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domingo, 29 de maio de 2016

Campinas - As Sete Maravilhas de Campinas

Estação Cultura de Campinas
Campinas tem suas Sete Maravilhas, sim, e a maioria passa por nós todos os dias e nem percebemos. As “Sete Maravilhas de Campinas” foram selecionadas em julho de 2007 pela própria população do município, que votou pela internet na escolha dos seus locais favoritos. O concurso, promovido pela Rede Anhanguera de Comunicações (RAC), proprietárias dos jornais diários Correio Popular, Diário do Povo e do espaço Internet Cosmo, mostrou que a cidade é repleta de belezas naturais, pontos de importância histórica, arquitetônica e cultural, além de espaços de convivência e lazer.  Lugares que merecem ser contemplados, valorizados e festejados. Nos quatro cantos da cidade é possível encontrar história, cultura, natureza e diversão. As Maravilhas, selecionadas entre tantos outros tesouros de um lugar que respira ares de metrópole e conta com uma população superior a um milhão de habitantes, estão aí para serem descobertas e aproveitadas por todos. Sejam bem vindos a essa terra que sempre soube surpreender e acolher bem. A paisagem, com certeza, é de encher os olhos.

Estação Cultura de Campinas

Estação Cultura de Campinas
Em primeiro lugar ficou a Estação Cultura, antiga Estação da FEPASA, que hoje é um espaço cultural. A Estação da Paulista teve sua viagem inaugural entre Jundiaí e Campinas em agosto de 1872. A antiga Estação Ferroviária da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, um símbolo da cidade e do desenvolvimento do Estado de São Paulo, mudou de nome, foi devidamente restaurada e transformada em um importante centro de laser e cultura para toda a população em 2013. Oficinas, mostras, cursos, shows, palestras e diversas outras atividades culturais são realizadas durante todo o ano. Por estar na região central e oferecer um fácil acesso, o local é bastante frequentado em todos os dias da semana.

Estação Cultura de Campinas

Estação Cultura de Campinas
Sua torre com o antigo relógio é um dos pontos mais marcantes da cidade. Além de sempre ter sido um ícone do ponto de vista de memória e, mais recentemente, de cultura, lazer e educação, com a criação do Centro Profissionalizante Antônio da Costa Santos (CEPROCAMP) logo ao lado. A Estação Cultura também é vista como um símbolo do desenvolvimento da cidade, que já foi o centro do país na época do café e, agora, surge como um importante polo tecnológico. A Estação serviu de entroncamento de diversas ferrovias, como a Mogiana, a Paulista, o Ramal Férreo Campineiro e a Sorocabana, articulando o trânsito de passageiros e carga entre a capital e o interior do Estado.

Catedral Metropolitana de Campinas

Catedral Metropolitana de Campinas
Em segundo lugar ficou a Catedral Metropolitana. Inaugurada em 1883, a construção da Catedral Metropolitana de Campinas teve início no século XIX, em outubro de 1807. O grande porte da construção já sugeria as pretensões de crescimento da então Vila de São Carlos. As fundações foram feitas em um terreno mais distante do Largo da Matriz Velha (atual área da Basílica do Carmo), para onde se projetava o crescimento da Vila, no início do século XIX. Toda a estrutura foi feita de taipa (técnica construtiva em barro de tradição centenária em São Paulo). Raro exemplar no mundo em taipa de pilão com cunhais de pedra. No interior, há ainda uma movelaria antiga com peças trabalhadas em madeira, cadeiras austríacas, trono episcopal, crucifixo, lustres, candelabros de prata, um órgão de 100 anos, sacristia, relógio de parede e quatro sinos em uma torre com mais de um século.

