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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Tour pela Suíça - Gruyères

Gruyères
Toda vez que me proponho a fazer um roteiro de viagem, além de procurar pelo que as cidades têm a me oferecer, também faço uma pesquisa sobre as características típicas daquele determinado lugar. Com relação à Suíça, sempre chegávamos ao mesmo ponto: Alpes, lagos, paisagens incríveis, chocolates e queijos. Inclusive, numa determinada noite tentei fazer uma receita com um queijo suíço que ainda não tinha chegado ao Brasil. Não ficou tão boa quanto eu tinha visto na reportagem do Globo Repórter. Pena!!! Durante o meu planejamento, escolhi as cidades principais do país para visitar, mas confesso que Gruyères não estava em meus pensamentos. Foi um convite da minha irmã.

Gruyères


Gruyères
Gruyères foi paixão à primeira vista. Outono na Suíça. E, lá no alto de uma colina dos Alpes Friburguenses, uma pequenina aldeia medieval, acima do Rio Sarine. Cenário de sonho. Mais bucólico impossível. Sabe aqueles quadros em que você vê uma casinha perdida no meio de um campo verde, com uma montanha ao fundo e uma vaquinha pastando com um sino no pescoço? Pois é, Gruyères é assim. O Distrito de La Gruyères é formado por dezenas de vilarejos, espalhado por uma área de 28 quilômetros quadrados, localizado ao norte da Riviera Suíça. Está aos pés dos Pré-Alpes e inclui as aldeias de Pringy, Epagny, Moléson-sur-Gruyères, Saussivue, Pont e Creux. A Vila de Gruyères tem uma população de menos de 2.000 habitantes.

O Calvário

O Calvário
O Distrito inteiro tem menos habitantes do que um bairro em Campinas. O vilarejo, no entanto, tem apenas 100 habitantes. As montanhas de Moléson (2002 metros), Broc (1830 metros) e Chamois (1340 metros), situadas em torno da Vila de Gruyères, completam a paisagem bucólica da região. É uma região rural, sede de uma pecuária intensiva, encantadora, produtora de um leite de sabor inigualável. Os famosos queijos e chocolates suíços não poderiam sair de outro lugar. Elas são as responsáveis pela produção do famoso queijo que leva o nome da cidade: Gruyères! Ou será que é a cidade que leva o nome do queijo? Bem, a ordem dos fatores não faz a menor diferença.

Os turistas lotam a cidade nos finais de semana

Janelas encantadoras
O vilarejo tem praticamente uma rua só, com 300 metros, que começa no Escritório de Turismo, cercada por edifícios antigos de pedra e um Castelo nos fundos. Ele é pequenino, mas charmosíssimo. Carros não entram. Ficam todos em três estacionamentos a alguns passos da rua medieval. É preciso subir a colina para visitar o vilarejo a pé. Durante a subida, vamos tendo um belo panorama da paisagem ao redor, que corresponde à região de Gruyères. Chega-se ao vilarejo pela entrada lateral, que possui um portal em estilo medieval e parece que te transporta imediatamente para alguns séculos atrás, quando passa por ele. Curiosamente, muitas fachadas possuem uma espécie de brasão que traz a ave símbolo da região, o Grou (Grue). Seu ponto alto é o Château Gruyères, um dos mais prestigiosos da Suíça, que abrigou muitos condes entre os séculos XI e XVI. Para você ter ideia de seu valor, basta dizer que é o segundo Castelo mais visitado da Suíça. Só perde para o de Chillon, ao lado de Montreux, e que é banhado pelo Lago Léman em local abençoado pela natureza.

Château Gruyères

Château Gruyères
A visita começa com um áudio visual de 15 minutos, disponível em oito idiomas, que conta uma breve história do Castelo e dos nobres que ali residiram. Em seguida começa a visita pelas salas e aposentos decorados em diferentes períodos com direito a explicações bacanas de um áudio-guia. Outra coisa que chama bastante a atenção é a vista do pequeno jardim que fica nos fundos do Castelo e de onde podemos apreciar (de cima de uma sacada), os belos canteiros dispostos em padrões geométricos. E para coroar, ainda temos mais uma bela vista da paisagem ao redor da colina onde está o Château e a cidade de Gruyères. A visita dura pouco mais de uma hora e vale pela chance de visitar um Castelo tão lindo e tão bem preservado.

