terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Milão - Estádio San Siro

Estádio San Siro
Assim como os brasileiros, os italianos também são apaixonados por futebol. A Itália foi a primeira seleção a conquistar duas copas do mundo consecutivamente (1934 e 1938) e a segunda a conquistar quatro títulos da Copa do Mundo (1982 e 2006). Os três principais clubes italianos são a Juventus, a Internazionale e o AC Milan. Quem acompanha futebol internacional sabe que Milão abriga dois dos maiores clubes do cenário mundial, a Internazionale e o AC Milan.

Estádio San Siro
O A.C. Milan, Associazione Calcio Milan, foi fundado em dezembro de 1899 com o nome de Milan Cricket & Football Club. É o clube italiano com o maior número de títulos na Liga dos Campeões da UEFA. O Milan foi fundado por britânicos e começou como um clube de críquete. Devido às origens dos fundadores, o nome do clube não foi traduzido para o italiano (Milano). Em 1901, o Milan conquistou o seu primeiro campeonato. O clube cresceu em popularidade e força e conquistou outros dois campeonatos em 1906 e 1907. No ano seguinte, a diretoria do clube começou a discordar acerca da participação de jogadores estrangeiros no time e dividiu-se entre os que concordavam com a contratação de jogadores estrangeiros e os que discordavam. O grupo que queria abrir espaço para a entrada de jogadores estrangeiros decidiu, então, criar outro clube: a Internazionale. A principal meta do novo time? Montar uma equipe competitiva para derrotar aquele que viria a ser seu maior rival na Itália, o Milan

Gramado e arquibancadas do Estádio San Siro

Gramado e arquibancadas do Estádio San Siro
O Estádio San Siro começou a ser construído em 1925 nas imediações do Hipódromo do Galoppo em San Siro, financiado pelo empresário Piero Pirelli (dos pneus), ex-oficial da cavalaria do exército italiano, apaixonado por equitação, e presidente do Milan de 1909 até 1928. A estrutura, projetada pelo engenheiro Alberto Cugini e pelo arquiteto Ulisse Stacchini, era composta de quatro arquibancadas retilíneas, sendo uma delas parcialmente coberta, com capacidade para 35.000 torcedores. O estilo arquitetônico foi baseado no modelo dos estádios ingleses: exclusivo para o futebol, com a arquibancada central coberta e sem a pista de atletismo separando o campo do público.

Gramado e arquibancadas do Estádio San Siro

Milan x Crotone, Campeonato Italiano
Foi inaugurado em setembro de 1926 com um Inter x Milan, no Distrito de San Siro, daí o nome do Estádio. Durante anos era o Estádio do Milan. De 1926 a 1945, o Milan deixou de ser um clube sem campo e passou a sediar suas partidas no Estádio, que pertencia a San Siro e, futuramente, fora vendido à Câmara Municipal de Milão. Só mais tarde, em 1947, a Internazionale começou a jogar no Estádio. Sabia que o Milan e a Internazionale, ambos os clubes italianos e rivais, utilizam o mesmo Estádio em seus jogos como mandante no Campeonato Italiano, Liga da Europa e Liga dos Campeões? Sim, você não está lendo errado, as duas equipes dividem a mesma casa há 69 anos. Em 1955, o Estádio foi ampliado e modernizado, chegando aos 85.000 postos disponíveis. O Estádio foi várias vezes remodelado e ampliado com a construção do segundo anel em 1956: em volta ao corpo do Estádio que já existia foi acrescentada (externamente) uma estrutura helicoidal ao antigo Estádio, onde foram construídas as novas arquibancadas. A iluminação noturna foi instalada em 1957. Dez anos mais tarde, o painel eletrônico foi inaugurado.

Casa Milan
Em 1980, foi rebatizado com o nome de Giuseppe Meazza, em homenagem ao jogador e ídolo da Inter e do Milan, duas vezes campeão mundial com a seleção italiana, morto no ano anterior. No entanto, quando o Milan é o mandante, o Estádio é chamado de San Siro. Giuseppe Meazza é o nome aclamado pelos torcedores nerazzurris em seus jogos oficiais. Segundo pesquisa em sites italianos, Milan e Internazionale pagaram para atuar no Estádio de Milão entre os anos 1935 e 1999. Desde a virada do século, no entanto, os clubes se tornaram responsáveis pela manutenção do campo em troca dos mandos de jogo. Oficialmente, milanistas e nerazzurris não possuem estádio próprio. Na Itália, não é comum um clube grande ter uma casa própria: a exceção é a Juventus, que construiu o Juventus Stadium.

Casa Milan

Casa Milan
Para a Copa do Mundo de 1990, foi construído um terceiro anel e a cobertura de todos os assentos. Mais uma vez o Estádio foi concebido como uma caixa sobreposta à estrutura anterior. Uma espécie de matrioska que contém, um dentro do outro, os estádios antigos, característica quase única no mundo dos esportes e exemplo de reutilização do que já existia, técnica de que Milão é mestre desde os tempos antigos. Além de jogos de futebol hospeda também shows e outras manifestações.

