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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Madri - Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real de Madrid, também denominado de Palacio de Oriente e, durante a Segunda República Espanhola, de Palacio Nacional é a residência oficial da família real espanhola para cerimônias e eventos oficiais. O Palacio Real é o segundo maior (atrás apenas de Versailles) e um dos mais impressionantes palácios da Europa Ocidental (em tempo: a família real espanhola vive no Palacio de Zarzuela, bem mais modesto e localizado nos arredores de Madri). Os reis consideram que na sua residência do Monte de El Pardo podem preservar a sua intimidade mais facilmente que em um Palácio com as dimensões do Palacio Real de Madrid. O Palacio Real é de um esplendor quase indescritível. Situado no topo de uma colina que parece definir os limites da cidade, o Palácio já abrigou algumas das dinastias mais importantes da Europa.

Palacio Real de Madrid

Plaza de Armería
A história do Palacio Real começou muito antes de Madri ser capital da Espanha. No século IX, quando a região estava sob domínio muçulmano, o Emir do Emirado de Córdoba, Mohamed I (852-886) decidiu construir uma fortaleza para vigiar e proteger Toledo do avanço dos soldados cristãos. Depois da sua conquista por Alfonso VI de Castela, dois séculos mais tarde, o primitivo castelo muçulmano transformou-se num Alcázar, o qual seria ampliado sucessivamente pela Coroa ao longo dos séculos, até converter-se na sede da Corte com Filipe II de Espanha. A fortaleza, chamada Real Alcázar de Madrid, foi casa dos reis no século XIV e acabou destruída por um incêndio que durou três dias, no Natal de 1734. Foi Filipe V quem desejou que se construísse o Palácio no mesmo lugar, simbolizando a continuidade da Monarquia Espanhola com a Casa de Bourbon. As obras começaram em abril de 1738, com a colocação da primeira pedra, situado no eixo central da porta principal do Palácio, a cerca de 11 metros de profundidade, formada por uma grande laje de granito côncavo, onde se colocou uma caixa de chumbo com amostras de cada uma das moedas em circulação legal naquele momento. O seu arquiteto foi Giovanni Battista Sacchetti.

Plaza de Armería

Palacio Real de Madrid
A planta desenvolvida por Sachetti conservou a forma tradicional espanhola de pátio central retangular, quase quadrado, com fortes salientes nos ângulos que recordam as torres do antigo Alcázar. As fachadas foram inspiradas nas que Bernini realizou para o Palais Du Louvre em 1665. O alçado das fachadas consta de dois corpos: um corpo inferior almofadado, e outro superior, de Ordem Jônica, com gigantescas pilastras, rematados por cornija e balaustrada. Em frente da fachada principal, uma esplanada da forma à Plaza de Armería semelhante à do incendiado Alcázar. Situado sobre um terreno com inclinações pronunciadas sobre o Rio Manzanares, foi necessário criar um grande sistema de contrafortes para duas das fachadas, pelo que existe uma série de plataformas escalonadas, que tiveram que ser construídas para o lado poente, com um sistema interior de abobadamentos que praticamente chega até ao Rio. Para a sua construção utilizaram-se ladrilhos, granito de Guadarrama, e calcário de Colmenar. Na sua estrutura não houve recurso à madeira por receio de um novo incêndio. No reinado de Fernando VI, a construção recebeu o seu maior impulso, finalizando-se a obra externa. A conclusão das obras interiores demorou muitos anos, não podendo o Palácio ser habitado por Carlos III até ao ano de 1764, embora, nessa época ainda faltassem as decorações de alguns salões.

Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
A construção durou, portanto, 26 anos, embora as obras complementares tenham continuado pelos reinados seguintes, só podendo ser dado por terminado durante a regência de Dona Maria Cristina de Habsburgo-Lorena (Regente entre 1885 e 1902). Ante a falta de espaço para as secretarias de Estado, arquivos e dependências várias, Sachetti recebeu o encargo de ampliar o Palácio. A ideia original era enquadrar a Praça de Armas com uma série de construções onde se pudessem alojar as diferentes dependências e ampliar para Norte, seguindo a mesma estrutura do edifício com uma grande edificação. As obras começaram rapidamente, mas foram interrompidas pouco depois, tendo os seus alicerces permanecido enterrados na esplanada que se formou depois e onde posteriormente se construíram as cavalariças. O último monarca foi Alfonso XIII, em 1931, e Manuel Azaña o último Chefe de Estado a habitá-lo. Nos seus mais de 150 mil metros quadrados e exatos 3.418 quartos, o Palácio abriga um valioso Patrimônio Histórico e Artístico, destacando o quinteto de instrumentos musicais “Stradivarius Palatinos”, datados entre 1700 e 1775, a mais importante do gênero no mundo, coleções de obras de pintura, escultura e tapeçaria, de artistas como El Greco, Caravaggio, Velázquez e Goya, além de porcelanas, relógios, mobiliário e prataria. Também são mantidas no Palácio diversas coleções Reais de grande importância histórica, incluindo a Armaria Real, com armas e armaduras que datam do século XIII em diante.

