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terça-feira, 22 de março de 2016

Santa Catarina - Morro da Igreja

Pedra Furada no Morro da Igreja
É bem provável que você já tenha ouvido falar dos pequenos municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra durante a previsão do tempo. E é mais provável ainda é que as duas tenham sido associadas às gélidas temperaturas negativas em pleno Brasil, país tropical. Uma das atrações mais visitadas da Serra Catarinense, e também uma das mais bonitas, é o Morro da Igreja, considerado o ponto mais alto habitado da Região Sul do país, localizado na divisa entre os municípios catarinenses de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. Apesar de Urubici levar a fama pelo local, o ponto turístico que faz parte do Parque Nacional de São Joaquim, está na realidade localizado dentro do território de Bom Jardim da Serra. Já a Pedra Furada, o alvo das fotografias tiradas no topo do Morro, pertence a outro município, Orleans. Com 1.822 metros, seu cume é o segundo mais alto de Santa Catarina e o quarto da Região Sul do Brasil, atrás do Morro da Boa Vista, com 1.824 metros, em Santa Catarina, e dos Picos Caratuva, com 1.860 metros, e Paraná, com 1.877 metros, do Estado vizinho do Paraná. O Morro da Igreja é considerado o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil. Lá do alto a paisagem é maravilhosa. Em dias de boa visibilidade é possível até ver o mar a mais de 100 quilômetros de distância. A ocorrência de neblina e ventos é frequente, sem falar nas nuvens que podem prejudicar a visibilidade, pois, com o tempo fechado, o topo do Morro fica acima delas.

Pedra Furada no Morro da Igreja
O Morro da Igreja está localizado a 30 quilômetros da região central de Urubici. Seu acesso é feito pela Rodovia SC-439 e depois por uma estrada que leva ao topo do Morro. Essa estrada tem pistas estreitas, possui aproximadamente 18 quilômetros de extensão e é feita de concreto em boa parte do trajeto. Não há nada ao longo do caminho, somente a vegetação e várias placas de sinalização indicando a possibilidade de gelo na pista. Nos dias mais frios, quando ocorre geada ou neve, a pista pode ficar muito escorregadia. Quase próximo do fim da estrada há uma placa indicando que a área é militar, próxima a uma guarita com um vigia dentro, mas é permitida a passagem nesse local. A estrada acaba em um portão fechado da aeronáutica e não há um lugar específico para estacionar o carro, ele tem que ficar parado pela pista mesmo.

Morro da Igreja
O Morro da Igreja é considerado um dos locais mais frios do Brasil, recebendo grande número de turistas especialmente no inverno, formando longas filas ao longo da estrada, quando as temperaturas frequentemente ficam abaixo de zero e ocorre, ocasionalmente, a queda de neve. É o lugar no Brasil com maior propensão a este tipo de precipitação. Em 2007, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) instalou uma Estação de Radar Meteorológico no alto do Morro da Igreja, a cerca de 1.800 metros de altitude, cuja missão é a vigilância constante das condições meteorológicas na área de cobertura do equipamento e divulgação das informações obtidas. Mesmo durante o verão, o Morro da Igreja apresenta temperaturas baixas. 

Morro da Igreja
Do alto do Morro da Igreja é possível avistar a Pedra Furada, uma formação natural de rochas, com aproximadamente 30 metros de circunferência. Ela está bem em frente ao Morro e ajuda a compor a bela paisagem. É possível fazer uma trilha até a pedra, mas para isso é preciso o auxílio de um guia e permissão da aeronáutica, pois ela encontra-se dentro da área militar. No topo do Morro da Igreja está instalada uma base do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) da Força Aérea Brasileira (FAB), órgão do Ministério da Defesa responsável pelo controle do tráfego aéreo de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Por isso que a partir de determinado ponto não é permitida a passagem de visitantes.

Cascata Véu de Noiva
Desde novembro de 2013, a visita ao Morro da Igreja passou a ser controlada. Devido ao excessivo número de veículos e consequentemente os problemas que estes têm gerado, o acesso ao local é limitado. As Autorizações para Visitação devem ser retiradas junto ao ICMBio na sede do Parque Nacional de São Joaquim, no centrinho de Urubici. Existe um limite diário para concessão das autorizações, e elas são dadas para visitas em períodos específicos (manhã ou tarde). Portanto, se você vai para a Serra em um período considerado baixa temporada e quiser tentar a sorte, meu conselho é que você passe na sede do Parque bem cedo, logo no primeiro horário. Agora, se você prefere garantir a subida para determinado dia, você pode pedir a Autorização com antecedência por e-mail. Saiba, porém que mesmo tendo feito isso, ainda assim você terá que passar na sede em Urubici para buscar o papel de Autorização (mas com a vantagem extra de não precisar pegar fila).