Catedral Metropolitana de Campinas

Catedral Metropolitana de Campinas
Em 1850, o prédio foi coberto e deu-se início à ornamentação interna feita pelas mãos do mestre escultor baiano Vitoriano dos Anjos. Foram necessários seis anos para que o artista conseguisse esculpir o Altar-Mor, os púlpitos e as grades do coro. Em 1908, a Matriz Nova transforma-se em Catedral de Campinas, devido à criação da Diocese local. É com certeza um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade de Campinas, e, independentemente de questões religiosas, a arquitetura da Catedral é referência histórica. Há ainda o Museu de Arte Sacra da Irmandade do Santíssimo Sacramento, criado em 1967 e composto de 576 peças, entre pinturas, esculturas, medalhas e móveis dos séculos XVIII a XX, além de uma biblioteca com obras raras, partituras musicais, coleções de jornais antigos e cartas pastorais dos bispos.

Lagoa do Taquaral ou Parque Portugal

Caravela Anunciação
Em terceiro lugar ficou o Parque Portugal, popularmente conhecido como Lagoa do Taquaral. O Parque Portugal constitui um dos mais importantes espaços de lazer da cidade. A histórica Fazenda Taquaral, com seus 33 alqueires, foi transformada em Parque no ano de 1972, após a aquisição pela Prefeitura das terras da Família Alves de Lima. Reúne uma grande variedade de espaços recreativos e culturais, a começar pela Lagoa Isaura Telles Alves de Lima, com pedalinhos e uma réplica exata da Caravela Anunciação, nau que trouxe Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras. Na extensa área verde que rodeia a lagoa principal, encontram-se bosques destinados a piqueniques, viveiros de pássaros, área com aparelhos de ginástica, playground, lanchonete, sanitários e um percurso de três quilômetros de bondinho. Ainda entre os equipamentos culturais, a Lagoa oferece a Concha AcústicaAuditório Beethoven (com capacidade para duas mil pessoas), o Museu Dinâmico de Ciências, o Planetário, o relógio solar, o Ginásio de Esportes Alberto Jordano Ribeiro, o Balneário Municipal (com três piscinas abertas ao público), além do Kartódromo Afrânio Ferreira Jr., com pista de 800 metros.

Caravela Anunciação no Parque Portugal

Jockey Club Campineiro
Em quarto lugar ficou o centenário Jockey Club Campineiro, que remonta ao período áureo do café. A instituição se formou em 1924, a partir da fusão do Jockey Club com o Clube Campineiro, na Praça Antônio Pompeu. O prédio, com fachadas e decoração interior inspiradas nos palacetes franceses do final do século XVIII, mais precisamente da zona urbana parisiense, segue uma linha muito em voga nos anos 1920, usada na capital paulista para pequenos edifícios. No térreo, o destaque com o elevador todo em ferro e dourado, funcionando perfeitamente desde a época da inauguração. Ponto de encontro importante da cidade no passado (recanto das famílias mais ricas da cidade), o prédio recebeu ao longo dos anos milhares de pessoas em suas badaladas programações culturais, como recitais de piano, violino e canto, declamações e grandes festas carnavalescas, no melhor estilo de sua época áurea, resgatada nos últimos tempos. 

Jockey Club Campineiro

Jockey Club Campineiro
O espaço passou por uma restauração completa recentemente e recebeu nova pintura. O Jockey Club foi uma das maiores atrações da cidade no Natal, com iluminação especial que transformou a antiga e pomposa estrutura em parada obrigatória. A restauração deu novo fôlego ao entorno e contribui para atrair a população ao centro. Antigamente era bastante visitado pelos homens da cidade. Atualmente, é um prédio histórico da cidade de arquitetura muito bonita, mas a tradição continua – se quiser visitar, é só para homens.