Troca de Guarda do Palacio Real de Madrid
A Escadaria Principal é o resultado de uma modificação de Sabatini sobre o projeto original de Sachetti, que a havia desenhado com outro tramo idêntico. A reforma realizou-se por desejo de Carlos III, já que lhe parecia inadequado o ingresso às habitações Reais, uma vez que com a Escadaria dupla não havia mais que uma obscura passagem que dava acesso aos salões oficiais a partir da Escadaria. Além disso, com esta modificação, podia usar-se o espaço do tramo encerrado para construir um grande Salão de Baile, atualmente conhecido como Salão de Colunas. Os degraus da Escadaria, fabricados em mármore de San Pablo (Toledo), estão lavrados, cada um, numa única peça de cinco metros de comprimento e escassa altura, tendo, portanto, uma subida pouco pronunciada. A Escadaria tem um único braço desde a sua base até ao primeiro patamar, onde se divide em dois braços paralelos com balaustrada, a qual está adornada com leões de mármore, obra de Felipe de Castro e Roberto Michel. A abóbada está decorada com estuques brancos e dourados, além de pinturas de Corrado Gioquinto, chamado por Fernando VI para a composição pictórica que representa "O Triunfo da Religião e da Igreja".

Monumento a Filipe IV na Plaza de Oriente, 
com o Palacio Real de Madrid ao fundo
A arquitetura do Salão de Colunas é igual à da Escadaria Principal, já que resultou da caixa projetada por Sachetti. Foi utilizada para a celebração de bailes e banquetes até 1879. Nesse ano, foi usado para o velório da Rainha Maria de las Mercedes, esposa de Alfonso XII, tendo-se decidido construir um novo Salão de Baile, que é atualmente a Sala de Refeições de Gala. Também se celebrava neste Salão o cerimonial do "Lavatório e Comida de Pobres", na Quinta-feira Santa, dia em que o Rei e a Rainha, ante Grandes de Espanha, Ministros, corpo diplomático e hierarquia eclesiástica, davam de comer e lavavam os pés a 25 pobres. O Salão de Gasparini é um dos mais formosos salões do Palácio, tendo sido construído durante o reinado de Carlos III e chegado aos nossos dias praticamente sem nenhuma alteração. Era o lugar onde o Rei se vestia em presença da Corte, segundo o costume da época. A sua decoração apresenta grandes originalidades do tipo chinoiserie em estilo rococó, tendo sido realizada por Matías Gasparini. Com os seus 150 metros quadrados, é um dos maiores salões do Palácio. Na sua decoração cabe destacar o relógio situado sobre a chaminé, obra de Pierre Jacquet Droz, com figuras vestidas à moda do século XVIII, que bailam quando, ao dar as horas, um pastor sentado toca flauta. Nos jantares de gala oferecidos pelos reis, é neste Salão que se servem o café e os licores.

Escadaria Principal
A Saleta de Porcelana tem as paredes e o teto completamente recobertos por placas de porcelana, sujeitas a uma armação interior de madeira, montadas de tal forma que as suas uniões ficam dissimuladas entre adornos de telas e entalhes a imitar porcelana. É obra da primeira etapa da Fábrica do Buen Retiro, a sua fase de maior esplendor. Foi construída entre 1765 e 1770, pelos mesmos que realizaram o Salão de Porcelana do Palacio de Aranjuez. A Saleta de Porcelana foi executada num estilo rococó mais próximo do neoclassicismo, com o uso de cores mais sóbrias. O piso foi construído sobre um desenho de Gasparini. A Sala de Refeições de Gala, com uma superfície de 400 metros quadrados, é formada por três divisões que constituíam o "Quarto da Rainha" María Amalia de Sajonia, esposa de Carlos III, a qual nunca as chegou a utilizar por falecer antes da sua finalização. A sua construção foi ordenada pelo Rei Alfonso XII para usá-la como Salão de Baile e nova Sala de Refeições, utilizando-se pela primeira vez quando do seu segundo matrimônio, com Maria Cristina de Habsburgo-Lorena, no ano de 1879. Está decorada com tapetes de Bruxelas do século XVI, jarras de porcelana chinesa do século XVIII e peças da vila francesa de Sèvres.

Salão do Trono
O Salão dos Espelhos era utilizado como toucador da Rainha Maria Luísa de Parma, esposa de Carlos IV, num estilo neoclássico, sendo um dos salões mais belos do Palácio, para o que contribuem os rodapés de mármore rosado e os paramentos das paredes, cobertos por uma fina ornamentação em estuque na qual predomina o branco e o azul. Os grandes espelhos que dão nome ao Salão estão guarnecidos com ouro e azul, rodeados de estuques coloridos sobre fundo branco com motivos vegetais. Nesta sala cabe destacar o velador central, de mogno e bronze dourado, construído por Thomiere em 1788. A Família Real utilizou-o nos tempos de Alfonso XIII como Salão de Música.

