segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Florianópolis - Ponte Hercílio Luz

Ponte Hercílio Luz
Falar de Florianópolis e não falar da Ponte Hercílio Luz é até heresia. É o símbolo mais famoso da cidade e do Estado, sendo a imagem mais reconhecida de ambos. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto MAPA, ela é mais citada do que a própria capital e que as praias do litoral catarinense. Por esse simbolismo, a Ponte está presente – seja na sua forma ou no nome – em comércios, logos e diversos usos em Florianópolis ou fora dela, e é recorrente que obras como filmes, séries e novelas que estejam locadas ou façam referência a Florianópolis mostrem a Ponte. A Ponte foi projetada e começou a ser construída durante o governo de Hercílio Luz para ser a primeira ligação terrestre entre a Ilha de Santa Catarina e o continente e consolidar Florianópolis como capital de Santa Catarina. Àquela altura, as outras cidades do Estado consideravam a ilha muito distante para ser o centro administrativo e político do Estado e, em consequência, havia um movimento pregando a mudança da capital para Lages. O acesso à ilha, dependente de um sistema de balsas, era precário. Monopolizado, o serviço sequer oferecia cobertura para proteger os passageiros do sol ou da chuva, e era impraticável em dias com muito vento e mar agitado.

Ponte Hercílio Luz e os 
Canhões do Forte Santana do Estreito
Se a proposta inicial tivesse dado certo, a Ponte Hercílio Luz não seria da forma como a conhecemos. A ideia inicial era para a Ponte ser de uma estrutura de vigas treliçadas, que foi descartada devido a dificuldades de financiamento. Entrou então o projeto da ponte pênsil, de autoria dos engenheiros norte-americanos Robinson & Steinman. A estrutura seria instalada no Canal do Estreito, trecho que tem a menor distância entre a Ilha e o continente. Mas bancar a construção não era o único obstáculo para executar o projeto. A Ponte foi projetada para que fosse usada também como ferrovia, com dois trilhos posicionados no centro, o que nunca se concretizou. O Brasil sequer produzia ferro fundido e aço em volume suficiente, o que fez com que o material da obra fosse importado por meio de navios. Todo o material nela empregado foi trazido dos Estados Unidos, tendo sido construída por uma equipe composta por 19 técnicos especializados norte-americanos e catarinenses. A construção ficou a cargo da American Bridge Company.

Ponte Hercílio Luz
O Governo finalmente iniciou as obras em novembro de 1922, mas o canteiro de obras do lado continental só ficou pronto em fevereiro de 1923, com itens vindos da Dinamarca. A outra frente de trabalho ficava do lado insular. A fundação da Ponte foi concluída em julho de 1923. Aos poucos, o projeto ia saindo do papel e a construção, tomando forma. Hercílio Luz, o idealizador da obra, não viu seu sonho ser concluído, pois morreu em 1924, doze dias depois de inaugurar uma réplica de madeira, de 18 metros de comprimento, construída na Praça XV de Novembro especialmente para o ato simbólico. A Ponte, que era inicialmente chamada Ponte do Estreito, seria chamada de Ponte da Independência por sugestão do então Governador, mas, após sua morte, foi renomeada para Ponte Hercílio Luz como homenagem póstuma.

Ponte Hercílio Luz
A inauguração da Ponte Hercílio Luz, numa tarde chuvosa de maio de 1926, acabou com o antigo sofrimento dos então 40 mil habitantes da Ilha de Santa Catarina, que até então eram obrigados a usar as desconfortáveis balsas para atravessar da Ilha ao continente ou vice-versa. Florianópolis, que até a inauguração era uma pequena cidade com ar provinciano, mudou seu destino com a nova ponte. Mais do que afastar o risco de perder o status de capital, o surgimento da Hercílio Luz mudou os costumes, os negócios e a forma de viver na cidade, e impulsionou o rodoviarismo e o avanço urbano. Os carros se tornam protagonistas e os ônibus se tornam, em cerca de 10 anos após a inauguração, o transporte coletivo mais usado, substituindo primeiro os bondes e logo também as balsas. Entre 1926 e 1935 um pedágio, por pessoa, foi cobrado na cabeceira continental. Era cobrada ainda, uma taxa adicional para quem estivesse carregando bagagens. O direito de passagem era retribuído por uma taxa, por conta do ressarcimento dos investimentos, segundo o Governo do Estado. Em 1944, Florianópolis anexa parte do Município de São José, que se torna a parte continental da capital catarinense. Desde então a Ponte deixa se ser uma ligação entre cidades e passa a ser uma ligação interna de Florianópolis, entretanto, o Governo Estadual permanece com a jurisdição da estrutura. Nas décadas seguintes, o piso de madeira, barulhento, deu lugar ao asfalto, mais suave para os carros, mas também mais pesado, e a Ponte não recebia manutenção devida. O trânsito era cada vez maior, e congestionamentos começaram a se tornar comuns. No fim de 1967, um alerta veio dos Estados Unidos.