Cascata Véu de Noiva
Quem visita o Morro da Igreja pode aproveitar para conhecer outra atração muito bonita, a Cascata Véu de Noiva, cujo acesso fica ao longo da estrada que sobe o Morro. Há uma pequena placa indicando onde o visitante deve entrar e depois ainda é preciso dirigir aproximadamente um quilômetro de chão até chegar a um portão que dá acesso à propriedade particular, onde há alguns chalés e um restaurante. O estacionamento fica junto ao restaurante, que serve como bilheteria. É preciso pagar uma taxa para o visitante entrar no local. Depois é só seguir um pequeno caminho a pé até chegar à Cascata. Um cão guia acompanha os visitantes pelo caminho. A Cascata Véu de Noiva possui 62 metros de altura e a água escorre pelo paredão de pedras. No inverno a Cascata chega a congelar nos dias mais frios. No local há atividades como arvorismo, tirolesa e rapel.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Santa Catarina - Serra do Rio do Rastro

Serra do Rio do Rastro
A Serra do Rio do Rastro é uma das serras de Santa Catarina, localizada no sul do Estado. É cortada pela Rodovia SC-390, onde se tem uma espetacular vista da Serra. Com muitas matas e cachoeiras, é um dos cartões-postais do Estado. Localiza-se entre os municípios de Lauro Müller e Bom Jardim da Serra. O ponto mais elevado, próximo da sua descida a sudeste, é o Morro da Ronda, onde há um sugestivo banco de frente ao cânion de mesmo nome e possibilita o acesso pela Rodovia, a sul (cerca de 500 metros da SC-438) que leva ao interior de Bom Jardim da Serra, junto aos Aparados da Serra. Dele, avista-se o ponto mais elevado do Estado do Rio Grande do Sul (Monte Negro com 1.398 metros) em dias claros, sempre se olhando ao Sul. Ao Noroeste, avista-se um dos três pontos mais elevados de Santa Catarina, o Morro da Igreja com aproximadamente 1.822–1.826 metros de altitude.

Serra do Rio do Rastro
Com um percurso de 25 quilômetros, a subida começa em Lauro Müller e no alto da montanha fica Bom Jardim da Serra, é impossível não parar. Um mirante localizado em seu topo a mais de 1.421 metros de altitude (altitude do Mirante) em relação ao nível do mar, proporciona uma visão panorâmica, é possível visualizar todas as curvas da estrada em meio à mata nativa. Este é o ponto da estrada mais apaixonante, quando se pode ver a imagem completa da Serra, as montanhas, árvores, pedras e pontos em que a água corre morro abaixo, a presença dos animais, em grande maioria, os quatis dão um espetáculo completo, visto de apenas um lugar. Hoje toda a extensão da Serra do Rio do Rastro está dentro de uma área de preservação ambiental, chamado de Ecomuseu Serra do Rio do Rastro. Realmente é de rara e única beleza contemplar essa obra da natureza.

Serra do Rio do Rastro
Em 2012, a Serra do Rio do Rastro foi eleita uma das “estradas mais espetaculares do mundo” por um site espanhol. Prepare seu coraçãozinho! Ele será bem exigido na travessia da Serra do Rio do Rastro. O percurso da Rodovia SC-390 é caracterizado por subidas íngremes e 284 curvas fechadas. Isso mesmo, mais de 11 curvas por quilômetro. Sua altura entre a primeira curva e a última é de 710 metros. Sempre recomendo para quem trafega pela primeira vez na estrada que prefira a rota de subida. As razões aparecerão com o desenrolar do relato, mas uma delas falo já: a dificuldade vai seguindo um ritmo ascendente. Saindo do centrinho de Lauro Müller, o começo é bem tranquilo. A estrada já é sinuosa, mas ainda de forma amena. Ao longe, vemos as montanhas que serão rasgadas dentro em breve. A partir de Lauro Müller, os primeiros 16 quilômetros são asfaltados. Após Guatá, inicia-se a subida e a primeira coisa a notar é que o acostamento foi-se embora. Esse início é semelhante a qualquer estrada serrana brasileira em pista única. À direita, já se forma um belo visual. 

Cachoeira na Serra do Rio do Rastro
A “coisa” pega mesmo quando encontramos duas lanchonetes no meio da Serra, uma em cada lado da pista, com diferença de 500 metros entre elas. O show vai começar! A pista se estreita, muretas e postes de iluminação aparecem e o que era asfalto, vira concreto. Os próximos sete quilômetros serão de puro êxtase. As curvas, muitas vezes, autênticos cotovelos (180º), brotam de tudo quanto é lado. Recuos aparecem do lado direito (mais uma razão para você subir a Serra) para descanso e fotos. Apesar de não ser a principal travessia de Serra do Estado, há algum tráfego de caminhões e, sim, eles podem atrapalhar a viagem, colocando até certo medo no trecho mais íngreme e estreito da Rodovia. Sem dúvidas é muito melhor aproveitar a Serra no verão e na primavera, pela manhã e nas primeiras horas da tarde. Nestas circunstâncias o sol brilha mais forte, fator decisivo para quem almeja observar e fotografar o entorno e, evidentemente, ter mais segurança no passeio. A paisagem fica ainda mais bela à noite, com iluminação, e no inverno, com neve eventual. Nessa época, dobre a atenção - a regra vale para quando há cerração.