Sala de Refeições de Gala
O Salão do Trono, conhecido no século XVIII como "Salão de Embaixadores" ou "Salão de Reinos", conserva o aspecto da época da sua decoração durante o reinado de Carlos III. O Salão é presidido por dois tronos com as esfinges dos atuais Reis de Espanha, os quais são cópia exata do trono da época de Carlos III. Todo o Salão está atapetado em veludo encarnado com orlas de estilo rococó de prata dourada trazidas de Nápoles. De ambos os lados do trono situam-se quatro leões de bronze dourados construídos para Filipe IV e que, juntamente com outros oito que se conservam no Museo Del Prado, foram usados na decoração do Salão de Reinos do anterior Alcázar. Decoram o Salão, 12 consoles dourados de estilo rococó acompanhados, cada um deles, com os seus espelhos correspondentes construídos na Real Fábrica de Cristais da Granja. Tanto os espelhos como os consoles apresentam diferente desenho dentro de uma unidade de traçado. Os consoles foram desenhados por Ventura Rodríguez para ocupar o mesmo lugar onde continuam colocados na atualidade. Representam, juntamente com os espelhos, as quatro estações do ano, os quatro elementos e os quatro continentes conhecidos naquele momento. Peças importantes são as estátuas, algumas delas esculpidas em Roma por discípulos de Bernini e trazidas por Velázquez por encomenda de Filipe IV. As aranhas que iluminam este Salão datam da época de Carlos III e foram executadas em prata e compostas por contas de cristal de rocha engastadas com fio de prata. Na abóbada destaca-se a alegoria pintada por Tiépolo em 1764 e que representa "A Grandeza da Monarquia Espanhola".

Saleta de Porcelana
A Capela Real situa-se ao centro do lado Norte do andar principal do Palácio. Tem acesso a partir da galeria que rodeia o pátio central, sendo um dos pontos mais interessantes do ponto de vista arquitetônico. A planta é do tipo central ou elíptica, estando coroada por uma cúpula de meia lua. Por último, 16 colunas de mármore negro de uma única peça, coroadas com capiteis em estuque dourado, estão adossadas a cada um dos ângulos que descrevem a planta, salvo no átrio, que apresenta pilastras negras que imitam o mármore. A distribuição da Capela é clássica; enquanto a Leste se situa o Altar-mor de mármore, a Norte, o Altar do Evangelho, a Oeste o órgão, e o átrio é o vestíbulo. Os Assentos Reais ficam no lado Norte, próximo do Altar-mor à sua direita. Sobre o Altar-mor existe um quadro do “Arcanjo São Miguel Bayeu”, abaixo do Altar do Evangelho encontram-se as relíquias de São Felix, e acima o quadro da “Anunciação de Mengs”. O dossel e as poltronas dos soberanos são da época do Rei Fernando VI e foram colocados fundo branco com bordaduras de prata e sedas coloridas. O órgão, construído em 1778, é considerado como uma autêntica obra prima.

Armeria Real
A Real Biblioteca ocupa o ângulo noroeste do Palácio e consta de dois andares mobilados com estantes de mogno. As suas coleções constam de livros, medalhas e moedas em número de 300 mil obras impressas, 4.000 manuscritos, 3.000 obras musicais, 3.500 mapas, 200 gravuras e desenhos, e cerca de 2.000 moedas e medalhas. O seu catálogo está informatizado, e pode ser consultado através da página oficial da Real Biblioteca. A Real Biblioteca é a que, com os nomes de Real Particular ou de Câmara, serviu como Biblioteca Particular dos Reis da Casa de Bourbon desde a chegada de Filipe V. A Biblioteca Particular dos Reis continuou a crescer, deslocando-se com os seus proprietários durante os anos que durou a construção do novo Palácio depois do incêndio do Real Alcázar em 1734. Os inventários conservados da época de Carlos III revelam o predomínio do livro impresso na Biblioteca, embora se deva à iniciativa deste monarca a incorporação na Real Biblioteca da coleção de manuscritos de idiomas da América, reunidos por Celestino Mutis em 1787. As aquisições de livros mais notáveis correspondem ao reinado de Carlos IV.

Cozinha Real
Os aposentos privados foram utilizados como residência, propriamente dita, dos soberanos Isabel II, Alfonso XII e Alfonso XIII. Ocupando o prolongamento (Ala de San Gil) feito por Sabatini, em volta da Plaza de La Armería e da Calle de Bailén, são de menor tamanho que o resto das habitações do Palácio e possuem uma decoração mais "burguesa”. O que conserva o Palácio são os restos da grande Coleção Real, uma vez que a maior parte passou a formar parte do Museo Del Prado no século XIX. Conta-se que Fernando VII decretou a fundação do Prado para desfazer-se de tantos quadros, pois preferia decorar o Palácio com papéis pintados e candeeiros, à moda francesa. Além dos valiosos afrescos de Tiepolo e outros, destacam-se no Palácio vários quadros de Francisco de Goya, como dois pares de retratos, com diferentes trajes, de Carlos IV e sua esposa, Maria Luísa de Parma.

Aposentos Reais
No Palácio Real as séries de esculturas são de importância menor em relação à coleção de pintura, mas a série do século XVII, procedente do anterior Alcázar, é de um caráter excepcional. Os principais escultores representados são Mariano Benlliure, Gian Lorenzo Bernini, Antoine Coysevox e Agustín Querol. Sobressai a série "Os Planetas" do Salão do Trono. O grande valor do mobiliário do Palácio reside na sua autenticidade, pois são muito poucos os móveis de estilo moderno presentes nos seus salões (situados principalmente nos aposentos privados). A maior parte dos móveis corresponde à época de construção do Palácio e reinados sucessivos, mostrando uma série ininterrupta de estilos rococó, neoclássico, império e isabelino. Algumas das séries de móveis mais importantes encontram-se nos Salões de Gasparini, Trono e Espelhos. Cabe destacar "A Mesa das Esfinges", de estilo império, situada no Salão de Colunas, sobre a qual se assinou a entrada da Espanha na União Europeia.

