quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Belo Horizonte - Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão)

Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão)
O Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, localizado em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, foi inaugurado em setembro de 1965, com uma partida entre a Seleção Mineira e o River Plate, da Argentina. As festividades tiveram direito a música, fogos e paraquedistas. O Estádio recebeu 80 mil pessoas no jogo de estreia e tornou-se a principal arena de Minas Gerais – desbancando o Estádio Independência, que havia recebido partidas da Copa de 1950. No dia 7 de setembro (data da Independência Brasileira), foi realizada a primeira partida da Seleção Brasileira no Estádio. A equipe do Palmeiras inteira, incluindo comissão técnica e os reservas, vestiu a camisa da Seleção, para jogar um amistoso contra a Seleção do Uruguai. No seu primeiro ano de vida, o Estádio se chamava Estádio Minas Gerais, talvez por isso, tenha surgido o apelido “Mineirão”. No ano seguinte, uma lei alterou o nome do Estádio para “Estádio Governador Magalhães Pinto”.


Sala do Fuleco (Mascote da Copa de 2014
com a Brazuca
O projeto de construção do Mineirão antecede a sua inauguração em mais de 25 anos. Na década de 1940, começaram movimentos tímidos, envolvendo dirigentes, empresários, atletas e jornalistas. A ideia era construir em Belo Horizonte um campo que acompanhasse a evolução do futebol mineiro. Os três principais times da capital mineira possuíam seus estádios, mas estes eram acanhados, desconfortáveis e já não suportavam a demanda dos torcedores. O Estádio Otacílio Negrão de Lima (Estádio da Alameda, na Avenida Francisco Sales), do América, o Estádio Antônio Carlos (localizado na Avenida Olegário Maciel), do Atlético, e o Estádio Juscelino Kubitschek (localizado na Avenida Augusto de Lima), do Cruzeiro não suportavam mais do que 15 mil espectadores. O Atlético, time das camadas mais populares da cidade, planejava construir um Estádio para 30 mil pessoas. Após o título de “Campeão dos Campeões do Brasil”, em 1937, o projeto quase saiu do papel. Mas então se descobriu uma enorme dívida do clube, obrigando os diretores a lotear e vender os imóveis que o clube possuía na região onde seria construído o Estádio, na Avenida Antônio Carlos, próximo ao Aeroporto.

Arquibancadas do Mineirão

Mineirão Tribuna
No fim dos anos 1940, o jornalista Canôr Simões Coelho conseguiu com a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) a inclusão de Belo Horizonte como uma das sedes da Copa do Mundo de 1950. Para isso, o município teria de construir um estádio à altura do evento. O acordo oficial foi assinado pelo Prefeito Otacílio Negrão de Lima e o Presidente da CBD Rivadavia Correa Meyer. O modesto clube Sete de Setembro ficou encarregado de comandar as obras do novo campo. A construção do Independência era lenta e parecia que não ia ser concluída a tempo da Copa da Mundo. Mas com intervenção da CBD e da FIFA, a Prefeitura de Belo Horizonte assumiu a responsabilidade da construção, e o Estádio foi entregue a tempo da partida entre Iugoslávia e Suíça em junho de 1950, ainda com muitas improvisações. Porém, em pouco tempo a excitação inicial pelo novo Estádio foi se acabando, uma vez que os 30 mil lugares disponíveis não atendiam o crescente número de torcedores. O Independência era desconfortável para o público, além de não oferecer boas condições para a imprensa.

Gramado do Mineirão

Gramado do Mineirão
No início da década de 1950, poucos anos após a abertura do incompleto Independência, já começaram as movimentações para a construção de um Estádio ainda maior em Belo Horizonte. A primeira delas, iniciada por estudantes de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), consistia no Estádio Universitário, que seria erguido na Pampulha, onde a Universidade era dona de grandes terrenos. Caberia ao Reitor ceder o terreno e em seguida obter recursos. Em 1956, o Presidente da Federação Mineira de Futebol propôs a construção do Estádio Municipal, às margens da atual BR-040, próximo ao local onde hoje está situado o BH Shopping. Os recursos seriam obtidos através da venda de cadeiras cativas. Com o apoio do Presidente da República, o ex-governador mineiro Juscelino Kubitschek vieram até Belo Horizonte, alguns dos engenheiros que trabalharam na construção do Maracanã.