Cachoeira na Serra do Rio do Rastro

Um dos mirantes da Serra do Rio do Rastro
Coberta pela Mata Atlântica, com uma fauna bem diversa, com vários tipos de felinos de pequeno, médio e grande portes, uma fauna de macacos (bugios, macacos-prego, saguis), quatis, pacas, mãos-peladas, tatus, tamanduás e iraras, que são animais comuns numa Mata Atlântica preservada. Também há uma avifauna composta de águias chilenas, tiês-sangue, tucanos, araras, papagaios etc. Subindo até o Distrito de Guatá, percorre-se a Mata Atlântica com seus diversos níveis. Além da grande beleza da paisagem, a Serra do Rio do Rastro faz parte de uma coluna estratigráfica clássica do antigo supercontinente Gondwana no Brasil, a Coluna White, tendo sido classificada como um dos sítios geológicos brasileiros, pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos.

Serra do Rio do Rastro
Localizada a 1.245 metros acima do nível do mar, Bom Jardim da Serra tem habitantes das mais variadas origens, onde predominam os descendentes de portugueses, italianos e espanhóis que se dedicam ao cultivo da maçã e de batatas, e tem na pecuária uma grande força no comércio da região. Por influência dos colonizadores, ancestrais de boa parte dos moradores, Bom Jardim da Serra é um dos municípios catarinenses em que as tradições gaúchas são preservadas com mais afinco até hoje. É neste município que se localiza o Mirante da Serra do Rio do Rastro que oferece uma vista pelas planícies catarinenses e ao fundo pelo litoral do Estado. A proximidade com a famosa estrada leva Bom Jardim da Serra a ser conhecida como o Portal da Serra Catarinense.

Vegetação às margens da Rodovia SC-390 na
Serra do Rio do Rastro
A história de Bom Jardim da Serra tem ligação íntima com a de São Joaquim, à qual fazia parte até a década de 1970. Seu território passou a ser colonizado no século XIX, com a chegada da família do gaúcho Manoel Pinto Ribeiro, os primeiros habitantes da região. Vieram em excesso os colonizadores de Lages e algumas pessoas provenientes do Rio Grande do Sul. Porém, já no século XVIII, em seu deslocamento, os tropeiros passavam pelo litoral, dirigindo-se à região do atual município, pelo caminho que Francisco de Souza Faria abriu em 1728, a conhecida Estrada dos Conventos. Por aproximadamente um século, o tropeiro teve grande importância na vida do atual município; levando em sua descida ao litoral abaixo, pela extraordinária serra de difícil subida, charque, sebo, courama, e trazendo em seu retorno, tecidos, querosene, sal, armas. Eles abriram uma trilha na mata que ficou assim conhecida como “Serra dos Doze” e foi o primeiro nome do lugar, que só depois de alguns anos passou a se chamar “Serra do Rio do Rastro”. A viagem até a cidade portuária era feita em lombos de burros e a aventura podia levar dias.

Campos da Pousada Morro Grande em Bom Jardim da Serra

Curioso!!

Araucária na Pousada Morro Grande
        em Bom Jardim da Serra
Há tantas belezas nessa terra que soou absolutamente natural quando começaram a chamá-la de Jardim. Com o tempo, o apelido deu origem ao novo nome da cidade, que substituiu o antigo, Cambajuva. Hoje, Bom Jardim da Serra é conhecida como "Capital das Águas". Cascatas e cachoeiras também chamam a atenção dos visitantes, como o Salto do Rio Pelotas, o maior conjunto de quedas da cidade. Para visitar a atração, porém, é bom estar com o preparo físico em dia, levando em conta que o acesso se dá por uma escadaria de 156 degraus. Vá com guia - o Salto fica em área privada. Já para quem está com crianças, a dica é a Cachoeira da Barrinha, às margens da estrada, com piscina natural e perfeita para piqueniques. Há no município 35 cachoeiras com pelo menos 10 metros de altura e nada menos que 14 rios nascem no território e se tornam afluentes do Rio Pelotas dentro do próprio município. O clima da cidade pode ser considerado temperado devido à altitude em que ela se encontra, as temperaturas são amenas no verão e baixas no inverno. As chuvas são bem distribuídas durante o ano. A cidade é considerada uma das mais frias do Brasil, tendo frequentes no inverno, temperaturas abaixo de zero e quase todos os anos a ocorrência de neve. Meus sobrinhos se hospedaram na Pousada Morro Grande, uma fazenda localizada em Bom Jardim da Serra, com suas araucárias e vastos campos, com fácil acesso asfaltado.