Sacada do Château Gruyères
De acordo com a lenda, Gruyères foi fundada em 400 a.C. pelo Rei dos Vândalos, Gruérius. Construído supostamente no século XIII, o Château abrigou uma longa sucessão de Condes de Gruyères. Porém, sua origem permanece desconhecida até os dias de hoje. Sabe-se que entre os Séculos XI e XVI, 19 condes habitaram o local. Michel, o último Conde de Gruyères, enfrentou dificuldades financeiras e decretou falência em 1554. Os credores, Friburgo e Berna, dividiram as suas terras entre eles. O Castelo foi ocupado pelos magistrados friburguenses (1555-1798), em seguida pelos prefeitos até 1848. Foi posto à venda em 1849, tornou-se propriedade das Famílias Bovy e Balland que permaneciam nele durante o verão e que acolheram inúmeros amigos artistas. Quase 100 anos mais tarde, em 1938, o Cantão de Friburgo adquiriu outra vez o Castelo e fundou o Museu, com um acervo riquíssimo que conta oito séculos de história. A histórica cidade de Gruyères, em alemão Greyerz, tem preservado até aos dias de hoje a sua paisagem medieval.

Pátio interno do Castelo


Esculturas representando múmias no pátio interno do Castelo


Capela no pátio interno do Castelo

Sala de Música do Château Gruyères 
Junto ao pequeno Château Saint Germain encontra-se o Museu H. R. Giger que expõe a fantástica obra do vencedor do prêmio Oscar e criador do "Alien, o Oitavo Passageiro". Dentro do Museu – um casarão com atmosfera sombria a poucos metros do Castelo – é possível ver toda a obra do genial artista, que mistura surrealismo com ficção científica. Há muitos desenhos, esculturas, pinturas e, claro, muitos alienígenas. Num salão vermelho, acessível apenas para maiores de 18 anos, há obras com forte apelo erótico. O Museu é uma coletânea sensacional de monstros psicodélicos e criaturas muito loucas. E não deixe de dar uma chegada ao bar contíguo ao Museu, denominado Museum Bar H. R. Giger. A parte de dentro é decorada como se fosse a parte interna de uma criatura gigante repleta de ossos. Todas as mesas e cadeiras são hiper estilosas. Muito legal. Se não quiser beber ou comer algo, pode entrar assim mesmo, ninguém se importa se você entrar somente para fotografar ou matar a curiosidade.

Sala dos Cavaleiros
Inaugurado em 2009, o Museu do Tibet está bem ao lado do Museum Bar H. R. Giger e abriga mais de 300 esculturas budistas, pinturas e obras de rituais de diferentes regiões do Himalaia. Além da impressionante arte budista, o Museu tem no seu  interior a Capela de São José com lindos e coloridos vitrais. Três museus e muito queijo em apenas uma rua medieval. O Calvário é uma construção do século XVI, onde atualmente artesãos expõem os seus trabalhos (desde a época da Páscoa até metade de outubro). O nome vem da cruz que colocaram em cima da porta, para que o lugar fosse protegido contra o mau tempo. Durante a Idade Média eram armazenados e vendidos sacos de sal.

Salas ricamente decoradas
É uma cidade deliciosa para se passar o dia. Caminhar sem pressa. Sentar-se para tomar um café. E, claro: comer o melhor raclette suíço (um prato cujo queijo, é derretido num aparelho especial e arrastado diretamente sobre alguns petiscos e batatas cozidas). Nós comemos um no Hôtel Restaurant La Fleur de Lyz. Depois de se fartar com tanto queijo é preciso dar uma caminhada para fazer a digestão e seguir viagem. Mas, a cidade é tão bonitinha que não dá vontade de ir embora. Toda florida. Chão de pedras. Casinhas simpáticas com janelas e sacadas de madeira. 

