quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Genebra - Cathèdrale Saint Pierre

Cathèdrale Saint Pierre

A principal atração da Vieille Ville é impossível de ser ignorada, a Cathèdrale de Saint Pierre que domina a paisagem da cidade seja lá qual ângulo você olhar. É a mais antiga, tradicional e bonita da cidade e onde se tem uma vista panorâmica com o Lago e os Alpes. A Catedral tem origem no século IV e era chamada Saint-Pierre-ès-liens, em referência à Basílica de São Pedro de Roma, integrada num conjunto que compreendia também o Batistério. A Catedral dos anos 1000 ocupa um papel cada vez mais importante junto dos genebrinos e é o centro da vida de uma cidade que ocupa um lugar extremamente estratégico ao nível do comércio e militar, como prova o fato do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico Conrado II ir até ela sagrar-se Rei da Borgonha.

Torres da Catedral de Genebra
O atual edifício da Catedral foi levantado em sua maior parte entre 1150 e 1250, num estilo de transição entre o românico e o gótico. No interior, os capitéis das colunas da igreja perfazem o maior conjunto em estilo românico e gótico da Suíça, bem como vitrais idênticos aos exemplares do Renascimento encontrados no Musée d’Art et d’Histoire datado do século XIX. Do lado de fora, as modificações mais visíveis e importantes foram a construção da Torre Sul, a adição do portal e da Capela, a construção de um anexo em estilo gótico, a reconstrução da Torre Norte e a instalação do moderno campanário, em 1895. No século XVIII, com a queda de uma parte da estrutura, foi decidido substituir a fachada neoclássica por uma romanesca. De forma geral, o resultado é uma confusão de estilos: uma igreja romanesca com colunas neoclássicas, duas torres que não são idênticas e um campanário moderno se erguendo sobre a estrutura. Tente diferenciá-los enquanto admira a parte externa da Igreja.


Torres da Catedral de Genebra
Com a chegada da Reforma Protestante, o destino da Catedral muda radicalmente. Assim, em agosto de 1535, Guillaume Farel, indo de encontro à ordem dos magistrados, vai até lá pregar a Reforma a uma multidão imensa. Originalmente a Catedral era católica, e apesar de hoje em dia ainda operar como templo religioso cristão, a Cathèdrale de Saint Pierre tem uma importância muito maior – e no melhor estilo suíço de ser, a Igreja tem uma postura neutra, com um Museu da Reforma Religiosa, relembrando o papel da Suíça em apaziguar os conflitos religiosos da fé cristã no século XVI. Construída para o ritual católico, a Reforma com sua filosofia de austeridade modifica profundamente o interior do edifício, esvaziando-o dos ornamentos e tapando as decorações coloridas da Idade Média, salvando-se, porém os vitrais. Uma famosa pintura da Igreja, uma obra de Konrad Witz (1444) com uma representação da Baía de Genebra, como cenário da pesca milagrosa com Cristo e São Pedro, encontra-se atualmente depositado no Museu de Arte e História de Genebra. Os bancos de madeira, datados de século XV, sobreviveram à limpa feita pelos protestantes porque estavam em outra igreja naquele momento, a Chapelle des Florentins. Outros móveis também ficaram porque o custo para repô-los seria muito alto. A atual fachada neoclássica de meados do século XVIII substitui a precedente em estilo gótico.