Entrada da Casa Milan
O Museu do San Siro, único na Itália que funciona dentro de um estádio, foi inaugurado em outubro de 1996. Criado a partir de uma coleção particular e constantemente ampliado com novos objetos, ele conta a história da Inter e do Milan através de uma série de relíquias únicas no mundo: camisas históricas (de Rivera a Mazzola, de Pelé a Maradona, de Zidane a Cruijff), copas e troféus, bolas, chuteiras, objetos de arte, lembranças de vários tipos sobre a lenda do futebol mundial, mas principalmente no coração dos apaixonados por este esporte.

Relíquias do Museo Mondo Milan
Na sala de cinema que existe dentro do Museu, é exibido diariamente um sugestivo filme dedicado ao Milan, à Inter e à história do Estádio San Siro: imagens de momentos de grandes estrelas que jogaram neste gramado. Para um encontro especial com os jogadores, existe uma sala dentro do Museu com 24 estátuas em tamanho natural de Zenga, Bergomi, Giacinto Facchetti, Mazzola, Luis Suárez Miramontes, Christian Vieri, Zanetti, Lothar Mattäus, Giuseppe Meazza, Felipe Enrico Rocha Raposo, João Carlos (Borges) Barboza, Armando Picchi, Karl-Heinz Rummenigge, Herrera, Carlo Cudicini, Ruud Gullit, Van Basten, Rijkaard, Liedholm, Gunnar Nordahl, Paolo Maldini e Cesare Maldini, F. Baresi, Rivera, Giovanni Trapattoni e Rocco Placentino.

Diferentes uniformes utilizados pelo Milan
Nos dias em que não há jogos no Estádio, é possível também fazer uma visita inesquecível a alguns pontos do San Siro como: a tribuna de honra, os vestiários, o banco de reservas e o campo. Os torcedores encontram de camisas oficiais dos campeões da Inter e do Milan até os mais curiosos objetos, podendo levar para casa uma recordação única do Estádio. A loja tem um duplo papel: durante a semana, os seus espaços são divididos entre Inter e Milan. Já nos dias de partida, o local se transforma, dedicando-se inteiramente a uma só equipe da casa. 

Uniforme do Milan
Imperdível é o passeio na Casa Milan, uma sede moderna e funcional construída para receber jogadores, torcedores e fãs de esportes, além de convidar turistas para o mundo do Clube AC Milan. Enquanto passeia pelo Museu interativo, faça uma jornada pela história do clube. Veja os troféus internacionais e visite a grande galeria de retratos de famosos jogadores de futebol do passado e do presente. Inaugurada em 2014, a impressionante Casa Milan é a nova sede da equipe de futebol de Milão, o AC Milan, localizada a apenas 10 minutos do famoso Estádio San Siro, na Piazza Gino Valle, numa área de 25 mil metros quadrados. Alojada em uma fachada de vidro futurista, marcada com o logotipo vermelho e preto da equipe, a Casa Milan é o melhor destino para os fãs do clube, com uma construção gigantesca de mais de três mil metros quadrados, o complexo abriga a sede do clube, o museu, uma grande loja com diversos artigos e o Restaurante Cucino Milanello. Raridades, troféus e muita interatividade são os ingredientes que fazem do Museu do Milan uma atração diferenciada para os amantes do futebol. Há também um Hall da Fama e o Ballon d'Or Winners Room para se maravilhar.

Camiseta do Kaká com autógrafo
O destaque para entusiastas do futebol é o Museo Mondo Milan, onde exposições interativas e apresentações multimídia levam os visitantes a uma viagem através dos triunfos e desafios enfrentados pelo clube. O mergulho na história do Milan começa logo na entrada do museu. Luzes vermelhas e uma frase do fundador do clube já começam a te ambientar com tudo que virá a seguir. Logo depois do abrir das cortinas você é convidado a passear pela história do Milan ano a ano desde a sua fundação através de uma enorme “régua do tempo” que vai contando sobre as conquistas, as reformulações e algumas curiosidades de cada época. As principais conquistas são marcadas por pequenos vídeos com depoimentos de jogadores importantes e lances dos campeonatos.  Ao lado você pode conferir relíquias do passado, como jornais que relatam jogos de 1950 e uniformes de várias temporadas, até objetos que fazem parte da história de conquistas recentes como uma bola da final da Liga dos Campeões de 2007, autografada pelos jogadores que participaram daquela noite em Atenas.

Kaká, um dos grandes jogadores
do Milan
A sala seguinte é o ápice do Museu! É a tão esperada Sala dos Troféus. Lá eles estão todos dispostos de maneira circular em volta de uma réplica ampliada da taça da Liga dos Campeões. É impossível não se impressionar ao ver de pertinho tantas raridades, como taças do Campeonato Italiano e do Mundial Interclubes de diversos anos (é bacana, para quem realmente curte o mundo futebolístico, ver a diferença e evolução dos troféus). Antes de se encantar com essas peças, você é recebido na sala com um vídeo que conta em minutinhos algumas das histórias das taças que ali estão. Logo depois há uma projeção de vídeo com ex-jogadores em tamanho real, falando sobre a experiência em ter jogado no Milan e sobre a importância do clube. Essa é uma salinha que antecede uma exposição impactante: réplicas das Bolas de Ouro conquistadas por ex-jogadores do Milan, como Rivera, Schevchenko e Kaká. Como todo museu, essa sala é toda interativa, com telas para você ver lances desses jogadores, ficha técnica e fotos que relembram seus grandes momentos no clube.