Jardim do Château Gruyères
Em Gruyères, o mais agradável mesmo é passear pela vila, dar-se o prazer de apreciar sua arquitetura, sua beleza e seus charmes. Dado seu tamanho reduzido é coisa que se faz rapidamente. Mas, se você se interessa pela fabricação do queijo gruyère (provavelmente o melhor queijo suíço – mas isso é questão de gosto), você encontra um fabricante logo que sai da Vila de Gruyères. A propósito, se quiser comer uma fondue em ambiente mais romântico, existe um “trem-fondue” que sai de Bulle, a cidade vizinha, capital do município de Gruyères. Numa viagem de ida e volta à localidade do Distrito de Gruyères, você tem tempo de saborear com tranquilidade o prato típico da região. A Vila de Gruyères está situada a 123 quilômetros de Genebra, 33 quilômetros de Fribourg, 40 quilômetros de Vevey e cinco quilômetros de Bulle.

Museum Bar H. R. Giger

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Fribourg - Cathèdrale Saint Nicolas

Cathèdrale Saint Nicolas
O mais impressionante em Fribourg é a Cathèdrale Saint Nicolas, também chamada de Catedral de Fribourg, situada no Distrito de Bourg, no meio do Centro Histórico. A Catedral tem um importante papel na vida religiosa de Fribourg há mais de 500 anos. O trabalho da nova Igreja de São Nicolau, que sucedeu ao primeiro santuário românico construído logo após a fundação da cidade e invadido por uma área residencial, começou com toda a probabilidade em 1283, prosseguindo em várias etapas, terminando em 1490, mas nunca chegou a ser totalmente concluída por falta de verba. Foi construída sobre um afloramento rochoso a 50 metros acima do Rio Sarine (Saane).

Entrada principal da 
Cathèdrale Saint Nicolas






É uma joia da arquitetura gótica. A Cathèdrale Saint Nicolas tem um rico ambiente arquitetônico. O prédio tem três naves, sem transepto; foi construído principalmente em melaço cinza-esverdeado, embora outros materiais tenham sido usados posteriormente, especialmente para restaurações. A construção do portão principal começou por volta de 1380, durante a construção dos primeiros andares da Torre. Durante a construção inicial, as paredes laterais da nave não estavam alinhadas na frente dos contrafortes, mas nos pilares no interior do edifício, de modo que não havia espaço para as capelas laterais – exceto a do Santo Sepulcro, presa no lado sul da Torre. No entanto, como em outras igrejas, a generosidade do Estado, famílias ou irmandades permitiu a construção de oito capelas laterais entre 1515 e 1759.

Nave da Cathèdrale Saint Nicolas
O modelo do portal, como para a Torre, era a Igreja Paroquial de Freiburg im Breisgau, mas também as Catedrais de Notre-Dame de Paris Basileia - dois dos portais dessas igrejas representam um Juízo Final. Seu conjunto de vitrais no estilo art nouveau são um dos mais expressivos da Europa. Os vitrais, criados pelo pintor polaco Jozef Mehoffer entre 1896 e 1936, constituem uma das mais importantes coleções no continente europeu no domínio dos vitrais religiosos em Art Nouveau. A série foi concluída na década de 1970 pelas obras do pintor francês Alfred Manessier.As dimensões imponentes do corpo do edifício (elevação de três andares do coro e da nave) e a Torre (a mais alta da Confederação da época e uma das mais altas da Europa) e os elementos selecionados modelado na Catedral de Lausanne demonstra o desejo de construir uma igreja irradiando além do que seu caráter paroquial sugere a princípio. 

