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sábado, 26 de dezembro de 2015

Tour pela Europa I - Madri

Palacio de Communicaciones
A estadia em Barcelona terminou, é hora de seguir para Madri. O embarque foi na Estación Barcelona Sants para uma viagem de pouco mais de três horas de trem até Madri, chegando à Estación Madrid Atocha. Da Estação os meninos foram direto fazer o check-in no Cat’s Hostel. Este albergue está localizado no centro de Madri e foi a hospedagem perfeita, pois aliou economia, conforto e limpeza em um palácio do século XVII, a poucos metros dos lugares mais turísticos da cidade e dos bairros mais autênticos. Como eles chegaram ainda no meio da tarde, tinha tempo suficiente para “bater perna” pela cidade, e foi o que eles fizeram.

Palacio de Communicaciones na Plaza Cibeles

Um dos vários Chafarizes de Madri
Apesar de o local onde atualmente está situada a cidade ter tido ocupação humana desde a Pré-história, e de, no tempo do Império Romano, ter pertencido à Diocese de Compluto (atualmente, Alcalá de Henares), as primeiras referências históricas relevantes sobre a cidade aparecem apenas no século IX. Durante o Reinado de Maomé I, foi construído um pequeno palácio na localidade, no local onde se ergue atualmente o Palácio Real de Madrid. Em torno desse Palácio, desenvolveu-se uma povoação de poucos habitantes chamada Al-Mudaina. A povoação foi conquistada em 1085 pelo Rei Afonso VI de Leão, na investida militar que visava chegar à cidade de Toledo. A mesquita foi adaptada e passou a ser uma Igreja dedicada à Nossa Senhora de Almudeña. Em 1329, as Cortes Generales instalaram-se na cidade quando da estada de Afonso XI de Castela. Sefarditas e mouros puderam permanecer na cidade, tendo sido expulsos mais tarde no século XV.



Teatro Häagen Dazs
Após um grande incêndio que destruiu parcialmente a cidade, o Rei Henrique III de Castela ordenou a reconstrução da mesma; o monarca ficou instalado num palácio no exterior da cidade, El Pardo. O Reino de Castela, cuja capital era Toledo, e o Aragão, com a capital em Zaragoza, uniram-se formando a Espanha devido ao casamento dos reis católicos Isabel de Castela e Fernando II de Aragão. Em 1561, o Rei Felipe II mudou a corte de Sevilha para Madri, tornando a cidade na capital de Espanha, apesar de não ter havido uma cerimônia que assinalasse esse fato. Sevilha continuava a controlar todo o comércio das colônias espanholas, mas Madri controlava Sevilha. Enquanto a Espanha (assim como muitos outros países europeus) centralizava a autoridade real, a cidade ganhou maior importância como centro de administração para o Reino de Espanha.

Teatro Häagen Dazs

Ruas arborizadas de Madri
Durante o  Século de Ouro, fim do século XVI e o princípio do século XVII, Madri era uma capital diferente das grandes capitais europeias, tanto em termos de população, que era bastante pequena para a importância da cidade, como também em termos econômicos; a economia madrilena dependia principalmente das Cortes, não existindo outras atividades econômicas relevantes. Ela evoluiu para se tornar um importante núcleo de atividade artesanal e que eventualmente experimentou uma revolução industrial durante o século XIX. No final do século XIX, a Rainha Isabel II não conseguiu conter a tensão política, o que culminou na Primeira República Espanhola. A República durou apenas dois anos, voltando-se novamente à monarquia. Mas a situação política não era estável e, em 1931, iniciou-se a Segunda República Espanhola; a esta se seguiu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). 

Instituto Nacional de Administración Pública

Ruas de Madri
A cidade conseguiu ainda mais avanços na expansão durante o século XX, especialmente após a Guerra Civil Espanhola, alcançando os níveis de industrialização encontrados em outras capitais europeias. A economia da cidade era então centrada em diversas indústrias, tais como os relacionados com veículos automóveis, aviões, produtos químicos, aparelhos eletrônicos, produtos farmacêuticos, alimentos processados​​, materiais impressos e artigos de couro. Os elegantes madrilenhos são muito orgulhosos de sua encantadora cidade. Nenhuma outra metrópole abriu suas portas para a Europa moderna como Madri após o Rei Juan Carlos subir ao trono, em 1975. O monarca tem a seu crédito o fato de ter administrado a transição da ditadura à democracia. A prosperidade dos anos 1980 fez com que a cidade consolidasse a sua posição no que diz respeito à economia, indústria, cultura, educação e tecnologia na Península Ibérica.