Mercado Municipal de Campinas

Mercado Municipal de Campinas
Em quinto lugar ficou o Mercado Municipal de Campinas, localizado na Praça Carlos Botelho, no centro da cidade. Conhecido como Mercadão, foi inaugurado em abril de 1908 pelo Prefeito Orosimbo Maia. Na época da inauguração, passava pelo local a antiga Estrada de Ferro Funilense, transportando sacas de açúcar mascavo, fardos de arroz e feijão, entre outros produtos. O local funcionava também como depósito de açúcar que depois seguia para o Porto de Santos. Apesar de não tão valorizado fisicamente, é um ponto de referência, tal qual o Mercadão de São Paulo. Entre as décadas de 1930 e 1960, foi um espaço onde intelectuais, políticos e jornalistas se encontravam para trocar ideias. Com mais de um século de história, o Mercado abriga hoje 143 boxes. Por ali, passam diariamente uma média de 1.500 pessoas. Característica marcante entre os comerciantes locais é a tradição de permanência familiar dos boxes ao longo dos anos. O espaço é administrado pela autarquia Serviços Técnicos Gerais (SETEC), da Prefeitura. A obra é do arquiteto Ramos de Azevedo.

Mercado Municipal de Campinas

Escola de Cadetes de Campinas
Em sexto lugar ficou a Escola de Cadetes, um projeto em estilo colonial espanhol, idealizado e conduzido pelo arquiteto Ernani do Val Penteado. Em 1944, era escolhido o terreno onde seria erguido o prédio que virou cartão-postal da cidade. Em janeiro de 1959, a sede da Escola era transferida para Campinas, passando a se chamar Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). A partir de 1961, com a extinção das Escolas Preparatórias de Fortaleza, no Ceará e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Escola de Cadetes Campineira tornou-se a legítima depositária das tradições do ensino preparatório do Exército Brasileiro. Sua beleza chama a atenção de quem passa e desperta ainda mais durante a noite, quando é todo iluminado.

Escola de Cadetes de Campinas

Escola de Cadetes de Campinas
A Escola de Cadetes de Campinas é uma instituição, cuja missão é preparar candidatos para o ingresso na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), na cidade de Resende, no Rio de Janeiro, responsável pela formação do oficial combatente do Exército. O ingresso na EsPCEx é feito por intermédio de um disputado concurso de admissão realizado anualmente em todo o país. Sua imponente instalação, cercada de muito verde, com amplos espaços e torres que se destacam na paisagem urbana. Entre outras atrações o prédio abriga uma biblioteca aberta ao público com mais de 12 mil livros.

Torre do Castelo

Torre do Castelo
Em sétimo lugar ficou a Torre do Castelo. O Castelo d’Água, como era chamado, foi criado para abastecer os bairros que se formavam na região norte da cidade. A Torre de 27 metros de altura foi erguida em um ponto estratégico para o desenvolvimento urbano, em um dos extremos da “triangulação geodésica da cidade”, definida pelo Plano de Melhoramento Urbano de Campinas, mais conhecido como Plano Prestes Maia, de 1938. Localizada na Praça 23 de Outubro, no Castelo, foi construída entre 1936 e 1940. Situada a cerca de 735 metros de altitude, é um dos pontos mais altos do perímetro urbano, além de ser um marco geodésico e possuir em seu topo um mirante que permite ver vários bairros da cidade, assim como a Serra do Japi, localizada a aproximadamente 40 quilômetros, em Jundiaí. A rotatória onde se localiza recebe o trânsito de pelo menos meia dúzia de vias, em todas as direções. Além do mirante, abriga o estúdio da Radio Educativa de Campinas e um museu de objetos ligados à distribuição de água da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (SANASA). As seis muradas do mirante contêm informações sobre as regiões e lugares vistos em cada uma delas. A chance de observar Campinas nas mais diversas direções, de um ponto privilegiado, é valiosa e única para visitantes de qualquer idade e uma das melhores formas para acompanhar o crescimento acelerado da cidade e da região à sua volta.