Capela Real
Considerada a maior e melhor coleção de relógios da Espanha, também é uma das principais no mundo. O relógio denominado de "El Calvário", do século XVII e construído em Nuremberg, é o mais antigo, enquanto a existência de muitos relógios da época império se deve à paixão pelos relógios de Carlos IV. Há a destacar um relógio oferecido pelo Presidente do Peru ao Rei Alfonso XIII em 1906, e construído em 1878, pela riqueza de materiais usados para a sua elaboração, como o ouro, prata, marfim etc. A importância da coleção de relógios radica, sobretudo nos relógios de época em estilo rococó, construídos para o Rei Fernando VI pelo relojoeiro suíço Jacquet Droz.

Campo Del Moro e Palacio Real de Madrid ao fundo


Durante o reinado de Filipe II, a Real Farmácia se converteu num apêndice da Casa Real com ordem para abastecê-la de medicamentos, função que ainda mantém. A Real Farmácia que existe na atualidade foi fundada como Museu de Farmácia em 1964. As salas de destilação e as duas salas adjacentes à Farmácia foram reconstruídas tal como eram durante os reinados de Alfonso XII e Alfonso XIII. Os frascos são anteriores e foram fabricados nas Fábricas da Granja de San Ildefonso e de Porcelana do Buen Retiro, mas também existem utensílios fabricados em louça de Talavera no século XVII. Considerada, juntamente com a Armaria Imperial de Viena como uma das melhores do mundo, a Armaria Real é formada por peças que vão do século XV em diante. São de destacar as peças de torneio feitas para Carlos V e I e Filipe II pelos principais mestres armeiros de Milão e Augsburg. Entre as peças mais apelativas sobressaem a armadura e instrumentos completos que o Imperador Carlos V e I empregou na Batalha de Mühlberg, e com os quais foi retratado por Tiziano no famoso retrato equestre do Museo Del Prado. Infelizmente, partes da Armaria perderam-se durante a Guerra Peninsular e a Guerra Civil Espanhola.

Palacio Real de Madrid e Jardines de Sabatini
Do lado de fora, o Palacio Real é rodeado por dois espetaculares jardins, que formam um oásis no meio da cidade: com mais de 900 anos (foi lá onde acamparam as tropas árabes que sitiaram o Alcazar em 1109), o Campo Del Moro reúne fontes, estátuas, jardins e construções históricas, além de vasta flora – são mais de 70 espécies de árvores, alguns exemplares com mais de 150 anos, e rica fauna – animais como pavão e o faisão podem ser facilmente encontrados por lá. O atual desenho data de 1890, quando o Campo Del Moro foi restaurado e convertido num jardim paisagista.

Jardines de Sabatini
O segundo jardim é o Jardines de Sabatini, menor que o primeiro, porém não menos impressionante. Localizado na face Norte do Palacio Real, quase 20 metros abaixo do nível da rua, pode ser acessado através de uma bela escadaria construída em estilo neoclássico. No centro, existe uma enorme lâmina d’água com fonte, muito usada pelos espanhóis no verão para aproveitar os dias de Sol. Ao redor, algumas das estátuas dos reis espanhóis que no início estavam destinadas a coroar o Palacio Real, mas que não se colocaram na sua posição original porque o peso resultava excessivo para a estrutura do Palácio. Alamedas, jardins muito bem cuidados, canteiros e fontes circulam o lago, mantendo padrões geométricos presentes nos mais belos jardins de verão franceses.

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real oferece visitas livres e guiadas, onde é possível conhecer cerca de 50 quartos e grande parte das instalações externas. É possível visitar o interior do Palácio o ano inteiro, as filas costumam ser um pouco longas, principalmente durante o verão, mas nada que assuste. O ideal é chegar cedo, para evitar aborrecimentos. Para tristeza dos visitantes, fotos não são permitidas dentro do Palacio Real. Na primeira quarta-feira do mês, pontualmente ao meio-dia, ocorre a cerimônia de “Relevo Solemne” (Troca de Guarda). Cerca de 400 pessoas e 100 cavalos, devidamente trajados com uniformes das épocas dos reis Alfonso XII (1857-1885) e Alfonso XIII (1902-1931), reúnem-se na “Plaza de Armería”, em frente à Catedral de Almudeña. A troca de guarda não é tão badalada quanto a do Palácio de Buckingham, em Londres, mas vale muito a pena assistir se você estiver na cidade.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Tour pela Europa I

Grand Palais em Paris
Nas próximas postagens vou contar como foi o Tour pela Europa, realizado pelo meu filho juntamente com um amigo da escola. Mais precisamente, em 2008, meu filho passou no vestibular e ganhou de presente uma viagem de 30 dias pela Europa. Como ele não queria ir sozinho, óbvio, convidou um amigo, colega de escola, que também tinha passado no vestibular. A família dele gostou da ideia e então começamos a planejar o roteiro dos dois. É simplesmente impossível conhecer a Europa, um dos menores continentes do planeta, em apenas uma viagem, mas procuramos fazer o roteiro mais abrangente possível. A viagem seria nas férias da faculdade, em julho, alta temporada na Europa, preços elevados, milhões de turistas, mas se não fosse assim, as próximas férias seriam em dezembro e janeiro, muita neve, não dá. O roteiro contemplou desde os museus até os estádios dos times de futebol mais famosos dos países visitados, indo da cultura ao esporte.