Sala de Troféus
Ao final você sairá na grande loja de artigos esportivos do Milan, podendo levar uma lembrança dessa experiência do tal Mondo Milan. Para aqueles que quiserem fazer um lanche a Cucina Milan oferece cafés e deliciosos panini. O complexo da Casa Milan é mais procurado em dias de jogos do clube, quando Milão recebe fãs de toda a Itália e até de outros países para acompanhar as partidas e aproveitam para conferir a exposição, já que o Museu fica numa área próxima ao Estádio San Siro (chegar até lá é fácil, é só pegar a linha lilás do metrô, ir até a Estação Portello e caminhar um pouquinho até a Piazza Gino Valle).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Milão - Igrejas de Milão

Basilica San Lorenzo Maggiore
O que mais tem em Milão é igreja. Em cada quarteirão você encontrará pelo menos duas igrejas. Segundo o historiador de arte Phillipe D”Averio, Milão só perde para Roma em número de igrejas. Infelizmente, elas não são os principais pontos turísticos de interesse dos milhares de visitantes que chegam a Milão todos os anos. Uma pena, já que conhecer igrejas, principalmente em um país como a Itália, é entender e contextualizar cada período e a sua história, já que por séculos a vida religiosa e civil da cidade era em simbiose permanente. A importância das igrejas milanesas vai além do seu famoso (e maravilhoso) Duomo, já que foi aqui, em 313 que o Imperador Constantino assinou o Édito de Milão, que legalizou o cristianismo. De origens paleocristãs, medievais, renascentistas e barrocas, as igrejas de Milão muitas vezes escondem “tesouros” que podem passar despercebidos aos turistas menos atentos.

Basilica San Lorenzo Maggiore
O Duomo, a Catedral de Milão, é indiscutivelmente uma das mais belas igrejas do mundo. Mas a capital da Lombardia tem outras igrejas, bem próximas umas das outras, com estilos e histórias bem diferentes e que valem muito a visita, seja por sua arte, por sua história ou pelo seu significado na vida da cidade. Só é sempre bom lembrar que esses são lugares sagrados e, por mais que você seja ateu ou não católico, é preciso respeitar as regras desses espaços (vale o mesmo para visitar sinagogas, mesquitas, templos xintoístas, etc.). No dia da visita, homens não devem estar de bermudas, mas sim de calças compridas; e mulheres devem estar com roupas que cubram os ombros e os joelhos. Se não for permitido tirar fotos, não tire, respeite.

Basilica San Lorenzo Maggiore
Precedida por uma série de colunas românicas da época imperial, a arquitetura da Basílica San Lorenzo Maggiore é realmente majestosa. O edifício de planta central, construído entre o final do século IV e o início do século V, é um dos mais relevantes na história da arquitetura ocidental. A Basílica provavelmente pertencia ao Palácio Imperial San Vitale a Ravenna. Os incêndios, colapsos e reformas não alteraram a planta original: uma sala quadrada aberta circundada por um corredor contínuo dominado por galerias. A San Lorenzo Maggiore foi reconstruída por duas vezes, uma em estilo românico entre o final do século XI e o começo do século XII e outra no século XVI, quando foi construída a cúpula octogonal. As principais atrações da Igreja, além da estrutura suntuosa, são um órgão restaurado em 1884 por Pietro Bernasconi, as Capelas San Sisto e Sant’Ippolito e os mosaicos da Capela de Sant’Aquilino (século IV).

Chiesa Santa Maria delle Grazie
O complexo que engloba a Igreja, o Claustro dos Mortos, o refeitório, a antiga sacristia e um pequeno pátio, faz parte da lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO desde 1980. A Chiesa Santa Maria delle Grazie começou a ser construída na segunda metade do século XV como nova sede milanesa dos Dominicanos. O projeto inicial da Igreja (1463) era em estilo gótico tardio, com três naves cobertas por um cruzeiro ogival com afrescos e capelas laterais, no entanto, quando as obras foram concluídas (1487), por vontade de Ludovico il Moro, que pretendia fazer da Igreja o seu mausoléu, foi renovada em estilo renascentista. Bramante, encarregado do projeto, cobriu as naves com uma cúpula hemisférica. A Bramante também são atribuídos o elegante corredor e a antiga sacristia. No refeitório, uma grande sala retangular no lado oeste do Claustro dos Mortos, encontra-se a célebre Última Ceia de Leonardo da Vinci (1495-1498), uma das obras-primas da história da pintura, expressão da vontade do artista de indagar acerca dos impulsos da alma. Na parede oposta, o afresco Crocifissione de Giovanni Donato Montorfano (1495).