Almacenes Toledo


Madrid ou Madri é a capital e a maior cidade da Espanha. É a terceira maior cidade da União Europeia, depois de Londres e Berlim, e sua área metropolitana é a terceira maior da União Europeia, depois de Londres e Paris. A cidade está localizada sobre o Rio Manzanares, no centro do país e da Comunidade de Madri (que compreende a cidade de Madri, a sua área urbana e seus subúrbios). Como capital nacional, sede do governo e residência do monarca espanhol, Madri é também o centro político, econômico e cultural da Espanha. A população de Madri começou a crescer significativamente desde que a cidade se tornou a capital nacional. A cidade abriga a sede da Organização Mundial do Turismo (OMT) – pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e do Public Interest Oversight Board (PIOB). Madri também abriga importantes instituições internacionais reguladoras da língua espanhola, como a Real Academia Espanhola (ERA) e o Instituto Cervantes.

Ruas de Madri
A metrópole espanhola tem o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) entre as cidades da União Europeia e sua influência em política, educação, entretenimento, meio ambiente, mídia, moda, ciência, cultura e artes contribui para o seu estatuto como um dos principais centros urbanos do mundo. Devido à sua produção econômica, ao alto padrão de vida e ao tamanho do seu mercado consumidor, Madri é considerada o maior centro financeiro do Sul da Europa e da Península Ibérica, além de sediar a grande maioria das principais empresas espanholas. Madri é uma das mais belas e agitadas capitais da Europa. Situada na região central da Espanha, cercada por terras áridas, Madri é a capital de maior altitude na Europa. Centro intelectual e político de um vasto império, pilar da fé católica e foco das artes sob monarcas das mais diferentes tendências. De lá também partiram as ordens de uma Inquisição fanática, da supressão de identidades regionais – principalmente de bascos, galegos e catalães – e da evangelização forçada de nativos das Américas. É exatamente esse passado rico e controverso que fez de Madri o que ela é hoje – a capital cultural de um dos idiomas mais falados do planeta e de um país que luta para se manter unido e próspero. Temperada com o charme latino, a capital espanhola sintetiza o colorido e a riqueza das diferentes culturas e etnias presentes no país. As festas e a religiosidade estão na tradição do povo madrileno, devoto de San Isidro Labrador.

Iglesia de San Jeronimo El Real
O clima de Madri pode ser definido como mediterrânico continentalizado. Os invernos são frios com geadas frequentes e neve rara. Os verões são quentes e secos com temperaturas máximas que muitas vezes superam os 35°C. Foi o que eles encontraram na cidade, um calor “do cão” já que julho é o mês mais quente do ano. Dizem que Madri tem duas estações: “o inverno e o inferno”. É um exagero, claro. Mas indica que as temperaturas invernais são mais baixas do que em Barcelona ou na Andaluzia e no verão faz o calor que se espera da Espanha. Os nativos da cidade são chamados madrileños. No passado também eram apelidados de "gatos", porém atualmente a vasta maioria dos espanhóis não reconhece esse termo. A sua origem possivelmente veio da lenda popular de que a conquista da cidade por Afonso VI foi conseguida pelo assalto das paredes que protegiam a cidade. Aparentemente as tropas do Reino de Castela escalaram as paredes defensivas como se fossem gatos. Outra origem para o nome pode ter sido do fato de os moradores da cidade, durante a Idade Média, terem sido conhecidos pela sua habilidade de escalar paredes com as próprias mãos. Daí surgiu o nome do albergue onde eles se hospedaram.

