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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Madri - Dicas de O Que Fazer em Madri

Plaza Mayor

Madri é um dos destinos mais visitados do mundo e faz jus a essa colocação: a cidade oferece muito o que fazer e ver, pontos turísticos, museus incríveis, ótimos restaurantes e muito mais. Basta uma breve caminhada pelo centro de Madri para sentir a energia desse destino tão cheio de personalidade e muito o que fazer. Tradições passadas de geração em geração, desde os primeiros registros de existência – no período muçulmano – até os dias de hoje. Resultando numa capital moderna, que exala história e luta para manter a união de toda a Espanha. Uma arquitetura de tirar o fôlego, com prédios seculares e palácios belíssimos.


Estátua Equestre do Rei Felipe III


Casa de la Panaderia

Uma das primeiras coisas a se fazer em Madri é visitar a Plaza Mayor. Como um bom turista, não deixe de tirar sua foto bem no meio da Plaza Mayor. A Plaza Mayor é uma ampla praça renascentista, rodeada de pórticos, e é um dos pontos turísticos com parada obrigatória na parte mais antiga da cidade. A arquitetura da Plaza Mayor é linda e chama mesmo a atenção, dando um ar de grandiosidade ao coração da cidade. A Plaza Mayor não é só bela, como também carrega uma grande importância histórica: ela foi o centro da vila por mais de quatro séculos, tendo sobrevivido a três incêndios. No centro, chama a atenção a imponente Estátua do Rei Felipe III, montado a cavalo. Outros dois destaques são o monumental Arco de Cuchilleros, um dos nove que dão acesso à Praça, e a Casa de la Panaderia, de 1590, que abrigou a padaria mais famosa da cidade. A Praça também está cercada de bares e restaurantes, porém todos muito caros e de qualidade duvidosa.


El Oso y El Madroño no Puerta del Sol

A Puerta del Sol pode ser a sua segunda parada após a Plaza Mayor, já que o local é considerado o coração da cidade. Por lá passam uma quantidade enorme de turistas e habitantes locais, sem contar que o endereço é um dos palcos preferidos de artistas de rua. Na praça, o visitante ainda vai ver de perto a estátua de bronze de El Oso y El Madroño – um urso corpulento que tenta escalar a árvore, em busca de frutos. Além disso, a praça que guarda o quilômetro zero da Espanha – onde iniciam-se as principais rodovias que cortam o país – é o principal ponto de encontro na noite de Réveillon. Lá, uma multidão se reúne todos os anos e um dos ritos consiste em comer 12 uvas durante a passagem do ano, com o objetivo de atrair boa sorte. 


Gran Via

Também no entorno, você cairá na Gran Via. A Gran Vía é a principal avenida da cidade, então saiba que em algum momento você vai passar por ela, querendo ou não. A Gran Via tem tanta história que seu projeto foi apresentado ainda em 1862. Porém, sua construção começou em 1910, sendo finalizada em 1929. Pulsa tanto de dia quanto de noite. Por ali encontramos centenas de bares, restaurantes e lojas, além de cinemas, teatros e bancos, sendo apelidada de Broadway madrileña. E se você é daqueles que gostam de comprinhas, prepare o bolso, pois lojas não vão faltar: desde butiques de luxo até as fast fashion Zara e H&M. Isso faz com que essa região seja uma das áreas comerciais mais importantes de Madri. À noite, o visitante encontra na Gran Vía uma porção de teatros, cinemas e casas noturnas com diversão até altas horas. Vale a pena conferir. A Gran Vía começa na Plaza de Alcalá e se estende por um longo trecho, até chegar à Plaza de España.


Puerta de Alcalá


Puerta de Alcalá

Em seguida, você conhecerá dois pontos turísticos em uma só caminhada: inicie pela Puerta de Alcalá que fica localizada ao leste da cidade, na Plaza de la Independencia (logo na saída do Parque del Buen Retiro). A Puerta de Alcalá foi inaugurada em 1778 e já foi considerada a principal porta de entrada de Madri. A Puerta del Alcalá é, na verdade, duas grandes portas retangulares, que levou nove anos para ser construída e homenageia a chegada do Rei Carlos III. Siga andando e caia no Parque del Buen Retiro.