Cathèdrale Saint Pierre

Entrada lateral da Catedral de Genebra
Em contraste com o visual simples da nave principal, há a deslumbrante Chapelle des Macchabées. O projeto começou em 1397, com os trabalhos tendo sido iniciados anos depois e concluídos em 1411. Jean Cardinal de Brogny foi o responsável pelo financiamento e desenho da Capela, que tinha como objetivo servir como última morada para ele e sua família. A tumba acabou por desaparecer e, provavelmente, ficava instalada no local onde hoje está o órgão da Capela. Construída em estilo gótico, após a Reforma a Capela foi transformada em depósito e, entre os séculos XVII e XIX, virou salas de aula. Depois de voltar a seus propósitos religiosos, o edifício passou por uma grande renovação a partir de 1878 com objetivo de trazer de volta as suas características originais. O órgão da Catedral foi construído em 1965 e a composição sonora inspira-se de órgãos norte-alemães do fim do século XVII e é de estilo neobarroco. A firma responsável pelo projeto foi a Metzler et Fils, de Dietikon, na Suíça. Já o desenho da caixa do órgão ficou sob a responsabilidade de Poul-Gerhard Andersen, de Copenhagen, na Dinamarca. A cadeira usada por João Calvino está exposta na Igreja, que tem visitação gratuita. Em 2009 a Catedral foi inscrita na lista de honra do Patrimônio Europeu.

Vitrais da Cathèdrale Saint Pierre

Os arcos da Catedral de Genebra
Um dos passeios complementares é a visita ao Site Archéologique de la Cathèdrale, proveniente das escavações realizadas entre 1976 e 2006. Iniciados na Chapelle des Macchabées, os trabalhos se expandiram para um vasto programa de pesquisa dentro e ao redor da Catedral, revelando informações do surgimento da cidade e seu desenvolvimento urbano ao longo de séculos. Quem quiser pode ainda desembolsar alguns Francos Suíços para subir as torres da Catedral, com vista para o Lago (aliás, tudo se paga na Europa), são 157 degraus que levam ao cimo da Torre Norte. Você pode adquirir o bilhete apenas para a Torre ou escolher o Espace Saint-Pierre, que inclui esse passeio, o Sítio Arqueológico e o Musée de la Réforme. Com o tíquete em mãos, basta se dirigir até a catraca, ler o código de barras e iniciar a escalada por uma escada em espiral. Eventualmente, você chegará a um piso onde terá a opção de seguir para Tour Sud ou para a Tour Nord. Na Torre Sul podem ser vistos cinco sinos de diferentes datas, pesos, diâmetros e notas, chamados: Accord, Collavine, Espérance, Eveil e Rappel. Os sinos tiveram um papel importante na sociedade, pois serviam não apenas para chamar os fiéis para a celebração dos cultos, mas também para convocar o Conselho Geral da cidade, emitir alertas para a proteção da cidade e outras funções.

Coro da Cathèdrale Saint Pierre
Subindo mais um pouquinho nessa mesma Torre, chega-se a um espaço que funcionou como Salle du Guet (Quarto de Vigia) entre 1527 e 1911 e como Poste d’Observation (Posto de Observação) entre 1939 e 1945. Trata-se de uma ampla sala com piso e móveis de madeira e pequenas janelas de onde se pode ter uma vista da cidade. Algumas curiosidades são a presença de um vaso sanitário em um dos cantos e um sinalizador que avisa ao visitante quando ele deve esperar porque está subindo outra pessoa (sinal vermelho) e quando o caminho está liberado para a descida (sinal verde). Já na Torre Norte o destaque fica para a vista proporcionada. Como você pode caminhar na parte externa, não há restrições de ver as coisas através de pequenas janelas ou por trás de grades. É possível dar uma volta e observar as montanhas ao fundo, os prédios que compõem o Centro Histórico, a parte mais moderna da cidade e a arquitetura da própria Catedral. Pode ser que as pessoas com medo de altura sintam alguma vertigem porque a mureta não é muito alta. Essa visão superior permite observar detalhes da Catedral que não seriam possíveis da rua, como o formato arredondado das telhas, os arcos e as torres, as pequenas janelas destinadas a permitir a entrada de luz sem comprometer a segurança, os trabalhos nas pedras e outras coisas. Também é possível ver de perto a grande estrutura verde, cheia de detalhes pitorescos, que fica entre as Torres Norte e Sul.