Uma das 8 capelas laterais
da 
Cathèdrale Saint Nicolas




A Capela do Santo Sepulcro abriga uma obra de importância europeia: um grupo de 13 estátuas policromáticas em tamanho real, representando o Sepultamento de Cristo após sua morte na cruz. A cena apresenta José de Arimatéia (à direita) e Nicodemos (à esquerda), em traje do século XV, segurando uma mortalha sobre a qual repousa o Cristo, vestido com uma simples tanga. Atrás está sua mãe de luto, apoiada pelo apóstolo João e cercada pelas outras duas, Marias. Maria Madalena, com os cabelos soltos, segura uma garrafa contendo os óleos necessários para embalsamar. Nas laterais, dois anjos vestidos com um hábito litúrgico usam os instrumentos da paixão. Na frente do local do enterro estão três soldados adormecidos, em referência ao Evangelho da manhã de Páscoa. Seu plano irregular é iluminado por duas janelas: a maior delas tem um magnífico punho entalhado à mão, mostrando a influência de uma família de renomados arquitetos, Les Parler, que trabalhou em muitas igrejas do Sacro Império Romano e especialmente na Catedral de São Vito, em Praga, entre os séculos XIV e XV.

Vitrais da Cathèdrale Saint Nicolas
Dedicada a São Nicolau de Myre, ela ostenta uma torre de 74 metros de altura, com 11 sinos, oferecendo uma fantástica vista panorâmica. Para acessar o topo da torre da Catedral é necessário subir uma escada em espiral com 365 degraus. Os órgãos, construídos entre 1824 e 1834, juntam recursos clássicos e românticos. Eles são o trabalho de um organeiro local, Aloys Mooser. Os seus instrumentos muito rapidamente adquiriram renome internacional e atraíram músicos famosos. Como Franz Liszt e Anton Bruckner. Originalmente uma igreja paroquial, em 1945 tornou-se a Catedral da Diocese Católica Romana de Lausanne, Genebra e Fribourg. Outras igrejas interessantes são a Basílica de Notre-Dame, do século XII, na parte alta do centro antigo da cidade; a Capela Loreto em estilo barroco no alto de uma colina e a Capela de São José construída ao lado da Loreto.

Órgão da Cathèdrale Saint Nicolas



Os festejos de São Nicolau são uma característica de Fribourg e outros cantões católicos na Suíça, assim como na parte germânica da Europa. Muitos o confundem com Papai Noel. O Cortejo de São Nicolau é uma verdadeira instituição da cidade que tem o santo como patrono. A cada ano, no primeiro sábado de dezembro, o Cortejo vai do Colégio de Saint Michel até a Catedral, onde um discurso é pronunciado. Mais de 20 mil pessoas costumam participar do Cortejo. Esse número faz com que São Nicolau de Fribourg seja uma das festas mais importantes da Suíça, competindo com o carnaval da Basiléia e a festa zuriquenha do Böögg, em 21 de março, quando a tradição manda queimar bonecos do inverno.

Capela do Santo Sepulcro
O São Nicolau é um personagem histórico. Como Bispo de Myre (Anatólia, Turquia), ele participou do Concílio de Nicéia em 325 d.C. Logo após a conquista de Myre pelos muçulmanos, suas relíquias foram transportadas para Bari, no sul da Itália, onde elas estão até os dias de hoje. Pelo grande número de viagens pastorais que participou em vida, São Nicolau virou patrono dos navegadores. Pela mesma razão ele foi designado patrono de Friburgo: na Idade Média muitos navegadores saíam dessa cidade, famosa na época pela sua produção de artigos de couro e panos. Porém São Nicolau é também um personagem cercado de lendas. Uma delas diz que ele ressuscitou três crianças que haviam sido assassinadas e salgadas por um açougueiro. Desde então ele também virou o protetor das crianças e o patrono dos... açougueiros. São Nicolau é um santo muito importante nos países ortodoxos. Na Europa Ocidental, ele ainda é venerado nas regiões de influência germânica como a Suíça, Lorraine, Alsácia, Alemanha ou a Bélgica.