Monumento ao Rei Alfonso XII no Parque del Buen Retiro


Parque del Buen Retiro

Separe um momento do seu dia para passear no Parque Del Buen Retiro, considerado a área verde mais importante de Madri. Pelo menos 15 mil árvores ajudam a formar um dos pulmões verdes da capital espanhola. Esse Parque pertencia à monarquia até o final do século XIX, até que posteriormente se tornou público. No local, o visitante vai encontrar jardins belíssimos, um lago onde é possível alugar um barquinho a remo para até quatro pessoas, pista de corrida/bicicleta, bares e restaurantes, muita sombra e água fresca. Não deixe de conhecer o Palácio de Cristal, um pavilhão romântico, todo de ferro, construído para sediar uma mostra de plantas exóticas durante a Exposição das Filipinas, em 1887.


Palacio de Cristal


Palacio Comunicaciones e Fuente de Cibeles

Seguindo o passeio pela Calle de Alcalá, encontramos mais um cruzamento lindo em Madri, onde está a Fuente de Cibeles, construída em 1782 em homenagem a essa deusa grega. Além da Fonte, o bonito prédio ao fundo completa o cenário. É a Prefeitura de Madri, o Palacio de Cibeles, também conhecido como Palacio de las Comunicaciones. Se esse cenário lhe parece familiar, não estranhe. É aqui nessa Praça que o time de futebol espanhol Real Madrid comemora suas vitórias e títulos. Existem algumas áreas abertas à circulação pública dentro do edifício. No prédio também funciona um Centro Cultural que abriga exposições temporárias. No 6º andar funciona um restaurante (com uma bela vista, mas preços assustadores). No 8º andar, você poderá visitar o mirante no topo do Palácio, chamado de Mirador Madrid. A subida é feita pela escada. São 66 degraus que vão do 6º até o 8º andar. Existe um elevador, que é de uso prioritário para pessoas com mobilidade reduzida e pais com carrinho de bebê.


Palácio Real de Madrid


Palacio Real de Madrid

A visita ao Palacio Real de Madrid é como um passeio pela história da Espanha. O Palacio Real de Madrid é o maior palácio da Europa Ocidental (em área construída). A suntuosa construção atual foi erguida depois de um terrível incêndio, sendo o Rei Carlos III (1759-1788) o primeiro monarca a viver por lá depois da tragédia. O atual rei espanhol, não reside com a família no local, mas o utiliza para cerimônias e eventos oficiais na capital. No total, o prédio conta com três mil aposentos, salas como a do Trono Real, quartos cheios de obras de arte, salas que abrigam coleções de louças, prataria e até instrumentos do famoso luthier Antonio Stradivari. Um luxo! O tour é feito com o auxílio de um guia em áudio, disponível, também, em português. Para adquirir o ingresso é preciso marcar dia e hora da visita no site oficial do Palácio.


Palacio Real de Madrid


Jardines de Sabatini

Na primeira quarta-feira de cada mês (exceto janeiro, agosto e setembro), ao meio dia, acontece a Troca da Guarda Solene. Um ritual que envolve 400 pessoas e 100 cavalos, assim como na época dos reis Alfonso XII e Alfonso XIII. Uma Troca da Guarda menor também acontece todas as semanas, às quartas e sábados. Lembrando que ambos os eventos estão sujeitos a cancelamentos por conta do mau tempo. Em frente à fachada norte do Palácio Real encontra-se os Jardines de Sabatini, um refúgio verde construído em 1930. Um jardim em estilo clássico, com fontes e esculturas, tão calmo que nem parece estar na região de Los Austrias, a parte mais antiga de Madri. Era o lugar da antiga cavalariça real, que foi remodelada para abrigar esse jardim com paisagismo clássico. A entrada é gratuita.


