
A quarta dica é uma das inúmeras praias de Manaus. A Praia da Ponta Negra é a mais conhecida de Manaus, muito procurada para os locais se refrescarem do calor. Com uma boa faixa de areia é a preferida dos manauaras, mas a Praia só se forma quando o rio está baixo. Às margens do Rio Negro, tem uma orla urbanizada, com vários quiosques de venda de alimentos, quadras poliesportivas, anfiteatro e fontes. Não é tão aconselhável tomar banho na Praia por não ser uma água tão limpa. Em qualquer época do ano você pode (e deve) visitar a Praia, é possível também praticar diversos esportes, sobretudo nas quartas-feiras e domingos com a faixa liberada. A Ponta Negra oferece uma bela panorâmica do Ponte Rio Negro e do rio que banha a cidade. Localizada a 13 quilômetros do centro da cidade, a chegada é muito facilitada. Seja de táxi ou mesmo de transporte coletivo. É um lugar supergostoso para crianças e adultos.

Ponte Rio Negro vista da Praia da Ponta Negra

Ponte Rio Negro
A quinta dica pode ser visitada logo em sequência à Praia da Ponta Negra. Com 3.595 metros de extensão, a Ponte Rio Negro liga Manaus a municípios da Região Metropolitana. É considerada a segunda maior ponte estaiada, suspensa por cabos, sobre rio no mundo. Inaugurada em 2011, a Ponte se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade de Manaus. A Ponte oferece uma bela visão panorâmica do Rio Negro, o maior rio de águas negras do mundo. As melhores fotos da Ponte podem ser tiradas na entrada e saída da Ponte, através de passeios de barco ou da Ponta Negra (vista à distância).

Passarela Suspensa no Bosque da Ciência

Museu Casa da Ciência no Bosque da Ciência
A sexta dica também é interessante para a criançada. Criado para comemorar os 40 anos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), em 1995, o Bosque da Ciência é uma ótima pedida para quem quer conhecer mais sobre a fauna e a flora da Amazônia. Isso porque diversas espécies que são ameaçadas de extinção são mantidas no Bosque para evitar que o pior aconteça. É possível ver onças pintadas, peixes-boi, ariranha, jacarés e muito mais. Também tem exposições relacionadas à fauna e flora amazônicas. Como fica localizado no meio da cidade de Manaus, para chegar é bem simples, seja de táxi ou mesmo de transporte coletivo.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
E a sétima e última dica é uma viagem nos sabores e odores da Amazônia. Para conhecer bem uma região, visite o Mercado Municipal da cidade. O Mercado Municipal Adolpho Lisboa é um prédio no estilo Art Noveau, inaugurado em 1883, e tombado pelo IPHAN em 1987 por ser um dos mais importantes exemplares da arquitetura em ferro. O Mercado Municipal reúne comércio, muito artesanato, os cheiros e temperos da cultura local e, é claro, muitos sabores da capital do Amazonas. Da arquitetura ao visual do Porto, esse é um passeio inesquecível.Foram cinco dias em Manaus, é claro que não foi possível visitar todos os lugares do roteiro, alguns deles estavam fechados por causa do carnaval. Alguns dizem que não dá para conhecer Manaus em menos de 10 dias, mas cinco está de bom tamanho. Manaus me surpreendeu, principalmente pelo Largo de São Sebastião, visitei apenas o Manauara Shopping, para conhecer a Cachaçaria do Dedé, vale a pena a visita. O restaurante oferece pratos do mais alto nível e ainda conta com uma infinidade de produtos gourmet. Não deixem de experimentar a Caipiroska de Taperebá, é divina, sem contar as centenas de rótulos de cervejas artesanais do mundo todo. Quando a gente pensa que por ser longe do Eixo Rio-São Paulo as lojas e grifes mais conhecidas não estarão presentes nos shoppings, nos enganamos redondamente. Todas elas estão lá, e com os mesmos preços salgados daqui. O povo manauara é gente simples, receptiva e prestativa. A tradição milenar dos povos indígenas amalgamada com as diversas influências seculares das culturas portuguesa, francesa, africana, holandesa, norte americana, inglesa, espanhola, quiçá de outros povos, estão presentes nas mais variadas formas de expressão socioeconômica e cultural da cidade. Partimos de Manaus para mais cinco dias em Belém do Pará