Chiesa Santa Maria delle Grazie
A Chiesa San Maurizio al Monastero Maggiore e o claustro (atual Museu Arqueológico) foram o que restou do maior e mais antigo convento feminino das famílias abastadas de Milão, construído entre os séculos VIII e IX nas proximidades das muralhas e do circo românico, e parcialmente destruído entre os anos de 1864 e 1872. A Igreja começou a ser edificada em 1503 e tem uma nave central única dividida em dois ambientes distintos: um com acesso pela rua destinado, antigamente, aos fiéis e outro reservado às freiras enclausuradas, com acesso exclusivo pelo convento. A San Maurizio é diferente, mas consegue provocar o mesmo fascínio que o Duomo. A fachada da Igreja é bem simples, mas no interior da Igreja, encontram-se um dos mais importantes ciclos de afrescos lombardos do século XVI, realizados, em grande parte, por Bernardino Luini e seus adeptos. É simplesmente deslumbrante e, embora não seja sede de eleição do Papa e não tenha afrescos assinados por pintores famosos como Michelangelo, faz jus ao título de Capela Sistina de Milão.

Basílica Sant’Eustorgio
A Basílica Sant’Eustorgio é uma das igrejas mais antigas e ilustres de Milão, fundada, provavelmente, por Sant’Eustorgio no século IV. O edifício paleocristão foi reconstruído em estilo românico nos séculos XI e XII. No século XII, recebeu as relíquias dos reis magos. Entre os séculos XIII e XIV, tornou-se sede dos Dominicanos, que construíram as três primeiras capelas e o campanário, assim como reformaram o cruzeiro e algumas partes da nave da Igreja. As reformas feitas nos séculos XVII e XVIII foram eliminadas pelas restaurações do século XIX, entre elas, a fachada, projetada por Giovanni Brocca em 1862. As últimas alterações, realizadas entre 1952 e 1966, recuperaram as formas originais da Basílica (estilo românico-lombardo). Na Basílica Sant’Eustorgio encontra-se a Capela Portinari, obra-prima do Renascimento milanês, decorada com tijolos e pedras que contrastam com os belos afrescos de Vincenzo Foppa e a Arca di San Pietro Martire, esculpida por Giovanni di Balduccio entre 1335 e 1339.

Basílica Sant'Ambrogio
A Basílica Sant’Ambrogio, antiga Basílica Martyrum foi fundada por Sant’Ambrogio em 379 na área cemiterial de Porta Vercelina. A estrutura original, com três naves, duas filas de colunas e uma única abside, sofreu profundas mudanças entre os séculos IX e XII, no entanto, o aspecto atual é fruto das restaurações ocorridas no século XIX. A Basílica, considerada uma das mais importantes expressões do estilo românico lombardo, abriga a sepultura dos Santos Gervasio, Protasio e Ambrogio. No interior da Igreja, encontram-se obras de arte excepcionais como o cibório (século IX), o altar de ouro – obra-prima da ourivesaria da época carolíngia (835) – e o Sacelo de San Vittore in Ciel d’Oro, com cúpula hemisférica revestida de mosaicos dourados e que representa o Redentor no trono (século V e XVIII).

Chiesa Santa Maria presso San Satiro
Mais um dos tesouros escondidos, dessa vez quase que literalmente, já que quem passa apressado descendo a Via Torino, não nota do lado esquerdo uma pequena igreja, de fachada anônima, atrás de um portão colocado em um nicho da calçada. Obra-prima do Renascimento milanês, a Chiesa Santa Maria presso San Satiro foi construída próxima a um santuário bizantino dedicado a San Satiro. Embora a Igreja seja pequena, composta de apenas três alas, o seu interior é monumental. No projeto da Igreja atual, realizado entre 1476 e 1488, o arquiteto e pintor Bramante, contemporâneo de Leonardo da Vinci, desempenhou o papel principal, criando uma perspectiva ilusória do coro, que simula a profundidade de uma quarta ala. O restante da Igreja também vale cada minuto passado dentro dela. A fachada, iniciada por Amadeo no final do século XV, foi inteiramente reconstruída em 1871.

Basilica San Carlo ao Corso


A Basílica San Carlo al Corso, importante obra do neoclassicismo tardio (1839-1847), foi projetada para valorizar a antiga Corso dei Servi, atual Rua Vittorio Emanuele II. Após a demolição da antiga Chiesa Santa Maria dei Servi, o arquiteto Carlo Amati concebeu uma pequena praça de três lados com um pórtico precedido por colunas de mármore. A nova Basílica, inspirada no Panteão de Roma, tem uma cúpula de 32 metros de diâmetro, obra de Felice Pizzagalli (1844), reconstruída em grande parte após o incêndio de 1895. No interior, os destaques são um crucifixo em madeira do século XIV, um altar barroco proveniente de Santa Maria dei Servi e as esculturas de P. Marchesi, San Carlo comunica San Luigi Gonzaga (1852). O campanário de 84 metros é o mais alto da cidade.

