quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Madri - Real Basilica de San Francisco El Grande

Real Basílica de San Francisco El Grande 
A Real Basílica de San Francisco El Grande é um templo católico, localizado no Bairro de Palacio, no Centro Histórico da capital. Apesar de estar distante apenas 600 metros da Catedral de La Almudeña e a um quilômetro da Plaza Mayor a Real Basílica de San Francisco El Grande passa despercebida da maioria dos turistas. Pouco visitada, ela geralmente é deixada de lado nos roteiros turísticos. A Basílica atual foi construída em estilo neoclássico na segunda metade do século XVIII, a partir de um projeto de Francisco Cabezas, e completada por Francesco Sabatini. O edifício apresenta uma decoração interior suntuosa, feita em estilo eclético do final do século XIX. Sua galeria apresenta representantes da pintura espanhola dos séculos XVII ao XIX, com pinturas de Zurbarán e Goya. Em outubro de 1980 foi declarada Monumento Nacional, de acordo com o Real Decreto, recebendo assim estatuto de Interesse Cultural (BIC).

Real Basílica de San Francisco El Grande
O local onde hoje se situa a Basílica foi anteriormente ocupado por um convento franciscano, a qual, segundo a lenda, foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis em 1217. Quando Filipe II fez de Madri a capital do Reino, em 1561, o convento foi ganhando em riqueza e importância, passando a receber relíquias vindas dos lugares santos conquistadas pelos cruzados. Em 1760, os franciscanos demoliram o edifício original para construir em seu sítio um templo maior, coberto por uma magnífica cúpula. Em 1836 os franciscanos foram expulsos do local, e o edifício passou para as mãos do Estado espanhol. Um ano mais tarde, pensou-se na possibilidade de se fazer ali um Panteão Nacional, mas a iniciativa não se concretizou. Em 1838, ele serviu como sede para um quartel de infantaria, antes de recuperar o status de local para culto religioso. 

Real Basílica de San Francisco 
El Grande
Em 1869 foi revivida a ideia do Panteão Nacional, que ao longo dos próximos cinco anos abrigaram os restos de diferentes personalidades da história espanhola, incluindo os restos de Calderón de La Barca, Alonso de Erculla, Garcilaso de La Veja, Francisco de Quevedo, Ventura Rodríguez, Juan de Villanueva e Gonzalo Fernandez de Cordova (o Grande Capitão). Eles foram depositados em uma capela no interior da Basílica, mas retornaram em 1874 para os seus locais de origem. Em 1879, o templo passou por uma grande reforma e restauração, financiada pelo Ministério de Estado. A reabilitação foi usada para redecorar o interior, em um processo que durou de 1880 até 1889, e que envolveu vários artistas espanhóis especializados em pinturas murais e artes decorativas, incluindo mais notavelmente Casto Plasencia, José Casado Del Alisal e Salvador Martinez Cubells. A maioria de seus estudos e esboços está preservada no Museo Del Prado.



Altar da Real Basilica de San Francisco El Grande
O templo possui uma planta circular com seis capelas laterais (três de cada lado). Entre elas destaca-se a Capilla de San Bernardino onde está a tela tela San Bernardino de Siena predicando ante Alfonso V de Aragón de Francisco de Goya. Presidindo a Basílica fica a linda Capilla Mayor, localizada na abside, com cinco afrescos que retratam São Francisco de Assis. A cúpula é o maior destaque da Basílica. A cúpula possui 58 metros de altura, 33 metros de diâmetro e é considerada a quarta maior entre os templos cristãos. Ela não impressiona apenas pelo tamanho, mas também pela beleza. Os lindos afrescos, obra de vários artistas, retratam Nuestra Senõra de los Angeles. Os vitrais são alemães. Na planta circular, aos pés da cúpula, ficam esculturas em mármore de Carrara dos 12 apóstolos.