Coro da Cathèdrale Saint Pierre
Dali também se tem uma boa vista do Lac Léman. Observe como se destaca na paisagem o Jet d’Eau, bem próximo ao porto. É importante se programar porque a última entrada deve ser feita 30 minutos antes do horário de fechamento, mas recomendo ir com mais tempo para não fazer nada com pressa. São muitos degraus e é natural que você queira dar uma paradinha no meio da subida para recuperar o fôlego. Além disso, as Torres são diferentes, então vale a pena passar nas duas antes de descer para o saguão principal da Igreja e dar o passeio pela Catedral por encerrado.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Genebra - Vieille Ville

Vieille Ville
Em Genebra o foco sempre fica na região do Lago, e a gente até esquece que lá tem uma cidade antiga fofíssima! O passeio é fácil e não leva muito mais que algumas horas perambulando pelas ruas íngremes e estreitas da Vieille Ville. A Cidade Velha de Genebra ocupa uma grande parte da cidade alta com belos edifícios dos séculos XVI, XVII e XVIII, foi onde nasceu a cidade. É nela que se encontram a Prefeitura de Genebra (data do século XVI, sendo que uma de suas torres já fazia parte de uma estrutura antiga, do século XIV), o Hôtel-de-Ville, a Catedral de Genebra (Cathèdrale de Saint Pierre), a Casa Tavel, o Colégio Calvino e a elegante Place Du Bourg-de-Four e sua fonte do século XVIII, um dos locais mais movimentados e ponto de encontro das várias etnias de Genebra de onde se vê o Palácio da Justiça que abriga hoje o Convento da Ordem de Santa Clara

Vieille Ville


Vieille Ville
A casa onde nasceu um de seus mais ilustres filhos, o pensador Jean-Jacques Rousseau, foi transformada em um museu, a Maison de Rousseau et de la Littérature. E é ali também que fica o Arsenal ou a Praça de Armas – é inconfundível com seu canhão em ferro maciço de 1683, tendo afrescos decorando as paredes embaixo dos arcos históricos. Do jardim junto à Prefeitura têm-se a vista sobre a Place Neuve e do Parque da Universidade de Genebra onde fica o Muro dos Reformadores. Muito além da administração da cidade, a Prefeitura já foi pano de fundo para muitos feitos suíços: a Cruz Vermelha, por exemplo, foi criada lá em 1855.

Praça de Armas

Praça de Armas
Quem gosta de vinhos e bebidas em geral tem que conhecer as Caves du Palais de Justice. A mais antiga casa de bebidas de Genebra fica em uma ladeira da Vieille Ville, em uma construção de 1812, e conta com adega guarnecida pelos melhores rótulos do mundo. Vale marcar uma gostosa e instrutiva degustação para provar os vinhos suíços, em especial os brancos produzidos com as uvas Chasselas. Ainda nas ruelas da parte antiga, vale conhecer o Le Café-Restaurant Papon, em um bonito edifício histórico que já serviu de sede para a Prefeitura e até hoje mantém uma ligação interna com ela, com suas paredes de pedra, pátio cercado de árvores e comida boa. As ruas antigas abrigam também várias galerias de arte e lojinhas de disco e livrarias. 

Place de la Taconnerie

Antiga livraria em Vieille Ville
A Vieille Ville é a maior cidade histórica da Suíça. Os aspectos da arquitetura da Vieille Ville estão relacionados à religião calvinista. É uma arquitetura sólida, compacta, sisuda. Passeie pelas charmosas ruelas e passadiços, cada uma contando sua própria história sobre a história de Genebra. Andar a pé é a melhor maneira de conhecer o centro e as principais atrações turísticas, outras opções podem ser os bondes ou ônibus. A cidade tem a noite mais agitada da Suíça, sendo que a maior parte da atividade se concentra em torno da Place Du Bourg-de-Four com diversos cafés com mesas ao ar livre. Mas o mais legal mesmo é se perder pelas ruas, admirando as vitrines dos antiquários, e ir parando aqui e ali para tomar um café, comer chocolate ou fondue!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Tour pela Suíça - Genebra