Gramado do Mineirão

Banco dos Reservas
O então Presidente do Conselho Regional de Desportos, Antônio Abrahão Caram, foi um dos maiores incentivadores da construção daquele que viria a ser o Mineirão, após combater e demonstrar a impraticabilidade do projeto apresentado, e colaborar na elaboração do projeto do atual Estádio. Justamente em função da importância do papel de Abrahão Caram na proposta de solução financeira, na definição do local e na elaboração do Projeto de Lei para construção do Mineirão, desde 1966 a Avenida que leva ao Estádio tem o nome de Avenida Antônio Abrahão Caram. Com o projeto saindo do papel, o então Deputado Estadual Jorge Carone Filho foi o encarregado da apresentação do Projeto de Lei à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, que criaria o Mineirão. A parte dos recursos seria obtida a partir de bilhetes da Loteria Mineira: 10% do valor de cada bilhete vendido seriam destinados às obras do Estádio.

Zona Mista
Coube aos arquitetos Eduardo Mendes Guimarães e Gaspar Garreto, a alteração do projeto do antigo Estádio Universitário, que comportaria 30 mil pessoas, para um novo e “gigante” Estádio, com capacidade para 100 mil pessoas. O terreno escolhido localizava-se na Pampulha, numa área pertencente à UFMG. O então Reitor Pedro Paulo Penido foi favorável à ideia, uma vez que iniciadas as construções do novo campus, o Mineirão serviria como atrativo para povoar a então isolada região. Com a aprovação do Ministro da Educação do Governo JK, Clóvis Salgado, o comodato entre a UFMG e a AEMG foi assinado em fevereiro de 1960. Assim, iniciam-se as obras do Estádio.

Frases de locutores famosos

Frases de famosos locutores na Zona Mista
Quando começaram as obras do Estádio, em 1959, engenheiros e operários não tinham certeza de que elas seriam concluídas. Gil César, o administrador da construção, enfrentou crises financeiras, mas soube usar a política em proveito do Mineirão. Apesar do controle extremado dos gastos, as obras enfrentavam, a cada etapa, o esgotamento de recursos. O empréstimo inicial de 100 milhões de Cruzeiros evaporou na execução dos primeiros serviços de fundação. Durante um ano e meio, a empreitada seguiu um ritmo lento, trabalhando com equipamento reduzido e com pessoal mínimo indispensável. Enquanto um grupo agia politicamente para modificar leis que possibilitassem a obtenção de recursos e também convencer o Governador Magalhães Pinto de bancar a construção.

Sala de Coletiva de Imprensa
O novo Estádio foi alçado a emblema para a engenharia nacional ao oferecer inúmeros exemplos de evolução na construção civil. A equipe de engenheiros do Mineirão foi ao extremo nos detalhes. Passou o Maracanã por um verdadeiro raio-X, localizando deficiências que não deveriam ser repetidas no campo mineiro. Em 1964, Gil César foi buscar em Tóquio, onde foram erguidas arenas para as Olimpíadas, novidades sobre este tipo de obra. Os profissionais anotaram particularidades e inovações de engenharia. Preocuparam-se até com a qualidade da grama, balizas e outras minúcias. A grande dúvida que testava engenheiros e operários era quanto à capacidade de se executar uma superestrutura – uma falsa elipse, medindo o eixo maior 275 metros e o menor 217 metros – utilizando equipamento convencional. Para avaliar e suprimir incertezas, foi projetado um mini Mineirão, chamado de Setor Experimental 15 (hoje, abrigando a torcida do Atlético) onde um elo de arquibancadas e coberturas seria submetida a todo tipo de prova. Usinas de concreto, correias transportadoras, graus, carregadeiras e lançadeiras foram testadas. A complexidade da obra exigia barras de ferros em comprimentos que a indústria não tinha condições de atender. A solução veio no próprio canteiro de obras, onde engenheiros e operários utilizaram soldas para promover a extensão das barras.