Ministerio de Agricultura, Pesca Y Alimentación
Madri é uma daquelas cidades que você adora logo de cara. Apesar de ser um dos principais polos financeiros da Europa, a capital espanhola mantém preservadas suas características históricas e um rico patrimônio cultural. Avançada e dinâmica proporciona experiências inesquecíveis por ser agitada e tradicional ao mesmo tempo. Mas não tenha pressa, descobrir Madri requer tranquilidade. Madri é uma cidade relativamente grande para se conhecer apenas a pé, mas isso não é um problema: seu sistema público de transporte funciona muito bem, com vários pontos e estações perto de cada atração. Os vários meios de transporte, e respectivas infraestruturas, estão organizados de forma a reduzir substancialmente o trânsito automóvel na capital, possibilitando uma rápida circulação, quer de quem circula dentro da cidade, quer de quem se desloca desde a periferia. A cidade de Madri tem uma das maiores e mais extensas linhas de metrô do mundo. O metrô foi bastante usado pelos meninos em sua estadia na cidade. 

Palacio de Fomento na Plaza del Emperador Carlos V

Ruas de Madri
Dinâmica e moderna, percorrer as ruas desta cidade é descobrir em cada recanto, atrativos e prazeres diferentes. Sua arquitetura é notável, com prédios e monumentos imponentes espalhados por toda a cidade. Durante os dias circule pela região central, visite os imperdíveis museus, observe cada detalhe dos edifícios históricos que remetem à Espanha imperial e caminhe pelos lindos parques. Quando a fome apertar, procure parar em um dos mercados gastronômicos, locais que combinam compras com espaços gourmets da melhor qualidade. Descubra e vivencie os costumes locais, como comer churros com chocolate quente por exemplo. O cenário gastronômico vibrante, com o que há de melhor na cozinha ibérica -- tapas, paellas, doces e presuntos, é uma atração à parte. Come-se bem, bebe-se ainda melhor. O vinho é tratado com respeito, com adegas bem abastecidas de rótulos nacionais (como os Cava, Rioja e Jerez) e dos vizinhos italianos, portugueses e franceses, muitas vezes com preços bem atraentes. Lugar onde comer é o que não falta em Madri. E boa parte deles é muito boa. Cervezerías e restaurantes vivem cheios, oferecendo ótima comida, inclusive pescados e especialidades de outras regiões do país e do mundo hispano, como casas especializadas em pratos peruanos e mexicanos, além de carnes argentinas. Apesar do cenário gastronômico não ser tão inventivo como na Catalunha, terra dos chefes Ferran Adriá e Sergi Arola, na cidade também há boas e inovadoras bodegas e tascas. No entanto, a maioria dos restaurantes e bares serve melhor aos glutões do que aos supostos gourmet, com porções generosas, bons rótulos de vinhos e um ambiente ruidoso.

Plaza Murillo
Mas é depois que o sol se põe que você irá conhecer o outro lado da cidade. A vida noturna madrilena é empolgante e faz parte da rotina local. Se o Real Madrid jogar em casa então fica ainda mais agitada. E envolve todos, independentemente da idade. Após as 18 horas os bares ficam lotados e parece que todos saem para a happy hour para tomar uma cerveja, sangria ou outros drinques acompanhados pelas fantásticas tapas, um verdadeiro símbolo nacional. Em muitos bares da cidade basta pedir uma cerveja para ganhar um pratinho com petiscos, que pode ser desde um simples e delicioso pão com tomate até presunto (jamon) ou frutos do mar. Shows, espetáculos e exposições são algumas das atrações da agitada vida cultural madrilenha. Há sempre alguma boa mostra em cartaz na cidade e mesmo os cinemas são uma ótima opção de lazer. Além disso, eventos esportivos como os jogos dos times locais Atlético de Madri e Real Madrid (com seu ótimo museu) são ótimos para quem viaja em família ou com uma turma de amigos. 

Monumento a Eloy Gonzalo na Plaza de Cascorro

Estación Madrid Atocha
O boom turístico em Madri nos últimos anos baseia-se nas inúmeras atrações que a capital da Espanha possui. Para aprofundar-se em seu conhecimento, seria necessária uma visita de vários dias, mas nem sempre é possível já que muitas vezes quem viaja para Madri tem apenas alguns dias ou um fim de semana para visitar a cidade. Madri dá um show de como unir tradição e modernidade. Por ter sido a capital de um dos maiores impérios que o mundo já viu, a cidade tem um ar grandioso. São inúmeras igrejas, palácios e monumentos, complementados pelo charme que é típico das cidades espanholas. Os pontos turísticos de Madri são inúmeros. Não faltam ao turista o que conhecer durante todo o ano.