Cachaçaria do Dedé 
no Manauara Shopping


Foram cinco dias em Manaus, é claro que não foi possível visitar todos os lugares do roteiro, alguns deles estavam fechados por causa do carnaval. Alguns dizem que não dá para conhecer Manaus em menos de 10 dias, mas cinco está de bom tamanho. Manaus me surpreendeu, principalmente pelo Largo de São Sebastião, visitei apenas o Manauara Shopping, para conhecer a Cachaçaria do Dedé, vale a pena a visita. O restaurante oferece pratos do mais alto nível e ainda conta com uma infinidade de produtos gourmet. Não deixem de experimentar a Caipiroska de Taperebá, é divina, sem contar as centenas de rótulos de cervejas artesanais do mundo todo. Quando a gente pensa que por ser longe do Eixo Rio-São Paulo as lojas e grifes mais conhecidas não estarão presentes nos shoppings, nos enganamos redondamente. Todas elas estão lá, e com os mesmos preços salgados daqui. O povo manauara é gente simples, receptiva e prestativa. A tradição milenar dos povos indígenas amalgamada com as diversas influências seculares das culturas portuguesa, francesa, africana, holandesa, norte americana, inglesa, espanhola, quiçá de outros povos, estão presentes nas mais variadas formas de expressão socioeconômica e cultural da cidade. Partimos de Manaus para mais cinco dias em Belém do Pará

terça-feira, 14 de julho de 2015

Manaus - Teatro Amazonas

Teatro Amazonas
Teatro Amazonas é um dos mais importantes teatros do Brasil e o principal cartão postal da cidade de Manaus. Localizado no centro da cidade, no Largo de São Sebastião, foi inaugurado em dezembro de 1896 para atender ao desejo da alta sociedade amazonense da época, que queria que a cidade estivesse à altura dos grandes centros culturais. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do Teatro, assim, era uma exigência da época. A história do Teatro inicia em 1881, quando foi apresentado o projeto para a construção de uma casa de ópera em alvenaria, na cidade de Manaus. A proposta foi aprovada pela Assembleia Provincial do Amazonas que iniciou as discussões sobre a construção do edifícioO projeto arquitetônico foi escolhido pelo Instituto Português de Engenharia e Arquitetura de Lisboa em 1883Foram trazidos arquitetos, construtores, pintores e escultores da Europa para realizar o trabalho. Manaus estava no auge do Ciclo da Borracha e era embalada pela riqueza provida da extração do látex amazônico, altamente valorizado pelas indústrias europeias e americanas. 

Lateral do Teatro Amazonas com sua cúpula colorida
O estilo arquitetônico do Teatro é considerado tipicamente renascentista com detalhes ecléticos, suas telhas foram importadas da Alsácia, adquiridas na Casa Koch Frères, em Paris, as paredes de aço de Glasgow, na Escócia e o mármore de Carrara nas escadas, estátuas e colunas, da Itália. A cúpula é coberta com 36 mil azulejos decorados, pintados nas cores da Bandeira Nacional do Brasil. A pintura ornamental é da autoria de Lourenço Machado. A decoração interior veio da França no estilo Louis XV. Os 198 lustres do Teatro foram importados da Itália, incluindo 32 com vidro de Murano.