domingo, 18 de outubro de 2015

Tour pela Suíça - Fribourg

Fribourg
A primeira impressão de quem chega à Fribourg pela via terrestre é deslumbrar uma aglomeração medieval, que parece ter sido extraída dos contos de infância. Os turistas que chegam a Fribourg por trem saltam na parte alta da cidade. Ao lado da estação está o escritório da Secretaria de Turismo. Fribourg é considerada uma das fronteiras entre as duas regiões linguísticas da Suíça, a de expressão francesa e a alemã. Fribourg parece sempre perfeita, mas tudo conspira para fazê-la ainda mais especial em férias românticas ou lua de mel. Fribourg é uma charmosa cidade da Suíça, pertencente à parte francesa do país e distante apenas 25 minutos de trem, partindo de Berna. Caminhar pelas ruas medievais da Comuna de Fribourg num dia ensolarado é puro deleite. Situada confortavelmente em uma península rochosa, é cercada em três lados pelo Rio Saane ou Rio Sarine. Bem no coração da Suíça, Fribourg é cercada por escarpas de granito com até 50 metros de altura. Por essa razão, ela também é conhecida por ser a cidade das escadarias.

Centro Histórico de Fribourg
Fribourg foi fundada pelo Duque Bertoldo IV de Zähringen em 1157. A partir de 1218 passa a integrar o Condado de Kiburgo, sendo cedida à Casa de Habsburgo em 1277, passando ao controle da Casa de Saboia entre 1452 e 1477. Após a vitória das forças suíças sobre o Duque de Borgonha na Batalha de Morat, em 1476, a cidade liberta-se da influência de Saboia e obtém o status de Cidade Imperial Livre, solicitando posteriormente sua integração à Confederação Helvética, à qual é admitida em 1481. Em 1516 sedia a assinatura da “Paz Perpétua”, selada com o Rei Francisco I de França, após a derrota suíça frente aos franceses na Batalha de Marignano. No século XVI sua influência territorial se expande. Em 1536, com auxílio de Berna, toma parte da invasão ao Vaud. Em 1554, anexa o território do Condado de Gruyère.

Ponte sobre o Rio Sarine Cathèdrale Saint Nicolas
A partir do século XV, proeminentes famílias burguesas, enriquecidas pelo desenvolvimento industrial, associadas à nobreza local, dominam a cena política da cidade, vindo a consolidar seu poder oligárquico após o estabelecimento da Constituição de 1627. Em 1798 a cidade foi invadida por tropas francesas, como parte das guerras napoleônicas, sendo convertida em capital do Cantão de Fribourg durante a República Helvética. Em 1803 um Ato de Mediação de Napoleão Bonaparte institui a separação entre a soberania da cidade e a do Cantão. Após 1815 a Confederação é restaurada, sendo, porém, mantida a separação entre a cidade e o Cantão. O governo oligárquico é restabelecido, sendo amenizado pela Constituição Liberal de 1830.

Centro Histórico de Fribourg e 
Cathèdrale Saint Nicolas
Em 1847 a cidade participa, por meio do Cantão, na Guerra de Sonderbund, ao lado dos católicos separatistas que são derrotados pelas forças da Confederação. A pacificação interna é consolidada após a Constituição de 1848, onde o direito de voto é estendido a todos os cidadãos. Ao longo dos séculos XIX e XX, verificam-se drásticas mudanças nos aspectos culturais e na estrutura física da cidade. A antiga muralha é parcialmente demolida, sendo construída uma nova ponte sobre o Rio Sarine. A integração à malha ferroviária em 1862 e o desenvolvimento dos transportes promovem o incremento da industrialização. O centro desloca-se da Cidade Antiga para os quarteirões ao redor da nova Estação Ferroviária. O incremento da urbanização por volta de 1900 incorpora as áreas extensivas em Pérolles, Beauregard e Vingnettaz, para o uso industrial e residencial. Entre os anos de 1950 e 1970 o crescimento populacional se reflete no acréscimo dos quarteirões de Schoenberg (ao norte), Beaumont (ao sul) e de Torry (a oeste), direcionando a cidade aos seus contornos atuais. 

É uma das maiores cidades medievais da Üechtland. Vive num ritmo desacelerado entre mais de 200 excepcionais fachadas góticas do século XV, que são responsáveis pelo incomparável charme medieval de seu Centro Histórico. Assim como a cidade de Berna, Fribourg preservou inteiramente seu Centro Medieval, que é hoje um dos maiores da Europa. Consistindo dos vizinhos Bourg, Auge e Neuveville, seu centro antigo é rico em fontes e igrejas datando do século XII até o século XVII. As fortificações de Fribourg formam a arquitetura militar medieval mais importante da Suíça. Baluartes com mais de dois quilômetros de comprimento protegiam a cidade no passado. Reminiscências de muralhas, torretas e bastiões continuam preservados. 