Genebra às margens do Lac Léman
Genebra está localizada no oeste do país, encravada entre os picos alpinos das proximidades e o terreno montanhoso do Jura, figurando como a segunda cidade mais populosa da Suíça, depois de Zurique, sendo a mais populosa da região francófona suíça. Situada onde o Rio Ródano se despede do Lago Léman, no pequeno lago ou Lago de Genebra, é também a capital do Cantão de Genebra. Aparece pela primeira vez na história como uma cidade fronteiriça, fortificada contra os celto-germânicos helvécios, que os romanos conquistaram em 121 a.C. A Reforma Protestante no século XVI influenciou Genebra. O protestante João Calvino residiu na cidade e se tornou seu líder espiritual.


Lago Genebra ou Lago Léman

Hospital da Cruz Vermelha
Como uma importante cidade global, Genebra é ao lado de Nova York, o centro mais importante da diplomacia e da cooperação internacional em razão da presença de inúmeras organizações internacionais (mais de 20 organizações internacionais e mais de 250 organizações não governamentais), sendo a cidade sede de diversos departamentos e filiais das Nações Unidas, da Cruz Vermelha e da UNESCO – fazendo com que Genebra tenha a alcunha de “Cidade da Paz”, uma vez que lá foram assinados diversos tratados em prol da paz mundial. Além de ser uma cidade de congressos, Genebra é também um centro de cultura e história, de feiras e exposições. 


Genebra

Genebra
Genebra é considerada um dos mais importantes centros financeiros do mundo, estando à frente de Tóquio, Chicago, Frankfurt e Sydney, e em terceiro lugar na Europa, depois de Londres e Zurique. É classificada como a terceira cidade com maior qualidade de vida no mundo (e na Suíça, superada somente por Zurique). Foi também considerada a quinta cidade mais cara para se viver no mundo. Paraíso dos endinheirados. A cidade respira e pulsa de uma forma espetacular. É uma cidade que realmente encanta. 




Embaixada da Índia
A economia de Genebra é principalmente orientada para serviços. A cidade tem um setor financeiro importante e antigo, que é especializada em bancos privados e ao financiamento do comércio internacional. É também um importante centro de comércio de comodidades. Genebra também acolhe a sede internacional de muitas empresas multinacionais. Mas a maior contribuição de Genebra para o mundo não reside exatamente em suas instituições, e sim no seu caráter multicultural, que flui em teatros, óperas, mais de 1.300 cafés e restaurantes de gastronomia requintada, além de 2.000 anos de história retratados em dezenas de museus. Não à toa, 43% dos seus habitantes são estrangeiros, que convivem em perfeita harmonia a despeito da variedade de idiomas, preferências gastronômicas e manifestações artísticas. Definitivamente, a neutralidade suíça não faz de Genebra uma cidade morna. É imparcial sim, mas cheia de personalidade.


Societé des Arts Athenée

Jet d'Eau do Lago Genebra
O símbolo da "menor metrópole do mundo" é o "Jet d'Eau" – uma fonte cujo jato d’água chega a 140 metros de altura, situado na periferia do Lago Genebra, 500 litros de água são jogados para o alto a cada segundo, numa velocidade de aproximadamente 200 quilômetros por hora. O primeiro jato do Lago foi criado em 1886 e não tinha nada de turístico: o objetivo era apenas controlar a pressão. É que a empresa que distribui água pela cidade não sabia lidar com o excesso de pressão acumulada no sistema hidráulico de noite, quando o consumo de água em Genebra era menor. Logo o problema foi resolvido, mas nessa altura o Jet d’Eau já era um símbolo de Genebra. Em 1891, a estrutura foi colocada na posição atual e declarada monumento da cidade pela Prefeitura.


Jet d'Eau do Lago Genebra







A maioria dos grandes hotéis, assim como muitos restaurantes, está situada na margem direita do Lago. O Lago é enorme e se divide entre a Suíça e a França, com várias vilas interessantes de cada um dos lados. Os suíços tornam o que já é bonito ainda melhor, decorando as margens do Lago com jardins e mais jardins. E não pense que o Lago é só paisagem: praias fazem sucesso no verão. O fato é que o Lago atrai vários moradores ilustres.