Ponte Hercílio Luz
A necessidade de se averiguar o estado de conservação da Ponte Hercílio Luz tornou-se óbvia com uma tragédia no Hemisfério Norte: a queda da Silver Bridge, uma ponte de desenho e concepção estrutural similar sobre o Rio Ohio, entre Point Pleasant e Gallipolis, nos Estados Unidos. Essa ponte tinha sido construída pela mesma empresa que construiu a Hercílio Luz, a American Bridge Company. O colapso da Silver Bridge, que desabou no horário de pico em dezembro de 1967, causou 46 mortes. Esse acidente levou a desconfiança sobre a estrutura da ponte florianopolitana. Uma perícia realizada em dezembro de 1981 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) verificou que as barras de olhal estavam deterioradas, o que comprometia a segurança de seus transeuntes. A descoberta de uma trinca de cinco centímetros de abertura no olhal de uma das barras localizada na altura do topo do pilar do lado sul da Ilha fez com que o Departamento de Rodagem do Estado levasse a recomendação do Relatório do IPT a cabo, interditando a Ponte ao tráfego pela primeira vez em janeiro de 1982. Na época a ponte absorvia 43,8% do tráfego de veículos. A Ponte Colombo Salles, aberta ao tráfego em março de 1975, passou a ser a única ligação da Ilha ao continente. Posteriormente, em março de 1988, a Ponte foi reaberta ao tráfego para pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal.

Ponte Hercílio Luz
Em fevereiro de 1990 foi concluída a primeira etapa da análise de viabilidade da reabertura da Ponte ao tráfego, o que levou à segunda interdição dela, em julho de 1991. A subsequente retirada do piso asfáltico do vão central resultou em um alívio da ordem de 400 toneladas na carga suportada pela Ponte. O pesadelo do desabamento tornou-se constante na vida das pessoas. Este temor, entretanto, foi eliminado justamente no dia em que a Ponte completou 71 anos de idade. A obra clássica da engenharia internacional foi tombada como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Município de Florianópolis. Ainda em 1997, o Ministério da Cultura reconheceu como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Brasil, tendo sido inscrita no Livro do Tombo Histórico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em agosto de 1998.

Ponte Hercílio Luz
Após anos fechada e apenas sendo mantida, uma parceria entre o Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura de Florianópolis em 2005 proporcionou o início das obras de restauração da Ponte Hercílio Luz. Em 2008, o Consórcio Florianópolis Monumento passou a ser o responsável pela manutenção e restauração. O prazo máximo para a entrega da restauração era em maio de 2012, quando a Ponte completasse 86 anos, mas impedimentos burocráticos, aliados à mudança no comando do Governo do Estado, fizeram com que a obra atrasasse. O novo prazo de entrega ficou para metade de 2013, o que também não se efetivou, e o Consórcio foi afastado pelo Governo do Estado. O tempo de obras, os gastos e as denúncias de corrupção fizeram parte da opinião pública se voltar contra a Ponte, e muitos moradores de Santa Catarina defendiam abertamente a derrubada do maior símbolo do Estado e construção de uma nova ponte – o que não poderia acontecer já que é um patrimônio histórico tombado.