Estación Madrid Atocha

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Madri - Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real de Madrid, também denominado de Palacio de Oriente e, durante a Segunda República Espanhola, de Palacio Nacional é a residência oficial da família real espanhola para cerimônias e eventos oficiais. O Palacio Real é o segundo maior (atrás apenas de Versailles) e um dos mais impressionantes palácios da Europa Ocidental (em tempo: a família real espanhola vive no Palacio de Zarzuela, bem mais modesto e localizado nos arredores de Madri). Os reis consideram que na sua residência do Monte de El Pardo podem preservar a sua intimidade mais facilmente que em um Palácio com as dimensões do Palacio Real de Madrid. O Palacio Real é de um esplendor quase indescritível. Situado no topo de uma colina que parece definir os limites da cidade, o Palácio já abrigou algumas das dinastias mais importantes da Europa.

Palacio Real de Madrid

Plaza de Armería
A história do Palacio Real começou muito antes de Madri ser capital da Espanha. No século IX, quando a região estava sob domínio muçulmano, o Emir do Emirado de Córdoba, Mohamed I (852-886) decidiu construir uma fortaleza para vigiar e proteger Toledo do avanço dos soldados cristãos. Depois da sua conquista por Alfonso VI de Castela, dois séculos mais tarde, o primitivo castelo muçulmano transformou-se num Alcázar, o qual seria ampliado sucessivamente pela Coroa ao longo dos séculos, até converter-se na sede da Corte com Filipe II de Espanha. A fortaleza, chamada Real Alcázar de Madrid, foi casa dos reis no século XIV e acabou destruída por um incêndio que durou três dias, no Natal de 1734. Foi Filipe V quem desejou que se construísse o Palácio no mesmo lugar, simbolizando a continuidade da Monarquia Espanhola com a Casa de Bourbon. As obras começaram em abril de 1738, com a colocação da primeira pedra, situado no eixo central da porta principal do Palácio, a cerca de 11 metros de profundidade, formada por uma grande laje de granito côncavo, onde se colocou uma caixa de chumbo com amostras de cada uma das moedas em circulação legal naquele momento. O seu arquiteto foi Giovanni Battista Sacchetti.

Plaza de Armería

Palacio Real de Madrid
A planta desenvolvida por Sachetti conservou a forma tradicional espanhola de pátio central retangular, quase quadrado, com fortes salientes nos ângulos que recordam as torres do antigo Alcázar. As fachadas foram inspiradas nas que Bernini realizou para o Palais Du Louvre em 1665. O alçado das fachadas consta de dois corpos: um corpo inferior almofadado, e outro superior, de Ordem Jônica, com gigantescas pilastras, rematados por cornija e balaustrada. Em frente da fachada principal, uma esplanada da forma à Plaza de Armería semelhante à do incendiado Alcázar. Situado sobre um terreno com inclinações pronunciadas sobre o Rio Manzanares, foi necessário criar um grande sistema de contrafortes para duas das fachadas, pelo que existe uma série de plataformas escalonadas, que tiveram que ser construídas para o lado poente, com um sistema interior de abobadamentos que praticamente chega até ao Rio. Para a sua construção utilizaram-se ladrilhos, granito de Guadarrama, e calcário de Colmenar. Na sua estrutura não houve recurso à madeira por receio de um novo incêndio. No reinado de Fernando VI, a construção recebeu o seu maior impulso, finalizando-se a obra externa. A conclusão das obras interiores demorou muitos anos, não podendo o Palácio ser habitado por Carlos III até ao ano de 1764, embora, nessa época ainda faltassem as decorações de alguns salões.