Catedral de Santa Maria a Real de la Almudeña


Catedral de Santa Maria a Real de la Almudeña

Estrategicamente posicionada ao lado do Palácio, a Catedral de la Almudeña é a principal igreja da Arquidiocese de Madri. Apesar de não ter a imponência de construções como a Sagrada Família, em Barcelona, e a Basílica de São Pedro, no Vaticano, o templo dedicado à Virgem de Almudeña tem seu charme. Carlos I propôs a construção da Igreja em 1518, mas o trabalho para valer só começou a partir de 1879, tendo sido finalizado em 1992. A Catedral dedicada à Virgem de Almudeña só foi consagrada em 1993, pelo Papa João Paulo II. O interior é neogótico, com capelas e trabalhos artísticos de artistas contemporâneos. A entrada é gratuita, porém sugere-se uma doação de € 1 por visitante. A dica para aqueles que desejam conhecer toda a história do templo é visitar o Museu de la Catedral, que exibe a coleção sacra da Igreja. O bilhete para o Museu também dá acesso ao parapeito no segundo piso da fachada, em frente ao Palácio Real, e ao mirante no telhado da Catedral. Outra opção é dar a volta na Igreja para visitar a Cripta da Catedral. Com estilo completamente diferente da Igreja, é o complemento perfeito para a visita à Catedral de Almudeña.


Museo Nacional del Prado


Museo Nacional del Prado

O Museo Nacional del Prado é o museu mais importante da região conhecida como Paseo del Arte de Madri. Abriu suas portas pela primeira vez em 1819. São quase 200 anos proporcionando ao público o privilégio de ver de perto obras de arte como “A Família de Carlos IV”, de Goya, “Las Meninas”, de Velázquez; sem contar com trabalhos diversos de artistas como Fra Angelico, Rafael, Ticiano, Hieronymus Bosch, Rembrandt, entre outros. Crianças e adolescentes até 18 anos não pagam para entrar no Museu. No site também há opções de adquirir a visita guiada, o Cartão Paseo del Arte, que dá direito à entrada nos três museus (Museo Nacional del do Prado, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia e Museu Thissen-Bornemisza) e a visita exclusiva, que acontece antes da abertura do Museu ao público. Não deixe para comprar o seu ingresso de última hora, na bilheteria do local, isso porque a fila costuma ser a mais longa de todas. Fotos não são permitidas em nenhuma área do Museu. O Museu oferece entradas gratuitas de segunda a sábado das 18:00 às 20:00 horas e aos domingos e feriados das 17:00 às 19:00 horas.


Museo Nacional del Prado


Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia

O Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia apresenta obras de Salvador Dalí, Joan Miró e Picasso, cujo principal trabalho exposto no local é a obra-prima Guernica. Estes são alguns dos destaques do Museu que também faz parte do Paseo del Arte e está instalado no prédio do antigo Hospital Geral de Madri, construído por Francisco Sabatini. Lembrando que mais dois edifícios da capital pertencem ao Museu, sendo eles o Palácio de Cristal no Parque del Retiro e o Palácio Velázquez. O Museu tem ainda um jardim interno maravilhoso, cheio de esculturas e fontes. É considerado o mais importante Museu de Arte Moderna da Espanha. O Museu oferece entrada gratuita todas as segundas-feiras. Especialistas dizem que a visita ao Thyssen-Boernemisza é uma oportunidade de mergulhar num universo de vários estilos. Caravaggio, Peter Paul Rubens, Degas, Manet, Picasso e Van Gogh são alguns dos grandes nomes do Museu, que pode ser acessado com o Cartão Paseo del Arte ou por meio do ingresso adquirido no site. Crianças e adolescentes até 18 anos têm entrada gratuita.


Estación Madrid Atocha

Aproveite que você está ali ao lado e entre para dar uma espiada na Estação Atocha de Madrid. Não se surpreenda ao ver uma Estação de Trem na lista de atrações sobre O Que Fazer em Madri. A Atocha não é qualquer estação. O prédio em ferro e vidro foi projetado por arquiteto espanhol Alberto Palacio, com ajuda de Gustave Eiffel (o mesmo que projetou a Torre Eiffel de Paris). Lá dentro, além dos portões de embarque, você vai encontrar um maravilhoso jardim tropical, sempre verde em qualquer época do ano. São mais de 7.000 plantas e um lago artificial. Essa pequena Floresta Tropical é o lar de pequenos peixes e tartarugas. Um cantinho bem bacana para visitar – ainda mais quando você lembra que o jardim está dentro de uma Estação de Trem.


