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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Gruyères - Raclette

Raclette em Gruyères
Raclette (em português: “pequeno rodo”) designa uma preparação culinária de queijo assemelhada à fondue. Por isso, ele aparece como uma boa opção para os dias mais frios, que pedem um prato quentinho para acompanhar o clima. Posteriormente, passou a designar também o queijo utilizado nessa preparação. O Raclette (no masculino) é um tipo de queijo de consistência média, feito à base de leite de vaca cru, sendo fácil de transportar e degustado por pastores e agricultores, que colocavam o bloco de queijo perto de uma lareira ou fogueira, derretendo-o e servindo com batatas cozidas em água, cebolas e picles. Segundo o método tradicional, para fazer um Raclette tem de se cortar o queijo pela metade e estender a superfície cortada paralelamente ao fogo, para depois estender esta camada fundida num prato de Raclette. Sua história remonta há mais de 700 anos, quando foi chamado inicialmente de Bratchäs (queijo assado) – mencionado em escritas desde 1291.

Raclette no Hôtel Restaurant
La Fleur de Lys em Gruyères


É originário do Cantão de Valais, na Suíça, mas, atualmente, queijos pasteurizados para Raclette são fabricados em vários cantões da Suíça, bem como em diversas regiões da França (Auvergne, Savoie, Franche-Comté e Bretagne), no Québec e na Austrália. No Cantão de Valais, o hábito de consumir queijo derretido é registrado pelo menos desde o século XVI. Há mais de 400 anos, este queijo é comido na região dos Alpes Suíços. Diz-se que, um dia, por volta de 1875, alguns homens trabalhavam num vinhedo perto da cidade suíça de Sierre. Fazia muito frio. Ao meio-dia, eles se reuniram ao redor duma fogueira para comer um pouco de pão com queijo e tomar vinho. Um deles ansiava comer algo quente. Assim, ele colocou seu pedaço de queijo sobre as brasas, até que a camada externa dele começou a se derreter. Ele então o raspou sobre o pão e assim nasceu o Raclette. O termo Raclette deriva do francês racler, que significa raspar, e é relativamente recente, apesar de este queijo ser produzido em Valais há já muitos séculos. Foi concretamente no ano de 1909 que um poeta suíço assim nomeou este prato tão tipicamente suíçoNo século XX este prato se sofisticou com o aparecimento de inúmeros modelos de racleteiras elétricas.

Raclette
Quando chega o verão setentrional em Valais, a neve que se derrete dá lugar a luxuriantes pastagens. As vacas se deliciam com tal ração e, seguindo para o alto, elas se alimentam num pasto após outro até chegarem à borda das geleiras. No passado, a estocagem de leite ou o seu transporte para o vale abaixo, duas vezes por dia, a fim de ser beneficiado, era inimaginável. Assim, a solução era fabricar o queijo ali mesmo, no próprio local. Sim, o queijo era fabricado ao ar livre, onde quer que o rebanho estivesse. Como? Um grande caldeirão, um coador, lenha para fogueira e outros implementos eram transportados a cavalo ou no lombo de mulas para o local, montanha acima. Pedras para a construção dum fogão eram escolhidas na área vizinha. Não se retirava a nata ou creme do leite, e o resultado era um queijo macio e rico. Atualmente, estes fabricantes de queijo da região de Valais não têm de fazer seu trabalho ao ar livre. Continuam a fabricar o queijo no próprio local, mas, para tal fabricação, usufruem agora o conforto de cabanas em várias altitudes. Cada cabana dispõe de todo o equipamento necessário, instalado de forma permanente, e de um depósito subterrâneo onde o queijo fresco é tratado com uma solução salina que lhe dá sua crosta protetora. O queijo é modelado em uma peça arredondada, cada peça pesando cerca de cinco quilos. Depois de cerca de três a cinco meses, tais peças redondas de queijo são consideradas maduras.