Prédio do Cartório de Genebra
A parte antiga da cidade, o coração de Genebra, onde ficam as áreas comercial e financeira, prevalece na margem esquerda. Apesar de ser dominado pela Catedral de São Pedro, o centro em si da parte antiga da cidade chama-se Place Du Bourg-de-Four, a praça mais antiga da cidade. Cais, calçadões ao largo da margem do Lago, incontáveis parques, animadas ruas laterais no Centro Histórico e elegantes lojas são bastante convidativas a um passeio. Uma das ruas mais bem preservadas é a Grand Rue, onde Jean-Jacques Rousseau nasceu. As “mouettes” (um tipo de táxi aquático) permitem cruzamentos de uma margem do Lago à outra, enquanto navios de maior porte convidam os visitantes a desfrutar de passeios de barco no Lago Genebra.


Les Tournelles

Bateau no Lago Genebra
A Pont Du Mont-Blanc sobre o Rio Ródano é um dos principais eixos de Genebra, ligando as duas margens do Lago Leman, outra atração para se conhecer. Do centro dessa ponte vê-se o pico de Mont Blanc, sempre com neve. No centro de Genebra, na Rue de Rhône, podem-se encontrar as grifes mais cobiçadas do mundo como Cartier, Bulgari, Gubelin, Patek Phillippe, Armani, Chanel, Dior, Givenchy, Gucci, Louis Vuitton, joalherias, entre outras. Na Rue Du Marché e na Rue de La Croix d'Or só podem circular ônibus elétricos, pessoas e veículos não motorizados como bicicletas, é na verdade um grande calçadão, onde de um lado e de outro, encontram-se dezenas de lojas, de todos os tipos.


Jardin Anglais

Chafariz no Jardin Anglais
O comércio de Genebra não vive apenas de relógios e chocolates o Plainpalais e Carouge são dois bairros repletos de lojas personalizadas. O Carouge é considerado um bairro um tanto quanto “italiano”, o que pode ser explicado pela atmosfera descontraída. Um bairro onde não se veem prédios altos. A Grottes/Saint Gervais é a zona da cidade que conta com alguns bares interessantes e ruas com bastantes lojas. É o caso do grande Armazém MANOR (loja de departamentos), que conta com cinco andares, cada um deles dedicado a um tema e onde se pode encontrar um pouco de tudo, desde roupas a brinquedos, passando por livros ou eletrodomésticos. O "Horloge Fleuri", grande relógio em forma de flor do "Jardin Anglais" (Jardim Inglês), é um símbolo mundialmente famoso da indústria de relógios de Genebra. O Relógio de Flores com cinco metros de diâmetro, que a cada estação muda de cores é realmente lindo! Culturalmente, esta cidade situada no extremo oriente da Suíça tem muito a oferecer.

Horloge Fleuri do Jardin Anglais

domingo, 27 de setembro de 2015

Tour pela Suíça

Cantão Graubünden
Em fins de setembro de 2011 fizemos um Tour pela Suíça. Era outono. Foram 17 dias de viagem. Viagens internacionais sempre requerem uma preparação especial. Passaporte em dia, passagens compradas (ida e volta, com seguro de viagem para eventualidades médicas, é obrigatório), de preferência fora de temporada para reduzir custos, voucher da reserva dos hotéis ou albergues onde for se hospedar ou se for hospedar em casa de parentes ou amigos, é necessário uma carta convite com endereço e número de telefone para contato caso o serviço de imigração queira conferir. Pode-se levar dinheiro (Euros ou Francos no caso da Suíça, em alguns poucos locais aceitam-se Dólares também) ou cartão de crédito, mas é obrigatório que você tenha disponível no mínimo € 100,00 por dia. No nosso caso deveríamos comprovar se necessário € 1.700,00. Se for ficar em casa de parentes ou amigos, é de bom tom levar um presentinho para os moradores da casa. Cidadãos brasileiros não necessitam de visto para a Suíça, se o período de permanência no país não exceder 90 dias e se o motivo da viagem for turismo, visita, negócios, estudo, tratamento médico ou participação em congressos ou eventos.