Plaza de Santa Ana

Uma pequena praça, que aparentemente não tem nada a oferecer. A Plaza de Santa Ana é um famoso ponto de encontro na área central de Madri, a Praça tem um mix de arquitetura e energia incríveis. Cercado de barzinhos, o endereço é animação noturna na certa, com destaque para o prédio do Teatro Español, um dos ícones da arquitetura na cidade. O Teatro está ali desde o século XVI, quando o prédio foi encomendado pelo Rei Felipe II. Ainda nesta Praça encontra-se a simpática Cerveceria Alemana, reduto super tradicional da cerveja em terras madrileñas. O espaço está lá há tanto tempo que chegou a ser frequentado por personalidades como Ernest Hemingway, por exemplo. Inclusive, na mesa da janela onde o autor assentava, é possível ver o retrato dele até hoje. A Praça foi construída em 1810, para dar uma animadinha no Barrio de las Letras, que hoje está ficando famoso, mas antes era bem esquecido na cidade.


Estádio Santiago Bernabeu


Estádio Santiago Bernabeu

Se você é fã de futebol não pode deixar de fazer o tour pelo grandioso Estádio Santiago Bernabeu incluindo o museu do time do coração dos madrileños, o Real Madrid. Durante a visita você vai saber tudo da história do clube, vai ver de perto os principais troféus, salas utilizadas pelos jogadores antes da partida, o túnel que conduz ao gramado, sem contar com as belas vistas panorâmicas de todo o Estádio.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Madri - Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real de Madrid, também denominado de Palacio de Oriente e, durante a Segunda República Espanhola, de Palacio Nacional é a residência oficial da família real espanhola para cerimônias e eventos oficiais. O Palacio Real é o segundo maior (atrás apenas de Versailles) e um dos mais impressionantes palácios da Europa Ocidental (em tempo: a família real espanhola vive no Palacio de Zarzuela, bem mais modesto e localizado nos arredores de Madri). Os reis consideram que na sua residência do Monte de El Pardo podem preservar a sua intimidade mais facilmente que em um Palácio com as dimensões do Palacio Real de Madrid. O Palacio Real é de um esplendor quase indescritível. Situado no topo de uma colina que parece definir os limites da cidade, o Palácio já abrigou algumas das dinastias mais importantes da Europa.

Palacio Real de Madrid

Plaza de Armería
A história do Palacio Real começou muito antes de Madri ser capital da Espanha. No século IX, quando a região estava sob domínio muçulmano, o Emir do Emirado de Córdoba, Mohamed I (852-886) decidiu construir uma fortaleza para vigiar e proteger Toledo do avanço dos soldados cristãos. Depois da sua conquista por Alfonso VI de Castela, dois séculos mais tarde, o primitivo castelo muçulmano transformou-se num Alcázar, o qual seria ampliado sucessivamente pela Coroa ao longo dos séculos, até converter-se na sede da Corte com Filipe II de Espanha. A fortaleza, chamada Real Alcázar de Madrid, foi casa dos reis no século XIV e acabou destruída por um incêndio que durou três dias, no Natal de 1734. Foi Filipe V quem desejou que se construísse o Palácio no mesmo lugar, simbolizando a continuidade da Monarquia Espanhola com a Casa de Bourbon. As obras começaram em abril de 1738, com a colocação da primeira pedra, situado no eixo central da porta principal do Palácio, a cerca de 11 metros de profundidade, formada por uma grande laje de granito côncavo, onde se colocou uma caixa de chumbo com amostras de cada uma das moedas em circulação legal naquele momento. O seu arquiteto foi Giovanni Battista Sacchetti.

Plaza de Armería

Palacio Real de Madrid
A planta desenvolvida por Sachetti conservou a forma tradicional espanhola de pátio central retangular, quase quadrado, com fortes salientes nos ângulos que recordam as torres do antigo Alcázar. As fachadas foram inspiradas nas que Bernini realizou para o Palais Du Louvre em 1665. O alçado das fachadas consta de dois corpos: um corpo inferior almofadado, e outro superior, de Ordem Jônica, com gigantescas pilastras, rematados por cornija e balaustrada. Em frente da fachada principal, uma esplanada da forma à Plaza de Armería semelhante à do incendiado Alcázar. Situado sobre um terreno com inclinações pronunciadas sobre o Rio Manzanares, foi necessário criar um grande sistema de contrafortes para duas das fachadas, pelo que existe uma série de plataformas escalonadas, que tiveram que ser construídas para o lado poente, com um sistema interior de abobadamentos que praticamente chega até ao Rio. Para a sua construção utilizaram-se ladrilhos, granito de Guadarrama, e calcário de Colmenar. Na sua estrutura não houve recurso à madeira por receio de um novo incêndio. No reinado de Fernando VI, a construção recebeu o seu maior impulso, finalizando-se a obra externa. A conclusão das obras interiores demorou muitos anos, não podendo o Palácio ser habitado por Carlos III até ao ano de 1764, embora, nessa época ainda faltassem as decorações de alguns salões.

Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
A construção durou, portanto, 26 anos, embora as obras complementares tenham continuado pelos reinados seguintes, só podendo ser dado por terminado durante a regência de Dona Maria Cristina de Habsburgo-Lorena (Regente entre 1885 e 1902). Ante a falta de espaço para as secretarias de Estado, arquivos e dependências várias, Sachetti recebeu o encargo de ampliar o Palácio. A ideia original era enquadrar a Praça de Armas com uma série de construções onde se pudessem alojar as diferentes dependências e ampliar para Norte, seguindo a mesma estrutura do edifício com uma grande edificação. As obras começaram rapidamente, mas foram interrompidas pouco depois, tendo os seus alicerces permanecido enterrados na esplanada que se formou depois e onde posteriormente se construíram as cavalariças. O último monarca foi Alfonso XIII, em 1931, e Manuel Azaña o último Chefe de Estado a habitá-lo. Nos seus mais de 150 mil metros quadrados e exatos 3.418 quartos, o Palácio abriga um valioso Patrimônio Histórico e Artístico, destacando o quinteto de instrumentos musicais “Stradivarius Palatinos”, datados entre 1700 e 1775, a mais importante do gênero no mundo, coleções de obras de pintura, escultura e tapeçaria, de artistas como El Greco, Caravaggio, Velázquez e Goya, além de porcelanas, relógios, mobiliário e prataria. Também são mantidas no Palácio diversas coleções Reais de grande importância histórica, incluindo a Armaria Real, com armas e armaduras que datam do século XIII em diante.

Troca de Guarda do Palacio Real de Madrid
A Escadaria Principal é o resultado de uma modificação de Sabatini sobre o projeto original de Sachetti, que a havia desenhado com outro tramo idêntico. A reforma realizou-se por desejo de Carlos III, já que lhe parecia inadequado o ingresso às habitações Reais, uma vez que com a Escadaria dupla não havia mais que uma obscura passagem que dava acesso aos salões oficiais a partir da Escadaria. Além disso, com esta modificação, podia usar-se o espaço do tramo encerrado para construir um grande Salão de Baile, atualmente conhecido como Salão de Colunas. Os degraus da Escadaria, fabricados em mármore de San Pablo (Toledo), estão lavrados, cada um, numa única peça de cinco metros de comprimento e escassa altura, tendo, portanto, uma subida pouco pronunciada. A Escadaria tem um único braço desde a sua base até ao primeiro patamar, onde se divide em dois braços paralelos com balaustrada, a qual está adornada com leões de mármore, obra de Felipe de Castro e Roberto Michel. A abóbada está decorada com estuques brancos e dourados, além de pinturas de Corrado Gioquinto, chamado por Fernando VI para a composição pictórica que representa "O Triunfo da Religião e da Igreja".

Monumento a Filipe IV na Plaza de Oriente, 
com o Palacio Real de Madrid ao fundo
A arquitetura do Salão de Colunas é igual à da Escadaria Principal, já que resultou da caixa projetada por Sachetti. Foi utilizada para a celebração de bailes e banquetes até 1879. Nesse ano, foi usado para o velório da Rainha Maria de las Mercedes, esposa de Alfonso XII, tendo-se decidido construir um novo Salão de Baile, que é atualmente a Sala de Refeições de Gala. Também se celebrava neste Salão o cerimonial do "Lavatório e Comida de Pobres", na Quinta-feira Santa, dia em que o Rei e a Rainha, ante Grandes de Espanha, Ministros, corpo diplomático e hierarquia eclesiástica, davam de comer e lavavam os pés a 25 pobres. O Salão de Gasparini é um dos mais formosos salões do Palácio, tendo sido construído durante o reinado de Carlos III e chegado aos nossos dias praticamente sem nenhuma alteração. Era o lugar onde o Rei se vestia em presença da Corte, segundo o costume da época. A sua decoração apresenta grandes originalidades do tipo chinoiserie em estilo rococó, tendo sido realizada por Matías Gasparini. Com os seus 150 metros quadrados, é um dos maiores salões do Palácio. Na sua decoração cabe destacar o relógio situado sobre a chaminé, obra de Pierre Jacquet Droz, com figuras vestidas à moda do século XVIII, que bailam quando, ao dar as horas, um pastor sentado toca flauta. Nos jantares de gala oferecidos pelos reis, é neste Salão que se servem o café e os licores.