Ponte Hercílio Luz
A Ponte tem 821 metros de comprimento total, sendo formada pelos viadutos de acesso do continente com 222,5 metros, da Ilha com 259 metros, e pelo vão central pênsil que tem 339,4 metros de extensão. A estrutura de aço tem o peso aproximado de 5.000 toneladas, e os alicerces e pilares consumiram 14.250 metros cúbicos de concreto. Os pilares submersos receberam cimento especial resistente à corrosão da água salgada. As duas torres principais têm 74,21 metros de altura. O vão pênsil tem uma altura média de 30,86 metros em relação ao nível do mar e a carga total nas cadeias de barras de olhal é de 4.000 toneladas-força. O mirante situado à cabeceira insular proporciona uma das mais belas vistas panorâmicas do centro da cidade. Na área também estão situados o Museu da Ponte e o Parque da Luz.

domingo, 30 de agosto de 2015

Florianópolis - Santo Antônio de Lisboa

Lojas de Artesanato e 
Igreja Nossa Senhora das Necessidades
Encravado no noroeste da Ilha de Santa Catarina o Distrito de Santo Antônio de Lisboa é formado além de Santo Antônio, pelos bairros de Sambaqui, Barra de Sambaqui e Cacupé. Fica a 15 quilômetros do centro, no caminho para as praias do Norte da Ilha. É uma praia interna da Baía Norte. Da praia, tem-se uma bela paisagem da Avenida Beira-Mar Norte, das pontes que ligam a Ilha ao continente e das regiões continentais ao norte de Florianópolis. Apesar de fazer parte de uma cidade em franca expansão econômica e tecnológica, Santo Antônio de Lisboa é um lugar único, com uma cultura própria e pulsante, vivida em um processo de renovação constante como resultado do dia a dia das pessoas que aqui estão e de toda a sua história, que se faz presente por todos os lados por onde olhamos. 

Casa em estilo açoriano
O local era ocupado inicialmente por índios Guaranis. A partir do início do século XVIII, passou a receber imigrantes açorianos, tornando-se uma das primeiras freguesias da Ilha de Santa Catarina. Em 1757, foi construída a Igreja de Nossa Senhora das Necessidades, no terreno doado pela filha do iniciador da comunidade da região. Em função da localização geográfica, Santo Antônio de Lisboa tornou-se um local portuário e posto de alfândega onde navios estrangeiros atracavam para fazer comércio. O século XIX foi marcado pela forte imigração de espanhóis, franceses, italianos, alemães, belgas, austríacos, gregos e sírios, além dos 20% da população de descendência africana. Cerca de 75% dos habitantes vieram do Arquipélago de Açores, Portugal. Eles trouxeram a cultura agrícola e pecuária e, aqui, passaram a viver também da pesca. 

Casario antigo
Logo na chegada do centrinho histórico do bairro, uma placa em azulejo, tipicamente portuguesa, dá as boas-vindas aos visitantes. Uma das características mais marcantes de Santo Antônio de Lisboa são as casas coloridas com janelas e portas pintadas em cores fortes, uma herança da cultura açoriana. Elas também podem ser encontradas em outras regiões de Florianópolis, como em Sambaqui e na Freguesia do Ribeirão da Ilha. No Centro Histórico está a Praça Roldão da Rocha Pires, que ainda conserva, numa área bloqueada para o trânsito de veículos, a primeira rua calçada do Estado de Santa Catarina, construída em homenagem à visita de Dom Pedro II à Freguesia de Santo Antônio de Lisboa em outubro de 1845. No local também está preservada a fachada da casa onde o Imperador ficou hospedado na ocasião. 

Loja de artesanato
Na Praça Roldão também acontece a Feira das Alfaias, mais conhecida como Feirinha de Santo Antônio de Lisboa. Algumas barraquinhas vendem livros, telas, mosaicos, roupas, bijuterias, artesanato, objetos de madeira e peças feitas com renda de bilro, uma técnica herdada da cultura açoriana. Junto à Praça há um restaurante e um café. Além da Feirinha, que acontece de vez em quando na praça central, Santo Antônio também possui três casas de artesanatos, entre elas o Atelier Santo de Casa, que vendem os mais variados tipos de objetos, pinturas, obras de arte e souvenires. Perfeito para quem gosta de coisinhas criativas e objetos de decoração coloridos e inventivos. Vale a pena visitá-las para levar uma lembrança para casa. 

Igreja de Nossa Senhora das Necessidades
No canto esquerdo do bairro está a Igreja Nossa Senhora das Necessidades, também chamada de Igrejinha de Santo Antônio de Lisboa. Lindinha por fora, preciosa por dentro. Funciona normalmente com missas e celebrações. Em frente à Igreja está a Praça Getúlio Vargas, onde há um parquinho infantil e quiosque de petiscos. É nesta área que acontece, uma vez por ano, a Festa do Divino Espírito Santo, um festejo da igreja católica que também é herança da cultura açoriana e que acontece em todos os distritos de Florianópolis. A Festa do Divino é celebrada na Freguesia de Santo Antônio desde o ano 1754. É preciso ter um pouco de sorte e paciência para estacionar na região, já que as ruas são estreitas e há poucas vagas.