Heidsee (Cantão Graubünden)

Bela Vista no Cantão Graubünden
Embarcamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, também conhecido como Cumbica, em Guarulhos. Em voos internacionais é necessário chegar pelo menos duas horas antes para fazer o check-in. Não se esqueçam de conferir tamanho e peso da bagagem para evitar problemas com a companhia aérea. Fizemos conexão no Aeroporto de Zurique (é o maior aeroporto da Suíça e um dos 10 maiores da Europa, então cuidado para não se perder) e pegamos o voo para o Aeroporto Internacional de Genebra. De Genebra fomos de carro até Lausanne onde ficaríamos hospedados na casa da minha irmã. Alugamos um carro para que pudéssemos conhecer as cidades sem preocupação com horários. 
Nas cidades próximas a Lausanne íamos e voltávamos no mesmo dia, não necessitando hospedagem. Depois, quando estávamos percorrendo as cidades mais distantes, parávamos onde achávamos melhor e procurávamos um hotel. Isto só dá para ser feito fora de temporada, onde os hotéis estão vazios. No verão ou no inverno somente com reservas antecipadas. Além de Lausanne, nos hospedamos em Interlaken, Lucerna, Chur, Lugano, Ascona e Zermatt. Nosso roteiro preparado com antecedência previa 15 cidades, mas acabamos conhecendo 21 cidades (Comunas), percorremos os quatro cantos do país, ou melhor, nove dos 26 Cantões (Estados) existentes na Suíça. Algumas cidades são tão pequenas que dá para conhecer mais de uma por dia. 

Château d'Oex (Cantão Vaud)

Hotel Montana (Cantão Graubünden)
A bagagem é outra história, no outono ainda não está tão frio, mas há dias bem quentes, no entanto em Zermatt nevou demais!!! Nada menos que 6ºC negativos, com sensação térmica de 12ºC negativos. O tempo na Suíça varia bastante de lugar para lugar. Tivemos que comprar roupas apropriadas, pois não tínhamos na mala. É tanto frio que dói até os ossos. Fazendo fronteira com França, Alemanha, Itália e Áustria, um diferencial da Suíça está na belíssima paisagem natural de grandes bosques, lagos e montanhas, como a famosa região dos Alpes. Lá, a adrenalina das estações de esqui e o frio abaixo de zero são garantidos em qualquer época do ano.

Hôtel Du Chamois em Château d'Oex (Cantão Vaud)

Viaduto de Landwasser (Cantão Graubünden)
A Suíça ou Confederação Suíça (Helvética) é uma República Federal composta por 26 estados, chamados de Cantões, com a cidade de Berna como sede das autoridades federais. A Suíça é um país sem costa marítima cujo território é dividido geograficamente entre o Jura, o Planalto Suíço e os Alpes, é um dos países mais ricos do mundo e Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente. 


Café Tivoli em Châtel Saint Denis
(Cantão Friburgo)




A Suíça é constituída por quatro principais regiões linguísticas e culturais: alemão, francês, italiano e romanche. Por conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum étnica ou linguística. A separação não fica somente pela língua, mas também pelas ideologias e culturas, onde os falantes franceses são mais abertos e liberais e os falantes alemães são mais conservadores. O visitante estrangeiro pode se sentir à vontade. O povo local é tranquilo, cordial e elegante. Interagir com eles é fácil. O suíço aprende logo na escola a falar ao menos duas das quatro línguas oficiais, além de inglês, é claro! Com alto padrão de qualidade de vida e organização, a Suíça é um país “quatro em um”. Pois se divide em regiões de origens alemã, francesa, italiana e romanche. Poliglota, a terra do relógio, onde tudo funciona com precisão, carrega a herança multicultural em museus, festivais, lugares históricos e na arquitetura medieval.