Cúpula da Real Basilica de San Francisco El Grande
Sala Capitular e a Sacristia da Real Basílica de San Francisco El Grande formam uma pinacoteca com um bom acervo de quadros do barroco espanhol e italiano (séculos XVII a XIX). Talvez o maior destaque seja a tela “San Buenaventura recibe La visita de Santo Tomás de Aquino” de Francisco de Zurbarán. A pinacoteca possui quadros de Francisco Ribalta, Luís de Tristán, Alonso Cano, entre outros artistas. Em 1926, o Rei Alfonso XIII devolveu o templo para os franciscanos. Em junho de 1962 ele foi declarado Basílica Menor pelo Papa João XXIII. Durante todo o século XX a Igreja foi centro de reformas e reabilitações, permanecendo fechada durante décadas. Em novembro de 2001, depois de décadas em construção, a Igreja foi reaberta ao público. Em 2006, os restauradores começaram a recuperar as pinturas murais.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Madri - Catedral de Santa María La Real de La Almudeña

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña
A Catedral, localizada na Calle de Bailén, destaca-se numa área verdejante da cidade, próximo de alguns dos parques mais famosos como o grande Campo Del Moro, o Parque de La Cuesta de La Vega, e Jardins Lepanto. A fachada principal dá para a Plaza de Armería, em frente ao Palacio Real de Madrid. Esta Igreja começou a ser construída no fim do século XIX, o que para os padrões europeus é considerado uma construção muito recente, onde havia a antiga muralha árabe que rodeava a cidade e foi terminada em 1993. A Catedral de Santa María La Real de La Almudeña (ou apenas “Catedral de Almudeña”) é a sede episcopal da Diocese de Madri. Foi consagrada pelo Papa João Paulo II em sua quarta visita à Espanha, em junho de 1993. É a primeira catedral espanhola consagrada por um Papa e a primeira consagrada por João Paulo II fora de Roma. 

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña
O local onde a Catedral se encontra, foi originalmente ocupado pela primeira mesquita de Madri e depois por uma igreja dedicada a um dos santos patronos da cidade, a Santa Maria de Almudeña. Os planos para construir a Igreja começaram no século XVI, depois do Rei Filipe II ter feito de Madri a capital de Espanha. No entanto, a construção foi constantemente adiada devido a várias questões políticas e à oposição da poderosa Arquidiocese de Toledo (anterior capital de Espanha). Finalmente em 1868, Madri recebeu permissão de Toledo para construir uma nova Igreja dedicada à Virgem de Almudeña, as obras foram iniciadas em 1883, quando o Rei Alfonso XII colocou a primeira pedra. Um ano mais tarde, em 1884, o Papa Leo XIII, criou a Diocese de Madri, dando um bispo à cidade e elevando o estatuto da nova Igreja de Almudeña a Catedral. A primeira parte a ser completada foi a cripta, que contém uma imagem do século XVI da patrona de Madri, a Virgem de Almudeña.

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña
A diferença desta Catedral em relação às demais é a sua orientação norte-sul, sendo que o habitual é Leste-Oeste; isso foi fruto de sua construção em conjunto com o Palacio Real de Madrid. É um dos mais famosos marcos de Madri, e um dos prédios mais impressionantes da cidade, tem 102 metros de comprimento e 73 metros de altura, e mescla diferentes estilos arquitetônicos: neoclássico no exterior, neogótico no interior e neorromânico na cripta. Sua fachada tem cores únicas, com pedras de tons azuis e cinzas. Muita gente não gosta da Catedral. Afinal, a construção choca pela sua fachada neoclássica, mas de interior neogótico e com uma grande cúpula. Esta mistura de estilos se deve a demora da construção e ao fato da Catedral ficar literalmente em frente ao Palacio Real. Igualmente, não há uniformidade entre os altares laterais e as pinturas são extremamente coloridas o que pode deixar o visitante atordoado. 

