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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Tour por Buenos Aires - Microcentro

Arquitetura típica do Bairro Montserrat
O blog Recantos e Encantos começou meio que de brincadeira. Queria contar um pouco do que vi e aprendi em diversas viagens pelo Brasil e pelo mundo. Quase sete meses depois, 180 postagens, muitas histórias e visualizações em 20 países, a brincadeira ficou séria. A responsabilidade obriga maiores pesquisas e mais cuidado nas postagens, o que nunca faltou, já que neste período fiz uma revisão em todas aquelas em que achei necessário. Como recebi muitas fotos de viagens de amigos para que eu contasse suas histórias, vamos começar fazendo um tour pelos bairros mais charmosos de Buenos Aires.

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Buenos Aires é uma cidade muito grande, com os subúrbios supera os 10 milhões de habitantes. O Rio de La Plata e o Riachuelo são seus limites naturais ao leste e ao sul. A Avenida de Circunvalação General Paz, que rodeia a cidade de norte a oeste completa os limites da cidade. Esta Avenida enlaça de um modo rápido a capital com a Grande Buenos Aires, uma faixa de alta concentração de habitantes e intensa atividade. Buenos Aires é uma capital repleta de atrativos, passeios e onde o turismo é bem visado e explorado devido à grande demanda de pontos turísticos e um dos seus principais atrativos e é claro um dos mais convidativos são os seus belíssimos bairros. Oficialmente a cidade de Buenos Aires está dividida em 48 bairros. Buenos Aires tem diversos bairros interessantes, cada um com seu charme e suas peculiaridades. Os pontos turísticos estão espalhados por todos eles; por isso, uma boa dica é escolher os locais a serem visitados para evitar cruzar a capital toda hora e gastar desnecessariamente com deslocamentos. 

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Como qualquer outra grande cidade do mundo que recebe muitos turistas, volta e meia um bairro de Buenos Aires o qual ninguém nunca tinha ouvido falar antes vira super star e enche de restaurantes e lojas bacanas. Mas as áreas básicas da cidade, aquelas que a maioria das pessoas fazem questão de conhecer e que são rapidamente reconhecidas nas fotos e nos cartões postais, continuam populares e cheias de atrativos. Os bairros de Buenos Aires são sempre muito diferentes um do outro. Alguns são centenários, outros existem já faz algumas décadas e outros foram definidos muito recentemente, como é o caso de Puerto Madero. Além disso, Buenos Aires possui várias áreas que são conhecidas por um determinado nome e que não são bairros oficialmente, como é o caso do Microcentro.

Para começar sua viagem nos pontos mais tradicionais, vá ao Microcentro que é a região central de Buenos Aires, com muitos pontos turísticos e bastante história para contar. O Microcentro (conhecido como Centro de Buenos Aires) trata-se de uma área de aproximadamente 60 quarteirões, informalmente delimitada por edifícios administrativos, governamentais, bancários, comerciais e históricos, indo desde a Avenida Córdoba até a Avenida de Mayo. O Microcentro não é reconhecido como um bairro, mas é uma região delimitada por quatro grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem). O Microcentro ocupa em sua maioria o Bairro de San Nicolás e um pouquinho de Montserrat. Quase não dá para perceber quando termina um e começa o outro. 

O local está bem servido pelo metrô e possui hotéis com diárias bem legais para quem pensa em economizar. Além dos hotéis, são poucos os edifícios residenciais pela área. Caracterizada por ser o centro financeiro do país, reunindo as matrizes de diversos bancos e a bolsa de valores, em seus altos e belíssimos edifícios. Por ali, circulam caoticamente, assim como em todos os centros urbanos, cerca de quatro milhões de pessoas todos os dias durante o horário comercial, incluindo, é claro, turistas de todas as partes do mundo. Entre as centenas de maravilhosos edifícios que impressionam pela bela arquitetura europeia, encontram-se também vários pontos turísticos.