Le Sépey (Cantão Vaud)

Vaquinha típica na Suíça
A história da Suíça começa antes do Império Romano: em 500 a.C. Nessa altura, muitas tribos celtas estavam localizadas nos territórios do Centro-Norte da Europa. A mais importante delas era a dos Helvécios, nome que iria originar a designação atual da Suíça. Ao contrário do que era dito pelos romanos e pelos gregos, os Helvécios não eram selvagens, mas sim avançados na técnica de joias e outras peças pequenas corroborando as escavações feitas no Lago Neuchâtel. Muitas cidades suíças da atualidade foram fundadas durante a colonização pelo Império Romano, como Genebra, Lausanne, Martigny, Zurique, Sion, Basiléia, Bellinzona, entre outras. Do século XI ao século XIII, muitas cidades foram fundadas, incluindo Berna, Lucerna e Friburgo.

Bela vista dos Alpes Suíços

Chalé em Châtel Saint Denis (Cantão Friburgo)
A Suíça é dividida em 13 regiões turísticas. A principal atração são os Alpes Suíços. Até o século XVIII, o país não era um destino, mas uma passagem obrigatória no centro da Europa. Nesta época, as cidades que atraiam turistas eram apenas a Basiléia e Genebra devido as suas universidades, movimentos religiosos, as fontes de água e as curas que as termas proporcionavam. O início do turismo no país é provocado pelos trabalhos de escritores e pintores naturalistas do fim do século XVIII e início do século XIX que suscitam interesse aos viajantes pelas descrições das paisagens e das montanhas.

Cantão Berna
No dia-a-dia, os suíços preferem coisas pequenas e não são esbanjadores. Mas são, sobretudo, marcados pela pontualidade, a precisão e o perfeccionismo. A gastronomia típica helvética é claramente feita à base de leite. Os suíços juntamente com os franceses, produzem queijo para a raclette que é derretida e servida com batatas cozidas e picles (muito bom, principalmente se for degustada na cidade de Gruyères). Além do queijo, come-se muita massa, como o äplermakronen, uma massa com queijo e batatas, prato típico de inverno, o chocolate também é muito famoso no país e no mundo. Na parte alemã é comum encontrar o rösti em formato de panqueca, é feito de batatas cozidas e raladas, a massa misturada com manteiga podendo juntar bacon, cebolas, entre outros ingredientes, é então colocada em uma frigideira e tostada dos dois lados (muito bom também, principalmente se for saboreada em Lucerna). Também é comum encontrar pratos feitos a partir de castanhas, sobretudo nas zonas montanhosas (Valais e Ticino). 

Cantão Berna
Os vinhos suíços não são muito famosos no mundo (mesmo assim foi a bebida que eu mais consumi. Pode-se pedir jarrinhas com quantidades menores da bebida), pois a produção vinhateira na Suíça é muito reduzida, apesar da tecnologia usada no processo de obtenção. A cidra de maçã, o absinto de Jura e a Rivella são outras bebidas famosas. Tortas e quiches também são tradicionalmente encontradas na Suíça. Em particular, as tortas são feitas de todos os modos, desde maçã à cebola. Outro prato típico são os cervelats, linguiça suíça feita especialmente no país e no sul da Alemanha. Na Suíça, a culinária é influenciada pelas outras culturas adjacentes como a francesa, a alemã e a italiana. Se a gente não tomar cuidado é capaz de voltar para casa rolando.

Cascade de la Pissevache, Vernayaz (Cantão Valais)

Vinhedos de Valais
Nem só de praia, sol e carnaval vive a felicidade. Ao que parece, ela está mais voltada para as montanhas, os chocolates, os queijos e os relógios pontuais. Neste ano de 2015 a Suíça foi eleita o país mais feliz do mundo. O ranking é baseado em diversos fatores, como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expectativa de vida saudável, sistema de ajuda social e percepção de corrupção ou a ausência dela no governo. Em resumo, a Suíça é tudo de bom.