Basilica Sant’Eufemia
A Basilica Sant’Eufemia, antiga igreja paleocristã, fundada, provavelmente, pelo Bispo Senatore em 498 e reconstruída em estilo românico por volta do século XIII, sofreu diversas reformas ao longo dos séculos. O aspecto moderno da parte interna é fruto da reconstrução radical em estilo gótico lombardo realizada por Enrico Terzaghi em 1870. Poucos anos depois, a fachada maneirista tardia foi substituída pela atual. A Igreja abriga obras importantes de Marco d’Oggiono e Bernardino Bergognone. A Sant’Eufemia, famosa pela acústica perfeita, já serviu de estúdio de gravação para a soprano Maria Callas na década de 1950 e para a aclamada Mina na década de 1980, mas o que enche os olhos, é a cúpula azul e as belas pinturas, que fogem completamente do padrão das igrejas de Milão.

Complexo de Santa Maria dei Miracoli
O Complexo de Santa Maria dei Miracoli engloba a Chiesa San Celso e o Santuário Santa Maria presso San Celso. A Igreja foi reconstruída em 996 nas imediações de um mosteiro beneditino e reformada, em estilo românico, no século XI. O Santuário foi construído no final do século XV, em substituição a uma pequena capela gótica, com o objetivo de acolher o grande número de peregrinos que veneravam a milagrosa imagem da Virgem presente na capela. Giovanni Antonio Amadeo e Gian Giacomo Dolcebuono encarregaram-se da cúpula, decorada com belas estátuas de Agostino de Fondutis e do tibúrio. Em 1505, Cristoforo Solari começou a construção da fachada, toda revestida de mármore branco, o primeiro exemplo milanês de classicismo maduro.

Chiesa Santa Maria della Scala in San Fedele
A Chiesa Santa Maria della Scala in San Fedele, encomendada pelos jesuítas e projetada por Pellegrino Tibaldi, começou a ser construída em 1569 e é um dos exemplos mais importantes da arquitetura da Contrarreforma. O edifício, inspirado na Igreja de Jesus de Roma, tem uma única nave com duas arcadas, em formato de vela, sustentadas por colunas monumentais feitas em mármore de Baveno. Na abside, encontra-se um coro de madeira do século XVI proveniente da Chiesa Santa Maria alla Scala demolida durante a construção do célebre teatro. O altar principal e a finalização da fachada são obras de Pietro Pestagalli (século XIX). No meio da praça, há uma estátua de bronze de Alessandro Mazoni feita por Francesco Barzaghi (1883).

Chiesa San Bernardino alle Ossa
A igreja mais inusitada de Milão é a San Bernardino alle Ossa, que abriga uma capela decorada com crânios e ossos humanos, não é propriamente bela, mas causa uma sensação de estranheza danada. A pequena igreja localizada atrás do Duomo de Milão é de origem medieval, mas foi reconstruída em tempos sucessivos. As quatro paredes do pequeno ambiente são tapetadas de ossos provenientes de antigos cemitérios da área que formam a decoração com cruzes e lacinhos e podem impressionar aos mais sensíveis. Com a história que Dom João V ficou fascinado com o lugar, quando passou por Milão no século XVIII. Vale realmente a visita, porque não é toda cidade que tem uma igreja do gênero.

Chiesa Santa Maria Incoronata
Célebre pela fachada original, dupla, a Chiesa Santa Maria Incoronata, junto com o antigo convento agostiniano, é considerada como um dos testemunhos mais importantes da arquitetura do século XV em Milão. O edifício duplo teria sido construído em homenagem à união conjugal do Duque de Milão, Francesco Sforza com Bianca Maria Visconti. Na verdade, as duas partes foram construídas separadamente em épocas diferentes. A união ocorreu em 1484, ano em que a Igreja da esquerda ficou pronta. A parte interna apresenta-se em um único ambiente com duas naves. O claustro conserva traços de afrescos do século XV. O destaque também fica por conta da extraordinária biblioteca construída em 1487.

Chiesa San Nazaro Maggiore
A Chiesa San Nazaro Maggiore abriga a Capela Trivulzio (1512-1550), única obra arquitetônica documentada de Bramantino. A Chiesa San Sepolcro foi fundada no século IX e reconstruída logo depois da Primeira Cruzada (1096-1099), inspirada no Santo Sepulcro de Jerusalém. Da igreja românica de três naves com galerias e cripta, restaram apenas alguns célebres esboços de Leonardo. Entre as tênues colunas da cripta, encontra-se um piso de mármore, que provavelmente, fazia parte do antigo fórum românico. Em 1605, a parte interna da Igreja foi restaurada. A fachada, refeita no século XVIII, foi reconstruída em estilo românico-lombardo no final do século XIX.

Basílica San Simpliciano
Reza a lenda que a Basílica San Simpliciano foi fundada por Sant’Ambrogio e finalizada pelo seu sucessor, San Simpliciano, a quem foi dedicada. A San Simpliciano integra a lista dos mais importantes complexos paleocristãos de Milão. O edifício original, provavelmente inspirado na Aula Palatina di Treviri, tinha uma única nave central. A subdivisão em três naves foi feita no século VII. Pertencem à fase românica (séculos XI e XII), a abside, a divisão do transepto em duas naves, o pórtico e o campanário. A fachada neorromânica é obra de Maciachini (1870). Na abside encontra-se o belo afresco de Bergognone (1515), L’incoronazione della Vergine.