Lateral do Teatro Amazonas 
com sua cúpula colorida
A Sala de Espetáculos do Teatro tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes, do corredor decorado com características barrocas e a pintura do teto, chamado "A Glorificação das Bellas Artes da Amazônia", de 1899, por Domenico de Angelis, o artista italiano que pintou também a Câmara de Audição. Os ornamentos sobre as colunas do piso térreo, com máscaras em homenagem a famosos compositores clássicos e dramaturgos, como Aristophanes, Molière, Rossini, Mozart, Verdi, Beethoven e o escritor inglês William Shakespeare, dentre outros. Sobre o teto abobadado estão apostas quatro telas pintadas em Paris pela Casa Carpezot a mais tradicional da época onde são retratadas alegorias à música, dança, tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro Carlos Gomes. Ainda no teto, pinturas em detalhes de personagens da mitologia mundial, com ninfas, querubins e cupidos. Outro fato curioso, destacado pelos guias, é a pintura que retrata os pés da Torre Eiffel de Paris, dando ao espectador a impressão de estar embaixo da construção. No centro, prende-se um lustre dourado com cristais venezianos, que desce ao nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.

Bustos na varanda do
        segundo andar do Teatro Amazonas
Destaca-se, ainda na Sala de Espetáculos, a pintura do Pano de Boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. Em cima do Pano de Boca, há a data de fundação do Teatro e o nome do governador que o construiu. O palco possui 10,50 metros de largura, 6,40 metros de altura e 11,97 metros de profundidade. O Urdimento tem 14 metros de altura. A área útil total é de 123,29 metros quadrados. O piso é feito de 12 mil peças de madeiras nobres talhadas na Europa, e são todos encaixados sem a utilização de pregos. O Salão Nobre era utilizado antigamente para grandes bailes e cerimônias oficiais. Hoje é utilizado apenas para visitação. Tem capacidade para 200 pessoas. O Teatro possui diversos ambientes, concebidos com diferentes materiais, daí ser considerado um espaço sobremaneira eclético.

Decoração em gesso no teto
É a expressão mais significativa da riqueza na cidade durante o Ciclo da Borracha, sendo tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966. A cor do Teatro Amazonas, durante muito tempo, foi fruto de controvérsia. Durante suas reformas, ele teve as cores rósea, azul, amarelo e cinza. Atualmente, ele voltou a ser “rósea”, descrito pelos guias como um tom entre cor-de-rosa e cinza.Teatro Amazonas, em Manaus, foi eleito um dos 15 teatros mais deslumbrantes do mundo pelo site de entretenimento Thrillist. A lista selecionou exemplos de arte e arquitetura, e o teatro brasileiro foi descrito como opulenta obra-prima. Com uma decoração muito nobre, o Teatro Amazonas já foi palco não somente de grandes peças teatrais, mas também de shows internacionais como o da banda The White Stripes. Desde 1997, o Festival Amazonas de Ópera é realizado no Teatro. Um de seus principais corpos artísticos é a Amazonas Filarmônica. Na plateia, almofadas confortáveis substituíram as antigas cadeiras em madeira de lei de palha da Índia, que hoje podem ser vistas apenas em alguns exemplares nos corredores do espaço, a título de curiosidade. Há uma fileira de frisas e um camarote especial disponível exclusivamente para o Chefe da Administração Estadual de cada período.

Pintura que dá a impressão de estarmos 
sob a Torre Eiffel.
Inaugurado em 2004, na abertura do VIII Festival Amazonas de Ópera, o Camarim Cenográfico fica instalado na Ala de Camarins e foi reconstruído similar aos encontrados no passado, com as paredes forradas de tecido e vários objetos que usavam no final do século XIX, assim como os móveis que fazem parte desde a sua inauguração. Quatro reformas e uma manutenção rigorosa e permanente conseguem manter sólido o ambiente original. Em 2008, o Teatro foi eleito uma das Sete Maravilhas Brasileiras em dois concursos promovidos pela Revista Caras em parceria com o Banco HSBC e outro pelo Escritório de Design Goff.