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña
Discussões à parte, a Igreja tem belas pinturas e vidrarias e como não poderia deixar de ser um altar dedicado à padroeira da cidade, a  impressionante Imagem da Nuestra Señora de La Almudeña em madeira prata e guarda o túmulo de San Isidro, padroeiro de Madri. Em 2004 foi cenário do casamento dos Príncipes de Astúrias. Antes de entrar, contemple as diferentes imagens dos santos Apóstolos, na frente da Igreja, como o gigantesco São Pedro e os escudos da Família Real Espanhola e do Papa João Paulo II. O acesso ao templo é feito pela Calle Bailén e ali há belas portas laterais com relevos esculpidos retratando o dia da dedicação da Catedral. Ao entrar, a primeira coisa que o visitante vê é a Imagem de Nossa Senhora de Almudeña e um retábulo do século XV com 18 imagens retratando diferentes momentos da vida de Cristo. Além disso, lá está enterrada, aos pés da imagem da padroeira de Madri, a Rainha Maria de Las Mercedes que ajudou a arrecadar fundos para a construção do edifício.

Catedral de Santa María La Real de La Almudeña

Capela do Santíssimo
Quanto aos altares laterais cada um foi feito em um estilo artístico. Assim temos o moderno, ao lado do barroco, que faz fronteira com o minimalismo e esculturas extremamente realistas. Destaque para os santos nascidos em Madri como é o caso de Santa Maria Soledad Torres Acosta. Na Capela do Santíssimo, mosaicos dourados deslumbrantes que remetem ao passado bizantino. Falando assim pode soar exagerado, mas a Capela conseguiu conciliar o forte colorido com expressão artística sacra. O Museu da Catedral de Almudeña reúne dezenas de objetos que narram a história da Diocese de Madri. Nas 12 salas do Museu, você verá desde mosaicos até escudos episcopais e ornamento. Embora o Museu seja pequeno, a visita é mais importante do que poderia parecer em um primeiro momento. Ao contrário que em catedrais como Notre-Dame, a subida à cúpula da Almudeña não é espetacular e a vista não é tão boa. Recomendo subir só se você quiser ver o Museu, já que a entrada é combinada. A entrada é grátis, mas recomenda-se fazer uma doação de um Euro, depositando sua moeda em uma das urnas disponíveis. O dinheiro arrecadado é usado para pagar pela manutenção do prédio. Um passeio em Madri imperdível!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Madri - Museus de Madrid

Museo Nacional Del Prado - Porta Velázquez
Madri é moderna, é agitada, é eclética e ao mesmo tempo conservadora. Uma cidade de paradoxos, Madri tem espaço para tudo e para todos, para quem gosta de arte tem uma calçada com alguns dos museus mais famosos do planeta, para quem gosta de música tem opções para todos os gostos e estilos: do eletrônico moderno ao Jazz enfim, opções para tornar sua viagem inesquecível não vão faltar. Quanto aos museus, que são atrações valorizadíssimas de Madri, é melhor reservar um momento só para eles. A cidade é rica em história e arte; tem em sua posse uma trilogia de museus que representa de forma bastante significativa a evolução da arte ao longo da História da Humanidade. É no Paseo Del Prado que se encontra o “Triângulo de Ouro da Arte”; este inclui o Museo Nacional Del Prado, o Museo Thyssen-Bornemisza e o Museo Reina Sofia. 

Monumento a Velázquez
Quando o Rei Carlos III regressou de Nápoles à sua cidade natal, apercebeu-se de que Madri não havia melhorado em nada desde que de lá tinha saído: Madri continuava aquele lugar que, convertido repentinamente em capital por obra e graça de Filipe II, cresceu precipitada e desordenadamente e de um modo pouco consistente. Decidiu assim encarregar Juan de Villanueva, o arquiteto real, de projetar um edifício destinado às Ciências que pudesse albergar o Gabinete de História Natural. Com a construção deste edifício, concebido como uma operação urbanística de elevados custos, o Rei Carlos III pretendia dotar a capital do seu reino com um espaço urbano e monumental, como os que abundavam nas restantes capitais europeias. As obras de construção do Museu prolongaram-se por muitos anos. Porém, a chegada dos franceses a Espanha e a Guerra da Independência, interromperam-nas. Foi então utilizado para fins militares, tornando-se um quartel militar. Neste momento começou a deterioração do edifício, que se notava cada vez mais, à medida que os anos avançavam. Aborrecidos, Fernando VII e a sua esposa, Maria Isabel de Bragança, puseram fim a tal situação, impedindo que o Museu chegasse à ruína total e recuperando-o.