Basílica San Vittore al Corpo
A Basílica San Vittore al Corpo foi edificada por Porzio no século IV com o intuito de ampliar o Templo Imperial Ercole, divindade protetora do Imperador Massimiano. A história do mártir Vittore está entrelaçada com a do Imperador: Vittore era um soldado de Massimiano que, ao invés de abjurar da própria fé, preferiu enfrentar todo o tipo de tortura até à sua decapitação. Os ossos do santo foram entregues à antiga Basilica Porziana que, em sua homenagem, mudou o nome para Basilica San Vittore al Corpo. A Igreja foi reconstruída no século XVI, a fachada, extremamente simples, contrasta com o luxo do interior.

Chiesa Santa Maria della Passione
A Chiesa Santa Maria della Passione é a segunda maior igreja depois do Duomo. Ela tem seus encantos, como as capelas (escuras) decoradas com quadros de grandes pintores lombardos e o órgão imponente com as portas pintadas por Daniele Crespi. De forma retangular, é decorada com quadros e afrescos do grande artista renscentista Bergognone eu representam Jesus e os Apóstolos e santos e Doutores da Igreja. Um céu azul e estrelado completa o cenário, na abóbada da sala. A Chiesa San Babila foi construída no século XI e reestruturada entre os anos de 1598 e 1610 por A. Trezzi. O aspecto neorromânico deve-se a P. Cesa Bianchi, que interveio na arquitetura do edifício entre 1881 e 1906, seguindo os princípios da restauração estilística, ou seja, eliminando os excessos do final do século XVI, recuperando a puríssima forma lombarda.

A Chiesa San Marco é a segunda maior igreja de Milão. O estilo gótico que a caracterizava no ano de sua construção (1245), transformou-se em barroco no século XVII. Sua história está associada a diversas personalidades: o jovem Mozart viveu no Presbitério por três meses, Giovanni Battista Sammartini foi organista da Igreja e Giuseppe Verdi conduziu o réquiem (composto por ele) na missa celebrada em homenagem a Alessandro Manzoni no primeiro ano de sua morte. O Complexo Sant’Alessandro começou a ser projetado em 1590, quando os barnabitas adquiriram um amplo espaço no centro de Milão para construir uma igreja e uma escola. O projeto de Lorenzo Binago, inspirado na Basilica de San Pietro em Roma, teve início em 1602. A Igreja tem três naves e cinco cúpulas hemisféricas. A fachada, em estilo barroco lombardo, foi finalizada em 1710.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Milão - Duomo di Milano

Duomo di Milano
Não é possível pensar em Milão sem pensar na sua Catedral por excelência: o Duomo. Milão e a sua Catedral são quase uma coisa só. Conhecida como a cidade da moda e do design, a cidade está extremamente ligada a um símbolo religioso: impossível pensar em um sem pensar no outro. Ela é a sede da Arquidiocese de Milão e uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa. O Duomo foi todo construído com o maravilhoso mármore branco-rosa de Candoglia (no Lago Maggiore) que viajava através dos canais de Milão e chegava em um laguinho praticamente atrás de onde hoje é a igreja. É a única igreja do mundo proprietária da própria marmoraria, de onde ainda hoje saem as placas de mármore necessárias para a restauração do edifício. Para supervisionar a sua construção o Duque de Milão instituiu a Veneranda Fabbrica del Duomo di Milano que ainda hoje é responsável pela conservação, manutenção e obras de restauração da Catedral. A jazida em Candoglia era propriedade da Família Visconti até Gian Galeazzo doar tudo a Veneranda Fabbrica.

Duomo di Milano
A Catedral de Milão situa-se na praça central da cidade. Quando você chegar à praça, coloque-se a sua frente e se maravilhe com os 8.200 blocos de mármore só na fachada e a abundância de estátuas (são 2.300 só na parte externa), sendo a maior coleção do mundo de estátuas de mármore. Feito isso fique sabendo que essa não é a parte mais bonita da Igreja. Depois de uma volta completa pela parte externa da Catedral, entre pela porta principal. O Duomo não é uma Catedral iluminada e a parte interior pode decepcionar depois que você se deliciou com o exterior. Atualmente existe também uma grande diferença na cor do mármore externo e interno, já que o lado de fora passou por uma limpeza nos últimos 10 anos e o interior mostra o mármore escurecido pelos anos. Mas não deixe se enganar e aproveite para apreciar os detalhes dessa imensa construção feita de cinco naves (uma central e duas em cada lateral) divididas por 52 colunas de 24 metros de altura cada. As naves chegam aos 45 metros de altura e são divididas por 40 pilares. 