Palacio Real de Madrid

Palacio Real de Madrid
A construção durou, portanto, 26 anos, embora as obras complementares tenham continuado pelos reinados seguintes, só podendo ser dado por terminado durante a regência de Dona Maria Cristina de Habsburgo-Lorena (Regente entre 1885 e 1902). Ante a falta de espaço para as secretarias de Estado, arquivos e dependências várias, Sachetti recebeu o encargo de ampliar o Palácio. A ideia original era enquadrar a Praça de Armas com uma série de construções onde se pudessem alojar as diferentes dependências e ampliar para Norte, seguindo a mesma estrutura do edifício com uma grande edificação. As obras começaram rapidamente, mas foram interrompidas pouco depois, tendo os seus alicerces permanecido enterrados na esplanada que se formou depois e onde posteriormente se construíram as cavalariças. O último monarca foi Alfonso XIII, em 1931, e Manuel Azaña o último Chefe de Estado a habitá-lo. Nos seus mais de 150 mil metros quadrados e exatos 3.418 quartos, o Palácio abriga um valioso Patrimônio Histórico e Artístico, destacando o quinteto de instrumentos musicais “Stradivarius Palatinos”, datados entre 1700 e 1775, a mais importante do gênero no mundo, coleções de obras de pintura, escultura e tapeçaria, de artistas como El Greco, Caravaggio, Velázquez e Goya, além de porcelanas, relógios, mobiliário e prataria. Também são mantidas no Palácio diversas coleções Reais de grande importância histórica, incluindo a Armaria Real, com armas e armaduras que datam do século XIII em diante.

Troca de Guarda do Palacio Real de Madrid
A Escadaria Principal é o resultado de uma modificação de Sabatini sobre o projeto original de Sachetti, que a havia desenhado com outro tramo idêntico. A reforma realizou-se por desejo de Carlos III, já que lhe parecia inadequado o ingresso às habitações Reais, uma vez que com a Escadaria dupla não havia mais que uma obscura passagem que dava acesso aos salões oficiais a partir da Escadaria. Além disso, com esta modificação, podia usar-se o espaço do tramo encerrado para construir um grande Salão de Baile, atualmente conhecido como Salão de Colunas. Os degraus da Escadaria, fabricados em mármore de San Pablo (Toledo), estão lavrados, cada um, numa única peça de cinco metros de comprimento e escassa altura, tendo, portanto, uma subida pouco pronunciada. A Escadaria tem um único braço desde a sua base até ao primeiro patamar, onde se divide em dois braços paralelos com balaustrada, a qual está adornada com leões de mármore, obra de Felipe de Castro e Roberto Michel. A abóbada está decorada com estuques brancos e dourados, além de pinturas de Corrado Gioquinto, chamado por Fernando VI para a composição pictórica que representa "O Triunfo da Religião e da Igreja".

Monumento a Filipe IV na Plaza de Oriente, 
com o Palacio Real de Madrid ao fundo
A arquitetura do Salão de Colunas é igual à da Escadaria Principal, já que resultou da caixa projetada por Sachetti. Foi utilizada para a celebração de bailes e banquetes até 1879. Nesse ano, foi usado para o velório da Rainha Maria de las Mercedes, esposa de Alfonso XII, tendo-se decidido construir um novo Salão de Baile, que é atualmente a Sala de Refeições de Gala. Também se celebrava neste Salão o cerimonial do "Lavatório e Comida de Pobres", na Quinta-feira Santa, dia em que o Rei e a Rainha, ante Grandes de Espanha, Ministros, corpo diplomático e hierarquia eclesiástica, davam de comer e lavavam os pés a 25 pobres. O Salão de Gasparini é um dos mais formosos salões do Palácio, tendo sido construído durante o reinado de Carlos III e chegado aos nossos dias praticamente sem nenhuma alteração. Era o lugar onde o Rei se vestia em presença da Corte, segundo o costume da época. A sua decoração apresenta grandes originalidades do tipo chinoiserie em estilo rococó, tendo sido realizada por Matías Gasparini. Com os seus 150 metros quadrados, é um dos maiores salões do Palácio. Na sua decoração cabe destacar o relógio situado sobre a chaminé, obra de Pierre Jacquet Droz, com figuras vestidas à moda do século XVIII, que bailam quando, ao dar as horas, um pastor sentado toca flauta. Nos jantares de gala oferecidos pelos reis, é neste Salão que se servem o café e os licores.