Torre do Castelo

Torre do Castelo
Também participaram da votação vários pontos históricos, naturais ou culturais de Campinas. Dentre eles, destacam-se: o Palácio dos Azulejos, a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Praça Carlos Gomes, a Mata de Santa Genebra, o Bosque dos Jequitibás, o Distrito de Joaquim Egídio, o Complexo Ferroviário, a Área de Proteção Ambiental (APA) Sousas/Joaquim Egídio, o Parque Ecológico, o Rio Atibaia, o Monumento a Carlos Gomes, o Teatro de Arena do Centro de Convivência, a Figueira do Cambuí, o Templo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Tour por Buenos Aires - Microcentro

Arquitetura típica do Bairro Montserrat
O blog Recantos e Encantos começou meio que de brincadeira. Queria contar um pouco do que vi e aprendi em diversas viagens pelo Brasil e pelo mundo. Quase sete meses depois, 180 postagens, muitas histórias e visualizações em 20 países, a brincadeira ficou séria. A responsabilidade obriga maiores pesquisas e mais cuidado nas postagens, o que nunca faltou, já que neste período fiz uma revisão em todas aquelas em que achei necessário. Como recebi muitas fotos de viagens de amigos para que eu contasse suas histórias, vamos começar fazendo um tour pelos bairros mais charmosos de Buenos Aires.

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Buenos Aires é uma cidade muito grande, com os subúrbios supera os 10 milhões de habitantes. O Rio de La Plata e o Riachuelo são seus limites naturais ao leste e ao sul. A Avenida de Circunvalação General Paz, que rodeia a cidade de norte a oeste completa os limites da cidade. Esta Avenida enlaça de um modo rápido a capital com a Grande Buenos Aires, uma faixa de alta concentração de habitantes e intensa atividade. Buenos Aires é uma capital repleta de atrativos, passeios e onde o turismo é bem visado e explorado devido à grande demanda de pontos turísticos e um dos seus principais atrativos e é claro um dos mais convidativos são os seus belíssimos bairros. Oficialmente a cidade de Buenos Aires está dividida em 48 bairros. Buenos Aires tem diversos bairros interessantes, cada um com seu charme e suas peculiaridades. Os pontos turísticos estão espalhados por todos eles; por isso, uma boa dica é escolher os locais a serem visitados para evitar cruzar a capital toda hora e gastar desnecessariamente com deslocamentos. 

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Como qualquer outra grande cidade do mundo que recebe muitos turistas, volta e meia um bairro de Buenos Aires o qual ninguém nunca tinha ouvido falar antes vira super star e enche de restaurantes e lojas bacanas. Mas as áreas básicas da cidade, aquelas que a maioria das pessoas fazem questão de conhecer e que são rapidamente reconhecidas nas fotos e nos cartões postais, continuam populares e cheias de atrativos. Os bairros de Buenos Aires são sempre muito diferentes um do outro. Alguns são centenários, outros existem já faz algumas décadas e outros foram definidos muito recentemente, como é o caso de Puerto Madero. Além disso, Buenos Aires possui várias áreas que são conhecidas por um determinado nome e que não são bairros oficialmente, como é o caso do Microcentro.

Para começar sua viagem nos pontos mais tradicionais, vá ao Microcentro que é a região central de Buenos Aires, com muitos pontos turísticos e bastante história para contar. O Microcentro (conhecido como Centro de Buenos Aires) trata-se de uma área de aproximadamente 60 quarteirões, informalmente delimitada por edifícios administrativos, governamentais, bancários, comerciais e históricos, indo desde a Avenida Córdoba até a Avenida de Mayo. O Microcentro não é reconhecido como um bairro, mas é uma região delimitada por quatro grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem). O Microcentro ocupa em sua maioria o Bairro de San Nicolás e um pouquinho de Montserrat. Quase não dá para perceber quando termina um e começa o outro. 

O local está bem servido pelo metrô e possui hotéis com diárias bem legais para quem pensa em economizar. Além dos hotéis, são poucos os edifícios residenciais pela área. Caracterizada por ser o centro financeiro do país, reunindo as matrizes de diversos bancos e a bolsa de valores, em seus altos e belíssimos edifícios. Por ali, circulam caoticamente, assim como em todos os centros urbanos, cerca de quatro milhões de pessoas todos os dias durante o horário comercial, incluindo, é claro, turistas de todas as partes do mundo. Entre as centenas de maravilhosos edifícios que impressionam pela bela arquitetura europeia, encontram-se também vários pontos turísticos.