Santo Antônio de Lisboa à noite
A praia de Santo Antônio de Lisboa não é daquelas praias de ficar o dia inteiro apreciando o sol e o mar. O mar é dos pescadores e é muito comum encontrá-los em seus barcos, pescando na área. Extremamente calmo, a areia é de grossura média e de cor amarelada, com trechos cinza por conta de pequenos riachos que desembocam no mar. São 750 metros de extensão, com largura que varia entre quatro e seis metros de areia. A região é bem arborizada e propícia para passeios à beira da praia. O bom de Santo Antônio é relaxar e curtir a bela paisagem, com uma caminhada no calçadão a qualquer hora do dia, especialmente no final da tarde, durante o espetáculo do pôr do sol, já que este é um dos melhores pontos de Floripa para ver o sol se pondo. O passeio por Santo Antônio de Lisboa pode ser feito em meio dia. O ideal é vir para o almoço e dar um rolé depois com calma.

Vista parcial da orla de Santo Antônio de Lisboa
As festas religiosas, as manifestações do folclore local, os diversos e frequentes eventos culturais, a produção de artesanato e cerâmica, o cultivo de ostras, além da magnífica paisagem e do casario antigo fazem deste, um lugar muito interessante para se viver ou visitar em qualquer época do ano. O Distrito possui grande concentração de restaurantes de comida típica (sobretudo frutos do mar), que atraem moradores de outros bairros da cidade para almoços em família nos fins de semana. O quarteirão que abriga os principais restaurantes (a maioria com deck voltado para o mar) é um dos trechos mais agradáveis e rende boas fotos da orla. Existem várias “fazendas de ostras” na região, o que faz com que o molusco chegue fresquinho aos restaurantes. Santa Catarina, aliás, é a maior produtora de ostras do país. 

sábado, 29 de agosto de 2015

Florianópolis - Praias


Lagoa da Conceição
Todas as praias catalogadas em Florianópolis são reconhecidas como tais pela população local, tendo em alguns casos, mais de um nome. Algumas ainda são pouco conhecidas dos turistas. Na Ilha de Santa Catarina existe uma grande laguna, a Lagoa da Conceição, e uma grande lagoa, a Lagoa do Peri. Florianópolis está dividida em cinco regiões - Central, Norte, Leste, Sul e Continental, 12 distritos e 48 bairros. As praias não são as únicas atrações da cidade. Há lugares que são paradas obrigatórias no roteiro de quem chega à Ilha de Santa Catarina e região. Na vida real, porém, Floripa acaba tendo duas ou três praias, que são as que a gente elege e volta sempre (no nosso caso, a Praia dos Ingleses). Na temporada, fazer um beach tour é impossível, por causa do trânsito. A melhor época para xeretar de praia em praia é no outono, quando o tempo fica firme e paulistas, argentinos, gaúchos e paranaenses já voltaram para suas casas.

Lagoa do Conceição vista do Mirante da Lagoa

Praia do Campeche
As praias no Leste da Ilha começam com um cartão postal: a Lagoa da Conceição, uma das paisagens mais bonitas do país e parada obrigatória para quem visita Florianópolis. Lá, já no topo do morro tem o Mirante Manoel de Menezes, onde podemos ver de uma maneira privilegiada toda a Lagoa e seus encantos. No Centrinho da Lagoa concentram-se vários bares e restaurantes, que sempre é o point não importando a temporada. Nas Rendeiras, principal avenida da Lagoa, encontramos as famosas rendeiras, com o artesanato de maior expressão na Ilha, vários restaurantes especializados em frutos do mar e as dunas que se estendem até a Praia da Joaquina. Em uma das noites resolvemos ir da Praia dos Ingleses, onde estávamos hospedados, até a Lagoa da Conceição para experimentarmos a famosa Sequência de Camarão, prato típico da região. O trajeto dava mais ou menos 20 quilômetros de distância. Gastamos simplesmente duas horas para percorrermos este percurso, um tormento.