Lojinha de rua em Paris
Programamos um tour por seis países, que começaria pela Suíça (Genebra, Lausanne e Montreux). A escolha teve motivos óbvios, minha irmã mora lá, e seria uma boa base para os outros países, num indo e vindo para a casa dela. Os outros países visitados foram Alemanha (Schwangau), Espanha (Barcelona e Madri), França (Paris), Itália (Roma e Vaticano) e Portugal (Lisboa). Como era uma viagem de dois rapazes (18 e 20 anos), decidimos que seria alguma coisa mais light e própria para a idade deles. Seria uma viagem de trem, para mochileiros, hospedando-se em albergues, com o dinheiro contado. Como seria a primeira viagem internacional dos dois, e de cara, desacompanhados dos pais, resolvemos deixar tudo “amarradinho”. As passagens aéreas e as passagens de trem foram compradas na Costa Brava Turismo, que nos orientaram muito bem. O procedimento para viagens internacionais já expliquei como funciona no post Tour pela Suíça. Quem se interessar pode dar uma olhada lá, não quero ser repetitiva.



Jardim em Paris
As passagens de trem foram da Eurailpass, num pacote de passagens para cinco países. As viagens entre os países seriam realizadas à noite, então as datas e cabines nos trens foram reservadas ainda no Brasil. Desta maneira fica um pouco mais caro, mas não quis correr o risco de não acharem vagas nos trens, já que nesta época do ano o número de turistas na Europa é absurdo, e eles ficarem esperando nas estações de trem até que tivesse vaga no próximo. As reservas nos albergues foram feitas por mim através de um site próprio para isso. Os critérios que utilizei para a escolha dos albergues foram: segurança, localização, custo e facilidades oferecidas. Depois de escolhidos, paguei o valor equivalente à metade das diárias para garantir a reserva. A outra metade eles pagariam lá. As datas e horário para check-in e para check-out nos albergues estavam combinadas com os horários de chegada e partida dos trens, por isso a necessidade das reservas antecipadas. 

Uma pausa em Barcelona

Lisboa
Na bagagem, muita roupa de verão, roupa de cama e toalha de banho, já que nos albergues você tem que levar tudo. Eles levaram uma mala grande, que ficaria na casa da minha irmã, e uma mochila grande também, onde colocariam apenas o necessário para as viagens aos outros países. Eu fiz uma pequena bolsa, tipo “pochete”, onde ficariam o passaporte, o dinheiro e o cartão de crédito. Esta “pochete” ficaria presa à cintura o tempo todo, até mesmo para dormir, só tiraria para tomar banho. Esta precaução não é exagerada não. A incidência de roubos nos albergues é elevadíssima na Europa. Risco desnecessário. Escolhemos quartos mistos (masculino e feminino) e com o maior número de pessoas possível. Isso foi a recomendação de quem se hospeda bastante em albergues internacionais. Quanto maior o número de pessoas no mesmo quarto, mais seguro é.

Castel Sant'Angel em Roma


Eles embarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, via Swiss Air, para o Aeroporto Internacional de Genebra, com escala no Aeroporto de Zurique. Não eram as passagens mais baratas, na Iberia estavam mais em conta, mas não quis correr o risco de uma escala em Madri, pois eles foram justamente naquela época em que a imigração espanhola estava deportando todos os brasileiros. Dois rapazes sozinhos, de mochila nas costas, não era uma boa ideia, outro risco desnecessário. No dia da viagem, as duas famílias no aeroporto para as despedidas. A choradeira de praxe, como se fossem ficar um ano fora. Milhões de recomendações e a obrigação de darem notícias todos os dias. Preocupação de mãe, vocês entendem, não é??

Chegando em Füssen na Alemanha



Falando um pouco sobre a Europa. Na mitologia grega, Europa era uma princesa fenícia que Zeus sequestrou depois de assumir a forma de um touro branco deslumbrante. Ele a levou para a Ilha de Creta, onde ela deu à luz Minos, Radamanto e Sarpedão. Para Homero, Europa era uma rainha mitológica de Creta e não uma designação geográfica. Mais tarde, o termo Europa foi usado para se referir ao centro-norte da Grécia, e em 500 a.C., seu significado foi estendido para as terras ao norte.

A mesma estrada na Alemanha
A Europa é, por convenção, um dos seis continentes do mundo, e o segundo menor. Dos cerca de 50 países que o compõem, a Rússia é o maior tanto em área quanto em população (sendo que a Rússia se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) e o Vaticano é o menor (isso mesmo, o Vaticano é um país). É o quarto continente mais populoso do mundo, após a Ásia, a África e a(s) América(s). A Europa, nomeadamente a Grécia Antiga, é considerada o berço da cultura ocidental. Tendo desempenhado um papel preponderante na cena mundial a partir do século XVI, especialmente após o início do colonialismo. Entre os séculos XVI e XX, as nações europeias controlaram em vários momentos as Américas, a maior parte da África, a Oceania e grande parte da Ásia. Ambas as guerras mundiais foram em grande parte centradas na Europa, sendo considerada como o principal fator para um declínio do domínio da Europa Ocidental na política e economia mundial a partir de meados do século XX, com os Estados Unidos e a União Soviética ganhando maior protagonismo.