Sala de Aquecimento
Com recursos disponíveis podia-se contratar mais gente, mas a falta de pessoal qualificado se mostrou um problema. Feita uma concorrência pública para fornecimento de mão de obra, constatou-se ser inexequível, pois o preço cobrado era infinitamente alto para o caixa da administração do novo campo. Comprovou-se, no futuro, que o valor pedido pelas empresas daria para construir um Mineirão e meio. Diante da inexistência de mão de obra especializada disponível, a AEMG promoveu o treinamento de pedreiros, carpinteiros, armadores e outros profissionais. Turmas inteiras foram formadas, e centenas de operários ganharam qualificação para exercer funções especiais. Neste estágio, a administração conseguiu reunir número necessário e indispensável para tocar a obra em ritmo acelerado. Entre agosto de 1964 e julho de 1965, a construção saltou de um único setor (o experimental) para oferecer ao país o mais moderno Estádio do mundo.

Vestiários

Vestiários
Para apressar a construção e abreviar o drama do orçamento, Gil César lançou a Operação 24 Horas por dia, dividindo em três turnos os três mil operários contratados. O serviço não parava um minuto sequer. Do alto do Edifício Acaiaca, no centro de Belo Horizonte, via-se um enorme clarão de luz vindo dos lados do futuro Mineirão. A administração passou a gratificar as equipes por produção e criatividade, promovendo uma competição entre os diversos setores da construção. A ideia do “joguinho local” deu tão certo que muitas frentes foram concluídas bem antes do prazo estipulado. O processo de tempo integral permitiu que o Estádio fosse entregue à população em oito meses. Mesmo em ritmo alucinante e sob pressão, apenas um trabalhador morreu durante toda a construção da arena.

Spa com hidromassagem

Spa com hidromassagem
A primeira equipe a jogar um torneio interestadual oficial no Mineirão foi o Esporte Clube Siderúrgica. Campeões mineiros de 1964, eles inauguraram uma era de grandes torneios nacionais jogados no Mineirão. Na Taça Brasil de 1965, jogaram a decisão da chave central contra o Atlético Clube Goianiense. O primeiro clássico realizado no Estádio Mineirão foi pelo Campeonato Mineiro de 1965. Organizado pela Federação Mineira de Futebol, a história do Campeonato pode ser dividida em duas partes: antes e depois da construção do Mineirão, que foi inaugurado em setembro de 1965. A época chamada de Era Mineirão marca o crescimento do time mais jovem da capital, o Cruzeiro, que assumiu um papel de destaque no cenário esportivo nacional após vencer o Santos de Pelé pela Taça Brasil de 1966 e, em poucos anos, se tornou o clube mineiro de maior números de títulos nacionais e internacionais.

Placas comemorativas no Museu Brasileiro
do Futebol
O Mineirão é o quinto maior Estádio do Brasil, já tendo sediado cinco finais da Copa Libertadores, uma final da Copa Intercontinental (1976) e escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014. Entre 1996 e 2003, diversas reformas renovaram o Mineirão. Em 1996, o Estádio ficou fechado por cinco meses para a troca do gramado. Depois ocorreram substituições dos sistemas de drenagem e irrigação, mais iluminação e placar eletrônico, melhorias nos vestiários, e a instalação de pilares de sustentação na arquibancada para diminuir a vibração das mesmas. Em 2003, foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Em 2004, por exigência da FIFA para o jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006 entre Brasil e Argentina, todo o setor das arquibancadas superiores foi coberto por cadeiras numeradas. Posteriormente, as arquibancadas inferiores também tiveram cadeiras colocadas em sua extensão. 

Mineirão: construção e inauguração

Mineirão: construção e inauguração
Em junho de 2008, para sediar o maior clássico sul-americano, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, o Estádio teve o placar trocado. Foram instalados dois telões de 75 metros quadrados cada. Com a escolha do Brasil como país-sede da Copa do Mundo FIFA de 2014, Belo Horizonte, juntamente com Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, foi uma das cidades pré-selecionadas para sediar os jogos. Em maio, a FIFA anunciou as 12 cidades sedes da Copa do Mundo de 2014, confirmando a capital mineira como uma delas. Em fevereiro de 2009 o Governo de Minas Gerais apresentou o projeto de modernização do Mineirão. O projeto apresentado para reforma assegurou a preservação da fachada original (nos mesmos moldes em que foi realizada a reforma do Estádio Olímpico de Berlim). 