Nave do Duomo di Milano

Altar-mor do Duomo di Milano
A Catedral de Milão é a quarta maior catedral do mundo depois da Basílica de São Pedro, em Roma, da Catedral de Sevilha, na Espanha, e de uma nova Catedral na Costa do Marfim. A Catedral é imensa, com 157 metros de comprimento e 109 metros de largura. Depois das estátuas externas, a outra atração na decoração da Catedral são os vitrais que no período dos bombardeios da Segunda Guerra foram retirados e substituídos por pedaços de madeira e contam histórias de santos e profetas. Sarcófagos de mármore de famílias nobres milanesas enriquecem as várias capelas laterais e entre as estátuas dentro da Catedral, a mais famosa é a Estátua de São Bartolomeu Apóstolo dissecado, que segura a própria pele como um manto. Para entender melhor a estátua, observe-a de lado e na parte de trás. É surpreendente e linda, mesmo na sua imensa crueldade. Ainda dentro da Catedral é possível visitar a Cripta de São Carlos Borromeo (entrada gratuita) e uma pequena sala onde ficam expostos os tesouros do Duomo. Visitando o interior do esplêndido Duomo de Milão, se explora um verdadeiro tesouro de valor inestimável que é apresentado e transmitido através de pinturas, esculturas e vitrais que adornam esta magnífica Catedral, tornando-se a mais alta expressão da arquitetura gótica na Itália.


Um dos altares laterais do Duomo di Milano

Interior do Duomo di Milano
com suas inúmeras colunas
A luz interior é filtrada por enormes vitrais trabalhados em mosaicos, compostos com muitas peças, unidas por molduras de chumbo e fundidos a alta temperatura em fornos especiais para fixar as cores. A luz que penetra através dos vitrais góticos, produz uma atmosfera de solenidade mística. No total, são 55 vitrais que retratam passagens da bíblia. O mais espetacular são as três absides (parte posterior da igreja), de rara elegância e vibrante dinamismo gótico. O piso xadrez preto e branco lembra a dualidade de tudo, luz e sombra… Labirintos são um símbolo que remonta às religiões mais arcaicas e, entre várias coisas, simboliza o percurso da alma nesta vida, em vidas diferentes e o progresso de estradas sinuosas. O altar-mor é uma série de colunas, de mármore, ouro, estátuas, relevos e decorações. São magníficos os dois grandiosos órgãos colocados nas laterais e atrás dos assentos de madeira para os sacerdotes, gravados com os fatos da vida de Sant’Ambrogio (Santo Ambrosio), o padroeiro de Milão

Repositório de Velas do Duomo di Milano


Muita gente não sabe, mas sob o Duomo, descendo uma escada localizada junto a entrada da Catedral, ficam os restos de época romana (século IV), onde pode-se admirar as ruínas do Batistério de San Giovanni e as Fontes, e também a Abside de Santa Tecla (que era a basílica usada no verão e era onde hoje é a praça) e de Santa Maria Maggiore (usada no inverno e localizada exatamente onde hoje é presente a Duomo). O espaço não é grande e a visita é rápida. Este lugar era o centro religioso da cidade desde os tempos de Ambrogio (Santo Ambrogio), que aqui batizou Agostinho (Santo Agostinho), construído entre os anos 378 e 397. Com uma profundidade de cerca 4 metros, a área foi descoberta durante as escavações para a construção do metrô nos anos 60.


Vitrais e Repositório de velas

Vitrais do Duomo di Milano
O interessante da história é perceber como essa Catedral era o centro da Antiga Roma, com as ruas projetadas todas ao redor ou até mesmo partindo da praça. A construção do edifício começou em 1386 sob a iniciativa do Arcebispo Antonio da Saluzzo, em um estilo gótico tardio de influência francesa e centro-europeia, distinto ao estilo corrente na Itália de então. De fato, números especiais e figuras geométricas, como triângulos e quadrados, fazem parte do segredo dos construtores desta grande obra arquitetônica. Os trabalhos foram apoiados pelo senhor da cidade, o Duque Gian Galeazzo Visconti, que impulsionou a obra através de facilidades fiscais e promoveu o uso do mármore de Candoglia como material de construção. Em época medieval, o canteiro do Duomo foi um dos maiores da Europa, trazendo para Milão centenas de escultores, engenheiros, arquitetos, vidraceiros e artesãos de todo o continente. A obra avançou rápido, e em 1418 o altar-mor da Catedral foi consagrado pelo Papa Martinho V. Já em meados do século XV a parte leste (abside) da igreja estava completa. A partir desta data, porém, as obras prosseguiram lentamente até fins do século XV.

Vitrais do Duomo di Milano

Um dos órgãos do Duomo di Milano
Entre 1500 e 1510 a cúpula octogonal do cruzeiro foi completada e o interior foi decorado com várias séries de estátuas. Porém, a fachada oeste do edifício permaneceu ainda inacabada. Em 1577 a Catedral foi consagrada novamente pelo Arcebispo Carlos Borromeu. Apenas no século XVII foi a fachada construída, em estilo maneirista. Em meados do século XVIII foi completada a parte externa da cúpula, onde foi colocada a Estátua da Madoninna. Em 1805, por iniciativa direta de Napoleão, que havia invadido a Itália, as obras foram recomeçadas. Nessa época a fachada principal e grande parte dos detalhes exteriores, como os pináculos, foram completadas em uma mistura de estilos, entre o neogótico e o neobarroco. Apenas em 1813 foi a Catedral dada por finalizada, mais de 400 anos após o início das obras. Porém no século XX foi julgado necessário trocar as cinco portas da fachada, o que só foi acabado em 1965. Dentro do Duomo está o Museo Del Duomo, é de entrada opcional, mas certamente você irá encontrar ainda mais história desse lugar fascinante. A Catedral é atualmente um importante ponto turístico de Milão, e do alto do seu terraço é possível vislumbrar toda a cidade. 