Hôtel Restaurant La Fleur de Lys em Gruyères
Na sua preparação, a superfície do queijo é aquecida e, à medida que derrete, é raspada sobre os pratos dos comensais. Em alguns restaurantes, o Raclette é preparado colocando a meia lua do queijo para derreter e retirando só a camada derretida direto no prato. Vários acompanhamentos podem ser utilizados, como batata inglesa, picles e embutidos, como presunto cru, lombo defumado, salame, copa, cogumelos, pedaços de filé mignon e diferentes tipos de pães. Quanto à bebida, na França, acompanha o Raclette com o Kir, que é uma mistura de vinho branco com creme de cassis, existindo algumas variações, como o Kir Royale, que é uma combinação do creme de cassis com Champagne. O Raclette também vai muito bem com vinhos franceses ou suíços (Riesling, Chardonnay) ou um suco de maçã bem natural (que é uma das frutas mais consumidas na Suíça). Queijo é uma coisa dos deuses, não é mesmo? Para quem ama queijo, quanto mais, melhor - e é justamente por isso que o Raclette tem feito tanto sucesso! Isso porque essa iguaria conta com uma quantidade considerável desse ingrediente derretido, adicionando um sabor único à refeição, seja o lanche da tarde, almoço ou jantar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Gruyères - Église Saint Théodule

Église Saint Théodule
Se a pitoresca cidade medieval de Gruyères é famosa por seus queijos entre os turistas, os monumentos do lugar atraem o público todo o ano. Gruyères não é apenas uma imagem turística, uma das mais importantes da Suíça, é um lugar repleto de história e uma cidade muito antiga, ainda muito popular entre os turistas de todo o mundo. Assim, o Castelo do Conde pode se orgulhar de ser o segundo mais explorado da Suíça, depois de Chillon. 

Torre do Sino da Église Saint Théodule



Localizado longe da azáfama da rua principal, a Église Saint Théodule também merece uma visita. Com o objetivo de evitar que seu povo tivesse que se locomover até a cidade de Bulle constantemente, o Conde Rodolphe III autorizou a construção da Igreja no ano de 1254. Em 1679um raio atingiu a sua torre. A Igreja em si não sofreu muitos danos, mas o interior da Torre (onde havia as vigas de sustentação dos sinos) foi totalmente destruído. A Torre foi parcialmente reconstruída. A imponente Torre do Sino, com 30 metros de altura - outrora uma obra militar - foi, portanto, despojada de seus sinos. Outro incêndio, no Dia de Corpus Christi em 1856, destruiu novamente a Igreja. Os sinos derreteram e apenas as paredes grossas resistiram. Foi novamente reconstruída em 1860 em estilo clássico/ neoclássico.

Nave principal da Église Saint Théodule
 Dentro da Igreja, há três naves: uma nave principal e dois corredores laterais, que eram capelas laterais separadas da Igreja por paredes. As capelas laterais foram integradas à nave central por volta de 1800 e os vitrais são de Yoki, um artista de Fribourg. O afresco na entrada do coro também é do mesmo artista. O órgão de Gruyères foi construído em 1862 por Joseph Scherrer de Courredlin, o mesmo que construiu, não muito longe de Gruyères, um órgão muito interessante em La Roche. O órgão sofreu várias reformas desde então, passando de tração mecânica para tração elétrica.

Órgão da Église Saint Théodule
Ao caminhar pelas ruas de Gruyères, muitas vezes você pode ouvir o sino tocando nesta Igreja Católica Romana e é um belo lugar para se visitar. Uma curiosidade sobre a Igreja é o Sino da Agonia (La Cloche de l’Agonie), o único sobrevivente do incêndio, que é usado para anunciar o falecimento de algum membro da comunidade.






Pequeno cemitério ao lado da Église Saint Théodule

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Tour pela Suíça - Gruyères

Gruyères
Toda vez que me proponho a fazer um roteiro de viagem, além de procurar pelo que as cidades têm a me oferecer, também faço uma pesquisa sobre as características típicas daquele determinado lugar. Com relação à Suíça, sempre chegávamos ao mesmo ponto: Alpes, lagos, paisagens incríveis, chocolates e queijos. Inclusive, numa determinada noite tentei fazer uma receita com um queijo suíço que ainda não tinha chegado ao Brasil. Não ficou tão boa quanto eu tinha visto na reportagem do Globo Repórter. Pena!!! Durante o meu planejamento, escolhi as cidades principais do país para visitar, mas confesso que Gruyères não estava em meus pensamentos. Foi um convite da minha irmã.