O Novo Mineirão

Sala das Fichas
Em 2010, o Estádio foi fechado para as reformas necessárias para a Copa. Ainda em 2010, durante as obras de reforma, o Estádio teve o processo de rebaixamento do gramado iniciado. O gramado foi rebaixado em 3,4 metros. Em 2011, o Estádio recebeu a instalação de 166 amortecedores sob a parte superior da estrutura, em substituição às hastes verticais que tinham debaixo de todo anel. A cobertura do teto do Estádio foi ampliada para proteger os assentos de eventuais chuvas durante as partidas. A geral passou por reformas e, assim como ocorreu no Maracanã, foram colocadas cadeiras. Inicialmente, a mudança reduziria a capacidade do Mineirão de 75.783 espectadores para 64 mil. Após as obras para a Copa do Mundo de 2014, sua capacidade foi reduzida para 62.160 torcedores. Na parte externa, a principal adaptação ficou por conta do transporte, com a ampliação do estacionamento. Foi erguida ainda uma esplanada ao redor do Estádio, com cerca de 82 mil metros quadrados que comporta mais de 65 mil pessoas e abriga eventos.

Mineirão em Atividade
Em novembro de 2012, o Mineirão foi o primeiro Estádio da Copa 2014 a receber o plantio do gramado. Depois de quase três anos de obras, o Estádio foi reaberto ao público em dezembro de 2012, e tornou-se o segundo Estádio da Copa do Mundo de 2014 a ser entregue, depois do Castelão de Fortaleza. O evento oficial contou com a participação da Presidente Dilma Rousseff. A reinauguração foi celebrada com um show da banda mineira Jota Quest, realizado em um palco montado na recém-construída Esplanada do Estádio (com cerca de 80 mil metros quadrados que comporta mais de 65 mil pessoas). Cerca de 20 mil pessoas estiveram presentes no show. O jogo de reinauguração foi o clássico Atlético contra Cruzeiro em fevereiro de 2013, na estreia do Campeonato Mineiro, com a maior renda da história do Mineirão, até então. A renda viria a ser superada em julho na final da Copa Libertadores da América de 2013, onde o Atlético sagrou-se campeão diante do Club Olímpia do Paraguai. Apesar de recém-entregue, contudo, o primeiro clássico abrigado pelo Estádio foi alvo de queixas dos torcedores, que sofreram com falta de luz e água.

Maquete do novo Mineirão na Sala das Confederações

Sala das Confederações
Em 2013, sendo Belo Horizonte uma das sedes da Copa das Confederações, o Estádio recebeu três partidas do evento. A primeira partida foi o duelo entre Nigéria e Taiti pelo Grupo B. O segundo jogo foi a partida entre Japão e México, pelo Grupo A. O terceiro jogo foi a semifinal entre Brasil e Uruguai. A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e a Minas Arena (administradora do Estádio) apresentaram em junho de 2014 a usina solar que funciona no Estádio. O Mineirão tornou-se o primeiro Estádio brasileiro e o segundo do mundo a conquistar a categoria máxima de Certificação Ambiental Leadership in Energy and Environmental Design, concedida pelo Green Building Council Institute.  Foi a primeira vez que um Estádio da Copa do Mundo usou este tipo de tecnologia para garantir o próprio fornecimento de energia elétrica, que foi gerada através de placas fotovoltaicas. A usina também conta com uma subestação própria e redes de alimentação conectadas ao sistema da CEMIG.