Escadaria Principal
A Saleta de Porcelana tem as paredes e o teto completamente recobertos por placas de porcelana, sujeitas a uma armação interior de madeira, montadas de tal forma que as suas uniões ficam dissimuladas entre adornos de telas e entalhes a imitar porcelana. É obra da primeira etapa da Fábrica do Buen Retiro, a sua fase de maior esplendor. Foi construída entre 1765 e 1770, pelos mesmos que realizaram o Salão de Porcelana do Palacio de Aranjuez. A Saleta de Porcelana foi executada num estilo rococó mais próximo do neoclassicismo, com o uso de cores mais sóbrias. O piso foi construído sobre um desenho de Gasparini. A Sala de Refeições de Gala, com uma superfície de 400 metros quadrados, é formada por três divisões que constituíam o "Quarto da Rainha" María Amalia de Sajonia, esposa de Carlos III, a qual nunca as chegou a utilizar por falecer antes da sua finalização. A sua construção foi ordenada pelo Rei Alfonso XII para usá-la como Salão de Baile e nova Sala de Refeições, utilizando-se pela primeira vez quando do seu segundo matrimônio, com Maria Cristina de Habsburgo-Lorena, no ano de 1879. Está decorada com tapetes de Bruxelas do século XVI, jarras de porcelana chinesa do século XVIII e peças da vila francesa de Sèvres.

Salão do Trono
O Salão dos Espelhos era utilizado como toucador da Rainha Maria Luísa de Parma, esposa de Carlos IV, num estilo neoclássico, sendo um dos salões mais belos do Palácio, para o que contribuem os rodapés de mármore rosado e os paramentos das paredes, cobertos por uma fina ornamentação em estuque na qual predomina o branco e o azul. Os grandes espelhos que dão nome ao Salão estão guarnecidos com ouro e azul, rodeados de estuques coloridos sobre fundo branco com motivos vegetais. Nesta sala cabe destacar o velador central, de mogno e bronze dourado, construído por Thomiere em 1788. A Família Real utilizou-o nos tempos de Alfonso XIII como Salão de Música.

Sala de Refeições de Gala
O Salão do Trono, conhecido no século XVIII como "Salão de Embaixadores" ou "Salão de Reinos", conserva o aspecto da época da sua decoração durante o reinado de Carlos III. O Salão é presidido por dois tronos com as esfinges dos atuais Reis de Espanha, os quais são cópia exata do trono da época de Carlos III. Todo o Salão está atapetado em veludo encarnado com orlas de estilo rococó de prata dourada trazidas de Nápoles. De ambos os lados do trono situam-se quatro leões de bronze dourados construídos para Filipe IV e que, juntamente com outros oito que se conservam no Museo Del Prado, foram usados na decoração do Salão de Reinos do anterior Alcázar. Decoram o Salão, 12 consoles dourados de estilo rococó acompanhados, cada um deles, com os seus espelhos correspondentes construídos na Real Fábrica de Cristais da Granja. Tanto os espelhos como os consoles apresentam diferente desenho dentro de uma unidade de traçado. Os consoles foram desenhados por Ventura Rodríguez para ocupar o mesmo lugar onde continuam colocados na atualidade. Representam, juntamente com os espelhos, as quatro estações do ano, os quatro elementos e os quatro continentes conhecidos naquele momento. Peças importantes são as estátuas, algumas delas esculpidas em Roma por discípulos de Bernini e trazidas por Velázquez por encomenda de Filipe IV. As aranhas que iluminam este Salão datam da época de Carlos III e foram executadas em prata e compostas por contas de cristal de rocha engastadas com fio de prata. Na abóbada destaca-se a alegoria pintada por Tiépolo em 1764 e que representa "A Grandeza da Monarquia Espanhola".