Gruyères


Gruyères
Gruyères foi paixão à primeira vista. Outono na Suíça. E, lá no alto de uma colina dos Alpes Friburguenses, uma pequenina aldeia medieval, acima do Rio Sarine. Cenário de sonho. Mais bucólico impossível. Sabe aqueles quadros em que você vê uma casinha perdida no meio de um campo verde, com uma montanha ao fundo e uma vaquinha pastando com um sino no pescoço? Pois é, Gruyères é assim. O Distrito de La Gruyères é formado por dezenas de vilarejos, espalhado por uma área de 28 quilômetros quadrados, localizado ao norte da Riviera Suíça. Está aos pés dos Pré-Alpes e inclui as aldeias de Pringy, Epagny, Moléson-sur-Gruyères, Saussivue, Pont e Creux. A Vila de Gruyères tem uma população de menos de 2.000 habitantes.

O Calvário

O Calvário
O Distrito inteiro tem menos habitantes do que um bairro em Campinas. O vilarejo, no entanto, tem apenas 100 habitantes. As montanhas de Moléson (2002 metros), Broc (1830 metros) e Chamois (1340 metros), situadas em torno da Vila de Gruyères, completam a paisagem bucólica da região. É uma região rural, sede de uma pecuária intensiva, encantadora, produtora de um leite de sabor inigualável. Os famosos queijos e chocolates suíços não poderiam sair de outro lugar. Elas são as responsáveis pela produção do famoso queijo que leva o nome da cidade: Gruyères! Ou será que é a cidade que leva o nome do queijo? Bem, a ordem dos fatores não faz a menor diferença.

Os turistas lotam a cidade nos finais de semana

Janelas encantadoras
O vilarejo tem praticamente uma rua só, com 300 metros, que começa no Escritório de Turismo, cercada por edifícios antigos de pedra e um Castelo nos fundos. Ele é pequenino, mas charmosíssimo. Carros não entram. Ficam todos em três estacionamentos a alguns passos da rua medieval. É preciso subir a colina para visitar o vilarejo a pé. Durante a subida, vamos tendo um belo panorama da paisagem ao redor, que corresponde à região de Gruyères. Chega-se ao vilarejo pela entrada lateral, que possui um portal em estilo medieval e parece que te transporta imediatamente para alguns séculos atrás, quando passa por ele. Curiosamente, muitas fachadas possuem uma espécie de brasão que traz a ave símbolo da região, o Grou (Grue). Seu ponto alto é o Château Gruyères, um dos mais prestigiosos da Suíça, que abrigou muitos condes entre os séculos XI e XVI. Para você ter ideia de seu valor, basta dizer que é o segundo Castelo mais visitado da Suíça. Só perde para o de Chillon, ao lado de Montreux, e que é banhado pelo Lago Léman em local abençoado pela natureza.

Château Gruyères

Château Gruyères
A visita começa com um áudio visual de 15 minutos, disponível em oito idiomas, que conta uma breve história do Castelo e dos nobres que ali residiram. Em seguida começa a visita pelas salas e aposentos decorados em diferentes períodos com direito a explicações bacanas de um áudio-guia. Outra coisa que chama bastante a atenção é a vista do pequeno jardim que fica nos fundos do Castelo e de onde podemos apreciar (de cima de uma sacada), os belos canteiros dispostos em padrões geométricos. E para coroar, ainda temos mais uma bela vista da paisagem ao redor da colina onde está o Château e a cidade de Gruyères. A visita dura pouco mais de uma hora e vale pela chance de visitar um Castelo tão lindo e tão bem preservado.