Sala da Memória

Sala da Memória
O Mineirão foi uma das principais sedes da Copa do Mundo, com seis partidas que incluem duas na fase eliminatória. Em seu último jogo houve a incrível goleada da Alemanha sobre o Brasil, anfitriões da Copa do Mundo FIFA de 2014, ganhando de 7x1, em um evento que ficou conhecido como Mineiraço. Em 2016, o Mineirão foi uma das sedes do futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, com seis partidas da disputa do torneio feminino e quatro do masculino. O Mineirão é sede de inúmeros shows e festivais musicais. Os mais notáveis incluem Kiss em 1983, Menudo em 1985, RBD em 2006 e os festivais Pop Rock Brasil e Axé Brasil. O Estádio também foi cenário do clipe "É Uma Partida de Futebol", do Skank, gravado antes de um Derby Mineiro válido pelo Campeonato Estadual, em março de 1997 (o clipe mostra imagens tanto da partida em si quanto de um jogo preliminar organizado pelos músicos para o clipe). 

Sala ABC do Futebol

Sala ABC do Futebol
O recorde de público presente no Estádio, fora de uma partida de futebol foi em julho de 2001, na gravação do álbum “Preciso de Ti”, do grupo de música gospel brasileiro Diante do Trono, onde foram registradas mais de 210 mil pessoas presentes vindas de várias regiões do país e também de outros países. Após a reinauguração em 2013, o Estádio sediou shows de Elton John, Paul MacCartney, Beyoncé e Pearl Jam, bem como nova edição do Axé Brasil. A Esplanada também abrigou shows do Black Sabbath, Foo Fighters, Los Hermanos, Iron Maiden, e os festivais Planeta Brasil 2014 (com participação do Guns N' Roses) e Circuito Banco do Brasil 2014.

Sala ABC do Futebol

Sala ABC do Futebol
O acesso do público é feito pelas entradas norte e sul, por meio de escadas e rampas suaves. O local recebe a comunidade diariamente, exceto em dias de jogos e eventos. As pessoas podem usufruir do amplo espaço para a prática de esportes, como skate, corridas e caminhadas. A estrutura do Estádio é constituída por 88 pórticos de concreto armado, dispostos radialmente em torno de uma elipse. O vão livre entre pórticos mede 7,5 metros. Hoje o Estádio possui dois telões de LED em alta definição de 98 metros quadrados. O Estádio conta com 60 bares e restaurantes. Antes da reforma de 2010, alimentos também podiam ser conseguidos por 150 ambulantes do lado de fora do Mineirão. Os pratos mais célebres do Mineirão são o Feijão Tropeiro e o Sanduíche de Pernil, com o primeiro chegando a ser permitido pela FIFA para a venda na Copa das Confederações e Copa do Mundo. Os vestiários do Estádio são equipados, cada um, com 12 chuveiros, spa para oito pessoas com hidromassagens, além de salas para usos diversos, aquecimento e de uso da comissão técnica. Na parte externa, a principal adaptação ficou por conta do transporte, com a ampliação do estacionamento. 

Sala de Olho na Bola
A exemplo de importantes estádios no mundo, como o San Siro (Milão), Camp Nou (Barcelona) e La Bombonera (Buenos Aires), o Mineirão, conta com um tour às áreas de competição e um museu destinado ao futebol. Com a proposta de ser um diferencial e um atrativo a mais para o público esportivo, turistas e visitantes, o Museu Brasileiro do Futebol é o primeiro do gênero, totalmente voltado para o futebol, em Belo Horizonte. Localizado sob a Esplanada, o Museu foca a história do futebol dos times mineiros. Sua construção foi dividida em quatro etapas: A primeira delas entregue em dezembro de 2012, quando o Estádio foi entregue à população. A segunda na Copa das Confederações. A terceira no fim de 2013 e a última entregue para a Copa do Mundo

Calçada da Fama na Sala Campos Gerais

Sala Campos Gerais
Além da importância histórica e patrimonial da edificação, visitar o Museu significa percorrer a história do esporte e vivenciar emoções e experiências que só o futebol pode proporcionar. Muito além de um local para contemplação, o Museu Brasileiro do Futebol é um espaço para experimentar a emoção e a paixão dos brasileiros pelo esporte mais popular do planeta. A exposição, que ganhou cinco novos espaços, é considerada de longa duração e conta a história do futebol, da China antiga até chegar ao Brasil, contando também a evolução do futebol em Minas Gerais e presta uma homenagem a grandes nomes que fizeram história no Estádio. A nova exposição possui uma sala interativa e o visitante poderá gravar em vídeo depoimentos sobre um dia inesquecível no Mineirão. Este testemunho será veiculado na própria exposição. Outra sala conta o 'ABC do Futebol' e apresenta aos visitantes a evolução dos esquemas táticos e um glossário interativo, com termos típicos encontrados no ambiente do esporte mais popular do planeta.