Uma igrejinha na Alemanha
Como um continente, a economia da Europa é atualmente a maior do planeta e é a região mais rica. Tal como acontece com outros continentes, a Europa tem uma grande variação da riqueza entre os seus países. A moeda mais importante da Europa é o Euro (moeda oficial da União Europeia), que circula em 16 países. Na Suíça, a moeda é o Franco Suíço, mas o Euro é aceito em qualquer lugar. Dependendo da loja, aceitam Dólar Americano também. No  geral, a economia dos países é bem desenvolvida, sendo que as mais fortes são: Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Espanha. Em geral, a qualidade de vida dos europeus é muito boa. Os índices sociais estão entre os melhores do mundo. Nos países mais desenvolvidos da Europa (região centro-oeste), o analfabetismo é baixo, a expectativa de vida é alta e a criminalidade é pequena.

domingo, 29 de novembro de 2015

Tour pela Suíça - Ao Redor do Lac Léman

Lac Léman em Genebra

O imenso e lindo Lago Léman (também chamado de Lago Genebra) tem a forma de um croissant ou de uma vírgula, com 73 quilômetros de extensão, 180 quilômetros de circunferência e 310 metros de profundidade. Os celtas chamavam o Lago Genebra (ou Lago Léman) de “Água Grande” – “Lem na” – e por isso até hoje é assim chamado, em francês, de “Lac Léman”. E ele é grande, de fato. É o maior lago da Europa Ocidental (a nível europeu é superado pelo Lago Balaton na Húngria). O Lago recebe água proveniente dos rios do Cantão de Vaud (Suíça) como o Morge, o Venoge, o Veveyse e o Versoix e o Dranse do lado da Haute Savoie (França), mas principalmente do Rio Rhone que entra no Lago pelo Cantão do Valais e deságua no delta da Camargue, na França. Na origem, o Rio era retido na sua saída do Lago unicamente pelo Arco Morénico. Hoje, um sistema de comportas junto ao Edifício das Forças Motrizes, em Genebra, controla o nível do Lago devido à irregularidade dos regimes torrenciais que caracterizam os seus afluentes, Rhone inclusive, já que antes de entrar no Lago recebe os rios do Cantão de Valais.

Lac Léman em Genebra

Genebra às margens do Lac Léman

O Lago formou-se após a última era glacial, há aproximadamente 15 mil anos e pertence à categoria dos Lagos Dimictícios, quer dizer, cujas águas se misturam completamente duas vezes por ano – na primavera e no outono – razão da sua riqueza piscícola. As suas águas são férteis devido às matérias em suspensão que afluem principalmente do Rhone. É dividido em duas bacias separadas pela ponta de Yvoire, na costa do Chablais francês: o Grande Lago a norte e leste, onde se encontra a parte mais larga (14 quilômetros) entre Morges e Amphion-les-Bains e o Pequeno Lago a sul junto de Genebra, entre Prangins e Yvoire.

Genebra às margens do Lac Léman

Jet'Eau no Lac Léman em Genebra
A região do Lago Lemán é uma região extraordinária mergulhada em séculos de história. E muito desta história ainda permanece, com as ruínas romanas, anfiteatros, castelos, igrejas, monumentos, e cerca de 200 sítios arqueológicos – todos, silenciosas testemunhas dos acontecimentos de muitos milênios. O primeiro registro conhecido do nome do Lago é Lacus Lemannus, na época do Império Romano; tornou-se Lacus Lausonius, Lacus Losanetes e então Lac de Lausanne na Idade Média. Com a crescente importância de Genebra, tornou-se Lac de Gèneve (Lago de Genebra), aquela parte do Pequeno Lago que fica rodeada pelas comunas do Cantão de Genebra, a sul da Linha Versoix-Hermance. No século XVIII, o nome Lac Léman foi revigorado em francês. É incorretamente denominado Lac de Gèneve, pois o Lago de Genebra só corresponde ao Pequeno Lago, e é mesmo em alguns mapas denominado por Lac d’Ouchy (do nome do porto localizado próximo de Lausanne).

Jet'Eau no Lac Léman em Genebra

Jet'Eau no Lac Léman em Genebra
O Lago Genebra é um corpo aquático de superlativos. Se bem que encravado pelos Maciço Alpino a leste e pela Cordilheira do Jura a oeste, esta grande massa de água cria um microclima que é particularmente notável em Montreux protegido a norte por colinas e exposto a pleno sul e onde as palmeiras são um espetáculo à parte. O Lago ameniza o clima das redondezas, protegendo do rude inverno montanhoso ao restituir o calor que armazenou, e no verão “adoça-o” ajudando a refrescar tudo à sua volta. Há, no entanto dois casos extremos característicos: no inverno quando o vento frio do norte sopra muito forte, há uma diferença de nível do Lago entre o norte, Montreux, e o sul, Genebra, que pode atingir dois metros. Além disso, quando as montanhas adjacentes estão cobertas de neve, o frio ainda se torna mais rude e a junção de vento forte, ondas altas e frio intenso, podem cobrir as margens de espessas camadas de gelo. Noutras ocasiões, quando não há vento, e o ar seco e frio de alta e média altitude se encontra com a umidade mais quente do Lago, pode formar-se uma espessa bruma que atinge facilmente 200 ou 300 metros de espessura e 100 metros acima do solo, e isso durante duas ou mais semanas. O fato é facilitado pela presença do Monte Salève de um lado e a Cordilheira do Jura do outro, formando um funil que dificulta ainda mais a dissipação dessa bruma.