Ilha do Campeche

Praia de Canasvieiras
São nas praias no Sul da Ilha que encontramos o aspecto rústico da vida dos pescadores, além de verdadeiros paraísos da natureza e de marcos de sua história colonial, como o Ribeirão da Ilha, uma das primeiras comunidades do Estado. Nessa região também estão localizadas as praias preferidas dos surfistas. Ao começar pela Praia do Campeche, com seus longos trechos de areias brancas e boas ondas quase todo dia. É da areia do Campeche que vemos a famosa Ilha do Campeche, que além de muito bonita vista da praia pode-se chegar até lá de barco e passar o dia. Um passeio incrível e inesquecível. A infraestrutura na Praia do Campeche é muito precária, dificultando para quem vai com crianças por exemplo.

Praia dos Ingleses
As praias do Norte da Ilha são as mais desenvolvidas quanto à infraestrutura, com muitos hotéis, restaurantes, bares, casas noturnas, entre outros serviços turísticos. Canasvieiras e Ingleses são os principais balneários, mais populosas e movimentadas. Muito procuradas pelos turistas do MERCOSUL e por famílias em busca de águas quentes e tranquilas; nelas a gente encontra de tudo. São verdadeiras 'cidades independentes'.

Praia dos Ingleses

Jurerê Internacional
Jurerê Internacional esbanja o seu glamour, é a praia do condomínio mais caro e desejado da Ilha. A faixa de areia é estreita e o mar é calmo. Quase todos os lounge oferecem serviço de praia, com aluguel de cadeiras e espreguiçadeiras. Entre um lounge e outro há os quiosques que também alugam cadeiras e fornecem bebidas a preços mais plebeus. Enquanto as comunidades de Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui são bairros tradicionais de colonização açoriana, que mantém aquele ar bucólico.

Jurerê Internacional

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Florianópolis - Natureza

Florianópolis vista do Mirante do Morro da Cruz
Como ficaríamos uma semana em Florianópolis, eu, que particularmente, não gosto de ficar o dia todo “torrando” ao sol, propus sairmos mais cedo da praia todos os dias e conhecermos outros pontos turísticos da cidade. Proposta aceita. Florianópolis é a capital do Estado de Santa Catarina, na Região Sul do Brasil. O município é composto pela ilha principal, a Ilha de Santa Catarina, a parte continental e algumas pequenas ilhas circundantes. A cidade tem uma população de pouco mais de 400 mil habitantes, o que triplica no verão. É o segundo município mais populoso do Estado, perdendo apenas para Joinville. A cidade é conhecida por ter uma elevada qualidade de vida, sendo a capital brasileira com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelas Nações Unidas. Como resultado disso, Florianópolis está crescendo como uma segunda casa para muitos paulistas, argentinos, estadunidenses e europeus. 


O azul do mar em Florianópolis

Florianópolis
Pelo fato de ter mais de 100 praias catalogadas, o excesso de turistas durante a temporada de verão, a meu ver está trazendo muitos transtornos para a Ilha. À medida que o número de visitantes cresce a cada ano, Florianópolis enfrenta o desafio constante de garantir que sua infraestrutura e recursos limitados sejam utilizados para acomodar todos os turistas adequadamente. Entre os problemas particularmente preocupantes estão a falta de saneamento básico em algumas áreas, que muitas vezes drenam o esgoto diretamente para o oceano, o que polui as praias que atraem tantos visitantes. E nesta época falta tudo, falta luz, falta água, falta comida nos supermercados, e, principalmente falta paciência.


A tranquilidade das Gaivotas

Pôr-do-sol em Florianópolis
A maioria da população vive no continente e em partes do centro e norte da ilha principal. A metade sul é menos habitada. Muitos pescadores comerciais pequenos povoam a ilha. Os barcos de pesca, as rendeiras, o folclore, a culinária e a arquitetura colonial contribuem para o crescimento do turismo. Vilarejos imersos em tradição e história, como Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, ainda resistem aos avanços da modernidade. O nome Florianópolis é uma homenagem ao então Presidente da República Floriano Peixoto. É uma das três ilhas-capitais do Brasil (as outras são Vitória e São Luís) e fica às margens do Oceano Atlântico, no leste do Estado.