Museo Nacional Del Prado - Porta Murillo
Isabel foi a grande impulsionadora deste projeto e é a ela que se deve o êxito final, mesmo que não tenha vivido para saboreá-lo, pois morreu um ano antes da grande inauguração do Museu em novembro de 1819. O Museo Nacional Del Prado é o mais importante Museu da Espanha e um dos mais importantes museus do mundo, desde a sua inauguração. Contendo coleções de pintura e escultura provenientes das coleções reais e da nobreza, o Museu detinha, quando da sua inauguração, 311 obras de arte. Foi, pois, um dos primeiros museus públicos de toda a Europa e o primeiro de Espanha, fazendo assim notar a sua função recreativa e educacional. No final do século XIX, mais precisamente em 1872, todo o acervo do Museu da Trindade foi doado ao Prado. As obras, de temática religiosa, eram na maioria expropriações dos bens eclesiásticos, como forma de amortização das dívidas do clero para com o reino. Desde a fusão dos dois museus, o acervo foi ampliado com muitas outras obras de arte, por doações, heranças e novas aquisições.

Museo Nacional Del Prado - Porta Murillo

Plaza Murillo, em frente ao 
Museo Nacional Del Prado
O seu imponente prédio em estilo neoclássico abriga um acervo com mais de 17 mil obras de arte, entre pinturas, esculturas, desenhos, arte decorativa e documentos históricos. A sua coleção, centrada na época anterior ao século XX, destaca a arte italiana, espanhola e flamenca. Bela e interessante, a Coleção de Pintura Francesa deriva das relações hispano-francesas no século XVII e das aquisições de alguns reis e nobres espanhóis, como Filipe IV e Filipe V. Esta reúne obras de pintores como Georges de La Tour, Valentin de Boulgne, Nicolas Poussin, Simon Vouet, Sébastien Bourdon e Claude Lorrain, bem como de Hyacinthe Rigaud, Louis-Michel Van Loo, Jean Ranc, Antoine Watteau e de François Boucher. A Coleção de Pintura Espanhola é a mais importante do Museu, sendo a que lhe concede o renome internacional que atualmente tem. Obedecendo a um critério cronológico, o Prado expõe desde os murais românicos do século XII à produção de Francisco Goya (“A Maja Desnuda”, “A Vindima”, “2 de Maio de 1808”). Esta obra alberga obras de pintores espanhóis de fama internacional, como El Greco, Luis de Morales, Velázquez (“As Meninas”, “A Forja de Vulcano”, “O Triunfo de Baco”), Zurbarán, José de Ribera, Esteban Murillo, Luis Paret, Luis Meléndez, Vicente López, Eduardo Rosales, Mariano Fortuny, Joaquín Sorolla, José de Madrazo e o filho deste, Federico de Madrazo y Kuntz.

Monumento a Murillo
O fato de os Países Baixos terem integrado o grande império espanhol, durante o chamado El Siglo de Oro, explica a riqueza da Coleção da Escola Flamenga no Museu Nacional Del Prado. A coleção alberga obras de pintores como Hieronymus Bosch (“O Jardim das Delícias Terrenas”), Roger Van Der Weyden, Petrus Christus, Dirk Bouts, Jan Gossaert, Pieter Coecke, Hans Memling, Pieter Bruegel o velho e Adriaan Isenbrant, tal como de Rubens (“As Três Graças”), Anthony Van Dyck, Jacob Jordaens, Rembrandt, Gabriel Metsu, Adriaen Van Ostade. Reduzida em número, mas de grande qualidade, a Coleção de Pintura Alemã alberga obras desde o século XVI ao século XVIII, dedicando diversas salas a pinturas capitais de Albrecht Dürer (“Auto-retrato”), Lucas Cranach, Hans Baldung e Anton Raphael Mengs. Com 16 salas dedicadas à sua exposição, a seção da Coleção de Pintura Italiana alberga obras desde a Baixa Renascença até o século XVIII, reunindo pinturas de artistas muito famosos como Fra Angelico (Anunciação”), Antonello da Messina, Andrea Mantegna, Giambattista Pittoni, Botticelli, Raffaello Sanzio, Andrea Del Sarto, Antonio da Correggio, Parmigianino, Sebastiano Del Piombo, Federico Barocci, Annibale Carracci, Caravaggio, Orazio Gentileschi, Pietro da Cortona, Luca Giodano, Giambattista Tiepolo, Pompeo Batoni, Giovanni Pannini e Corrado Giaquinto, Ticiano (“Carlos V em Mühlberg”), Tintoretto, Veronèse, Jacopo Bassano.