Palco do Teatro visto dos camarotes
e plateia em forma de ferradura
O Teatro Amazonas é, por excelência, o maior orgulho arquitetônico e histórico de Manaus. É, sem dúvida, o mais importante prédio da cidade, não somente pelo seu inestimável valor arquitetônico, mas principalmente pela sua importância histórica, uma prova viva da prosperidade e riqueza vividas na fase áurea da borracha. Conhecê-lo é obrigatório e, quando pisamos em seu interior, entendemos por que sua luxuosa decoração deslumbra até o mais rigoroso dos visitantes, do turista ao morador local. Se tiver oportunidade, visite mais de uma vez, porque há sempre um detalhe a mais para descobrir. E, o melhor, é grátis para os amazonenses, bastando apresentar a Carteira de Identidade na bilheteria.

Pano de Boca do palco
Mesmo um morador de Manaus, que costume passar todos os dias ao lado do prédio, quando acessa o interior do Teatro Amazonas dificilmente consegue deixar de deslumbrar-se. Um turista vai sair do prédio desejoso de voltar, seja para assistir a um concerto ou uma peça ou apenas para novamente circular nos corredores e plateia. As visitas ao Teatro são feitas em grupos com hora marcada e acompanhamento de um guia que vai contando toda a sua história. O tour dura em média 45 minutos. O Teatro não abre aos domingos e podem-se comprar os ingressos pagando em Real ou Dólar, devido ao grande afluxo de turistas estrangeiros na região.

Salão Nobre
Na visita guiada, você fica sabendo curiosidades da época da borracha, como a de que os lugares no Teatro eram ocupados de acordo com o poder aquisitivo das famílias. O local não era aberto ao público em geral, mas frequentado apenas por pessoas com relevância social. Nas cadeiras da plateia ficavam os “mais pobres” e conforme iam subindo os andares subia também a posição na escala social. Os mais endinheirados ocupavam os balcões localizados nas laterais do palco – considerado hoje os piores para assistir às apresentações - já que a intenção não era ver, mas ser visto.


Hall de Entrada
           do Teatro Amazonas







A visita monitorada também leva o turista para conhecer os corredores do Teatro Amazonas, no andar superior, até o Salão Nobre. Originalmente, o Salão Nobre foi construído para receber os frequentadores do Teatro durante os intervalos das longas apresentações. O espaço é outra raridade artística. Na parede, nove painéis produzidos pelo artista italiano Domenico de Angelis recriam elementos da natureza amazônica, com desenhos de fauna, flora e literatura. Um dos mais destacados é a pintura dos personagens Ceci e Peri, da ópera “Il Guarany”, de Carlos Gomes. Esta, por sua vez, é inspirada no livro “O Guarani”, de José de Alencar. O visitante é autorizado a se deslocar apenas nos trechos atapetados para poupar a área com pisos feitos em marchetaria (pedaços de madeira alinhados) e assim evitar algum tipo de dano. No espaço também se pode ver bustos de várias personalidades das artes brasileiras, como os próprios José de Alencar e Carlos Gomes. O Salão Nobre dá para o terraço da frente do Teatro, que apresenta uma bela vista do Largo de São Sebastião e da Igreja do mesmo nome.
Pintura no teto do Salão Nobre

Na visita guiada, você vê uma maquete do Teatro Amazonas feita com 30 mil peças de Lego. A maquete foi criada em 1960, na sede da Lego, na Dinamarca, quando a fábrica homenageou vários monumentos históricos do mundo. A maqueta foi enviada para a sede da Lego em Manaus e, em março de 2001, doada ao Teatro Amazonas. Também são visitadas salas que expõem roupas usadas em óperas apresentadas no Teatro e instrumentos musicais antigos. O gran finale da visita é o acesso ao antigo Camarim dos Artistas, no último pavimento do Teatro, um local que recria o ambiente da época da borracha. Você vê móveis, objetos e roupas usadas naquela época. Como o local é pequeno, são formados grupos de cinco pessoas para observar e fotografar o ambiente. Na visita ao local, conheça a lojinha de souvenir localizada dentro do Teatro e o café no estilo Belle Époque, localizado ao lado da bilheteria, que tem várias fotos antigas de Manaus e registros de visitantes ilustres.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Manaus - Parque Ecológico do Lago Janauari