Sacada do Château Gruyères
De acordo com a lenda, Gruyères foi fundada em 400 a.C. pelo Rei dos Vândalos, Gruérius. Construído supostamente no século XIII, o Château abrigou uma longa sucessão de Condes de Gruyères. Porém, sua origem permanece desconhecida até os dias de hoje. Sabe-se que entre os Séculos XI e XVI, 19 condes habitaram o local. Michel, o último Conde de Gruyères, enfrentou dificuldades financeiras e decretou falência em 1554. Os credores, Friburgo e Berna, dividiram as suas terras entre eles. O Castelo foi ocupado pelos magistrados friburguenses (1555-1798), em seguida pelos prefeitos até 1848. Foi posto à venda em 1849, tornou-se propriedade das Famílias Bovy e Balland que permaneciam nele durante o verão e que acolheram inúmeros amigos artistas. Quase 100 anos mais tarde, em 1938, o Cantão de Friburgo adquiriu outra vez o Castelo e fundou o Museu, com um acervo riquíssimo que conta oito séculos de história. A histórica cidade de Gruyères, em alemão Greyerz, tem preservado até aos dias de hoje a sua paisagem medieval.

Pátio interno do Castelo


Esculturas representando múmias no pátio interno do Castelo


Capela no pátio interno do Castelo

Sala de Música do Château Gruyères 
Junto ao pequeno Château Saint Germain encontra-se o Museu H. R. Giger que expõe a fantástica obra do vencedor do prêmio Oscar e criador do "Alien, o Oitavo Passageiro". Dentro do Museu – um casarão com atmosfera sombria a poucos metros do Castelo – é possível ver toda a obra do genial artista, que mistura surrealismo com ficção científica. Há muitos desenhos, esculturas, pinturas e, claro, muitos alienígenas. Num salão vermelho, acessível apenas para maiores de 18 anos, há obras com forte apelo erótico. O Museu é uma coletânea sensacional de monstros psicodélicos e criaturas muito loucas. E não deixe de dar uma chegada ao bar contíguo ao Museu, denominado Museum Bar H. R. Giger. A parte de dentro é decorada como se fosse a parte interna de uma criatura gigante repleta de ossos. Todas as mesas e cadeiras são hiper estilosas. Muito legal. Se não quiser beber ou comer algo, pode entrar assim mesmo, ninguém se importa se você entrar somente para fotografar ou matar a curiosidade.

Sala dos Cavaleiros
Inaugurado em 2009, o Museu do Tibet está bem ao lado do Museum Bar H. R. Giger e abriga mais de 300 esculturas budistas, pinturas e obras de rituais de diferentes regiões do Himalaia. Além da impressionante arte budista, o Museu tem no seu  interior a Capela de São José com lindos e coloridos vitrais. Três museus e muito queijo em apenas uma rua medieval. O Calvário é uma construção do século XVI, onde atualmente artesãos expõem os seus trabalhos (desde a época da Páscoa até metade de outubro). O nome vem da cruz que colocaram em cima da porta, para que o lugar fosse protegido contra o mau tempo. Durante a Idade Média eram armazenados e vendidos sacos de sal.

Salas ricamente decoradas
É uma cidade deliciosa para se passar o dia. Caminhar sem pressa. Sentar-se para tomar um café. E, claro: comer o melhor raclette suíço (um prato cujo queijo, é derretido num aparelho especial e arrastado diretamente sobre alguns petiscos e batatas cozidas). Nós comemos um no Hôtel Restaurant La Fleur de Lyz. Depois de se fartar com tanto queijo é preciso dar uma caminhada para fazer a digestão e seguir viagem. Mas, a cidade é tão bonitinha que não dá vontade de ir embora. Toda florida. Chão de pedras. Casinhas simpáticas com janelas e sacadas de madeira. 

Jardim do Château Gruyères
Em Gruyères, o mais agradável mesmo é passear pela vila, dar-se o prazer de apreciar sua arquitetura, sua beleza e seus charmes. Dado seu tamanho reduzido é coisa que se faz rapidamente. Mas, se você se interessa pela fabricação do queijo gruyère (provavelmente o melhor queijo suíço – mas isso é questão de gosto), você encontra um fabricante logo que sai da Vila de Gruyères. A propósito, se quiser comer uma fondue em ambiente mais romântico, existe um “trem-fondue” que sai de Bulle, a cidade vizinha, capital do município de Gruyères. Numa viagem de ida e volta à localidade do Distrito de Gruyères, você tem tempo de saborear com tranquilidade o prato típico da região. A Vila de Gruyères está situada a 123 quilômetros de Genebra, 33 quilômetros de Fribourg, 40 quilômetros de Vevey e cinco quilômetros de Bulle.

Museum Bar H. R. Giger