Espaço Futebol e Outras Artes
A Sala Campos Gerais conta com o acervo original do antigo Memorial do Mineirão, como as placas em bronze que formavam a 'Calçada da Fama' do Estádio com os pés e mãos de grandes ídolos, objetos de colecionadores e placas em homenagem a gols históricos, a bola do histórico jogo entre Estados Unidos e Inglaterra (vitória por 1x0 dos americanos), na Copa de 1950, e uma sala que guarda fichas datilografadas de muitos dos quase quatro mil jogos realizados no Estádio. O Espaço Futebol e Outras Artes trabalha o esporte como fenômeno cultural. Com vídeo instalações, imagens, textos e sons, a sala apresenta os diálogos do esporte com a literatura, cinema, artes visuais, dança e escultura. No local há também caricaturas de ídolos das torcidas feitas por renomados chargistas brasileiros.

Escultura no Espaço Futebol e Outras Artes

Espaço Futebol e Outras Artes
A visita guiada às dependências do Estádio pode ser combinada no Museu Brasileiro do Futebol. O pagamento é feito apenas em dinheiro. A Minas Arena disponibiliza monitores bilíngues que acompanham grupos de visitantes para que eles possam ter acesso ao Gigante da Pampulha e matar a curiosidade de conhecer áreas de acesso restrito de profissionais em serviço e jogadores. Durante essa visita, há uma explicação sobre cada local e os visitantes têm acesso a histórias e fatos curiosos sobre o Estádio. A visita guiada se inicia pelo saguão onde os jogadores desembarcam em dias de jogos. Por ali há uma sala com o Fuleco, Mascote da Copa de 2014 e uma Brazuca gigante, a bola oficial da Copa. O guia até brincou que a bola era pequena, mas foi crescendo a cada gol da Alemanha. Impossível esquecer-se do fatídico 7x1 na semifinal da Copa de 2014, no Mineirão

Espaço Futebol e Outras Artes

Charges no Espaço Futebol e Outras Artes
O Mineirão Tribuna é um dos melhores locais para assistir aos jogos do Mineirão. O espaço conta com uma grande área, exclusiva para aquele setor, onde são vendidas bebidas e lanches e acontecem shows antes dos jogos. Dá para assistir o jogo por ali, nos monitores, ou seguir para as cadeiras, e ver o jogo ao vivo, com muito mais emoção. A vista destas cadeiras para o campo é privilegiada. Ao descer, uma rápida passada pela Esplanada do Mineirão, onde é possível apreciar a vista para a Pampulha e ver bem de pertinho a estrutura do anel que envolve o Estádio, com direito a conferir inscrições dos engenheiros da construção do Estádio, preservadas desde 1965. 

O próximo passo é chegar ali do ladinho do gramado, na área técnica, onde está o Banco dos Reservas. Dá para sentir a emoção de subir as escadas do vestiário para o campo de jogo, pisando em um dos grandes palcos do futebol brasileiro. Descendo pelas escadas, chega-se à Zona Mista, onde se instalam os repórteres de campo. Nas paredes, frases famosas de narradores já consagrados. Dá para conhecer ainda a Sala de Coletiva de Imprensa, o vestiário e até a Sala de Aquecimento, com grama sintética, dá para bater uma bolinha lá. Após terminar a visita, dá para passear pela Esplanada do Estádio, onde há algumas opções de lazer e uma praça de alimentação. Aproveite para curtir a vista para a Lagoa da Pampulha. O passeio sai de hora em hora, das 9:00 às 17:00 horas, de terça a sexta. Aos sábados e domingos, o horário é das 9:00 às 13:00 horas. O número máximo de visitantes por dia é 360 pessoas. Em dias de jogos, os horários podem sofrer alterações, então é sempre bom consultar a disponibilidade da visita antes de ir para lá. A visita guiada e o Museu são dois atrativos distintos, sendo possível visitar somente o Museu, somente o Estádio ou os dois atrativos em um mesmo dia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Belo Horizonte - Cassino da Pampulha