Lago Vitória-Régia
Depois de visto o Encontro das Águas, fomos direto para o Parque Ecológico do Lago Janauari, para um passeio em canoas motorizadas (voadeiras) pela floresta alagada (igapós) e depois, para o Lago Vitória Régia. Uma planta que abre sua folha nas águas rasas, chegando a medir aproximadamente dois metros de diâmetro. O fato mais curioso desta planta é que ela vive apenas três dias, um capricho da natureza. O Parque fica à uma hora de barco de Manaus, ainda no Rio Negro. Com uma área de 9.000 hectares, concentra vários ecossistemas da região. Lá é possível conhecer um pouco da natureza exótica da região e avistar pássaros, jacarés, árvores gigantes e as vitórias-régias, a planta símbolo da Amazônia. Além disso, o passeio vale para conhecer uma comunidade ribeirinha flutuante do Rio Negro.

Restaurante Valdecy na Comunidade Janauarilândia
A Comunidade do Janauari está inserida no Parque Ecológico do Lago Janauari que integra a Área de Proteção Ambiental Encontro das Águas. Geralmente é na Comunidade Janaurilândia que os barcos param. Nela os visitantes encontram uma estrutura de restaurantes e podem visitar a feira de artesanato local. Os restaurantes são perfeitos para quem quer provar de tudo um pouco da gastronomia manauara, com self-service a preço fixo e um cardápio variado de peixes. Quando compramos o pacote nos avisaram do almoço regional em um restaurante flutuante no meio do rio. Pensei logo, “caraca vou levar um pacote de biscoitos, não quero correr o risco de uma intoxicação alimentar, o local deve ser um muquifo”. Quanta ignorância! Quando cheguei ao Restaurante Valdecy eu nem acreditei. É um restaurante muito simples e muito limpo, de muquifo não tinha nada. Ao lado, algumas lojinhas com artesanato indígena. Na feira encontramos toda a sorte de artesanato em cerâmica, madeira, cipó, sementes, máscaras, utensílios, vestuário, pulseiras, cordões, decoração e muito mais. Eu quis comprar um chapéu, e para minha surpresa (mais uma), os índios possuem maquininha de cartão de crédito. Conectados os nossos índios. Na volta fomos parando nas lojas flutuantes para compras de artesanatos da comunidade local.

Criatório do peixe Pirarucu em uma 
comunidade flutuante no Rio Solimões
É interessante ver como essas casas flutuantes da Comunidade boiam e ficam sobre toras enormes de madeira que duram décadas dentro d’água. Já as palafitas são casas mais simples feitas de madeira. Durante a seca, casas, escolas, restaurantes e até igrejas flutuantes podem ser carregadas. No entorno dos restaurantes da vila há algumas passarelas de madeira para facilitar a visitação e a gente esquece o tempo ao avistar bromélias e orquídeas e tentar identificar as diferentes espécies de árvores. Depois de uma curta caminhada na trilha suspensa, chegamos a um deck de onde era possível admirar as vitórias-régias. Ela nasce branca, depois fica lilás e morre vermelha escura. Quanto menos se espera, os macacos-de-cheiro, típicos da Região Amazônica, aparecem pulando de galho em galho. Já os jacarés são mais difíceis de avistar. Ou melhor, de identificar no meio do lago cheio de folhas e troncos. Nessa hora, o olhar acostumado do guia ajuda.