Museu Nacional Del Prado
Já a Coleção de Escultura é composta por mais de 220 esculturas da Antiguidade Clássica, trazidas de Itália entre os séculos XVI e XIX. A coleção alberga esculturas do Período Greco-Arcaico ao Período Helenístico, tal como do Renascimento. A Coleção de Desenhos e Estampas, conta com cerca de quatro mil desenhos, destacando os cerca de 500 desenhos de Francisco Goya, a mais importante do mundo. Duas salas, instaladas no segundo andar do Museu, mostram rotativamente, por razões de conservação, esta importante e rica coleção. Por último, a Coleção de Artes Decorativas é das mais bonitas e ricas do Prado, albergando até o famoso “Tesouro do Delfim”. O Museo Del Prado é tão grande que cansa. A verdade é que, para conhecer o Museu inteiro, você levaria pelo menos três dias. Se você não é um amante alucinado das artes, vá mesmo assim, mas dedique o maior tempo às obras mais importantes. Aliás, é esse o segredo para não tornar o passeio cansativo: observar o que é mais importante, com a ajuda de um guia. É mais indicado ir durante a semana, já que aos finais de semana o Museu fica mais cheio. A coleção fixa do Museu tem entrada gratuita. Poucos museus no mundo podem se gabar de uma coleção permanente tão rica e importante historicamente como o El Prado de Madri. Para qualquer um com interesse em arte, ele é obrigatório durante a visita à cidade.

Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia
O Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia é um dos mais importantes museus de arte moderna espanhóis. Coloquialmente denominado Centro de Arte Moderna Reina Sofia, foi inaugurado em setembro de 1992, e seu nome presta homenagem à Rainha Sofia, rainha consorte de Espanha. O edifício principal constituía um austero hospital setecentista, o antigo Hospital Geral de Madri, construído durante o reinado de Carlos III, em 1781, projetado primeiramente por José de Hermosilla e, posteriormente, pelo arquiteto Francesco Sabatini. Por esse motivo, o edifício principal do Museu é conhecido como Edificio Sabatini. Em 1965, o hospital foi fechado e declarado Monumento Histórico-Artístico em 1977. Em 1980, se realizaram novas expansões e grandes renovações e, em 1988, parte do Museu foi aberta ao público. Este ano foi de grande importância para o Museu, pois foi decretado Museu Nacional

Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia
Atualmente, o Museu alberga excelentes coleções de arte do século XX, sendo considerado um dos melhores e mais importantes museus de arte moderna de toda a Europa. Conta com coleções de Pablo Picasso e Salvador Dalí (“O Grande Masturbador”). A obra mais conhecida do Museu é “Guernica”, o quadro é cheio de detalhes e impressiona por ser tão rico e, ao mesmo tempo, feito em pouco tempo e “Mãe Com Menino Mortode Picasso. Também estão expostas aí obras de Juan Gris, Juan Miró (“Dançarina Espanhola”), Julio González, Eduardo Chillida, Pablo Palazuelo, Antoni Tàpies, Pablo Gargallo, Lucio Muñoz, Luis Gordillo, Jorge Oteiza, Ouka Leele e José Luis Gutiérrez Solana, entre outros. Tem também uma biblioteca de acesso livre especializada em arte (têm mais de 100 mil livros, 3.500 gravações de áudio e mil vídeos).

Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia
Faça a visita pelo acervo em ordem cronológica, assim fica mais fácil entender os momentos históricos: no segundo andar está a coleção que vai dos anos 1900 a 1945 (La Irrupción Del Siglo XX), justamente quando termina a Segunda Guerra Mundial – esse andar é obrigatório, pois é aqui onde estão os clássicos; no quarto andar estão as obras produzidas entre 1945 e 1968, ano do famoso “Maio de 68” francês. Depois desça até o térreo e o primeiro andar, com obras dos anos 1962-82, onde é possível ver as ditaduras latino-americanas, os movimentos de esquerda e o ativismo artístico da região. Há, inclusive, uma obra do brasileiro Hélio Oiticica. É o segundo Museu mais visitado de Madri e tem muita significância mundial por sua coleção contemporânea.  Assim como o Prado, o Reina Sofia é bem grande. Informe-se sobre as salas e busque as que mais lhe trazem interesse para não deixar o passeio cansativo. A entrada é gratuita. Duas coisas para ver no Reina Sofía além das obras: o jardim, que é um espaço super agradável em dias de sol, e o terraço, de onde se pode ter uma bonita vista de Madri (de um lado, para a Estação de Atocha, e do outro para os telhados coloridos de Madri).

Museo Nacional Thyssen-Bornemisza 
Menos conhecido, mas não menos fabuloso membro da tríade de grandes museus de arte de Madri, o Museo Nacional Thyssen-Bornemisza representa uma das maiores coleções privadas de arte do mundo. Com o desejo de achar um lar permanente para sua incrível coleção, os barões Thyssen-Bornemisza fecharam um acordo muito bem costurado com o governo espanhol, que cedeu o neoclássico Palácio Villahermosa, que foi construído entre o final do século XVIII e o início do século XIX, em estilo neoclássico. As obras foram adquiridas definitivamente pelo país em 1993, sendo que em 2004 foi inaugurada uma nova ala para abrigar o acervo de pinturas europeias da baronesa Carmen. As suas coleções estão organizadas por ordem cronológica, começando no Renascimento e terminando no século XX.

Museo Nacional Thyssen-Bornemisza
Estão expostas no terceiro piso obras de mestres italianos, alemães e holandeses do século XVI como Jan Van Eyck, Albert Dürer e Hans Holbein. Existe ainda uma galeria dedicada a Tiziano, Tintoretto, Bassano, El Greco, Bernini e Caravaggio, entre outros. No segundo piso está a coleção de pintura holandesa, desde Franz Hals, do século XVII, a Max Beckmann, do século XX; conta ainda com algumas obras do Realismo, Rococó, Neoclassicismo, Romantismo e Impressionismo. O primeiro piso reúne obras do século XX, desde o cubismo e as primeiras vanguardas, até à Pop Art. Destacam-se algumas obras primas contemporâneas de Picasso, Piet Mondrian, Marc Chagall, Edward Hopper, Salvador Dalí, entre outros. O nome um pouco complicado é herança do barão, antigo dono de parte da coleção do Museu. É um Museu muitíssimo interessante, que mostra em cada sala um pouquinho de diferentes épocas. Dessa forma, ele abrange diferentes estilos e agrada a gregos e troianos sem ser cansativo. Para deixar o passeio mais interessante, o ideal é fazê-lo com um guia, ou com o áudio guia, a fim de entender melhor as obras expostas. 