Lac Léman em Genebra

Lac Léman em Genebra
Com tamanha superfície (582 quilômetros quadrados) todos os desportos e atividades náuticas são praticados e entre elas o Bol d’Or (Taça de Ouro) que é a maior regata em água doce e se realiza em meados de junho. Partindo de Genebra vai dar a volta à ilha que fica em frente à foz do Rio Rhone no Lago, o Bouveret, e regressa a Genebra. Quase todas as localidades têm um porto e um respectivo Clube de Vela. Menos desportivos, mas muito mais turísticos são os passeios na Companhia Geral de Navegação sobre o Lac Léman (CGN) que tem a concessão da navegação no Lago – servindo tanto o lado suíço como o francês – e como característica o fato de uma grande parte da frota ser constituída por barcos da Belle Époque, a roda d’água que são utilizados diariamente. Junto à foz do Rhone, no Bouveret, Cantão de Valais, existe o Le Swiss Vapeur Parc, um Parque de trens a vapor em miniatura, que não encanta somente as crianças.

Lac Léman em Lausanne

Lac Léman em Lausanne

Cercado pelos Alpes de um lado e pela cadeia montanhosa do Jura do outro, a paisagem em volta do Lago Léman é de tirar o fôlego: picos nevados (entre eles o famoso Mont Blanc), castelos, vilarejos medievais e vinhedos centenários. A Região do Lago Leman é uma região extraordinária mergulhada em séculos de história. E muito desta história ainda permanece, com as ruínas romanas, anfiteatros, castelos, igrejas, monumentos, e cerca de 200 sítios arqueológicos, todos, silenciosas testemunhas dos acontecimentos de muitos milênios. O Lago é perfeito para fazer passeios de barcos que saem regularmente das principais cidades. Ou, percorrer de carro suas margens e desfrutar dos passeios encantadores nas cidades apreciando paisagens inesquecíveis. Poucas regiões da Europa oferecem uma gama de atividades tão grande quanto a área ao redor do Lago Genebra. A região engloba os cantões de Genebra, Vaud e Valais, bem como as cidades de Lausanne e Montreux. Os Alpes da região do Lago Genebra são o lar de pequenas vilas com chalés de madeira e infraestrutura para esportes.


Museu Olímpico às margens do Lac Léman em Lausanne

Museu Olímpico às margens do Lac Léman
em Lausanne
Comece sua viagem pela segunda maior cidade da Suíça. A partir de Paris, são três horas de trem ou 45 minutos de avião. Cidade sede da ONU, da Cruz Vermelha e de centenas de outras organizações internacionais, cidade dos bancos privados e das relojoarias de luxo, Genebra está aos pés dos Alpes e na pontinha oeste do Lago, fazendo divisa com a França. Conheça o Centro Antigo, passeie pela orla (no verão, o Lago e o Rio Rhone se transformam em grandes piscinas), chegue próximo ao imenso Jet’Eau, símbolo da cidade, conheça o lindo Museu da Cruz Vermelha, faça uma visita guiada ao Palácio das Nações, visite as exposições do Cern para se iniciar no misterioso universo das partículas. Vá até a margem leste do Lago, na parte antiga da cidade, para você visitar o Jardin Anglais de onde se tem uma linda vista do porto e dos edifícios na margem norte. Logo na entrada do Jardim, você vai ver o relógio gigante de flores, cujo mostrador é composto por mais de 6.500 flores e atualizado com novos arranjos varas vezes por ano, como forma de homenagear a indústria de relógios da Suíça.

Port d'Ouchy em Lausanne

Cisnes do Lac Léman em Lausanne
Quem visita Genebra não costuma demorar em perceber que um passeio de barco pelo Lago é um dos programas turísticos mais bacanas da cidade. E mais caros também. Os barcos têm um jeitão meio antiquado. É que grande parte da frota que cruza todos os dias o Lago Genebra é da chamada Belle Époque, que vai das últimas décadas do século XIX até o começo da Primeira Guerra Mundial, em 1914. São oito barcos a vapor, que operam há mais de 100 anos e levaram gente durante todo esse período. Os barcos, muito bem conservados, dão um charme interessante para a viagem. Um dos passeios é o Geneva Bay Tour. O cruzeiro dura cerca de uma hora e vai somente nas áreas ao redor de Genebra – ou seja, uma parte mínima do Lago. O passeio inclui a narração de um guia, em inglês e francês, que conta um pouco da história da região e fala sobre cada um dos prédios e mansões e praias (sim, elas existem!) que os turistas podem ver a partir do barco. É um passeio bonito, que revela a cidade de outro ponto de vista. Quem vai fazer turismo em Genebra não deve esperar o agito de uma cidade como Londres ou Madrid, por exemplo. Em Genebra, há certa disciplina, determinada por uma sociedade conservadora. Genebra é o coração do calvinismo.