Anoitecer em Floripa
A natureza agracia de forma privilegiada a cidade de Florianópolis. Afinal, as belezas naturais que compõem o cenário da capital catarinense formam uma rara combinação que mescla as mais variadas praias com porções de dunas, montanhas e Mata Atlântica, lagoas, rios e cachoeiras. Florianópolis apresenta as características climáticas inerentes ao litoral sul brasileiro. As estações do ano são bem caracterizadas, verão e inverno bem definidos, sendo o outono e a primavera de características semelhantes. É a terceira capital mais fria do país, ficando atrás apenas de Curitiba e Porto Alegre.



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Férias de Fim de Ano - Florianópolis


Avenida Beira Mar
Terminamos nossa estadia no Paraná. Voltaremos em Curitiba tantas e quantas vezes tivermos vontade. Ainda pretendo visitar todos os pontos turísticos da Linha Turismo. Partimos para Florianópolis, também conhecida como Floripa, onde ficaríamos mais uma semana e passaríamos o réveillon. Floripa é outra cidade que não me canso de visitar, no entanto desta vez o stress foi muito grande. A distância entre Curitiba e Florianópolis é de 303 quilômetros, o que dá mais ou menos três horas e meia de carro. Gastamos nada mais nada menos que nove horas para percorrer esta distância. Parece que o Brasil inteiro resolveu passar o réveillon em Floripa. O congestionamento era monstruoso e para manter dois adolescentes dentro do carro foi preciso muito “jogo de cintura” (vocês se lembram, não é? Estávamos em oito).


Decoração de Natal na Avenida Beira Mar

Residencial da Família
Já fomos para Florianópolis várias vezes, em congressos, de férias ou só de passagem, no inverno ou no verão, na temporada de férias e fora de temporada também e sempre nos hospedamos na Praia dos Ingleses, que fica no norte da ilha, em hotel, pousada ou residencial. Desta vez alugamos dois apartamentos no Residencial da Família, que é administrado pela Dona Gilza e sua filha Gerusa. Quando chegamos ao residencial, mais uma chatice, não tinha luz, tudo escuro. Aliás, todo o norte da Ilha de Florianópolis estava sem luz devido ao excesso no consumo de energia elétrica. Luz de velas e banho frio. Como todos os restaurantes estavam às escuras, resolvemos cozinhar alguma coisa no apartamento mesmo, apesar do cansaço da viagem demorada. Conseguimos comprar alguma coisa no mercadinho que fica em frente ao residencial e pronto. Outro dia outra história.


Jardins bem cuidados da Praia dos Ingleses

Praia dos Ingleses
O Residencial da Família fica a cerca de 100 metros da praia, uma facilidade e tanto. Fizemos as compras para o café da manhã e depois fomos reservar o bar de beira de praia onde passaríamos o réveillon. O local que tínhamos passado o réveillon há uns seis anos antes, já estava com as reservas esgotadas. Procuramos outro bar que estava inaugurando naquela temporada, parecia um bom lugar, na praia e com uma boa visão da queima de fogos. A reserva dava direito à ceia, frutas, bebidas e um espumante por mesa. Resumo da ópera: o réveillon foi uma droga, venderam mais mesas que cabia no lugar, a comida acabou antes da hora, a fila para servir o prato era enorme, desisti logo e ainda por cima clonaram o cartão de crédito do meu marido, reclamação geral e quase briga. Fomos para a areia com nossa garrafa de espumante ver a queima de fogos, desejar coisas boas para a família, pular sete ondas e de volta para casa.


Praia dos Ingleses

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Antonina - Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Santuário Nossa Senhora
do Pilar da Graciosa
Desde o início do século XVIII, a Vila de Antonina está intimamente ligada com a Capela de Nossa Senhora do Pilar. O culto a esta deve-se, segundo a tradição, pela devoção de três irmãs as quais celebravam terços e rezas à Nossa Senhora do Pilar, festejada todos os anos no dia 15 de agosto, reunindo mineiros, faiscadores e lavradores das regiões vizinhas ao sítio da Graciosa. A tricentenária Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa constitui marco fundamental para a história de Antonina: a fundação da freguesia, em 1719. Manoel Valle Porto obteve a Provisão de Licença para a construção da Capela com o Bispo do Rio de Janeiro, em setembro de 1714. Com a Capela-mor pronta, inaugurada em junho de 1715, seriam necessárias outras providências como a criação do Curato. Foram feitas as solicitações pelo Sargento-mor e pelos moradores da vila, inclusive os dos cubatões dos Três Morretes, para o vigário de Paranaguá, e para o Bispo que atende a solicitação do Cura, e ao mesmo tempo, baixa a provisão que cria a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, em maio de 1719.