Jacaré descansando no Lago
A sumaúma ou sumaumeira pode atingir até 60 metros de altura. Essas árvores gigantes se destacam na Floresta Amazônica. Sua altura, porte e beleza impressionam na imensidão da mata e mesmo sem a conhecer, qualquer um é capaz de identificar sua imponência e captar sua energia. É chamada de “Árvore da Vida” ou “Mãe das Árvores”, pois em determinadas épocas do ano as raízes abrem fraturas que irrigam toda a vegetação ao entorno. É um belo exemplo da riqueza natural brasileira. A sumaúma servia também como forma de comunicação entre os índios. Quando saiam para caçar, batiam na raiz da árvore caso se perdessem na selva.

Tronco da Sumaúma ou Sumaumeira
O passeio ao Parque costuma ser conciliado com outros tours, como o passeio no Encontro das Águas ou a Visita aos Botos, e é sempre ponto de parada para o almoço. Não fizemos a Visita aos Botos. A visitação ao Lago Janauari pode ser feita todos os dias da semana. Poucas pessoas têm o privilégio de estar em contato direto com a natureza, sentir as sensações divinas e a paz de espírito proporcionada por ela, e poder interagir sem causar estrago. 


Jacaré na Vitória-Régia





segunda-feira, 6 de julho de 2015

Manaus - Encontro das Águas

Barco da Amazon Explorers Turismo
No segundo dia em Manaus, fizemos o típico passeio para ver o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. Há três formas de se ver esse interessante fenômeno amazônico. A primeira é a vista aérea quando se chega a Manaus de avião durante o dia. Aliás, abro um parêntese para dizer que, quem vem a Manaus de avião, deve programar sua chegada e/ou o seu retorno para acontecer durante o dia, e deve torcer para estar do lado da janela cuja vista é direcionada ao Encontro das Águas. Do alto, a visão que se tem dos rios e da floresta vale o preço da viagem, acredite. A segunda maneira é a mais tradicional: pegar um barco e ir até o Encontro das Águas. Nesse caso, há duas opções. A primeira é pagando por uma excursão padrão oferecida por praticamente todas as agências de turismo da cidade. Caso você tenha apenas um dia em Manaus, este roteiro é o mais recomendável, pois permite um bom contato com a natureza e a culinária amazônica. A terceira forma de conferir o Encontro das Águas é pouco conhecida. Há um determinado ponto da cidade de onde é possível ver o fenômeno a partir da terra, sem precisar voar ou ir de barco: dirija-se até uma falésia conhecida como Mirante da Embratel ou Mirante das Lajes, no Bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus. O local não é de fácil acesso e é recomendável estar acompanhado por um guia que conheça o itinerário.

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões 
Há dezenas de agências de turismo que oferecem o passeio à região, em roteiros que costumam incluir uma volta pelos igarapés da região. Se o passeio for feito em um barco pequeno, o visitante pode pôr a mão na água durante a travessia de um lado para o outro das águas, e sentir que os rios têm temperaturas diferentes. No período do rio cheio que vai de janeiro a julho é a melhor época para fazer um passeio para observar o Encontro das Águas, uma vez que as saídas dentre os igarapés são em canoas motorizadas. Mas já a partir de janeiro é possível identificar a subida dos rios. Pode-se entrar nos furos e braços de rios e ter a possibilidade de ver animais como pássaros, macacos e preguiças.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
Compramos o pacote na recepção do hotel e logo cedinho uma van da Amazon Explorers Turismo veio nos buscar. É um programa para o dia inteiro. De lá fomos direto ao Porto Flutuante de Manaus, um lugar meio confuso e tumultuado, mas com a ajuda do guia é impossível se perder. Saímos do Porto Flutuante de Manaus num daqueles barcos típicos da região e navegamos em frente à orla da cidade com suas palafitas, seguindo a margem esquerda do Rio Negro em direção ao Encontro das Águas que é um dos mais belos Patrimônios Naturais da Amazônia, onde os Rios Negro e Solimões correm paralelamente sem que suas águas se misturem. O guia turístico vai narrando todas as informações importantes ao longo do roteiro, em português, espanhol e em um inglês impecável (mais uma surpresa). Falou sobre o Porto, sobre a Zona Franca de Manaus e até deu uma aula sobre a Belle Époque amazônica, período que durou entre 1870 e 1913, durante o auge da extração da borracha.