Cassino da Pampulha 
atual Museu de Arte da Pampulha - MAP

O Cassino da Pampulha foi a primeira obra do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha a ser construída. Inaugurado em 1943, o espaço foi projetado com o objetivo de servir às atividades de lazer dos indivíduos abastados. Equipado com sala de jogos, pista de dança, restaurante e bar, na década de 1940 o Cassino se tornou referência ao confluir diversão e glamour. Cenário procurado não somente pelos ricos residentes na capital mineira, mas também por outros vindos do interior e de fora do Estado ou até mesmo do exterior. Assim como as demais edificações projetadas para o Conjunto na orla da Lagoa da Pampulha, o Cassino não foi construído nos parâmetros arquitetônicos de um prédio convencional. O desenho tem concepção inspirada no trabalho do arquiteto francês Le Corbusier, que esteve no Brasil na década anterior para a construção do prédio do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, considerado o primeiro exemplar da arquitetura modernista no Brasil. O jovem Niemeyer trabalhou com ele no projeto carioca.


Cassino da Pampulha atual Museu de Arte da Pampulha


Formas arredondadas do Cassino da Pampulha

Sua forma, envolvendo retas e curvas, surpreende pela originalidade dos elementos. Na entrada o chão é de mármore português, e no segundo piso é de peroba. O toque moderno vem da estrutura de concreto armado, das esquadrias de ferro e das colunas interiores revestidas de aço inox. As rampas tomam o lugar das escadas servindo aos frequentadores do lugar. Devido aos vidros espelhados, que se destacam na paisagem, o Cassino era chamado pela imprensa de “Palácio de Cristal”. Além das roletas, o espaço abrigava o Grill-room, que funcionava ao mesmo tempo como restaurante, salão de dança e casa de shows. Esse foi construído de forma circular, com paredes e pista de dança de vidro, provida de um moderno processo que permite a variação rápida das cores, elevador automático para os artistas, estrutura projetada para observar o som, e boa visibilidade de qualquer parte do grill.


Museu de Arte da Pampulha - MAP e escultura de Alfredo Ceschiatti

 

Interior do Cassino da Pampulha 
com suas colunas em aço inox

Os bailes dançantes promovidos no lugar, contavam com a presença de artistas conhecidos, e de figuras políticas, como o próprio Juscelino Kubitschek, que à época já possuía fama de exímio “pé de valsa”. No exterior do Cassino os jardins delineados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), foram adornados pelas esculturas “Abraço”, “Nu”, “Sem Nome” e “A Porta” de Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski (1893-1970), José Pedrosa (1915-1989) e de Amílcar de Castro. Em 1946, o Cassino da Pampulha estava na rota das principais casas de jogos do país, dentre as quais se destacavam o Palácio Quitandinha em Petrópolis e o Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Todos administrados pelo empreendedor mineiro Joaquim Rolla. Mas aqueles primeiros anos de sucesso do Cassino da Pampulha ficariam marcados na memória dos que tiveram a oportunidade de desfrutar das atrações oferecidas no espaço.


Cassino da Pampulha, atual Museu de Arte da Pampulha - MAP


Rampa de acesso ao segundo piso do 
Cassino da Pampulha

Somente três anos após sua inauguração, em abril de 1946, o então Presidente da República, General Eurico Gaspar Dutra, proibiu os jogos de azar no país. Com o fechamento dos cassinos, de certo modo, os frequentadores da Pampulha assistiram o esvanecimento de parte do brilho ao qual o lugar estava envolto. Após o encerramento de suas atividades, o espaço passou a servir apenas à realização de apresentações culturais e recepções. Foi somente em 1957 – 11 anos após a instauração do Decreto de Lei que proibiu a prática ou exploração de jogos de azar em todo o território nacional – que o espaço recebeu, oficialmente, uma nova função. 