Vitrais do Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Nave do Santuário Nossa
Senhora do Pilar da Graciosa
A capela original atendia aos anseios de moradores que rendiam suas orações à sua santa protetora e foi construída em uma bela colina às margens da baía, de onde se tem uma vista privilegiada da cidade e de sua exuberante riqueza. A conclusão do corpo da Matriz se deu com a celebração da benção da Igreja em agosto de 1722. Para efetivar a construção da Capela, foi utilizada mão-de-obra escrava, já que neste período, o Brasil caracterizava-se pelo sistema escravocrata, e especificamente, Valle Porto, era o responsável pela construção, como também, era senhor de numerosa escravatura. O costume lusitano de construir capelas em elevações à beira mar era comum a diversas cidades com vistas às necessidades de catequização, defesa e saúde. Com o tempo, a partir da capela, símbolo maior da povoação, o casario iria surgindo no seu entorno.

Vitrais do Santuário Nossa Senhora do Pilar da Graciosa

Altar do Santuário
Ainda é necessário ressaltar o fato de que o Sargento-mor doou parte de sua sesmaria ao patrimônio da Igreja. Atualmente, o registro cartorário da propriedade está em posse da Mitra Diocesana de Paranaguá, e devido a sua secularidade, o título de transmissão apresentou-se por usucapião. O Padre Francisco de Borja, que atuou no período de 1751 a 1760, ficou conhecido como um dos mais zelosos curas da Igreja. Este padre foi quem organizou a documentação da Matriz, resultando no que se conhece hoje por “Folhas Avulsas de Antigos Livros da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Antonina”. Ele também relatou sobre a Vila de Antonina, nesta época, e como estava a Igreja: Em 1748 a Igreja somente tinha o altar-mor onde além de venerada imagem da padroeira, estavam as de Sant’Ana, São Benedito e do Senhor Crucificado. Somente a Capela-mor era forrada por cima de taboado e por baixo ladrilhada de tijolos.



Imagem do Senhor Crucificado

Oratório do Sagrado Coração de Jesus
O Padre Borja ainda realizou todo o levantamento de utensílios pertencentes à Igreja, ornamentos das imagens e, pelas descrições, não havia torre, pois o sino encontrava-se na sacristia. Já no século XX, no ano de 1923, a Matriz é literalmente fechada devido ao seu estado de precariedade. As imagens dos santos e seus respectivos altares foram transferidos para a Matriz provisória: a Igreja de São Benedito. Em 1926 a Igreja passou pela primeira grande reforma que se tem conhecimento. Segundo o padre da época, a Matriz estava fechada, completamente abandonada. O interior da Igreja estava uma verdadeira ruína, sem assoalho e forro, privada de altares, montões de pedra, tábuas e vigotas  podres. Uma parte da parede achava-se aberta, por onde entrava chuva. Na sacristia encontrava-se um armário com gavetas demolidas e montão de tijolos, telhas e cal, cujo peso tinha afundado o assoalho. O pátio da Matriz assemelhava-se a um matagal, abrigo de muitas cobras venenosas.

Pia de Água Benta do Santuário

Imagem de Santo Antônio
A segunda grande reforma que se tem referência foi em 1952. Nesta restauração, de acordo com fontes orais, as esquadrias de madeira foram substituídas por vitrais, o telhado ficou mais alto, o piso passou a ser cerâmico, as paredes perderam seus afrescos, entre outras mudanças. A casa ao lado da Igreja, construída pela Congregação Redentorista, já é mais recente, da década de 1970. Teve por objetivo abrigar a Casa Paroquial e a Secretaria. Por outro lado, acabou interferindo na paisagem do morro com a própria Igreja, composição esta que serviu de inspiração e beleza para muitas pinturas, fotografias e, mesmo até hoje, como cartão postal de Antonina. Sucessivas reformas foram ampliando e sofisticando a edificação até que ela tomasse os contornos atuais. Tombada pelo Patrimônio Histórico do Paraná, em 1999, a tradicional Igreja de Nossa Senhora do Pilar foi elevada à condição de Santuário pela Diocese de Paranaguá, em agosto de 2012.