Saleta de Porcelana
A Capela Real situa-se ao centro do lado Norte do andar principal do Palácio. Tem acesso a partir da galeria que rodeia o pátio central, sendo um dos pontos mais interessantes do ponto de vista arquitetônico. A planta é do tipo central ou elíptica, estando coroada por uma cúpula de meia lua. Por último, 16 colunas de mármore negro de uma única peça, coroadas com capiteis em estuque dourado, estão adossadas a cada um dos ângulos que descrevem a planta, salvo no átrio, que apresenta pilastras negras que imitam o mármore. A distribuição da Capela é clássica; enquanto a Leste se situa o Altar-mor de mármore, a Norte, o Altar do Evangelho, a Oeste o órgão, e o átrio é o vestíbulo. Os Assentos Reais ficam no lado Norte, próximo do Altar-mor à sua direita. Sobre o Altar-mor existe um quadro do “Arcanjo São Miguel Bayeu”, abaixo do Altar do Evangelho encontram-se as relíquias de São Felix, e acima o quadro da “Anunciação de Mengs”. O dossel e as poltronas dos soberanos são da época do Rei Fernando VI e foram colocados fundo branco com bordaduras de prata e sedas coloridas. O órgão, construído em 1778, é considerado como uma autêntica obra prima.

Armeria Real
A Real Biblioteca ocupa o ângulo noroeste do Palácio e consta de dois andares mobilados com estantes de mogno. As suas coleções constam de livros, medalhas e moedas em número de 300 mil obras impressas, 4.000 manuscritos, 3.000 obras musicais, 3.500 mapas, 200 gravuras e desenhos, e cerca de 2.000 moedas e medalhas. O seu catálogo está informatizado, e pode ser consultado através da página oficial da Real Biblioteca. A Real Biblioteca é a que, com os nomes de Real Particular ou de Câmara, serviu como Biblioteca Particular dos Reis da Casa de Bourbon desde a chegada de Filipe V. A Biblioteca Particular dos Reis continuou a crescer, deslocando-se com os seus proprietários durante os anos que durou a construção do novo Palácio depois do incêndio do Real Alcázar em 1734. Os inventários conservados da época de Carlos III revelam o predomínio do livro impresso na Biblioteca, embora se deva à iniciativa deste monarca a incorporação na Real Biblioteca da coleção de manuscritos de idiomas da América, reunidos por Celestino Mutis em 1787. As aquisições de livros mais notáveis correspondem ao reinado de Carlos IV.

Cozinha Real
Os aposentos privados foram utilizados como residência, propriamente dita, dos soberanos Isabel II, Alfonso XII e Alfonso XIII. Ocupando o prolongamento (Ala de San Gil) feito por Sabatini, em volta da Plaza de La Armería e da Calle de Bailén, são de menor tamanho que o resto das habitações do Palácio e possuem uma decoração mais "burguesa”. O que conserva o Palácio são os restos da grande Coleção Real, uma vez que a maior parte passou a formar parte do Museo Del Prado no século XIX. Conta-se que Fernando VII decretou a fundação do Prado para desfazer-se de tantos quadros, pois preferia decorar o Palácio com papéis pintados e candeeiros, à moda francesa. Além dos valiosos afrescos de Tiepolo e outros, destacam-se no Palácio vários quadros de Francisco de Goya, como dois pares de retratos, com diferentes trajes, de Carlos IV e sua esposa, Maria Luísa de Parma.

Aposentos Reais
No Palácio Real as séries de esculturas são de importância menor em relação à coleção de pintura, mas a série do século XVII, procedente do anterior Alcázar, é de um caráter excepcional. Os principais escultores representados são Mariano Benlliure, Gian Lorenzo Bernini, Antoine Coysevox e Agustín Querol. Sobressai a série "Os Planetas" do Salão do Trono. O grande valor do mobiliário do Palácio reside na sua autenticidade, pois são muito poucos os móveis de estilo moderno presentes nos seus salões (situados principalmente nos aposentos privados). A maior parte dos móveis corresponde à época de construção do Palácio e reinados sucessivos, mostrando uma série ininterrupta de estilos rococó, neoclássico, império e isabelino. Algumas das séries de móveis mais importantes encontram-se nos Salões de Gasparini, Trono e Espelhos. Cabe destacar "A Mesa das Esfinges", de estilo império, situada no Salão de Colunas, sobre a qual se assinou a entrada da Espanha na União Europeia.