Um dos órgãos do Duomo di Milano


Na primavera ou no verão e, porque não, até no outono (melhor se é um dia de céu límpido. Com o tempo bom, dá até para ver os Alpes Suíços), um passeio pelos telhados, completamente percorriveis, é imperdível. É dali que o edifício mostra toda a sua magnitude, já que é mais fácil admirar os pináculos (agulhas) e suas estátuas. O Duomo tem 135 agulhas, cada uma com uma estátua. A primeiríssima e única estátua por muito tempo foi a Estátua Carelli, que leva o nome de um grande doador do Duomo, o comerciante de escravos Marco Carelli. A estátua fica na parte de trás, ao lado direito e é a única que segura uma espécie de bandeira. Seria o Duque Gian Galeazzo Visconti nas vestes de São Jorge. Os terraços no telhado da Catedral de Milão representam uma inovação exclusiva na construção de telhados de catedrais. Existem 201 degraus para subir, a fim de chegar ao topo e uma vez lá, você terá uma vista deslumbrante sobre toda a cidade. O terraço tem vista para a Piazza Del Duomo, para a cúpula da Galeria Vittorio Emanuele, para os arranha-céus de Porta Nuova.

Telhados do Duomo di Milano
É dali também que os milaneses se sentem mais perto da estátua mais amada da cidade: La Madonnina. Uma estátua dourada de Nossa Senhora (a Catedral é dedicada a Santa Maria Nascente), colocada na agulha mais alta de Catedral e que vigia os milaneses e é um dos símbolos da cidade. Vir a Milão e não subir no Duomo é como visitar a cidade pela metade. A entrada na igreja é grátis, mas se quiser visitar o teto (sobe-se de escadas ou elevador) tem que pagar. Não é permitido ingresso para quem está vestido com bermuda ou blusa sem manga. Então se estiver passando por lá no verão, leve uma blusinha para se cobrir, porque Milão faz calor, e provavelmente você estará vestido bem à vontade. A Catedral de Milão tem muitas histórias para contar! As antigas catedrais góticas eram construídas com parâmetros precisos e localizações bem definidas. E o que se diz da Catedral de Milão, é que ela surge em um lugar de nó energético, de magia positiva muito potente! Então quando visitá-la, aproveite para fazer uma oração e acender uma vela para seu anjo de guarda. Energias positivas são sempre bem vindas!!! Na entrada da Catedral, no chão, é possível ver uma linha de cobre que corta a Catedral da direita a esquerda, decorada com os signos do zodíaco. É a Meridiana do Duomo, um calendário solar colocado na Catedral no final do século XVIII. Sempre do lado direito (nave direita), no teto, é possível ver um minúsculo furo por onde a luz do sol ao meio-dia entra, marcando no chão o período do ano.

Telhados do Duomo di Milano

Telhados do Duomo di Milano
Uma das lendas que fazem parte da história do Duomo de Milão é a de que ele conserva um dos três pregos sagrados da cruz de Jesus, doado a cidade pela Imperatriz Helena, mãe do Imperador Constantino (quando esse era imperador de Roma e a capital era Milão – século IV). O prego fica na abside da Catedral, onde uma luz vermelha o identifica. Todos os anos, no segundo sábado de setembro, o Cardeal Arcebispo de Milão sobe dentro de uma estrutura que parece uma nuvem, pega o prego e desce, deixando-o exposto por dois dias para a admiração dos fiéis. Só para constar nos registros: os pregos sagrados nas igrejas pelo mundo são mais de 20. A Catedral gótica, que sempre teve réplicas de metal comercializadas aos turistas, ficou mais famosa após um domingo de dezembro de 2009, quando Silvio Berlusconi foi atingido com uma réplica do Duomo. As réplicas da Catedral bateram recordes de venda e instantaneamente se esgotaram nas lojas, sendo a maioria dos clientes esquerdistas ou opositores ao governo do primeiro-ministro. A reprodução de sua forma gótica e pontiaguda, com 136 pontas de mármore, explica a gravidade dos ferimentos ocasionados ao chefe do governo.

Telhados do Duomo di Milano

Telhados do Duomo di Milano
com La Madonnina
A saída do metrô fica em frente à Catedral. Subir as escadas com a vista do Duomo é de tirar o fôlego. Esqueça todas as fotos que você já viu, esqueça todas as igrejas que você já visitou, o Duomo de Milão é simplesmente fascinante. O Museo Del Novecento está ao lado direito se você olhar a Catedral de frente, sua proposta é um pouco mais moderna e abriga a história artística do século passado, também é imperdível e possui o ano inteiro a exposição de obras de arte de artistas importantes como Picasso, Morandi e Boccioni.