Palacio Barolo
O Bairro Montserrat nasceu com a cidade. O fundador da cidade de Buenos Aires, Juan de Garay, escolheu esta área para instalar a Plaza Mayor, o Forte, a Catedral Metropolitana e o Cabildo. A partir daí começou a expansão da cidade para o sul. Garay também deu terras para as várias ordens religiosas, incluindo a dos franciscanos, dominicanos e jesuítas. Eles construíram seus templos, casas e hortos. Neste bairro foi fundado o primeiro jornal, a Biblioteca Nacional e a Universidade de Buenos Aires. Bem no centro da área onde a cidade de Buenos Aires começou a dar seus primeiros passos, Montserrat demanda uma atenção especial. Os sons e a multidão desse bairro histórico contrastam com as colunas, beirais e torres dos prédios governamentais que ficam ali. Enquanto a Plaza de Mayo costuma lotar de funcionários públicos, turistas com câmeras, vendedores ambulantes e ativistas políticos, as travessas de paralelepípedo que percorrem o bairro dão vez a um cenário mais silencioso. Incessante e arrebatadora, a energia que paira no pedaço que faz aos argentinos a mesma promessa de Eva Perón – a vontade é de ficar ali para sempre.

Palacio San Martin - Banco de la Nación Argentina

Avenida de Mayo
Sendo o bairro mais antigo de Buenos Aires, Montserrat equilibra seu passado histórico com um clima de movimento constante. O bairro adotou esse nome em 1769, depois da edificação da Paróquia de Nossa Senhora de Montserrat. O coração político da cidade está em Montserrat. Os prédios governamentais pomposos dali dão em praças amplas, e suas escadas se tornam o espaço perfeito para sentar e fazer uma boquinha. Em Montserrat, cada esquina vem repleta de personalidade. O clima europeu dali se faz perceptível nos detalhes. Cafés pelas calçadas, venezianas coloridas e sacadas com detalhes em ferro forjado compõem o jeito maleável e encantador de Montserrat. À medida que o expediente se encerra no centro da cidade, pedestres, trabalhadores e gente que só quer dar aquela relaxada se reúnem nos balcões dos bares para curtir uma happy hour. Aqui fica a emblemática Plaza de Mayo, onde mães – hoje avós – há mais de 30 anos saem em protesto contra o governo, exigindo a volta dos seus filhos desaparecidos nos porões da ditadura militar. Todas as quintas-feiras à tarde, as Madres de La Plaza de Mayo andam em círculo com lenços brancos na cabeça em memória aos filhos desaparecidos na ditadura militar argentina. 

Plaza de Mayo

O moderno e o clássico 
convivendo em harmonia
A Plaza de Mayo é a principal praça do bairro e da cidade, também seu ícone político. A Plaza é o palco perfeito para se expressar publicamente. Há tempos o local foi escolhido como foco de protestos políticos, desfiles públicos e outros encontros envolvendo os cidadãos. A Plaza de Mayo é uma testemunha dos eventos históricos do país desde a época da fundação de Buenos Aires. Foi criada em 1580, quando Juan de Garay fundou a cidade. No início era chamada de Plaza Mayor ou Plaza Grande. A Plaza era o lugar onde os comerciantes se reuniam para vender seus produtos. A cidade de Buenos Aires construiu a Pirâmide de Mayo em 1811, em comemoração ao aniversário de um ano do decreto que deu Independência à nação. A Plaza foi palco de importantes acontecimentos históricos como as Invasões Inglesas (a Argentina honra seus esforços empreendidos na Guerra das Malvinas ali mesmo na Plaza de Mayo) e a Revolução de Maio (primeiro governo independente). A Plaza foi ajardinada no final do século XIX e foi reformada várias vezes. A Plaza de Mayo foi bombardeada pelos militares que tentaram derrubar o governo em 1955. 

Cabildo na Plaza de Mayo

Piramide de Mayo
A Plaza de Mayo serve como caixa de ressonância para os sentimentos dos cidadãos. Dos pedestres e trabalhadores de sempre até a linha de frente dos protestos, a Plaza vive movimentada. Mas a Plaza de Mayo não é só lugar para divergências – muitas lembranças passam por ali também. Em frente a Plaza está a Casa Rosada que – dizem os poetas – era uma referência à conciliação política já que as cores dos partidos rivais no século XIX eram branca e vermelha. Mas reza a história que a cor da Casa de Gobierno é mistura de cal e sangue de boi usado para impermeabilizar as paredes. Muitos prédios públicos circundam a Plaza de Mayo, e o tom corado perfeito da Casa Rosada só deixa cada foto ainda melhor. A Cada de Governo ou Casa Rosada está no mesmo local onde foi o Forte Espanhol de Juan de Garay em 1580. Em 1873, o Presidente Sarmiento mandou construir no local os Correios. Em 1882, ele construiu outro edifício ao lado com características semelhantes. Em 1910, esses dois prédios foram unidos e dedicados inteiramente à sede do governo. Sobre a Avenida Rivadavia está a entrada presidencial, na parte de trás pode-se ver restos da antiga Aduana (alfândega); sobre a Avenida Hipólito Yrigoyen está a entrada do Museu da Casa Rosada.

Piramide de Mayo

Casa Rosada
A Avenida de Mayo no centro da cidade é um passeio imperdível. A Avenida é uma das maiores riquezas arquitetônicas da cidade. Foi inaugurada em 1894 e projetada pelo arquiteto Buschiazzo. Para a sua concepção teve de demolir alguns edifícios, incluindo dois arcos do Cabildo. A Avenida de Mayo se estende por 10 quadras e liga a Plaza de Mayo (Casa do Governo) com a Plaza Del Congreso (Palácio Legislativo). No início do século XX, era a Avenida mais importante da cidade, havia os elegantes hotéis e cafés famosos. Era uma área ocupada por imigrantes e boêmios. Frequentada por escritores, poetas e pintores. A Avenida é sempre escolhida para as manifestações políticas. Um lugar para descobrir a pé. A caminhada ao longo da Avenida pode ser combinada com a Calle Florida e a uma visita a Plaza de Mayo. Este roteiro de Plaza de Mayo para o Congresso convida os visitantes a entrar na vida diária dos habitantes da cidade.

Casa Rosada

Show de Tango no Café Tortoni
É só seguir a Avenida de Mayo rumo a oeste para chegar à segunda praça pública mais querida do bairro, a Plaza Del Congreso. O Palacio Del Congreso que fica do outro lado da Plaza atrai amantes do estilo Art Nouveau e gente em busca de uma tarde de tranquilidade. Fica num prédio bonito e imponente com uma enorme cúpula de cobre. Abriga uma biblioteca com três milhões de livros. Oferece visitas guiadas grátis. Por entre as travessas de paralelepípedo de Montserrat não é difícil se deparar com a história. Preservadas com afinco, a maioria das estruturas do bairro conta sua idade na casa das centenas de anos. Por ali, o tempo passa com graça. Os anos vão ficando para trás e o bairro só ganha com elegância. Com famosos clubes de tango e espaços com culinária de primeira, Montserrat garante sempre seu lugar no mapa da cidade. O jeito amigável dali vale para todas as idades. Trabalhadores dedicados, intelectuais acadêmicos e pensadores boêmios enchem o bairro com um espírito jovem.

Café Tortoni

Show de Tango no Café Tortoni
Durante o passeio, você pode visitar uma livraria ou cafés típicos de Buenos Aires. Caminhando pela Avenida de Mayo em direção ao Congresso Nacional está o Café Tortoni, um entre centenas de cafés que existem na cidade. O Cafe Tortoni é um dos cafés mais tradicionais de Buenos Aires. Foi inaugurado em 1858 por um francês e preserva tudo intacto: espelhos, cristais, lustres. Dentro do Café é percebida uma atmosfera boêmia. Lá você pode beber um chocolate quente ou uma cerveja. Também são realizados shows de tango. O Café era frequentado por escritores, muitos poetas, pintores e músicos, tais como: Quinquela Martin, Juan de Dios Filiberto, Arthur Rubinstein, Conrado Nale Roxlo, Ortega y Gasset, Federico García Lorca, Alfonsina Storni e Jorge Luis Borges. Para entrar há fila e o tempo de espera pode chegar a uma hora.

Café Tortoni

Cafe Tortoni
Na região estão pontos muito visitados pelos turistas, como a Calle Florida, uma espécie de calçadão com trânsito exclusivo para pedestres, rodeada de lojas e artigos de couro, roupa, discos e livros, assim como restaurantes e do exclusivo centro comercial Galerias Pacífico. Uma mistura da Galeria Lafayette de Paris com a Vittorio Emmanuele de Milão. Trata-se de um shopping lindo com afrescos no teto. O Centro Cultural Borges, no último andar, é um dos principais atrativos da Galeria. Também se encontra na Calle Florida o Edifício Kavanaugh, que é o primeiro arranha-céus de Buenos Aires. São 10 quarteirões de comércio popular e ambulante. O Obelisco na Avenida 9 de Julio com 67 metros de altura é uma espécie de marco zero da cidade. É um daqueles monumentos feiosos do tipo ame-o ou deixe-o.

Obelisco

Galerias Pacifico
O bairro também aloja o Teatro Colón, considerada uma das óperas mais importantes do mundo. Já o Teatro Colón é um marco na arquitetura de Buenos Aires. Foi todo restaurado para comemorar o Bicentenário da Independência. Já recebeu de Maria Callas a Stravinsky. A enorme escadaria de mármore e o candelabro central de sete metros impressionam. É possível assistir a óperas, balé e concertos variados. Tem capacidade para mais de três mil pessoas. Vale à pena a visita guiada (aliás, só é possível visitá-lo com monitores). Todos os dias (inclusive feriados), de hora em hora. A melhor ideia para conhecer o centro é caminhar e, assim, descobrir devagar cada pedacinho da cidade. 

Galerias Pacifico

Catedral Metropolitana de Buenos Aires
Neste quadrilátero você encontra a Catedral Metropolitana com uma discutível fachada Greco-romana. Não que seja de mau gosto. Mas parece tudo, menos igreja. Na parte interna, destaque para o piso feito de mosaico veneziano. O nome real da Catedral Metropolitana de Buenos Aires é "Igreja da Santíssima Trindade". O primeiro templo foi construído na época da fundação da cidade. A primeira Catedral de Buenos Aires foi levantada em 1622 neste mesmo terreno. O edifício atual, depois de um século e meio de obras, foi terminado em 1822. No interior há quadros e esculturas, principalmente de artistas italianos. O estilo arquitetônico é o neoclássico e a fachada é composta de uma série de 12 colunas coríntias. Acima delas assenta um frontão triangular decorado com uma representação bíblica. Em um mausoléu descansam os restos do General José de San Martín, um dos heróis da Independência.

Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Teatro Colón
As opções de hospedagem no centro são econômicas e quase sempre estão vinculadas com antigos hotéis reciclados, mas que ainda mantém o estilo dos anos dourados. Os pontos positivos são a cercania, ir caminhando para os principais pontos turísticos de Buenos Aires, ter bancos e farmácias por perto, dezenas de restaurantes de todos os tipos e a abundância de opções de transporte na hora de se movimentar pela cidade e os preços. O ponto negativo é o stress, como em todo centro de capital da América do Sul, essa região de Buenos Aires em geral é barulhenta, tem um trânsito péssimo e se hospedar no centro da cidade vai contagiar seu ritmo financeiro, a eletricidade deste coração e, pelas noites, as ruas não são as mais seguras, concentra os larápios e ladrões da cidade. Atenção redobrada ao andar com celular, bolsa e carteira. Evite andar sozinho à noite.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Buenos Aires - Café Tortoni

Café Tortoni
Um grande salão com forros de madeira, pilastras neoclássicas, mesas de mármore, vitrais e lustres antigos adornando o teto dão vida a um dos endereços mais antigos e conhecidos da América Latina. Com esse visual a la Belle Époque, a cafeteria mais famosa de Buenos Aires foi obviamente aberta por um francês. Na época, um imigrante com sobrenome Touan exportou o nome Tortoni de um café da moda que existia no Boulevard des Italiens, em Paris, e o instalou na Avenida Rivadavia com Calle Esmeralda. Em 1880, o francês Dom Celestino Curutchet comprou o local e o instalou onde permanece até hoje, no Bairro Monserrat, onde anteriormente se encontrava o denominado Templo Escocês de Buenos Aires, mas sua entrada era pela Avenida Rivadavia. Entre as alterações, em 1898 encomendou ao arquiteto Alejandro Christophersen uma entrada principal na Avenida de Mayo, pertinho da Avenida 9 de Julio e da Casa Rosada.

Café Tortoni
Com o passar do tempo, o bar recebia em suas mesas alguns dos nomes mais importantes da arte, política e economia argentina, além do grupo “Agrupación de Gente de Artes y Letras”, formado por jornalistas, pintores e escritores, liderado pelo pintor Benito Quinquela Martín, que mais tarde passou a se chamar “La Peña”. O subsolo do estabelecimento se tornou sua sede, já que, segundo o dono do local, os artistas, apesar de gastarem pouco, traziam fama e prestígio ao Café. O Grupo fundado em 1926 fomentou a proteção das artes e das letras até 1943, quando encerrou suas atividades. Tornando-se um reduto boêmio, era ali que Jorge Luís Borges, Luigi Pirandello, Garcia Lorca, Julio Cortázar e Arthur Rubinstein se reuniam para uma prosa. Para fugir do assédio, o cantor Carlos Gardel tinha sempre uma mesa reservada no Tortoni, no lado direito do salão junto à janela entrando pela Avenida Rivadavia.

A Famosa Caixa Registradora do Café Tortoni

Belo Vitral do Café Tortoni
A presença de músicos, assim como as tradições, permeia o local até hoje, já que o subsolo abriga espetáculos noturnos de jazz e de tango a um bom custo-benefício comparado a outros lugares, um dos programas típicos para se fazer em terras portenhas. Aos sábados a dupla Missão Tango assume o palco da Sala Alfonsina Storni do Café. Nos dias de semana o grupo Sensações do Tango exibe seu show na Sala Quinquela Martín, mais conhecida como Sala La Bodega. O show não é tão exuberante, mas vale a pena para conhecer. É recomendável fazer reserva. O acesso é feito por uma escada estreita com degraus antiderrapantes e iluminados e a Sala tem capacidade máxima para 80 pessoas. Talvez o que mais chame a atenção no Tortoni é sua identidade, suas raízes que resistem ao tempo. Mantendo alguns móveis e decoração original, tem entre seus detalhes mais charmosos o bar, a máquina de café, a caixa registradora e os vitrais no teto. Pelas paredes, quadros e poemas que resguardam sua história ajudam a marcar a identidade do lugar.

Sala Alfonsina Storni
É a cafeteria aberta a mais tempo na cidade, então é um lugar muito tradicional para tomar um café e conversar. A casa não oferece apenas cafés e tem um cardápio longo e variado que inclui chocolates com churros, saladas, bife de chorizo, lomo gratinado, entre outros. Se quiser apostar em algo leve e delicioso, opte pelos chocolates com churros, que são superfamosos e caem muito bem como um lanche no fim da tarde. Além do doce bem conhecido pelos brasileiros, o “leche merengada”, bebida cremosa tipicamente espanhola que mistura leite, açúcar, clara de ovo, canela e raspas de limão é o destaque. O Tortoni é um dos poucos lugares onde os moradores ainda conseguem provar essa iguaria do século passado. Independente da comida, o gostinho que fica na memória é exatamente esse, o de nostalgia.

Show de Tango no Café Tortoni

Show de Tango no Café Tortoni

Tango no Café Tortoni
A experiência, porém, é mais interessante e rica por conta de seu legado do que pela gastronomia em si. Depois de pegar uma fila de, em média, 20 minutos para adentrar no local, os visitantes por vezes se decepcionam com os preços inflacionados do cardápio e o atendimento, nem sempre bem avaliado. Ao lado do Café, os visitantes também encontram a Academia Nacional de Tango e o Museu Mundial do Tango. Muitos que vão para Buenos Aires com crianças tem vontade de assistir a um Show de Tango, já que estão na terra das milongas. A questão é qual escolher e se o programa vai ser bacana para crianças, já que, na verdade, quem tem vontade de ver são os adultos. Mas não se engane, muitas crianças gostam também: a música, o lado teatral, a dança... e faz parte da cultura portenha. O Show de Tango do Café Tortoni começa cedo e é rápido em relação aos outros shows: dura cerca de uma hora. Não dá tempo de as crianças cansarem. Os artistas dançam enquanto você petisca algo como porção de batatas fritas, empanadas de carne ou uma boa taça de vinho. É sempre bacana ir além dos pontos turísticos e mostrar um pouco mais da cultura de um país.

domingo, 13 de setembro de 2015

Buenos Aires - Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Catedral Metropolitana de Buenos Aires
Ao norte da Plaza de Mayo se encontra a Catedral Metropolitana de Buenos Aires, que ocupa o mesmo lugar desde os tempos coloniais. Localiza-se no centro da cidade, na esquina da Rua San Martín com Avenida Rivadavia, no Bairro de San Nicolás. É a igreja-mãe da Arquidiocese de Buenos Aires. Em 1942 a Catedral Metropolitana foi declarada Monumento Histórico Nacional. Considerada um importante ponto turístico da cidade, essa igreja é uma das principais do país. Sendo católico ou não, vale a pena conhecer essa bela e importante construção da capital argentina.

Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Nave da Catedral Metropolitana de Buenos Aires
A história da Catedral Metropolitana é um pouco inusitada. Quando Buenos Aires foi fundada (em 1580), Juan Garay, um conquistador espanhol, reservou o espaço onde hoje está a Catedral para abrigar a principal igreja da cidade. Assim, entre os séculos XVI e XVII, uma série de capelas simples foi feita ali. O problema é que todas essas construções tiveram problemas estruturais ou foram destruídas por algum desastre. Somente em 1752 que a atual Catedral Metropolitana começou a ser feita, pois toda a nave da antiga igreja desabou. Por conta de diversos problemas financeiros e com o novo projeto, a construção só foi completamente finalizada em 1852. Porém, os trabalhos de decoração continuaram por mais 50 anos. 

Altar-Mor da Catedral Metropolitana de Buenos Aires
A arquitetura da Catedral Metropolitana é um misto dos estilos neoclássico, neorrenascentista, neobarroco e rococó, com uma nave e uma cúpula do século XVIII e uma severa fachada neoclássica do século XIX. O edifício possui um perfil que não é comumente usado nas catedrais, pois não tem torres e é mais como um templo grego clássico que um típico católico. Tem 12 colunas na fachada que representam os apóstolos de Jesus. Acima das colunas, um mural entalhado retrata a reunião de José com seus irmãos e seu pai, Jacó. O chão foi desenhado no ano de 1907, e fabricado na Inglaterra com mosaico veneziano. 

Altar-Mor da Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Mausoléu do Libertador General José de San Martin
Visitar o espaço interior da Catedral de Buenos Aires é viver uma experiência visual e, sobretudo, emocional. No centro impõe-se o Altar-Mor, como o ponto mais proeminente. O altar principal é esculpido em madeira e sua disposição chama atenção pela beleza e para descrevê-lo só vendo ao vivo. Já a cúpula de 41 metros é recheada de pinturas renascentistas. À esquerda há um pequeno altar com uma imagem conhecida como “Santo Cristo de Buenos Aires” trabalhada em madeira de algaroba; e no final do corredor central pode-se ver um altar dedicado à “Virgen de los Dolores”. As 14 pinturas da Via Crucis são obra do italiano Francesco Domenighini, e originalmente se encontravam na Iglesia Del Pilar. Há ainda uma capela a parte que homenageia o padroeiro de Buenos Aires, San Martin de Tours, um órgão de origem alemã e um mural em homenagem às vítimas do Holocausto. O interior mantém estátuas preciosas do século XVIII, bem como retábulos e uma rica decoração neorrenascentista e neobarroca. Ainda no seu interior se localiza o Mausoléu do General José de San Martín, herói da independência. Ele comandou revoluções contra o domínio espanhol na Argentina e outros países da América do Sul. Em 1877, uma das naves laterais foi reformada especialmente para abrigar os restos mortais deste herói nacional, conhecido como “El Libertador”.

Presépio da Catedral Metropolitana
Antes de se tornar Papa, o argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, foi arcebispo da capital de seu país por 15 anos. Nesse período, celebrou suas missas na Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Hoje no interior da Catedral, há um pequeno museu com o nome de "O Cardeal Jorge Mario Bergoglio", onde são expostos objetos pessoais e litúrgicos usados durante a sua atividade pastoral em Buenos Aires. A Catedral organiza visitas guiadas em diferentes idiomas. As visitas guiadas são feitas para grupos de, no mínimo, 15 pessoas, sempre pela manhã. Devem ser combinadas por telefone, com a Secretaria da Catedral, não é gratuito. As visitas ajudam a compreender os aspectos históricos, arquitetônicas, artísticas e religiosas do templo principal da cidade.

sábado, 12 de setembro de 2015

Buenos Aires - Casa Rosada

Casa Rosada
Os lugares turísticos mais importantes se encontram no Centro Histórico da cidade, setor formado praticamente pelos bairros de Montserrat e San Telmo. A cidade começou a se construir ao redor da Plaza Mayor, hoje Plaza de Mayo, onde as instituições administrativas da colônia estavam instaladas. A leste da Plaza pode-se observar a Casa Rosada, assim chamada pela cor aproximadamente rosa, atual sede do Poder Executivo da Argentina, onde, antigamente, se encontrava a Fortaleza Real de Don Juan Baltazar da Áustria, construída no início do século XVI às margens do Rio de La Plata.

Casa Rosada e Pirámide de Mayo

Casa Rosada
O chefe de governo seguinte decidiu construir muralhas de 120 metros de altura, um fosso e também uma ponte levadiça. E no começo do século XVIII o local se tornou um verdadeiro Forte. Passou por reformas que o deixaram mais sólido e seguro e serviu de residência para governadores e vice-reis espanhóis. Depois disso muitos outros governantes passaram por lá e fizeram algumas alterações em sua estrutura e arquitetura. Quem resolveu pintar o prédio de rosa foi Sarmiento, que também inseriu jardins. A cor rosa do prédio é um dos chamarizes. As diferentes versões históricas dizem que na época em que foi pintada foi utilizada uma cor mais barata, feita a partir de sangue animal, e que era rosada. Outras versões dizem que foi uma junção das cores vermelho e branco, ligadas a dois partidos políticos da época. Seja qual for o motivo, é bom entender que a Casa Rosada tem essa cor apenas do lado de fora. No seu interior podemos achar uma variedade de tons totalmente diferentes onde a tonalidade rosa justamente brilha… pela sua ausência!

Casa Rosada

Casa Rosada
Após a independência, o Forte perde sua função, e na metade do século XIX é condenado à demolição para ser construído em seu lugar o edifício da Alfândega Nova, conhecido como Aduana Taylor (hoje Museo Del Bicentenario). Em 1873, começa a construção do Palácio dos Correios. Anos mais tarde, decidiram-se construir o Palácio do Governo ao lado do Posto de Correios e juntar os dois prédios por meio de um arco, que atualmente é a entrada principal. A Casa Rosada, do ponto de vista arquitetônico é eclética, combinando elementos de diferentes estilos, especialmente franceses e italianos. No lado direito da fachada principal está o famoso balcão usado por líderes diferentes para seus discursos, incluindo as ocorrências históricas de Evita e Juan Domingo Peron. Olhando de frente é possível ver certa falta de simetria na sua arquitetura. A entrada principal está no centro, sim, mas um dos lados acaba sendo mais comprido que o outro. Isso tem uma explicação: o lado direito (sul) foi reduzido 17 metros para permitir a construção da Avenida Hipólito Yrigoyen. Uma das avenidas laterais da Plaza de Mayo, onde também se encontra o edifício da AFIP (a Receita Federal Argentina).

Casa Rosada
A Casa Rosada possui fama internacional por ter sido palco de importantes manifestações políticas e artísticas. Por exemplo, várias cenas dos filmes "A História Oficial" e "Evita" foram gravadas na Plaza e nas sacadas do Palácio. O Palácio é famoso pelo seu grande acervo de pinturas e esculturas, além da sua arquitetura. O Palácio foi declarado Patrimônio Histórico Nacional em 1942. Por fora todo mundo conhece. Sem dúvida nenhuma, pois a Casa Rosada aparece como um dos elementos visuais mais clássicos de Buenos Aires. Mas ao mesmo tempo são poucos os turistas que já atravessaram a porta principal da famosa Casa de Governo argentino.

Plaza de Mayo e Casa Rosada ao fundo
A Casa Rosada tem visitas guiadas gratuitas para aqueles que querem conhecer a sua história e arquitetura. Durante as visitas os guias turísticos são os granadeiros. O passeio inclui os principais setores da Casa do Governo, como Salão de Patriotas Latino-americanos, onde podem ser vistos pinturas e retratos de líderes latino-americanos; Pátio das Palmeiras, Salão das Mulheres Argentinas, dedicado a mulheres que se destacaram na história do País; Varanda para a Plaza de Mayo, o Salão Branco, por onde já passaram importantes personalidades da história argentina e de outros países; a Sala Presidencial e o Salão Sul, entre outros.

Pirámide de Mayo
A beleza interior da Casa Rosada tem algumas semelhanças com outros lugares icônicos de Buenos Aires como o Teatro Colón. Só que não se trata de uma coincidência: o arquiteto italiano Francisco Tamburini deixou a sua marca nos dois míticos lugares. O único presidente argentino que morou na Casa Rosada foi Roque Saenz Peña, entre 1910 e 1914. Mesmo tendo a sua residência no requintado Bairro de San Isidro, o então presidente preferiu morar na Casa de GovernoPor questões de saúde resolveu se instalar numa das laterais do Pátio das Palmeiras junto com a sua família. O espaço foi devidamente reformado e fechado com enormes vitrais para manter a privacidade do grupo familiar presidencial. Os mesmos podem ser apreciados numa das galerias do primeiro andar.

