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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Zurique - Grossmünster

Grossmünster
Nossa próxima parada foi na Grossmünster, a maior Catedral e o maior cartão postal de Zurique. De todos os marcos históricos que Zurique tem a oferecer, a Grossmünster (ou Grande Igreja) é o mais característico. É uma das quatro maiores igrejas da cidade (as outras são Fraumünster, Predigerkirche e Peterskirche). Sua Congregação faz parte da Igreja Reformada Evangélica do Cantão de Zurique. A Grossmünster era uma igreja do mosteiro, disputando precedência com a Fraumünster através do Limmat em toda a Idade Média. A construção fica em uma área elevada às margens do Rio Limmat, se destacando na paisagem principalmente para quem vem pela Münsterbrucke. Aliás, é interessante tirar fotos da Ponte ou do outro lado do Rio, pois a distância permite capturar a alta Catedral de ângulos mais interessantes.

Grossmünster e a Estátua de Carlos Magno



A Catedral foi construída no lugar de uma igreja carolíngia e teve sua estrutura erguida a partir dos anos 1100, sendo inaugurada cerca de um século depois. De acordo com a lenda, a fundação se deu por Carlos Magno (Charlemagne), que perseguia um cervo quando seu cavalo caiu de joelhos sobre as tumbas de Felix e Regula, santos padroeiros da cidade. De acordo com a lenda, Felix e Regula eram irmãos e membros da Legião Tebana, que era perseguida em uma caça aos cristãos, no ano de 286 d.C. Chegando em Zurique, os irmãos e seu servo, Exuperantios, foram capturados, julgados e executados. Depois da decapitação, milagrosamente, ficaram de pé, pegaram suas próprias cabeças e caminharam 40 passos morro acima e rezaram antes de caírem mortos. Eles foram enterrados no local em que se deitaram, atualmente a localização dessa Catedral, na Grossmünsterplatz. A partir do século XII, imagens dos santos a carregar as suas cabeças foram utilizadas nos selos oficiais da cidade e em moedas (estas imagens ainda hoje aparecem nos selos de Zurique). 

Heinrich Bullinger
A Catedral também tem importância por Ulrich Zwingli (Huldrych Zwingli) ter iniciado em seu escritório pastoral na Grossmünster, a partir de 1520, uma luta que acabou por levar as autoridades civis locais a sancionar a separação da igreja do papado. Muitos católicos estavam preocupados com as falsas doutrinas, abusos, corrupção e outros problemas dentro das igrejas, especialmente em termos de indulgências. O fato deu origem à Reforma Protestante no país, que continuou com o seu sucessor, Heinrich Bullinger. Os reformadores iconoclastas (que contestavam a adoração de ícones religiosos) removeram do local o órgão e a estatuária, abandonaram a quaresma, aboliram o celibato, substituíram a missa e o lecionário, baniram a música, entre outras mudanças, e são os responsáveis pela falta de adornos no interior da Igreja. Mais do que isso, trouxeram várias mudanças para a sociedade, que era controlada em grande parte pelos líderes religiosos da época.

Portal da Grossmünster

Sua arquitetura românica faz parte da primeira tendência arquitetônica pan-européia desde a arquitetura romana imperial, caracterizada pela estrutura austera e robusta, com paredes grossas em pedra. Um dos destaques desse estilo na Catedral é o grande portal com colunas medievais, cujos topos são adornados com figuras grotescas. Como de costume, as modificações na construção original da Igreja continuaram ao longo dos séculos seguintes. Entre 1913 e 1915 foram concluídas as renovações internas por Gustav Gull e Hermann Fietz. As portas em bronze das entradas norte e sul foram feitas por Otto Münch e adicionadas em 1935 e 1950. As imagens retratam cenas bíblicas e da Reforma. Apesar da simplicidade da decoração interna, é possível apontar alguns elementos que se destacam pela beleza. Chamam a atenção os vitrais criados por Sigmar Polke, pintor e fotógrafo alemão responsável pelas formas abstratas e coloridas formadas por fatias de ágata. Esses vitrais foram produzidos entre os anos de 2006 e 2009. Há também janelas com vitrais projetados pelo artista suíço Augusto Giacometti em 1932. Não era permitido tirar fotos lá dentro, então não tenho registros dessa parte. A cripta, que também pode ser visitada gratuitamente, é bem simples e data dos séculos XI a XIII. Essa é a parte mais antiga da Igreja e possui uma estátua de Carlos Magno com uma coroa dourada.

Escola Teológica da Universidade de Zurique
A fachada da Catedral é marcada por duas torres gêmeas que são, talvez, as formas mais reconhecidas da paisagem da cidade. As torres foram erguidas entre 1487 e 1492, com campanários de madeira, que foram destruídos em um incêndio no século XVIII. Depois disso, foram construídos os novos topos, em estilo neogótico. A Torre Norte que detém os sinos é mais alta do que a Torre Sul. No século XV, a Torre Sul foi nivelada pela do Norte, aonde foi adicionada uma estátua de Carlos Magno sentado (a original pode ser vista na cripta). Entre 1781 e 1787, surgiram as características neogóticas nas partes superiores da Torre por Johann Caspar Vögeli e Johannes Haggenmille. Sabe-se que Richard Wagner zombou da aparência da Igreja, como se fossem dois distribuidores de pimenta.

Escola Teológica da Universidade de Zurique
A subida na Karlsturm, a Torre Sul, é de 187 degraus, sem acesso especial para pessoas com mobilidade reduzida. No entanto, a subida é bem tranquila, já que há vários andares em que você pode parar para olhar a paisagem da janela e descansar um pouco. A entrada é paga e possui desconto para estudantes. A entrada para a Torre é bem baratinha e vale muito à pena, oferecendo uma vista de 360° em pleno Centro Histórico da cidade. Do observatório, é possível ter uma vista maravilhosa da torre vizinha da mesma Catedral, do Rio Limmat, do Lago Zürich e até dos picos dos Alpes Suíços.

Grossmünster e a Münsterbrucke
Eles também convidam os turistas a assistirem a missa de domingo junto à comunidade. Deve ser interessante participar e ouvir a celebração em outra língua totalmente diferente e observar se os costumes são os mesmos das que vemos no Brasil. Também são feitos concertos musicais com a cobrança de uma taxa de entrada. Além da volta pela Praça, a visita interna da Igreja e a subida na Torre, você pode aproveitar para conhecer o Museu da Reforma que conta a história da Reforma Protestante e se encontra no antigo claustro. A Igreja também possui o original da Bíblia Frouschauer, datada de 1531, com prefácio de Zwingli e resumos de cada capítulo. Ela contém uma versão revisada do Antigo Testamento, de 1540, e do Novo Testamento, de 1574. Anexo ao Claustro está a Escola Teológica da Universidade de Zurique.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Zurique - Centro Histórico

Hauptbahnhof
A Bahnhofplatz é a praça central dos tradicionais bondes azuis de Zurique e embarcar num deles é uma excelente opção para fazer um passeio. Como a cidade não é grande, uma hora a bordo de um deles já é suficiente para se ter uma boa ideia de como são os bairros principais. Em frente à Bahnhofplatz situa-se a estação de trens da cidade – Hauptbanhof - o ponto mais central de Zurique. Há cerca de 150 anos, parte das fortificações da cidade foi transformada no que é hoje, sem dúvida, a mais famosa "Estação Ferroviária" do mundo. Tanto a Bahnhofstrasse quanto a Limmatquai, as principais ruas de Zurique, saem dali.

Savoy Hotel

Bahnhofstrasse
A Bahnhofstrasse a avenida comercial de Zurique contribuiu amplamente para a reputação da cidade como uma verdadeira “Meca” das compras, sendo um local de grande destaque no que se referem a relógios, joias e grifes internacionais. É uma rua com um público bem focado: o que tem dinheiro. A Bahnhofstrasse vai da Estação até o Lago Zurique, onde são operados passeios de barco. E ainda se der sorte como nós, com certeza será possível ver algum carrão de algum milionário estacionado pela redondeza. Nunca vi tanta Lamborghini num lugar só.


Geiserbrunnen

Rio Limmat com a Prefeitura de Zurique ao fundo
Descendo a colina em direção ao Rio Limmat, atravessamos a Münster Bridge em direção a uma das margens do Rio Limmat, a Limmatquai, onde ficam várias casinhas antigas e coloridas, as famosas Guild Houses. Essas casinhas datam de 1336 e cada uma delas tem um estilo e cores diferentes. Nessa região também fica a Rathaus, a Prefeitura de Zurique, com seu estilo único. Tudo muito bonito! As fotos que você tira andando pela Limmatquai são as mais cartões postais possíveis de Zurique. Ali você vai ver a Grossmünster, por exemplo. Andando até o final da Limmatquai, você vai bater na Utoquai, que é até aonde vai o Rio Limmat e começa o Lago Zurique. Outra ruazinha super bonita e charmosa que vale muito a pena conhecer é a Augustinergasse. Por ali estão diversos restaurantes e lojinhas de decoração. Almoçamos em um restaurante nessa rua. 

Rio Limmat e a torre da Peterskirche

Peterskirche
Seguindo por esse labirinto de ruazinhas chegamos à região de Peterhofstatt, que fica no alto da colina de Lindenhof, um dos melhores lugares para ver toda a cidade do alto. Antigamente, nessa região havia um forte romano, que servia para proteger os suíços contra as invasões dos alemães. Esse local também tem uma importância histórica para o país, pois foi onde foi feito o juramento da Constituição Helvética. E é nessa região onde fica a Peterskirche, considerada a igreja mais antiga de Zurique. Junto com a Fraumünster e a Grossmünter são as principais igrejas da cidade. 

Fraumünster e o Rio Limmat









Aproveitamos para conhecer a última Igreja que faltava, a Fraumünster, que foi fundada alguns anos após a construção da Grossmünster a pedido do neto de Carlos Magno. A Fraumünster é um dos principais pontos turísticos da cidade de Zurique, é uma das igrejas mais antigas e com uma história muito peculiar para a época. A torre é neogótica, enquanto o edifício segue o estilo romanesco de arquitetura. O interior não se compara como algumas igrejas europeias, mas ainda sim, é lindo. A Igreja é muito bonita e sua única torre verde pode ser vista de todas as partes da cidade. Mas com certeza, o seu maior destaque fica por conta de seus vitrais, onde os cinco grandes vitrais são obra de Marc Chagall e outro vitral único, com mais de nove metros de altura, é obra de Augusto Giacometti. Todos esses vitrais coloridos retratam partes da história cristã. Infelizmente as fotos da parte interna são proibidas.

Fraumünster
A primeira coisa que me surpreendeu é que em alemão Fraumünster significa algo como “Catedral das Mulheres”. E justo esta Igreja representa o poder feminino da região, no século IX. O fundador da Igreja, “Louis, the German” mandou construí-la como um presente para sua filha, Hildegard. Naquela época ele nomeou a Catedral como uma abadia beneditina e, além de doar algumas terras, garantiu ao convento imunidade sob a sua autoridade. E para terminar o tour por Zurique, ainda fomos caminhar um pouco às margens do Lago Zurique, que impressiona por ter uma água tão transparente e limpíssima. Como dá para ver, Zurique é uma cidade super compacta, onde é possível conhecê-la com tranquilidade em apenas um dia!!

Fraumünster

domingo, 8 de novembro de 2015

Tour pela Suíça - Zurique

Wühre Bank
Diferente das demais cidades da Suíça, Zurique não lembra um vilarejo em meio aos Alpes e nem uma cidade medieval. Zurique é a maior cidade da Suíça e também a mais populosa do país. É a capital do Cantão de Zurique. É hoje considerada uma cidade global “alfa”, a mais alta classificação para se denominar uma “cidade global”, estando no mesmo patamar de importantes cidades como Nova York, Londres, Paris, Tóquio e Hong Kong. Sedia inúmeros bancos, instituições financeiras, organizações e entidades internacionais das mais variadas do mundo. Está entre as “10 cidades mais poderosas do mundo”, estabelecendo-se através de sua intensa atividade econômica, cultural, tecnológica e didática. Em termos de qualidade de vida, foi eleita em 2012 a melhor “grande cidade para se viver” no mundo, baseado nas perspectivas da cidade em educação, saúde, segurança pública e desenvolvimento econômico. Mas também uma das mais caras. Elegante e cosmopolita, sofisticada, essa palavra define muito bem Zurique, é a que mais se aproxima de uma metrópole Suíça.

Zentral Bibliothek

Casas às margens do Rio Limmat
Zurique é o centro financeiro da Suíça e uma das bolsas de valores mais importantes da Europa. Atualmente, cerca de um quarto das atividades da cidade são ligadas ao setor financeiro. Zurique é também o mais importante centro de transportes da Suíça. Tem o maior aeroporto do país e da região dos Alpes. É muito fácil e rápido chegar a Zurique, seja de trem, avião ou carro. Zurique fica no nordeste da Suíça, a norte do Lago Zurique. Do Lago surge o Rio Limmat, que cruza a cidade na direção noroeste. Graças à sua infraestrutura de alta qualidade, localizada em meio a um ambiente natural, ela se tornou um local popular de estudo e pesquisa. Mas não se engane, mesmo com todo esse poder e ar “business” que gira em torno da cidade, ela é uma pedra preciosa que merece ser descoberta.

Zurique às margens do Rio Limmat

Prédio da Primeira Faculdade 
de Medicina da Suíça
Mas estes indicadores sociais são um pouco difíceis para um turista perceber em poucos dias de visita, e geralmente o que sobressai mesmo aos olhos dos visitantes é o que pode se chamar como "Uma Graça de Lugar". A maior cidade da Suíça conserva todas as características de uma pequena e agradável localidade, com prédios de telhados vermelhos e catedrais de torres pontiagudas dominando a silhueta da cidade. Ao percorrer suas ruas, no entanto, descobre-se que por trás deste lado pitoresco existe uma cidade moderna em todos os aspectos, e ainda por cima decorada por um cenário privilegiado, onde se destacam as águas tranquilas do Zurichsee (Lago Zurique) e, ao longe, as montanhas dos Alpes

Altstatd




Tudo no lugar certo, na hora certa, da forma certa, como se fosse um relógio suíço. Mas bem... Aqui é a Suíça! Para quem vem do Brasil, conhecer um lugar como Zurique é mantida as proporções, mais ou menos como visitar outro planeta. Esqueça o jeitinho brasileiro, o improviso, o “na hora a gente vê como é que fica”. Tudo aqui parece ser feito de acordo com os manuais e as normas técnicas. Ou seja, a maior cidade da Suíça é a síntese de um povo que deu certo. Zurique parece que tem um pouquinho de tudo. Modernos prédios empresariais, sólidas instituições financeiras, e um bairro incrivelmente bonito, conhecido como Altstatd, ou Cidade Velha. Zurique é, em resumo, uma cidade bonita.

Altstatd

Museu Nacional Suíço
Zurique ostenta a maior densidade de casas noturnas da Suíça. No verão, a vida noturna pode ser encontrada não apenas nas boates, mas também ao ar livre; os locais onde os visitantes se banham e relaxam durante o dia é o lugar ideal para paquerar e dançar durante a noite. A vida noturna mais bacana, no entanto, está longe do Rio, no bairro industrial de Zürich West, a mais de 10 minutos de bonde da Estação Central, na direção oposta ao Lago. Zurique também não se esquece dos amantes da arte. A cidade por si só abriga mais de 50 museus, 14 deles dedicados à arte. O Museu de Belas Artes, o Kunsthaus Zürich, ostenta um importante acervo de pinturas, esculturas, fotografias e vídeos. Além disso, possui uma extensa coleção de obras de Alberto Giacometti. Outro destaque é o Museu Rietberg, um dos principais centros de arte não europeia do mundo. A apenas poucos passos da principal estação de Zurique, o Museu Nacional Suíço – alojado num edifício de mais de 100 anos, que mais parece um castelo de conto de fadas – contém a mais completa coleção, de todo o país, de objetos relativos à história cultural da Suíça.

Museu Nacional Suíço

Museu Nacional Suíço
Zurique é a cidade suíça com maior cartaz entre os brasileiros, que muitas vezes fazem dela sua única parada no país, dentro de um pinga-pinga pela Europa. Não acho uma boa estratégia. Em minha opinião, Zurique é uma parada bacana se seu interesse específico for por Zurique; mas se você procura um resumo da Suíça num lugar só, ou uma base única para se movimentar o máximo pelo país, Lucerna e Berna são escolhas bem mais proveitosas.



Ruas de Zurique

domingo, 27 de setembro de 2015

Tour pela Suíça

Cantão Graubünden
Em fins de setembro de 2011 fizemos um Tour pela Suíça. Era outono. Foram 17 dias de viagem. Viagens internacionais sempre requerem uma preparação especial. Passaporte em dia, passagens compradas (ida e volta, com seguro de viagem para eventualidades médicas, é obrigatório), de preferência fora de temporada para reduzir custos, voucher da reserva dos hotéis ou albergues onde for se hospedar ou se for hospedar em casa de parentes ou amigos, é necessário uma carta convite com endereço e número de telefone para contato caso o serviço de imigração queira conferir. Pode-se levar dinheiro (Euros ou Francos no caso da Suíça, em alguns poucos locais aceitam-se Dólares também) ou cartão de crédito, mas é obrigatório que você tenha disponível no mínimo € 100,00 por dia. No nosso caso deveríamos comprovar se necessário € 1.700,00. Se for ficar em casa de parentes ou amigos, é de bom tom levar um presentinho para os moradores da casa. Cidadãos brasileiros não necessitam de visto para a Suíça, se o período de permanência no país não exceder 90 dias e se o motivo da viagem for turismo, visita, negócios, estudo, tratamento médico ou participação em congressos ou eventos.

Heidsee (Cantão Graubünden)

Bela Vista no Cantão Graubünden
Embarcamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, também conhecido como Cumbica, em Guarulhos. Em voos internacionais é necessário chegar pelo menos duas horas antes para fazer o check-in. Não se esqueçam de conferir tamanho e peso da bagagem para evitar problemas com a companhia aérea. Fizemos conexão no Aeroporto de Zurique (é o maior aeroporto da Suíça e um dos 10 maiores da Europa, então cuidado para não se perder) e pegamos o voo para o Aeroporto Internacional de Genebra. De Genebra fomos de carro até Lausanne onde ficaríamos hospedados na casa da minha irmã. Alugamos um carro para que pudéssemos conhecer as cidades sem preocupação com horários. 
Nas cidades próximas a Lausanne íamos e voltávamos no mesmo dia, não necessitando hospedagem. Depois, quando estávamos percorrendo as cidades mais distantes, parávamos onde achávamos melhor e procurávamos um hotel. Isto só dá para ser feito fora de temporada, onde os hotéis estão vazios. No verão ou no inverno somente com reservas antecipadas. Além de Lausanne, nos hospedamos em Interlaken, Lucerna, Chur, Lugano, Ascona e Zermatt. Nosso roteiro preparado com antecedência previa 15 cidades, mas acabamos conhecendo 21 cidades (Comunas), percorremos os quatro cantos do país, ou melhor, nove dos 26 Cantões (Estados) existentes na Suíça. Algumas cidades são tão pequenas que dá para conhecer mais de uma por dia. 

Château d'Oex (Cantão Vaud)

Hotel Montana (Cantão Graubünden)
A bagagem é outra história, no outono ainda não está tão frio, mas há dias bem quentes, no entanto em Zermatt nevou demais!!! Nada menos que 6ºC negativos, com sensação térmica de 12ºC negativos. O tempo na Suíça varia bastante de lugar para lugar. Tivemos que comprar roupas apropriadas, pois não tínhamos na mala. É tanto frio que dói até os ossos. Fazendo fronteira com França, Alemanha, Itália e Áustria, um diferencial da Suíça está na belíssima paisagem natural de grandes bosques, lagos e montanhas, como a famosa região dos Alpes. Lá, a adrenalina das estações de esqui e o frio abaixo de zero são garantidos em qualquer época do ano.

Hôtel Du Chamois em Château d'Oex (Cantão Vaud)

Viaduto de Landwasser (Cantão Graubünden)
A Suíça ou Confederação Suíça (Helvética) é uma República Federal composta por 26 estados, chamados de Cantões, com a cidade de Berna como sede das autoridades federais. A Suíça é um país sem costa marítima cujo território é dividido geograficamente entre o Jura, o Planalto Suíço e os Alpes, é um dos países mais ricos do mundo e Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente. 


Café Tivoli em Châtel Saint Denis
(Cantão Friburgo)




A Suíça é constituída por quatro principais regiões linguísticas e culturais: alemão, francês, italiano e romanche. Por conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum étnica ou linguística. A separação não fica somente pela língua, mas também pelas ideologias e culturas, onde os falantes franceses são mais abertos e liberais e os falantes alemães são mais conservadores. O visitante estrangeiro pode se sentir à vontade. O povo local é tranquilo, cordial e elegante. Interagir com eles é fácil. O suíço aprende logo na escola a falar ao menos duas das quatro línguas oficiais, além de inglês, é claro! Com alto padrão de qualidade de vida e organização, a Suíça é um país “quatro em um”. Pois se divide em regiões de origens alemã, francesa, italiana e romanche. Poliglota, a terra do relógio, onde tudo funciona com precisão, carrega a herança multicultural em museus, festivais, lugares históricos e na arquitetura medieval.

Le Sépey (Cantão Vaud)

Vaquinha típica na Suíça
A história da Suíça começa antes do Império Romano: em 500 a.C. Nessa altura, muitas tribos celtas estavam localizadas nos territórios do Centro-Norte da Europa. A mais importante delas era a dos Helvécios, nome que iria originar a designação atual da Suíça. Ao contrário do que era dito pelos romanos e pelos gregos, os Helvécios não eram selvagens, mas sim avançados na técnica de joias e outras peças pequenas corroborando as escavações feitas no Lago Neuchâtel. Muitas cidades suíças da atualidade foram fundadas durante a colonização pelo Império Romano, como Genebra, Lausanne, Martigny, Zurique, Sion, Basiléia, Bellinzona, entre outras. Do século XI ao século XIII, muitas cidades foram fundadas, incluindo Berna, Lucerna e Friburgo.

Bela vista dos Alpes Suíços

Chalé em Châtel Saint Denis (Cantão Friburgo)
A Suíça é dividida em 13 regiões turísticas. A principal atração são os Alpes Suíços. Até o século XVIII, o país não era um destino, mas uma passagem obrigatória no centro da Europa. Nesta época, as cidades que atraiam turistas eram apenas a Basiléia e Genebra devido as suas universidades, movimentos religiosos, as fontes de água e as curas que as termas proporcionavam. O início do turismo no país é provocado pelos trabalhos de escritores e pintores naturalistas do fim do século XVIII e início do século XIX que suscitam interesse aos viajantes pelas descrições das paisagens e das montanhas.

Cantão Berna
No dia-a-dia, os suíços preferem coisas pequenas e não são esbanjadores. Mas são, sobretudo, marcados pela pontualidade, a precisão e o perfeccionismo. A gastronomia típica helvética é claramente feita à base de leite. Os suíços juntamente com os franceses, produzem queijo para a raclette que é derretida e servida com batatas cozidas e picles (muito bom, principalmente se for degustada na cidade de Gruyères). Além do queijo, come-se muita massa, como o äplermakronen, uma massa com queijo e batatas, prato típico de inverno, o chocolate também é muito famoso no país e no mundo. Na parte alemã é comum encontrar o rösti em formato de panqueca, é feito de batatas cozidas e raladas, a massa misturada com manteiga podendo juntar bacon, cebolas, entre outros ingredientes, é então colocada em uma frigideira e tostada dos dois lados (muito bom também, principalmente se for saboreada em Lucerna). Também é comum encontrar pratos feitos a partir de castanhas, sobretudo nas zonas montanhosas (Valais e Ticino). 

Cantão Berna
Os vinhos suíços não são muito famosos no mundo (mesmo assim foi a bebida que eu mais consumi. Pode-se pedir jarrinhas com quantidades menores da bebida), pois a produção vinhateira na Suíça é muito reduzida, apesar da tecnologia usada no processo de obtenção. A cidra de maçã, o absinto de Jura e a Rivella são outras bebidas famosas. Tortas e quiches também são tradicionalmente encontradas na Suíça. Em particular, as tortas são feitas de todos os modos, desde maçã à cebola. Outro prato típico são os cervelats, linguiça suíça feita especialmente no país e no sul da Alemanha. Na Suíça, a culinária é influenciada pelas outras culturas adjacentes como a francesa, a alemã e a italiana. Se a gente não tomar cuidado é capaz de voltar para casa rolando.

Cascade de la Pissevache, Vernayaz (Cantão Valais)

Vinhedos de Valais
Nem só de praia, sol e carnaval vive a felicidade. Ao que parece, ela está mais voltada para as montanhas, os chocolates, os queijos e os relógios pontuais. Neste ano de 2015 a Suíça foi eleita o país mais feliz do mundo. O ranking é baseado em diversos fatores, como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expectativa de vida saudável, sistema de ajuda social e percepção de corrupção ou a ausência dela no governo. Em resumo, a Suíça é tudo de bom.