Real Academia de Belas-Artes de 
São Fernando 
A Real Academia de Belas-Artes de São Fernando mantém em sua coleção permanente uma grande variedade de obras, nomeadamente espanholas, italianas e flamengas dos séculos XVIII e XIX. Alguns autores representados no Museu são Goya (foi até membro desta Academia), Murillo, José de Madrazo, Federico de Madrazo, Leandro Bassano, Zurbarán e Vicente López. O Museu Arqueológico de Espanha contém mostras de arte desde a Pré-história até ao século XIX, principalmente da Península Ibérica; está organizado em três pisos. Algumas das obras mais importantes são a Dama de Elche, a Dama de Baza, a Dama de Ibiza, o Tesouro de Guarrazar, os Ossos de Napier, o Monumento Funerário de Pozo Moro, uma mostra de mosaicos romanos. Ademais, o Museu conta com uma reprodução do teto dos policromos da Caverna de Altamira no jardim exterior. O Museu da América é dedicado à arte do continente americano, centrando-se na América Pré-colombiana, a etnografia e a arte colonial.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Madri - Plazas de Madrid

Fuente de Neptuno
A Fuente de Neptuno foi projetada por Ventura Rodríguez no final do século XVIII, em estilo neoclássico, como parte do processo de reurbanização do Paseo Del Prado. Desenhada em 1782 pelo referido arquiteto, a Fuente de Neptuno foi executada por Juan Pascual de Mena em mármore branco. A Fonte em seu início localizava-se no Paseo de Recoletos, e em 1897 foi levada ao local atual, em frente ao Hotel Palace, na denominada Plaza de Cánovas Del Castillo. Está rodeada por magníficos edifícios construídos entre os séculos XVIII e XIX. O deus Netuno corresponde à transcrição do grego Poseidon, deus dos Mares. Seu atributo mais conhecido é o tridente, e seu poder causava as tempestades e também as acalmava. Netuno aparece com uma cobra enroscada na mão direita e o tridente na esquerda, sobre um carro formado por uma grande concha e guiado por cavalos marinhos. Ao redor, vemos focas e golfinhos que jorram água a uma grande altura.

Fuente de Neptuno

Fuente de Neptuno
Tal como a Cibeles, a Fuente de Neptuno é uma das mais belas e majestosas de Madri. Os dois deuses foram idealizados pelo Rei Carlos III na sua tentativa de dotar Madri de esculturas dignas das maiores capitais europeias da época, como Paris e São Petesburgo. Ambos os deuses ocupam postos proeminentes na hierarquia mitológica grega. A Plaza de Cánovas Del Castillo se torna um popular ponto de encontro dos torcedores do Atlético de Madrid, quando o clube conquista títulos. Perto daqui ficam várias atrações importantes, como o Museu Nacional do Prado, o Congresso e o Museu Thyssen-Bornemisza. Vale especialmente a pena durante a noite, quando fica iluminada.

Fuente de Apolo ou Fuente de las Cuatro Estaciones

Fuente de Apolo ou 
Fuente de las Cuatro Estaciones
Apolo, deus das artes, da medicina e da poesia, inimigo da escuridão e perseguidor do crime, ilustra o espírito que os Bourbon desejavam para o Salon Del Prado, centro destinado a fomentar o desenvolvimento da cultura e das ciências. Devido à importância do seu projeto, na sua execução participaram e competiram entre si diversos escultores. O modelo final foi encomendado a Manuel Álvarez em 1781, mas este não chega a concluir a figura de Apolo, pois morreu em 1797. O monarca Carlos III e a sua esposa aceleraram a execução da obra porque queriam inaugurar o monumento para a boda do então Príncipe das Astúrias, e mais tarde Rei Fernando VII, com Maria Antônia de Nápoles. Finalmente a Fuente de Apolo, popularmente conhecida como Fuente de las Cuatro Estaciones, foi concluída em 1802. Esta estátua do deus da música é considerada uma das melhores obras clássicas erigidas em Espanha, pela elegância das proporções, captação do gesto divino e pelo seu equilíbrio. Apolo aparece com uma lira e acompanhado pelas esculturas alegóricas das Quatro Estações, visto que, como deus do Sol, deste depende o nascimento e a mudança das estações do ano. A Fonte possui uma conotação política, pois Apolo como Deus Solar é uma representação do rei francês Louis XIV, o Rei-Sol. A seus pés, vemos a serpente Píton, em forma de dragão, enviada pela ciumenta esposa de Zeus, Hera, para matar a Leto. Logo depois de nascer, Apolo derrota o monstro, e para tal utiliza as flechas, fabricadas pelo deus Hefesto. Na parte inferior, vemos a representação antropomórfica das estações do ano e, no centro, o Escudo de Madrid. A base do conjunto está composta por conchas, por onde cai a água da Fonte.