Antigo Cassino da Pampulha com sua pista de dança em vidro

 

Brises de madeira no Auditório do
Museu de Arte da Pampulha - MAP

Com o estímulo do empresário de comunicação e mecenas, Assis Chateaubriand foi criado nas dependências do antigo Cassino, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), a partir de Lei Municipal em dezembro de 1957. Nessa época, as políticas públicas culturais em Belo Horizonte eram gerenciadas pelo então Departamento de Educação e Cultura – DEC, que se encarregava, dentre outras competências de administrar os Salões de Belas Artes que se sucediam anualmente desde a década de 1940.


Brises de madeira no Auditório do Museu de Arte da Pampulha - MAP


"Nu" de August Zamoyski

Em 1969, ao passar a receber obras de artistas de todo o país, os Salões Municipais de Belas Artes passaram a ser denominados: Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte. Os melhores trabalhos apresentados no Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte eram condecorados com um prêmio e expostos no Museu de Arte da Pampulha, que passava a incorporar as obras vencedoras ao seu acervo. Em 2010, cerca de 40% do acervo era composto por peças advindas dos salões nacionais. O MAP possui um acervo de 1.600 obras, dentre elas, mostras da Arte Contemporânea Brasileira, que enfocam variadas tendências artísticas. Um dos destaques do acervo são as obras de Guignard. Seu acervo reúne obras de diversos artistas plásticos como Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower e Anna Letycia, obras modernistas como Di Cavalcanti, Lívio Abramo, Bruno Giorgi e Ceschiatti e dos contemporâneos Antônio Dias, Frans Krajcberg, Ado Malagoli, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Ivan Serpa, Milton Dacosta, Alfredo Volpi, Frans Weissmann entre outros.


Lagoa da Pampulha vista do Cassino da Pampulha,
atual Museu de Arte da Pampulha - MAP


Azulejos decorando o Cassino da Pampulha 
e a Lagoa da Pampulha

Tombado nas esferas municipal, estadual e federal, o Museu de Arte da Pampulha teve o piso da fachada do prédio restaurado nos parâmetros da década de 1940. A restauração fez parte das obras que foram realizadas nas edificações do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha, em prol da candidatura do Conjunto ao título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), lançada pela Prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Essa não foi a primeira vez que o Museu recebeu melhorias. Em 1996, o Museu teve sua estrutura melhorada a partir de reforma realizada com o patrocínio do Banco Real e da Fundação Roberto Marinho. A obra possibilitou também a renovação de toda a infraestrutura técnica e a organização museológica do Museu. Nesse momento o prédio passou a contar com salas multimídia, biblioteca, café e bar.


Lagoa da Pampulha vista do Cassino


Jardins de Burle Marx no Cassino da Pampulha

Desde 2002, o Museu de Arte da Pampulha recebe artistas para residência por meio da Bolsa Pampulha, programa da Fundação Municipal de Cultura (FMC), destinado a selecionar e conceder bolsas para artistas que se dediquem durante 11 meses consecutivos à realização de projetos inéditos e exclusivos em artes visuais para o MAP. A seleção é realizada durante o Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte. Desde 2003, em todo o primeiro domingo do mês, às 11:00 horas o palco do auditório do Museu de Arte da Pampulha recebe grandes artistas da Música Popular Brasileira (MPB), samba e instrumental, por meio do projeto Domingo no Museu. Os ingressos para as apresentações são vendidos a preços populares e podem ser adquiridos no próprio MAP.


Lagoa da Pampulha vista do Cassino


Jardins de Burle Marx no Cassino da Pampulha
com escultura de José Alves Pedrosa

Atualmente o Museu contribui com a promoção do Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, e realiza em seu espaço diversas atividades culturais. Periodicamente o MAP expõe obras do acervo e apoia a divulgação das produções de artistas contemporâneos tanto nas artes plásticas, quanto na música. O MAP não possui exposição permanente. O motivo é a arquitetura do prédio. Suas paredes de vidro não permitem que obras de arte fiquem expostas nas salas. A ação do sol poderia danificar telas e esculturas. Toda exposição promovida pelo MAP requer um trabalho de mudança da estrutura das salas, como a colocação de paredes falsas para bloquear a passagem da luz externa. O Museu expõe uma seleção de seu acervo uma vez por ano, de acordo com o calendário de mostras temporárias.