Fortificações que permaneceram 
ao longo dos séculos
De um lado, a cidade alta, cosmopolita, moderna e com muitos universitários; do outro lado, na cidade baixa, uma profusão de construções históricas bem preservadas separadas pelo Rio Sarine e ligadas por pontes que remontam à época medieval. Do Distrito de Neuveville (na Cidade Baixa), um funicular faz o transporte até à zona pedonal da Cidade Alta (Saint Pierre). Apesar de pequena, a cidade é o centro administrativo de toda a região do Cantão (que também inclui a pequena Vila de Gruyère) e quartel-general de várias companhias. Fribourg é uma animada cidade universitária, com muitos estudantes de todo o mundo, que fazem desta uma mini metrópole cosmopolita e multifacetada. Suas ruelas estreitas estão repletas de pequenas butiques, antiquários, cafés e restaurantes estudantis, todos enfileirados em série, oferecendo especialidades locais e estrangeiras.

Fonte Saint George
Na Cidade Velha há uma grande concentração de igrejas, monumentos e fontes que datam dos séculos XII a XVII. Vale muito caminhar pelos quarteirões de Bourg, Auge e Neuveville, cuja vista para o vale do Rio Sarine é um verdadeiro cartão-postal. Localizado na parte antiga da cidade e finalizado em 1522, o Largo possui um histórico conjunto arquitetônico formado pelo antigo Hôtel de Ville que hoje abriga o Parlamento, o Tribunal do Cantão e a Torre da Prefeitura com o relógio no topo. Logo ao lado, está a Maison de Ville, uma casa barroca projetada por Hans Fasel e construída no século XVIII. Fribourg abriga 12 fontes históricas (chafarizes) renascentistas ao longo das suas praças e bulevares. Vale muito a pena parar para observar a riqueza de detalhes e adornos das suas colunas. Uma delas é a Fonte Saint George, localizada em frente à Prefeitura de Fribourg, que traz a escultura de São Jorge montado a cavalo, matando um dragão, sobre uma coluna em estilo gótico e renascentista. Outra bela Fonte é a do Homem Selvagem, localizada próxima à estação inferior do bondinho e que data do período do Renascimento entre 1626 e 1627.

Maison de Ville
Fribourg também é bastante conhecida por suas pontes (algumas delas medievais) que atravessam o Rio Sarine. A Ponte de Zäehringen fica próxima a Catedral de Fribourg. Construída em 1924, é uma homenagem à família Zähringen, que fundou a cidade em 1157. Já a Ponte Du Milieu foi construída na segunda metade do século XIII, feita de pedras e com quatro arcos em forma de ponta. Com estrutura de madeira, a Ponte de Bern, sobre o Rio Sarine, leva até a Place des Forgerons, local onde há vestígios de fortificações e uma fonte renascentista. Fribourg tem muita gente jovem, por isso tem vários museus e espaços dedicados às artes. Para começar visite o Museu de Arte e História de Fribourg. Se estiver com criança não deixe de fora o Museu de Marionetes e o Museu de História Natural. Mas, o mais interessante para quem curte arte é o Espaço Jean Tinguely e Niki de Saint Phalle que fica num antigo depósito de bondes elétricos. Jean Tinguely, filho ilustre de Fribourg, foi criador do novo realismo junto com sua mulher Niki.

Tomar um café tranquilamente e admirar as fachadas antigas e os belos chafarizes, ouvir dois idiomas locais ou apreciar o panorama do pináculo de 74 metros de altura da Catedral, com uma vista até longe, no campo – estas são algumas das experiências proporcionadas por Fribourg. Apesar de ter características tão peculiares e de ser linda, é uma cidade suíça pouco explorada pelo turismo.