Plaza de Cibeles
A Plaza de Cibeles se encontra na interseção das Calle de Alcalá (que cruza a cidade de leste a oeste) com o Paseo de Recoletos (ao norte) e o Paseo Del Prado (ao sul). Este lugar, um dos mais simbólicos da capital, divide os limites dos bairros Centro, Retiro e Salamanca. No centro da Praça, se situa a famosa Fuente de Cibeles, esculpida no ano de 1782, a partir de um desenho de Ventura Rodríguez. Divindade do panteão grego, deusa da natureza, agricultura e fecundidade, é representada na mitologia sobre um carro que simboliza a superioridade da mãe natureza, na qual inclusive os poderosos leões estão subordinados. E desta forma foi esculpida. A deusa e os leões foram esculpidos em mármore cárdeno da aldeia de Montesclaros (Toledo) e o resto em pedra de Redueña, localidade situada a 53 quilômetros ao norte de Madri, perto da Serra de La Cabrera. A deusa Cibeles aparece vestida à moda clássica, com um manto fino. Na mão direita, segura o cetro, símbolo de seu poder universal e, na esquerda, as chaves, atributo da Rainha Mãe dos Deuses.

Plaza de Cibeles

Plaza de Cibeles
No início, a Fonte cumpriu com seu objetivo de abastecer os madrilenhos com água. Em 1895 foi transferida ao centro dessa Praça e passou a ser um “simples” elemento decorativo. Em 1931, a Estátua de Cibeles foi mutilada, perdendo as chaves. Durante a Guerra Civil Espanhola (1936/1939), um dos leões sofreu os disparos de metralhadoras. Toda a estrutura foi coberta com tijolos, sacos e cimento, convertendo-se num dos emblemas da defesa da cidade. Em cada uma das quatro esquinas para a Praça estão edifícios emblemáticos da capital, como o Palacio de Comunicaciones (atual centro cultural e sede da prefeitura), o Banco de Espanha, o Palacio de Linares (atual Centro Cultural Casa de América) e o Palacio de Buenavista (sede do Quartel Geral do Exército). A Plaza de Cibeles também se tornou um dos principais símbolos da cidade. É onde a torcida do Real Madrid comemora suas vitórias.

Plaza de España
A  Plaza de España é uma das mais importantes de Madri, de onde sai a Gran Via, principal artéria da cidade. Contém um conjunto de esculturas que homenageia o escritor Miguel de Cervantes, através de seu famoso personagem Dom Quixote. O quadrado verde é cercado por ruas, mas ainda é um lugar muito relaxante. Começa na Calle de Alcalá e termina na Plaza de España. É uma importante área comercial, turística e de lazer, com os seus muitos cinemas, apesar de alguns terem fechado para dar lugar a teatros para musicais. A região da Gran Vía, compreendida entre a Plaza Del Callao e a Plaza de España é conhecida como a "Broadway madrilena". Mas o que torna esta rua tão especial é o design arquitetônico de muitos edifícios. Cheia de turistas durante o dia e à noite cheia de vida, movimentada.

Plaza de Colón
A Plaza de Colón é uma homenagem ao maior navegador ao serviço de Espanha de todos os tempos, Cristóvão Colombo. A Praça comemora a era dourada de Espanha (séculos XVI-XVII). Nesse local estão edificados o Centro Cultural de Madrid e um monumento a Colombo em estilo neogótico, erguido entre 1881 e 1885. A base quadrada suporta um pilar octogonal esculpido pelo escultor Arturo Mélida; no topo do pilar está uma estátua de três metros de altura do navegador, esculpida em mármore branco por Jerónimo Suñol. O monumento tem uma altura total de 17 metros.