Escadaria Principal
A Saleta de Porcelana tem as paredes e o teto completamente recobertos por placas de porcelana, sujeitas a uma armação interior de madeira, montadas de tal forma que as suas uniões ficam dissimuladas entre adornos de telas e entalhes a imitar porcelana. É obra da primeira etapa da Fábrica do Buen Retiro, a sua fase de maior esplendor. Foi construída entre 1765 e 1770, pelos mesmos que realizaram o Salão de Porcelana do Palacio de Aranjuez. A Saleta de Porcelana foi executada num estilo rococó mais próximo do neoclassicismo, com o uso de cores mais sóbrias. O piso foi construído sobre um desenho de Gasparini. A Sala de Refeições de Gala, com uma superfície de 400 metros quadrados, é formada por três divisões que constituíam o "Quarto da Rainha" María Amalia de Sajonia, esposa de Carlos III, a qual nunca as chegou a utilizar por falecer antes da sua finalização. A sua construção foi ordenada pelo Rei Alfonso XII para usá-la como Salão de Baile e nova Sala de Refeições, utilizando-se pela primeira vez quando do seu segundo matrimônio, com Maria Cristina de Habsburgo-Lorena, no ano de 1879. Está decorada com tapetes de Bruxelas do século XVI, jarras de porcelana chinesa do século XVIII e peças da vila francesa de Sèvres.

Salão do Trono
O Salão dos Espelhos era utilizado como toucador da Rainha Maria Luísa de Parma, esposa de Carlos IV, num estilo neoclássico, sendo um dos salões mais belos do Palácio, para o que contribuem os rodapés de mármore rosado e os paramentos das paredes, cobertos por uma fina ornamentação em estuque na qual predomina o branco e o azul. Os grandes espelhos que dão nome ao Salão estão guarnecidos com ouro e azul, rodeados de estuques coloridos sobre fundo branco com motivos vegetais. Nesta sala cabe destacar o velador central, de mogno e bronze dourado, construído por Thomiere em 1788. A Família Real utilizou-o nos tempos de Alfonso XIII como Salão de Música.

Sala de Refeições de Gala
O Salão do Trono, conhecido no século XVIII como "Salão de Embaixadores" ou "Salão de Reinos", conserva o aspecto da época da sua decoração durante o reinado de Carlos III. O Salão é presidido por dois tronos com as esfinges dos atuais Reis de Espanha, os quais são cópia exata do trono da época de Carlos III. Todo o Salão está atapetado em veludo encarnado com orlas de estilo rococó de prata dourada trazidas de Nápoles. De ambos os lados do trono situam-se quatro leões de bronze dourados construídos para Filipe IV e que, juntamente com outros oito que se conservam no Museo Del Prado, foram usados na decoração do Salão de Reinos do anterior Alcázar. Decoram o Salão, 12 consoles dourados de estilo rococó acompanhados, cada um deles, com os seus espelhos correspondentes construídos na Real Fábrica de Cristais da Granja. Tanto os espelhos como os consoles apresentam diferente desenho dentro de uma unidade de traçado. Os consoles foram desenhados por Ventura Rodríguez para ocupar o mesmo lugar onde continuam colocados na atualidade. Representam, juntamente com os espelhos, as quatro estações do ano, os quatro elementos e os quatro continentes conhecidos naquele momento. Peças importantes são as estátuas, algumas delas esculpidas em Roma por discípulos de Bernini e trazidas por Velázquez por encomenda de Filipe IV. As aranhas que iluminam este Salão datam da época de Carlos III e foram executadas em prata e compostas por contas de cristal de rocha engastadas com fio de prata. Na abóbada destaca-se a alegoria pintada por Tiépolo em 1764 e que representa "A Grandeza da Monarquia Espanhola".