Palacio Barolo
O Bairro Montserrat nasceu com a cidade. O fundador da cidade de Buenos Aires, Juan de Garay, escolheu esta área para instalar a Plaza Mayor, o Forte, a Catedral Metropolitana e o Cabildo. A partir daí começou a expansão da cidade para o sul. Garay também deu terras para as várias ordens religiosas, incluindo a dos franciscanos, dominicanos e jesuítas. Eles construíram seus templos, casas e hortos. Neste bairro foi fundado o primeiro jornal, a Biblioteca Nacional e a Universidade de Buenos Aires. Bem no centro da área onde a cidade de Buenos Aires começou a dar seus primeiros passos, Montserrat demanda uma atenção especial. Os sons e a multidão desse bairro histórico contrastam com as colunas, beirais e torres dos prédios governamentais que ficam ali. Enquanto a Plaza de Mayo costuma lotar de funcionários públicos, turistas com câmeras, vendedores ambulantes e ativistas políticos, as travessas de paralelepípedo que percorrem o bairro dão vez a um cenário mais silencioso. Incessante e arrebatadora, a energia que paira no pedaço que faz aos argentinos a mesma promessa de Eva Perón – a vontade é de ficar ali para sempre.

Palacio San Martin - Banco de la Nación Argentina

Avenida de Mayo
Sendo o bairro mais antigo de Buenos Aires, Montserrat equilibra seu passado histórico com um clima de movimento constante. O bairro adotou esse nome em 1769, depois da edificação da Paróquia de Nossa Senhora de Montserrat. O coração político da cidade está em Montserrat. Os prédios governamentais pomposos dali dão em praças amplas, e suas escadas se tornam o espaço perfeito para sentar e fazer uma boquinha. Em Montserrat, cada esquina vem repleta de personalidade. O clima europeu dali se faz perceptível nos detalhes. Cafés pelas calçadas, venezianas coloridas e sacadas com detalhes em ferro forjado compõem o jeito maleável e encantador de Montserrat. À medida que o expediente se encerra no centro da cidade, pedestres, trabalhadores e gente que só quer dar aquela relaxada se reúnem nos balcões dos bares para curtir uma happy hour. Aqui fica a emblemática Plaza de Mayo, onde mães – hoje avós – há mais de 30 anos saem em protesto contra o governo, exigindo a volta dos seus filhos desaparecidos nos porões da ditadura militar. Todas as quintas-feiras à tarde, as Madres de La Plaza de Mayo andam em círculo com lenços brancos na cabeça em memória aos filhos desaparecidos na ditadura militar argentina. 

Plaza de Mayo

O moderno e o clássico 
convivendo em harmonia
A Plaza de Mayo é a principal praça do bairro e da cidade, também seu ícone político. A Plaza é o palco perfeito para se expressar publicamente. Há tempos o local foi escolhido como foco de protestos políticos, desfiles públicos e outros encontros envolvendo os cidadãos. A Plaza de Mayo é uma testemunha dos eventos históricos do país desde a época da fundação de Buenos Aires. Foi criada em 1580, quando Juan de Garay fundou a cidade. No início era chamada de Plaza Mayor ou Plaza Grande. A Plaza era o lugar onde os comerciantes se reuniam para vender seus produtos. A cidade de Buenos Aires construiu a Pirâmide de Mayo em 1811, em comemoração ao aniversário de um ano do decreto que deu Independência à nação. A Plaza foi palco de importantes acontecimentos históricos como as Invasões Inglesas (a Argentina honra seus esforços empreendidos na Guerra das Malvinas ali mesmo na Plaza de Mayo) e a Revolução de Maio (primeiro governo independente). A Plaza foi ajardinada no final do século XIX e foi reformada várias vezes. A Plaza de Mayo foi bombardeada pelos militares que tentaram derrubar o governo em 1955. 