Posto de Gasolina flutuante
Até o Encontro das Águas com o Rio Solimões são cerca de 40 minutos na imensidão negra de um dos maiores rios do Brasil. No meio do caminho, postos de gasolina flutuantes apontam o fluxo de embarcações que trafegam por ali. É um vai-e-vem sem fim de barcos com destino para muitos lugares, muitos deles cheios de turistas ansiosos em testemunhar um dos pontos turísticos mais interessantes de Manaus. Em certo ponto do passeio começamos a avistar o impressionante Encontro. O barco desacelera aos poucos e chega devagarzinho na nítida linha que limite cada um dos rios. Todos empunham as câmeras e procuram o melhor ângulo para registrar essa façanha da natureza.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
Encontro das Águas é um fenômeno natural facilmente visto em muitos rios da Amazônia. Os fatores para isso ocorrer na região variam desde questões geológicas, climáticas, termais ou até mesmo o tamanho ou a acidez dos rios. O mais famoso Encontro das Águas está localizado na frente da cidade de Manaus, entre os Rios Negro e Solimões, sendo uma das principais atrações turísticas da capital amazonense. O fenômeno também ocorre em outras cidades do Brasil, como em Santarém, no Pará com o Encontro das Águas dos Rios Tapajós e Amazonas, em Tefé no Estado do Amazonas, entre os Rios Tefé e Solimões e em Tapauá, Amazonas, o fenômeno também é visto na frente da cidade com o encontro dos rios amazônicos do Purus e Ipixuna, e em muitos outros municípios do interior da Amazônia Brasileira, além da Amazônia Internacional como em IquitosPeru, e em outras localidades da Amazônia Hispânica.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
Antes de chegar ao encontro de gigantes, o Solimões e o Negro têm muita história para contar. A nascente do Rio Negro é na Colômbia. Ele desce pelo Norte do Amazonas, passando pelos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e Novo Airão, até desembocar em Manaus. O Rio Solimões nasce no Peru, atravessa a fronteira com o Brasil, entre os municípios de Tabatinga e Benjamim Constant, e continua seguindo até Manaus. Enquanto a foz do Negro é em Manaus, o Solimões continua sua jornada, já com o nome de Amazonas, até desembocar no Oceano Atlântico.

Águas escuras do Rio Negro
As águas do Rio Negro, pardas, e do Rio Solimões, barrentas, correm lado a lado sem se misturar por seis quilômetros. Esse fenômeno acontece em decorrência da diferença entre a temperatura e densidade das águas e, ainda, à velocidade de suas correntezas: o Rio Negro corre cerca de dois quilômetros/hora a uma temperatura de 28ºC, enquanto o Rio Solimões corre de quatro a seis quilômetros/hora a uma temperatura de 22°C. A extensão dos dois rios varia conforme o regime hidrográfico. 

                
        Guia turístico mostrando a diferença entre as 
águas do Rio Negro (esquerda) e do Rio
Solimões (direita)
Encontro das Águas é, talvez, a maior referência de Patrimônio Imaterial de Manaus. Tudo que se fala deste fenômeno hidrológico, que une os Rios Negro e Solimões, não é exagero. A experiência de avistar este “encontro” encanta os olhos, tanto de perto quanto de longe. O ideal é que o dia esteja ensolarado para observar o Encontro, pois assim a coloração dos rios é mais visível. Pode-se entrar nos furos e braços de rios e ter a possibilidade de ver animais como pássaros, macacos e preguiças.


Navegando no Encontro das Águas

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões

Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões