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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Antonina - Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Santuário Nossa Senhora
do Pilar da Graciosa
Desde o início do século XVIII, a Vila de Antonina está intimamente ligada com a Capela de Nossa Senhora do Pilar. O culto a esta deve-se, segundo a tradição, pela devoção de três irmãs as quais celebravam terços e rezas à Nossa Senhora do Pilar, festejada todos os anos no dia 15 de agosto, reunindo mineiros, faiscadores e lavradores das regiões vizinhas ao sítio da Graciosa. A tricentenária Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa constitui marco fundamental para a história de Antonina: a fundação da freguesia, em 1719. Manoel Valle Porto obteve a Provisão de Licença para a construção da Capela com o Bispo do Rio de Janeiro, em setembro de 1714. Com a Capela-mor pronta, inaugurada em junho de 1715, seriam necessárias outras providências como a criação do Curato. Foram feitas as solicitações pelo Sargento-mor e pelos moradores da vila, inclusive os dos cubatões dos Três Morretes, para o vigário de Paranaguá, e para o Bispo que atende a solicitação do Cura, e ao mesmo tempo, baixa a provisão que cria a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, em maio de 1719.

Vitrais do Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Nave do Santuário Nossa
Senhora do Pilar da Graciosa
A capela original atendia aos anseios de moradores que rendiam suas orações à sua santa protetora e foi construída em uma bela colina às margens da baía, de onde se tem uma vista privilegiada da cidade e de sua exuberante riqueza. A conclusão do corpo da Matriz se deu com a celebração da benção da Igreja em agosto de 1722. Para efetivar a construção da Capela, foi utilizada mão-de-obra escrava, já que neste período, o Brasil caracterizava-se pelo sistema escravocrata, e especificamente, Valle Porto, era o responsável pela construção, como também, era senhor de numerosa escravatura. O costume lusitano de construir capelas em elevações à beira mar era comum a diversas cidades com vistas às necessidades de catequização, defesa e saúde. Com o tempo, a partir da capela, símbolo maior da povoação, o casario iria surgindo no seu entorno.

Vitrais do Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Altar do Santuário
Ainda é necessário ressaltar o fato de que o Sargento-mor doou parte de sua sesmaria ao patrimônio da Igreja. Atualmente, o registro cartorário da propriedade está em posse da Mitra Diocesana de Paranaguá, e devido a sua secularidade, o título de transmissão apresentou-se por usucapião. O Padre Francisco de Borja, que atuou no período de 1751 a 1760, ficou conhecido como um dos mais zelosos curas da Igreja. Este padre foi quem organizou a documentação da Matriz, resultando no que se conhece hoje por “Folhas Avulsas de Antigos Livros da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Antonina”. Ele também relatou sobre a Vila de Antonina, nesta época, e como estava a Igreja: Em 1748 a Igreja somente tinha o altar-mor onde além de venerada imagem da padroeira, estavam as de Sant’Ana, São Benedito e do Senhor Crucificado. Somente a Capela-mor era forrada por cima de taboado e por baixo ladrilhada de tijolos.



Imagem do Senhor Crucificado

Oratório do Sagrado Coração de Jesus
O Padre Borja ainda realizou todo o levantamento de utensílios pertencentes à Igreja, ornamentos das imagens e, pelas descrições, não havia torre, pois o sino encontrava-se na sacristia. Já no século XX, no ano de 1923, a Matriz é literalmente fechada devido ao seu estado de precariedade. As imagens dos santos e seus respectivos altares foram transferidos para a Matriz provisória: a Igreja de São Benedito. Em 1926 a Igreja passou pela primeira grande reforma que se tem conhecimento. Segundo o padre da época, a Matriz estava fechada, completamente abandonada. O interior da Igreja estava uma verdadeira ruína, sem assoalho e forro, privada de altares, montões de pedra, tábuas e vigotas  podres. Uma parte da parede achava-se aberta, por onde entrava chuva. Na sacristia encontrava-se um armário com gavetas demolidas e montão de tijolos, telhas e cal, cujo peso tinha afundado o assoalho. O pátio da Matriz assemelhava-se a um matagal, abrigo de muitas cobras venenosas.

Pia de Água Benta do Santuário

Imagem de Santo Antônio
A segunda grande reforma que se tem referência foi em 1952. Nesta restauração, de acordo com fontes orais, as esquadrias de madeira foram substituídas por vitrais, o telhado ficou mais alto, o piso passou a ser cerâmico, as paredes perderam seus afrescos, entre outras mudanças. A casa ao lado da Igreja, construída pela Congregação Redentorista, já é mais recente, da década de 1970. Teve por objetivo abrigar a Casa Paroquial e a Secretaria. Por outro lado, acabou interferindo na paisagem do morro com a própria Igreja, composição esta que serviu de inspiração e beleza para muitas pinturas, fotografias e, mesmo até hoje, como cartão postal de Antonina. Sucessivas reformas foram ampliando e sofisticando a edificação até que ela tomasse os contornos atuais. Tombada pelo Patrimônio Histórico do Paraná, em 1999, a tradicional Igreja de Nossa Senhora do Pilar foi elevada à condição de Santuário pela Diocese de Paranaguá, em agosto de 2012.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Férias de Fim de Ano - Antonina

As cores vibrantes da Praça Coronel Macedo,
em Antonina
Na volta para Curitiba passamos por Antonina, uma das mais antigas povoações do Estado do Paraná. Antonina é uma daquelas cidades que fazem os turistas se sentirem acolhidos e maravilhados. Abraçando a Baía onde repousam pequenos barcos, Antonina é uma daquelas descobertas que deixa a gente cheio de esperança. Tranquila como o mar que lhe traz vida, a cidade deve estar no seu roteiro quando visitar Morretes. Isso depois de fazer o passeio de trem que sai de Curitiba. Pode ser acessada pela BR-277, pela antiga Estrada da Graciosa, por ferrovia e através do porto, que foi recentemente reativado, onde também se localiza a sede do município. Localiza-se a 80 quilômetros da capital Curitiba. Os habitantes naturais do município de Antonina são denominados antoninenses ou capelistas. O nome de Antonina é uma homenagem prestada ao Príncipe da Beira Dom Antônio de Portugal em 1797.

Estação Ferroviária de Antonina
É uma cidade histórica cujos primeiros vestígios de ocupação humana na região foram encontrados nos diversos sambaquis existentes no município. Supõe-se que tribos nômades se deslocavam do planalto para o litoral nos meses mais frios do ano para viverem da pesca e coleta de mariscos. Existem evidências de dois grupamentos humanos distintos que frequentavam esta região: os primeiros, denominados ‘sambaquis’ e posteriormente os índios Carijós, raça mais evoluída que acabou por expulsá-los para se estabelecer no local. A efetiva ocupação deu-se em 1648 quando o Capitão Povoador parnaibano, sesmeiro da Nova Vila (Paranaguá), cedeu três sesmarias no litoral Guarapirocaba, primeiro nome de Antonina, as primeiras daquela porção litorânea. Foram, pois, estes os primeiros povoadores de Antonina.

Casa centenária de Antonina
Eram tempos de caça ao ouro, e este ciclo intensificou-se com a chegada de homens sequiosos pelo vil metal. Em 1712, Manoel do Valle Porto, depois Sargento-Mor, estabeleceu-se no Morro da Graciosa, pois havia recebido uma sesmaria localizada nesta região, e à frente de grande número de escravos iniciou o trabalho de mineração e agricultura. As primeiras roçadas devastaram a mata em frente à Ilha da Graciosa (atualmente Corisco), que comprovaram a fertilidade da terra, de grande valia para o povo do lugar. Com o passar dos anos, o povoamento do lugar foi se firmando, datando de setembro de 1714 a oficial povoação de Antonina. O Sargento-Mor conseguiu licença para a construção da primeira nave da Capela de Nossa Senhora do Pilar no povoado, que abrigava cerca de 50 famílias de fiéis, em tributo à Virgem Maria. Desde esta época os moradores da cidade ficaram conhecidos como “capelistas”. Existiam duas irmãs que possuíam uma venerada estampa de Nossa Senhora do Pilar a quem prestavam fervoroso culto. Todos os anos, para homenagear a Santa, elas promoviam várias celebrações de cunho religioso, o que fez com que o pequeno vilarejo se movimentasse, e no dia 15 de agosto (como é até hoje), a cidade recebesse inúmeros fieis que lotavam a imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa construída no início do século XVIII.

Ruínas do Armazém Macedo na Baía de Antonina
Em 1797 o povoado vivia de mineração, pesca e agricultura de subsistência. Atos de violência e barbaridades de todo o tipo eram práticas comuns nessa época. Por causa disso, por ser distante de Paranaguá, e a nobreza capelista (os que viviam em torno da Capela Nossa Senhora do Pilar) pediram ao Governador de São Paulo, a elevação da freguesia em vila. Neste mesmo ano, em novembro, a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa foi elevada à categoria de Vila com a denominação de Antonina. Este ato solene foi realizado na presença da nobreza e do povo em geral, que assistiu ao levantamento do pelourinho e da lavratura do ato. Em janeiro de 1798 foi empossada a primeira Câmara de Vereadores de Antonina, e a primeira providência foi a reabertura da Estrada da Graciosa, no que foram ajudados por autoridades curitibanas. Em janeiro de 1857 Antonina tornou-se município da nascente Província do Paraná.

Baía de Antonina
Situado na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, o município limita-se ao norte e a oeste com Campina Grande do Sul, ao sul e a oeste com Morretes, e ao leste com Paranaguá e Guaraqueçaba. A localização da cidade de Antonina na orla atlântica faz com que apresente clima quente e úmido. Frio no período do inverno e agradável no verão. Na Baía de Antonina destacam-se as Ilhas das Rosas, do Lessa, do Quamiranga, do Goulart e do Corisco. Na localidade de Cedro, há dois morros que se destacam: o do Pico Torto e da Divisa, com as altitudes de 847 e 817 metros, respectivamente.

           Escadarias da Igreja Matriz Nossa Senhora 
do Pilar da Graciosa com uma linda 
vista da Baía de Antonina
Antonina pode surpreender qualquer pessoa com suas ruas simpáticas e cheias de história. O cenário bucólico do centrinho histórico é um dos cartões-postais da cidade. De frente para a Baía de Antonina, e contornado por uma cadeia de montanhas da Serra do Mar, o espaço é salpicado por coloridos sobrados coloniais e calçamentos em pedra, junto às ruínas do antigo porto, foi o que restou do auge da época em que se escoava erva-mate que vinha do interior do Paraná. Além da pitoresca cidade, o município possui muitas atrações nos arredores, como o Rio Cachoeira, local de prática de rafting, as descidas acontecem em um trecho de três quilômetros e duram cerca de uma hora e meia; a Estrada do Bairro Alto que leva a fazer caminhadas por trilhas e banho nas cachoeiras; já os adeptos do montanhismo se encontram no Pico do Paraná (ponto mais alto do Sul do Brasil, com 1962 metros de altitude). Por ali fica também a Usina Hidrelétrica Parigot de Souza, um túnel de pedra com mais de um quilômetro de extensão. A área é aberta a visitas, mas é preciso fazer agendamento na Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL). Menores de 10 anos não recebem autorização.

Igreja do Bom Jesus do Saivá
As construções antigas estão espalhadas pela cidade, algumas agrupadas em determinados pontos, outras mais isoladas, algumas bem conservadas, outras em ruínas, como o Armazém Macedo. O conjunto mais bonito fica junto à Praça Coronel Macedo, onde também está a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar (uma imponente igreja situada no ponto mais alto da cidade), tem também um coreto e um chafariz. E preste atenção às fachadas de algumas construções, com plaquinhas com letras de música. Com calçadas de pedra, Antonina tem patrimônio tombado, uma tentativa de preservar – além da história – a memória do lugar.

Estação Ferroviária de Antonina
A Estação Ferroviária de Antonina é uma bela construção da fase áurea do mate, pena que se encontra em estado de abandono. Foi construída em 1916, em estilo eclético, com detalhes requintados. Hoje abriga um espaço cultural e Centro de Apoio do Turismo e Esporte. Da fase de maior produtividade econômica – na segunda metade do século XX - Antonina preserva o Theatro Municipal, criado por artistas e patrocinado por homens ricos da cidade que acreditavam em seu crescimento. O Porto Barão de Tefé, um dos mais importantes portos do início do século XX, está situado na cidade, junto com o terminal da Ponta do Félix. Antonina, além de histórica e turística, é uma cidade festiva, realizando o carnaval de rua mais animado do Paraná e o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná. Enquanto Morretes ferve aos domingos, Antonina se mostra pacata em meio a 300 anos de história e construções coloniais. Nos fins de semana (quando não há eventos), a maioria das lojas fecha e nem a reforma no Mercadão Municipal alavancou o turismo local.

Baía de Antonina
Mas, sem dúvida, o passeio de barco pela Baía é algo que jamais pode faltar no seu roteiro. Em apenas 30 minutos dá para conhecer a cidade a partir do mar: ver seu relevo, as moradias, o santuário e o trapiche, um píer onde você também pode fazer uma agradável caminhada. Deste píer saem os passeios de barco, que levam até algumas ilhas e praias. Entre as praias, se destacam: A Prainha, com águas claras e rasas; e a Ponta da Pita, formação rochosa que avança dentro da Baía em um local de lazer no Bairro Itapema. Há diversas opções de passeios que saem do trapiche. Um deles te leva para ver o manguezal da Mata Atlântica e para observar pássaros, em outro você pode ainda andar de caiaque pelo Rio Pequeno. E o melhor: é baratinho. Se você pegar um fim de tarde ensolarado vai presenciar a cidade paranaense mais fotogênica do litoral. É o típico caso em que os detalhes fazem a diferença.

Serra do Mar vista da Estrada da Graciosa
É em Antonina que começa ou termina a bela Estrada da Graciosa, estrada cênica que serpenteia a Serra do Mar rumo a Curitiba. A Estrada da Graciosa são 33 quilômetros de curvas, paralelepípedos e paisagens panorâmicas que descortinam encostas floridas, Mata Atlântica, picos e cachoeiras. De tão encantadora, a estrada inaugurada no final do século XIX é pontilhada por mirantes para que os viajantes possam apreciar o visual e tirar fotografias. Vale aproveitar as paradas também para comprar deliciosas balas de banana, além de cachaça e mel. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Férias de Fim de Ano

Liberdade
Organizar férias a dois dá um pouco de trabalho, e bastante “jogo de cintura” para agradar aos dois com o roteiro, a escolha do hotel, os restaurantes, passeios etc., imagina então organizar férias para oito pessoas. Sim, oito pessoas, e dentre elas, dois adolescentes. Foi a empreitada em que me meti no final do ano de 2013. Desta vez o destino escolhido foi o Sul do Brasil. Passaríamos o natal em Curitiba e o réveillon em Florianópolis. A programação teria que agradar a todos, não poderia ser entediante para os adolescentes e nem radical para os outros (eu principalmente). Foram 15 dias de viagem. Fomos em dois carros. O bom de viajar de carro é que dá para parar onde tiver vontade, sem preocupação com horários e fotografar à vontade.

Percorremos oito cidades num total de pouco menos de dois mil quilômetros rodados. Saímos de Campinas em São Paulo e passamos por Jaguariaíva, Ponta Grossa, Curitiba, Morretes e Antonina no Paraná, depois em Florianópolis e Pomerode em Santa Catarina e na volta passamos por Capão Bonito, em São Paulo, antes de chegarmos em Campinas novamente. Hospedamo-nos em Ponta Grossa, Curitiba, Florianópolis, Pomerode e Capão Bonito, as outras cidades foram passeio de um dia apenas. Devo ter começado a programação pelo menos uns 90 dias antes, pois reservar hotéis para oito pessoas em tantas cidades diferentes deu trabalho. Em Florianópolis reservamos dois apartamentos em um residencial e em Pomerode uma pousada, nas outras cidades ficamos em hotéis. Fazer a reserva para a ceia de natal em Curitiba e réveillon em Florianópolis também não foi fácil, pois seria às cegas já que não conhecíamos os restaurantes escolhidos. Deu um pouco de stress.

Programar férias em qualquer praia também precisa de uma logística diferente. Chapéu, óculos de sol, filtro solar, guarda-sol, água mineral etc., e etc. Confesso que praia “não é a minha praia”. Areia, milhões de guarda-sóis, crianças enterradas até o pescoço na areia, areia de novo, mas como amo Florianópolis, fiz este sacrifício, e para os adolescentes era perfeito. Gosto de praia fora de temporada, para caminhar tranquilamente pela areia, abrir meu guarda-sol onde tiver vontade sem precisar disputar cada metro quadrado de chão.

Nas próximas postagens vou contando as aventuras e desventuras de nossas Férias de Fim de Ano. Aguardem!!!