Cabildo na Plaza de Mayo

Piramide de Mayo
A Plaza de Mayo serve como caixa de ressonância para os sentimentos dos cidadãos. Dos pedestres e trabalhadores de sempre até a linha de frente dos protestos, a Plaza vive movimentada. Mas a Plaza de Mayo não é só lugar para divergências – muitas lembranças passam por ali também. Em frente a Plaza está a Casa Rosada que – dizem os poetas – era uma referência à conciliação política já que as cores dos partidos rivais no século XIX eram branca e vermelha. Mas reza a história que a cor da Casa de Gobierno é mistura de cal e sangue de boi usado para impermeabilizar as paredes. Muitos prédios públicos circundam a Plaza de Mayo, e o tom corado perfeito da Casa Rosada só deixa cada foto ainda melhor. A Cada de Governo ou Casa Rosada está no mesmo local onde foi o Forte Espanhol de Juan de Garay em 1580. Em 1873, o Presidente Sarmiento mandou construir no local os Correios. Em 1882, ele construiu outro edifício ao lado com características semelhantes. Em 1910, esses dois prédios foram unidos e dedicados inteiramente à sede do governo. Sobre a Avenida Rivadavia está a entrada presidencial, na parte de trás pode-se ver restos da antiga Aduana (alfândega); sobre a Avenida Hipólito Yrigoyen está a entrada do Museu da Casa Rosada.

Piramide de Mayo

Casa Rosada
A Avenida de Mayo no centro da cidade é um passeio imperdível. A Avenida é uma das maiores riquezas arquitetônicas da cidade. Foi inaugurada em 1894 e projetada pelo arquiteto Buschiazzo. Para a sua concepção teve de demolir alguns edifícios, incluindo dois arcos do Cabildo. A Avenida de Mayo se estende por 10 quadras e liga a Plaza de Mayo (Casa do Governo) com a Plaza Del Congreso (Palácio Legislativo). No início do século XX, era a Avenida mais importante da cidade, havia os elegantes hotéis e cafés famosos. Era uma área ocupada por imigrantes e boêmios. Frequentada por escritores, poetas e pintores. A Avenida é sempre escolhida para as manifestações políticas. Um lugar para descobrir a pé. A caminhada ao longo da Avenida pode ser combinada com a Calle Florida e a uma visita a Plaza de Mayo. Este roteiro de Plaza de Mayo para o Congresso convida os visitantes a entrar na vida diária dos habitantes da cidade.

Casa Rosada

Show de Tango no Café Tortoni
É só seguir a Avenida de Mayo rumo a oeste para chegar à segunda praça pública mais querida do bairro, a Plaza Del Congreso. O Palacio Del Congreso que fica do outro lado da Plaza atrai amantes do estilo Art Nouveau e gente em busca de uma tarde de tranquilidade. Fica num prédio bonito e imponente com uma enorme cúpula de cobre. Abriga uma biblioteca com três milhões de livros. Oferece visitas guiadas grátis. Por entre as travessas de paralelepípedo de Montserrat não é difícil se deparar com a história. Preservadas com afinco, a maioria das estruturas do bairro conta sua idade na casa das centenas de anos. Por ali, o tempo passa com graça. Os anos vão ficando para trás e o bairro só ganha com elegância. Com famosos clubes de tango e espaços com culinária de primeira, Montserrat garante sempre seu lugar no mapa da cidade. O jeito amigável dali vale para todas as idades. Trabalhadores dedicados, intelectuais acadêmicos e pensadores boêmios enchem o bairro com um espírito jovem.

Café Tortoni

Show de Tango no Café Tortoni
Durante o passeio, você pode visitar uma livraria ou cafés típicos de Buenos Aires. Caminhando pela Avenida de Mayo em direção ao Congresso Nacional está o Café Tortoni, um entre centenas de cafés que existem na cidade. O Cafe Tortoni é um dos cafés mais tradicionais de Buenos Aires. Foi inaugurado em 1858 por um francês e preserva tudo intacto: espelhos, cristais, lustres. Dentro do Café é percebida uma atmosfera boêmia. Lá você pode beber um chocolate quente ou uma cerveja. Também são realizados shows de tango. O Café era frequentado por escritores, muitos poetas, pintores e músicos, tais como: Quinquela Martin, Juan de Dios Filiberto, Arthur Rubinstein, Conrado Nale Roxlo, Ortega y Gasset, Federico García Lorca, Alfonsina Storni e Jorge Luis Borges. Para entrar há fila e o tempo de espera pode chegar a uma hora.