Pirámide de Mayo






O Salão Evita Perón está divido em duas partes: uma sala e um salão com uma enorme mesa de 28 cadeiras. Nesse salão são realizadas atualmente as reuniões ministeriais. A sala conserva a mesa de trabalho da Evita quando ela dirigia a Fundação de Caridade que levava seu nome. A Varanda para a Plaza de Mayo é provavelmente o canto mais fotografado e famoso da Casa de Governo argentino. Além da popular Evita e seu marido, outras grandes celebridades argentinas e internacionais assomaram a sua figura na popular sacada. Alguns nomes? O Papa João Paulo II, a seleção argentina de futebol em 1986, além da própria Madonna no filme “Evita”. Uma sacada com muita história, realmente. O acesso se realiza através do Salão de Evita Perón.

El Cabildo na Plaza de Mayo
O Salão Branco é um dos lugares mais importantes da Casa Rosada. Nele são efetuadas as cerimônias mais relevantes, incluindo a entrega do mando presidencial a cada quatro anos. A cada flanco do Salão Branco aparecem mais dois salões de menor tamanho: o Salão Norte e o Salão Sul. A decoração é de tirar o fôlego: uma combinação de requinte e bom gosto em iguais proporções. Podemos encontrar mármore de Carrara e brilhantes pisos de carvalho por tudo quanto é lado. Mas quem decididamente rouba a cena acaba sendo o imenso lustre, que pesa ao redor de 1,2 mil quilos. A Sala Presidencial, onde o presidente da Argentina faz seus despachos, também faz parte do roteiro, mas, neste espaço, não é permitido filmar ou fotografar. Antes da entrada, é feita uma rápida revista para ver se todos os equipamentos estão desligados. A visita se encerra no salão onde estão expostos os bustos de todos os ex-presidentes da Argentina. O Pátio das Palmeiras é também conhecido como o Pátio da HonraTrata-se de um amplo espaço aberto no meio da Casa de Governo, onde sobressaem quatro palmeiras plantadas no início do século XX. Mas elas não estão sozinhas: pelo contrário, estão acompanhadas por uma pequena fonte d’água localizada no centro. A vista das galerias de estilo europeu é bem interessante e comunicam as duas partes principais da Casa Rosada.


Prédios da Avenida de Mayo

Prédio da Avenida de Mayo
As visitas devem ser solicitadas pelo menos com 15 dias de antecedência no site da Casa Rosada. Atente-se ao marcar a visita: se você estiver ligando de outro país como o Brasil, é bom ter em mente a mudança de fuso horário da Argentina para o Brasil, pois os funcionários da Casa Rosada marcarão o horário no relógio de Buenos Aires. Os visitantes devem chegar 20 minutos antes do tempo da visita, pela Calle Balcarce, 50, no Distrito de Montserrat, com um documento de identidade (cédula ou passaporte) e a confirmação da visita impressa ou em telefone celular. Depois de confirmar o agendamento com os funcionários, é preciso passar por um detector de metais e aguardar a formação do grupo daquele horário que tem, no máximo, 30 pessoas. O tour, guiado por um funcionário do Governo Nacional, dura em torno de uma hora. A visita é feita em espanhol, mas dá para entender tudo perfeitamente (em alguns horários, pode ser possível encontrar o tour em português. Verifique na hora do agendamento). As visitas acontecem aos sábados, domingos e feriados, quando o presidente não está lá. 

Prédios da Avenida de Mayo

Prédio da Avenida de Mayo
Ver a Plaza de Mayo olhando-a da varanda da Casa Rosada, conhecer importantes fatos da história argentina, admirar detalhes de cada salão visitado, escutar as explicações do guia. Tudo vale a pena na visita à Sede do Governo argentino. Não deixe esse passeio de fora do seu roteiro. Uma vez na Casa Rosada, não deixe de visitar o Museu Del Bicentenário, inaugurado em 2011. Antes chamado Museo Del Bicentenario, o Museo Casa Rosada tem a entrada bem ao lado do Palácio do Governo argentino e sua exposição permanente é recheada de objetos de época e restos arqueológicos de Buenos Aires. Há objetos dos antigos governantes, fotos, carruagens lindíssimas e muitos outros itens. Há também o famoso mural "Exercício Plástico" do artista mexicano David Alfaro Siqueiros. O Museu tem algumas exposições temporárias que procuram focar em temas vinculados à vida dos argentinos. Como forma de incentivo à arte, eles possuem um espaço para a realização de diversas atividades culturais. Vale a pena para conhecer melhor um pouco sobre a história da Argentina. E o melhor de tudo é que a entrada é gratuita!

Prédios da Avenida de Mayo