Saleta de Porcelana
A Capela Real situa-se ao centro do lado Norte do andar principal do Palácio. Tem acesso a partir da galeria que rodeia o pátio central, sendo um dos pontos mais interessantes do ponto de vista arquitetônico. A planta é do tipo central ou elíptica, estando coroada por uma cúpula de meia lua. Por último, 16 colunas de mármore negro de uma única peça, coroadas com capiteis em estuque dourado, estão adossadas a cada um dos ângulos que descrevem a planta, salvo no átrio, que apresenta pilastras negras que imitam o mármore. A distribuição da Capela é clássica; enquanto a Leste se situa o Altar-mor de mármore, a Norte, o Altar do Evangelho, a Oeste o órgão, e o átrio é o vestíbulo. Os Assentos Reais ficam no lado Norte, próximo do Altar-mor à sua direita. Sobre o Altar-mor existe um quadro do “Arcanjo São Miguel Bayeu”, abaixo do Altar do Evangelho encontram-se as relíquias de São Felix, e acima o quadro da “Anunciação de Mengs”. O dossel e as poltronas dos soberanos são da época do Rei Fernando VI e foram colocados fundo branco com bordaduras de prata e sedas coloridas. O órgão, construído em 1778, é considerado como uma autêntica obra prima.

Armeria Real
A Real Biblioteca ocupa o ângulo noroeste do Palácio e consta de dois andares mobilados com estantes de mogno. As suas coleções constam de livros, medalhas e moedas em número de 300 mil obras impressas, 4.000 manuscritos, 3.000 obras musicais, 3.500 mapas, 200 gravuras e desenhos, e cerca de 2.000 moedas e medalhas. O seu catálogo está informatizado, e pode ser consultado através da página oficial da Real Biblioteca. A Real Biblioteca é a que, com os nomes de Real Particular ou de Câmara, serviu como Biblioteca Particular dos Reis da Casa de Bourbon desde a chegada de Filipe V. A Biblioteca Particular dos Reis continuou a crescer, deslocando-se com os seus proprietários durante os anos que durou a construção do novo Palácio depois do incêndio do Real Alcázar em 1734. Os inventários conservados da época de Carlos III revelam o predomínio do livro impresso na Biblioteca, embora se deva à iniciativa deste monarca a incorporação na Real Biblioteca da coleção de manuscritos de idiomas da América, reunidos por Celestino Mutis em 1787. As aquisições de livros mais notáveis correspondem ao reinado de Carlos IV.

Cozinha Real
Os aposentos privados foram utilizados como residência, propriamente dita, dos soberanos Isabel II, Alfonso XII e Alfonso XIII. Ocupando o prolongamento (Ala de San Gil) feito por Sabatini, em volta da Plaza de La Armería e da Calle de Bailén, são de menor tamanho que o resto das habitações do Palácio e possuem uma decoração mais "burguesa”. O que conserva o Palácio são os restos da grande Coleção Real, uma vez que a maior parte passou a formar parte do Museo Del Prado no século XIX. Conta-se que Fernando VII decretou a fundação do Prado para desfazer-se de tantos quadros, pois preferia decorar o Palácio com papéis pintados e candeeiros, à moda francesa. Além dos valiosos afrescos de Tiepolo e outros, destacam-se no Palácio vários quadros de Francisco de Goya, como dois pares de retratos, com diferentes trajes, de Carlos IV e sua esposa, Maria Luísa de Parma.

Aposentos Reais
No Palácio Real as séries de esculturas são de importância menor em relação à coleção de pintura, mas a série do século XVII, procedente do anterior Alcázar, é de um caráter excepcional. Os principais escultores representados são Mariano Benlliure, Gian Lorenzo Bernini, Antoine Coysevox e Agustín Querol. Sobressai a série "Os Planetas" do Salão do Trono. O grande valor do mobiliário do Palácio reside na sua autenticidade, pois são muito poucos os móveis de estilo moderno presentes nos seus salões (situados principalmente nos aposentos privados). A maior parte dos móveis corresponde à época de construção do Palácio e reinados sucessivos, mostrando uma série ininterrupta de estilos rococó, neoclássico, império e isabelino. Algumas das séries de móveis mais importantes encontram-se nos Salões de Gasparini, Trono e Espelhos. Cabe destacar "A Mesa das Esfinges", de estilo império, situada no Salão de Colunas, sobre a qual se assinou a entrada da Espanha na União Europeia.