Café Tortoni

Cafe Tortoni
Na região estão pontos muito visitados pelos turistas, como a Calle Florida, uma espécie de calçadão com trânsito exclusivo para pedestres, rodeada de lojas e artigos de couro, roupa, discos e livros, assim como restaurantes e do exclusivo centro comercial Galerias Pacífico. Uma mistura da Galeria Lafayette de Paris com a Vittorio Emmanuele de Milão. Trata-se de um shopping lindo com afrescos no teto. O Centro Cultural Borges, no último andar, é um dos principais atrativos da Galeria. Também se encontra na Calle Florida o Edifício Kavanaugh, que é o primeiro arranha-céus de Buenos Aires. São 10 quarteirões de comércio popular e ambulante. O Obelisco na Avenida 9 de Julio com 67 metros de altura é uma espécie de marco zero da cidade. É um daqueles monumentos feiosos do tipo ame-o ou deixe-o.

Obelisco

Galerias Pacifico
O bairro também aloja o Teatro Colón, considerada uma das óperas mais importantes do mundo. Já o Teatro Colón é um marco na arquitetura de Buenos Aires. Foi todo restaurado para comemorar o Bicentenário da Independência. Já recebeu de Maria Callas a Stravinsky. A enorme escadaria de mármore e o candelabro central de sete metros impressionam. É possível assistir a óperas, balé e concertos variados. Tem capacidade para mais de três mil pessoas. Vale à pena a visita guiada (aliás, só é possível visitá-lo com monitores). Todos os dias (inclusive feriados), de hora em hora. A melhor ideia para conhecer o centro é caminhar e, assim, descobrir devagar cada pedacinho da cidade. 

Galerias Pacifico

Catedral Metropolitana de Buenos Aires
Neste quadrilátero você encontra a Catedral Metropolitana com uma discutível fachada Greco-romana. Não que seja de mau gosto. Mas parece tudo, menos igreja. Na parte interna, destaque para o piso feito de mosaico veneziano. O nome real da Catedral Metropolitana de Buenos Aires é "Igreja da Santíssima Trindade". O primeiro templo foi construído na época da fundação da cidade. A primeira Catedral de Buenos Aires foi levantada em 1622 neste mesmo terreno. O edifício atual, depois de um século e meio de obras, foi terminado em 1822. No interior há quadros e esculturas, principalmente de artistas italianos. O estilo arquitetônico é o neoclássico e a fachada é composta de uma série de 12 colunas coríntias. Acima delas assenta um frontão triangular decorado com uma representação bíblica. Em um mausoléu descansam os restos do General José de San Martín, um dos heróis da Independência.

Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Teatro Colón
As opções de hospedagem no centro são econômicas e quase sempre estão vinculadas com antigos hotéis reciclados, mas que ainda mantém o estilo dos anos dourados. Os pontos positivos são a cercania, ir caminhando para os principais pontos turísticos de Buenos Aires, ter bancos e farmácias por perto, dezenas de restaurantes de todos os tipos e a abundância de opções de transporte na hora de se movimentar pela cidade e os preços. O ponto negativo é o stress, como em todo centro de capital da América do Sul, essa região de Buenos Aires em geral é barulhenta, tem um trânsito péssimo e se hospedar no centro da cidade vai contagiar seu ritmo financeiro, a eletricidade deste coração e, pelas noites, as ruas não são as mais seguras, concentra os larápios e ladrões da cidade. Atenção redobrada ao andar com celular, bolsa e carteira. Evite andar sozinho à noite.