Capela Real
Considerada a maior e melhor coleção de relógios da Espanha, também é uma das principais no mundo. O relógio denominado de "El Calvário", do século XVII e construído em Nuremberg, é o mais antigo, enquanto a existência de muitos relógios da época império se deve à paixão pelos relógios de Carlos IV. Há a destacar um relógio oferecido pelo Presidente do Peru ao Rei Alfonso XIII em 1906, e construído em 1878, pela riqueza de materiais usados para a sua elaboração, como o ouro, prata, marfim etc. A importância da coleção de relógios radica, sobretudo nos relógios de época em estilo rococó, construídos para o Rei Fernando VI pelo relojoeiro suíço Jacquet Droz.

Campo Del Moro e Palacio Real de Madrid ao fundo


Durante o reinado de Filipe II, a Real Farmácia se converteu num apêndice da Casa Real com ordem para abastecê-la de medicamentos, função que ainda mantém. A Real Farmácia que existe na atualidade foi fundada como Museu de Farmácia em 1964. As salas de destilação e as duas salas adjacentes à Farmácia foram reconstruídas tal como eram durante os reinados de Alfonso XII e Alfonso XIII. Os frascos são anteriores e foram fabricados nas Fábricas da Granja de San Ildefonso e de Porcelana do Buen Retiro, mas também existem utensílios fabricados em louça de Talavera no século XVII. Considerada, juntamente com a Armaria Imperial de Viena como uma das melhores do mundo, a Armaria Real é formada por peças que vão do século XV em diante. São de destacar as peças de torneio feitas para Carlos V e I e Filipe II pelos principais mestres armeiros de Milão e Augsburg. Entre as peças mais apelativas sobressaem a armadura e instrumentos completos que o Imperador Carlos V e I empregou na Batalha de Mühlberg, e com os quais foi retratado por Tiziano no famoso retrato equestre do Museo Del Prado. Infelizmente, partes da Armaria perderam-se durante a Guerra Peninsular e a Guerra Civil Espanhola.

Palacio Real de Madrid e Jardines de Sabatini
Do lado de fora, o Palacio Real é rodeado por dois espetaculares jardins, que formam um oásis no meio da cidade: com mais de 900 anos (foi lá onde acamparam as tropas árabes que sitiaram o Alcazar em 1109), o Campo Del Moro reúne fontes, estátuas, jardins e construções históricas, além de vasta flora – são mais de 70 espécies de árvores, alguns exemplares com mais de 150 anos, e rica fauna – animais como pavão e o faisão podem ser facilmente encontrados por lá. O atual desenho data de 1890, quando o Campo Del Moro foi restaurado e convertido num jardim paisagista.

Jardines de Sabatini
O segundo jardim é o Jardines de Sabatini, menor que o primeiro, porém não menos impressionante. Localizado na face Norte do Palacio Real, quase 20 metros abaixo do nível da rua, pode ser acessado através de uma bela escadaria construída em estilo neoclássico. No centro, existe uma enorme lâmina d’água com fonte, muito usada pelos espanhóis no verão para aproveitar os dias de Sol. Ao redor, algumas das estátuas dos reis espanhóis que no início estavam destinadas a coroar o Palacio Real, mas que não se colocaram na sua posição original porque o peso resultava excessivo para a estrutura do Palácio. Alamedas, jardins muito bem cuidados, canteiros e fontes circulam o lago, mantendo padrões geométricos presentes nos mais belos jardins de verão franceses.

Palacio Real de Madrid
O Palacio Real oferece visitas livres e guiadas, onde é possível conhecer cerca de 50 quartos e grande parte das instalações externas. É possível visitar o interior do Palácio o ano inteiro, as filas costumam ser um pouco longas, principalmente durante o verão, mas nada que assuste. O ideal é chegar cedo, para evitar aborrecimentos. Para tristeza dos visitantes, fotos não são permitidas dentro do Palacio Real. Na primeira quarta-feira do mês, pontualmente ao meio-dia, ocorre a cerimônia de “Relevo Solemne” (Troca de Guarda). Cerca de 400 pessoas e 100 cavalos, devidamente trajados com uniformes das épocas dos reis Alfonso XII (1857-1885) e Alfonso XIII (1902-1931), reúnem-se na “Plaza de Armería”, em frente à Catedral de Almudeña. A troca de guarda não é tão badalada quanto a do Palácio de Buckingham, em Londres, mas vale muito a pena assistir se você estiver na cidade.