Capela Real
Considerada a maior e melhor coleção de relógios da Espanha, também é uma das principais no mundo. O relógio denominado de "El Calvário", do século XVII e construído em Nuremberg, é o mais antigo, enquanto a existência de muitos relógios da época império se deve à paixão pelos relógios de Carlos IV. Há a destacar um relógio oferecido pelo Presidente do Peru ao Rei Alfonso XIII em 1906, e construído em 1878, pela riqueza de materiais usados para a sua elaboração, como o ouro, prata, marfim etc. A importância da coleção de relógios radica, sobretudo nos relógios de época em estilo rococó, construídos para o Rei Fernando VI pelo relojoeiro suíço Jacquet Droz.

Campo Del Moro e Palacio Real de Madrid ao fundo


Durante o reinado de Filipe II, a Real Farmácia se converteu num apêndice da Casa Real com ordem para abastecê-la de medicamentos, função que ainda mantém. A Real Farmácia que existe na atualidade foi fundada como Museu de Farmácia em 1964. As salas de destilação e as duas salas adjacentes à Farmácia foram reconstruídas tal como eram durante os reinados de Alfonso XII e Alfonso XIII. Os frascos são anteriores e foram fabricados nas Fábricas da Granja de San Ildefonso e de Porcelana do Buen Retiro, mas também existem utensílios fabricados em louça de Talavera no século XVII. Considerada, juntamente com a Armaria Imperial de Viena como uma das melhores do mundo, a Armaria Real é formada por peças que vão do século XV em diante. São de destacar as peças de torneio feitas para Carlos V e I e Filipe II pelos principais mestres armeiros de Milão e Augsburg. Entre as peças mais apelativas sobressaem a armadura e instrumentos completos que o Imperador Carlos V e I empregou na Batalha de Mühlberg, e com os quais foi retratado por Tiziano no famoso retrato equestre do Museo Del Prado. Infelizmente, partes da Armaria perderam-se durante a Guerra Peninsular e a Guerra Civil Espanhola.

Palacio Real de Madrid e Jardines de Sabatini
Do lado de fora, o Palacio Real é rodeado por dois espetaculares jardins, que formam um oásis no meio da cidade: com mais de 900 anos (foi lá onde acamparam as tropas árabes que sitiaram o Alcazar em 1109), o Campo Del Moro reúne fontes, estátuas, jardins e construções históricas, além de vasta flora – são mais de 70 espécies de árvores, alguns exemplares com mais de 150 anos, e rica fauna – animais como pavão e o faisão podem ser facilmente encontrados por lá. O atual desenho data de 1890, quando o Campo Del Moro foi restaurado e convertido num jardim paisagista.

Jardines de Sabatini
O segundo jardim é o Jardines de Sabatini, menor que o primeiro, porém não menos impressionante. Localizado na face Norte do Palacio Real, quase 20 metros abaixo do nível da rua, pode ser acessado através de uma bela escadaria construída em estilo neoclássico. No centro, existe uma enorme lâmina d’água com fonte, muito usada pelos espanhóis no verão para aproveitar os dias de Sol. Ao redor, algumas das estátuas dos reis espanhóis que no início estavam destinadas a coroar o Palacio Real, mas que não se colocaram na sua posição original porque o peso resultava excessivo para a estrutura do Palácio. Alamedas, jardins muito bem cuidados, canteiros e fontes circulam o lago, mantendo padrões geométricos presentes nos mais belos jardins de verão franceses.

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real oferece visitas livres e guiadas, onde é possível conhecer cerca de 50 quartos e grande parte das instalações externas. É possível visitar o interior do Palácio o ano inteiro, as filas costumam ser um pouco longas, principalmente durante o verão, mas nada que assuste. O ideal é chegar cedo, para evitar aborrecimentos. Para tristeza dos visitantes, fotos não são permitidas dentro do Palacio Real. Na primeira quarta-feira do mês, pontualmente ao meio-dia, ocorre a cerimônia de “Relevo Solemne” (Troca de Guarda). Cerca de 400 pessoas e 100 cavalos, devidamente trajados com uniformes das épocas dos reis Alfonso XII (1857-1885) e Alfonso XIII (1902-1931), reúnem-se na “Plaza de Armería”, em frente à Catedral de Almudeña. A troca de guarda não é tão badalada quanto a do Palácio de Buckingham, em Londres, mas vale muito a pena assistir se você estiver na cidade.