O azul intenso do Lac Léman em Lavaux

Escultura nas águas do Lac Léman
representando o Museu da Alimentação em
Vevey
Entre Genebra e Lausanne, há dezenas de pequenas cidades às margens do Lago, todas lindinhas. Em Nyon, veja o Parque de L’esplanade, as ruínas romanas e o castelo. Saint Prex é um antigo vilarejo medieval fortificado, vale a visita. Passeie a pé pelo pequeno Centro Histórico. Caminhe pelas margens do Lago. No verão, arrisque saltar do trampolim ou nadar na pequena praia “Les Bains des Dames”. Vale a pena se desviar um pouco das margens do Lago para ver a incrível vista que se tem ao subir um pouco a montanha em direção ao Jura. Aubonne é uma típica cidade de Vaud, o maior Cantão suíço francófono – casas que rodeiam um castelo, tudo isso rodeado por vinhedos. Passeie pela cidade, escolha um dos restaurantes locais para comer e tomar uma taça de vinho local. Em Aubonne, se encontra também o Parque Signal de Bougny com sua vista panorâmica do Lago, de uma extremidade a outra, e dos Alpes.

Escultura nas águas do Lac Léman
representando o Museu da
Alimentação em Vevey
A próxima parada é Lausanne. Cidade universitária, sede do Comitê Olímpico Internacional. Lausanne é uma cidade em desnível. Por isso, apesar de não ser uma cidade fácil de desbravar, os desníveis oferecem vistas espetaculares do Lago e dos Alpes. Caminhe pelas ruas do Centro Antigo. Visite o porto da cidade e não deixe de conhecer o imperdível Museu das Olimpíadas (mesmo se você não gosta de esportes, vai gostar do museu). E, para entrar no clima, coma uma fondue no restaurante mais antigo da cidade: Pinte Besson. Ao sair de Lausanne, se estiver de carro, pegue a estrada em direção a Vevey. A Route de La Corniche, pequena e estreita estrada que liga as duas cidades, passa pelos centenários vinhedos de Lavaux, cujos terraços datam do século XI. Por 30 quilômetros, você vai percorrer os vinhedos suspensos sobre o Lago, passando por pequenos vilarejos e, claro, tendo a vista espetacular dos Alpes aos fundos. Se você tiver tempo e disposição, pegue a Route des Trois Soleils, uma trilha de 11 quilômetros (para ser feita a pé ou de bicicleta), ligando St. SaphorinLutry. Além da paisagem espetacular, você vai passar pelas propriedades vinícolas, algumas abertas para degustação. Morges é o vizinho bem menor de Lausanne, conhecido pelo Festival das Tulipas anual, quando milhares de flores recebem a primavera. Morges é a porta de entrada para La Côte, na região vinícola de Vaud. Aprecie uma degustação de vinhos em um dos famosos vinhedos.

Lac Léman visto de uma das janelas do
Château de Chillon em Montreux

Montreux às margens do Lac Léman
Ao descer a estrada até o Lago, você vai chegar a Vevey, uma pequena cidade onde está a sede da Nestlé, uma das maiores empresas alimentícias do mundo e seu Museu da Alimentação. Talvez um dos símbolos mais conhecidos da Suíça seja a empresa Nestlé responsável por diversos produtos, principalmente os chocolates distribuídos ao redor do mundo e é exatamente na cidade de Vevey que ela nasceu em 1867 e a sua sede ainda permanece lá. Faça um passeio pela fábrica e prove chocolates. Mas esse não é nem de longe o principal motivo pelo qual você deveria incluir a cidade de Vevey em seu roteiro pela Suíça. Mais do que isso a cidade é conhecida pelas incríveis paisagens alpinas que encantaram e continuam encantando. A cidade se divide entre a parte moderna com o Escritório Central da Nestlé, por exemplo, e a parte antiga que ainda guarda resquícios do período conhecido como “Belle Époque” no final do século XIX, em que podemos apreciar hotéis majestosos e a margem do Lago totalmente ornamentada com flores e palmeiras. Vevey é uma cidade que reúne natureza, cultura e compras. São diversos museus e ao andar pela parte antiga da cidade encontramos diversas lojas famosas de departamento e pequenas lojas como chocolaterias.

Lac Léman em Montreux

Lac Léman em Montreux
A última parada do lado suíço é Montreux, conhecida pelo seu famoso Festival de Jazz que acontece todos os anos em julho. Mas a cidade em si já vale a parada. A principal atração é o Château de Chillon, construído numa ilhota do Lago. Com ares meio decadentes (para os padrões suíços, obviamente), a cidade de Montreux é um encanto. Em Montreux, o idioma, o cassino, o Festival de Jazz e as referências a ícones pop (como a Estátua de Freddie Mercury) remetem direto aos balneários do sul da França. Prédios e palacetes dependurados na montanha e, sempre, aquela vista de tirar o fôlego. Em dezembro, tem o Mercado de Natal na orla. E, de Montreux, você pode pegar o Golden Pass, o trem panorâmico, com várias rotas. Saindo de Montreux, que fica no extremo leste do Lago, você vai entrar na França