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domingo, 10 de abril de 2016

Tour pela França - Lyon

Lyon
A rigor, Lyon deveria ter sido a primeira cidade contada neste Tour pela França, porque foi aqui a base para todas as outras cidades visitadas. Sim, foi daqui que meu sobrinho que estava fazendo pós-graduação em Lyon saia em seus finais de semana livres para conhecer a França. Mas não foi assim, e acho também que sua história não ficou perdida no meio das outras. Enfim, vamos a Lyon. Lyon é uma cidade não muito conhecida pelos brasileiros, mas nem por isso não subestime a beleza e a importância da cidade no eixo cultural francês. Fica no meio do caminho entre Paris e a Provence e muita gente encara apenas como uma parada no meio do caminho e acaba ficando poucas horas por ali, mas não fazem ideia do que estão perdendo. Situada entre dois dos maiores rios do país, o Saône e o Rhône, Lyon já era um polo importante na época dos romanos (em 43 a.C.) e era a cidade mais importante daquela época depois de Roma. Hoje em dia Lyon continua agradando seus visitantes não só com seus monumentos históricos, mas também com um novo boom de prédios super modernos, restaurantes renomados e hotéis luxuosos.

Place Bellencour com a Basílica de Fouvière
 no alto da Colina Fouvière
Lyon é uma das maiores cidades francesas, capital da região Auvergne-Rhône-Alpes e do Dèpartement du Rhône, situada na junção dos Rios Rhône e Saône, a cidade é dominada por duas colinas, Fouvière e Croix-Rousse, separadas pelo Saône. Está a cerca de 470 quilômetros ao sul de Paris, 320 quilômetros ao norte de Marselha e 55 quilômetros a leste de Saint-Étienne. Seus habitantes são chamados de ‘lioneses’. Lyon é a terceira maior cidade da França (atrás de Paris e Marselha) e o segundo maior centro de negócios do país, assim como um dos principais centros econômicos da Europa. Situada entre a França do norte e a do sul, entre o leste e o oeste europeu, Lyon sempre foi local de passagem obrigatória desde a época romana. Lyon foi fundada sobre a Colina Fouvière como uma colônia romana em 43 a.C., por Munatius Plancus, um tenente de Júlio César, num assentamento de uma colina gaulesa chamada Lugdunum.

Hôtel de Ville na Place des Terreaux
Agripa reconheceu que a posição de Lyon na rota natural do Norte para o sudeste da França tornou uma natural via a esta cidade e a fez o ponto de encontro das principais estradas de toda a Gália Romana. Ela então se tornou a capital da Gália, em parte graças à sua localização conveniente na convergência dos dois rios navegáveis, e rapidamente se tornou a principal cidade de Gália. Dois imperadores nasceram nesta cidade: Cláudio, o primeiro Imperador que nasceu fora da Península Itálica e que chegou a conquistar a Britânia em 43 d.C. e Caracala. Hoje, o Arcebispo de Lyon ainda é referido como "Le Primat des Gaules" a cidade é muitas vezes referida como a "Capital des Gaules". Os cristãos em Lyon foram perseguidos por causa da sua religião sob os reinados dos vários imperadores romanos, mais notadamente Marco Aurélio e Septimius Severus. Borgonheses refugiados da destruição de Worms pelos Hunos, em 437 foram reinstalados pelo Comandante Militar do Oeste, Flávio Aécio, em Lyon, que foi formalmente a capital do novo reino borgonhês em 461. Em 843, pelo Tratado de Verdun, Lyon, com o território além do Saône, foi para Lotário I, e mais tarde tornou-se uma parte do Reino de Arles. Lyon só se tornou parte do Reino da França no século XIV.

Basilique Notre-Dame de Fouvière 
no alto da Colina Fouvière
Em Lyon se realizaram dois Concílios Ecumênicos da Igreja Católica: Lyon I (1245) e Lyon II (1274). Durante a Revolução Francesa, Lyon opôs-se à Convenção e apoiou os girondinos. Em 1793, a cidade esteve sob cerco durante mais de dois meses, agredida pelo exército revolucionário, antes de finalmente se render. Mais de duas mil pessoas foram executadas e vários edifícios foram destruídos, especialmente em torno da Place Bellecour. Uma década mais tarde, o próprio Napoleão ordenou a reconstrução de todos os edifícios demolidos durante este período. Lyon era historicamente uma área importante para a produção e tecelagem da seda. Os trabalhadores da seda de Lyon, conhecidos como canuts, encenaram dois grandes levantes, em 1831 e 1834. A revolta de 1831 viu uma das primeiras utilizações registradas da cor preta como símbolo de protesto. A primeira ferrovia funicular do mundo foi construída entre Lyon e La Croix-Rousse, em 1862. Lyon foi um centro de forças de ocupação alemã, e um reduto de resistência durante a Segunda Guerra Mundial, e agora a cidade é sede de um Museu da Resistência. Os traboules, ou passagens secretas, através das casas permitiu à população local fugir da Gestapo. Pode encontrar-se nos bairros do Vieux Lyon e da Croix-Rousse várias passagens no interior dos prédios, que permitem passar de uma rua a outra. Essas passagens se parecem tanto com a entrada normal de um prédio, que passam despercebidas.

Um dos típicos restaurantes de Lyon
No século XIX, Jules Michele atribuiu às designações de "colina que reza" a Fourvière, por abrigar a Basilique Notre-Dame de Fourvière, vários conventos e o sede do bispado, e de "colina que trabalha" a Croix-Rousse, onde morava a maioria dos operários que trabalhavam na tecelagem (particularmente da seda), indústria principal da cidade nessa época. Podemos incluir uma terceira colina, mais recente: La Duchère a nordeste da cidade. A cidade estende-se ainda ao longo da margem esquerda do Rhône em direção ao Dauphiné. Para lá do Rhône, a leste, estende-se a planície urbanizada segundo um plano ortogonal nos bairros de Brotteaux e de Part-Dieu. Os Alpes ao fundo e os Rios Saône e Rhône cortando a cidade marcam a paisagem de Lyon. É fácil e rápido se localizar. Há diversas pontes, para carros e pedestres, ligando as diferentes partes da cidade, passando por cima dos rios. A região de Vieux Lyon é a melhor para se hospedar. De lá, é possível conhecer os principais pontos da cidade a pé. As atrações de Lyon estão concentradas entre Vieux Lyon e a margem do Rio Rhône.

Um dos inúmeros parques às margens dos rios
Lyon e sua região Rhône-Alpes representam uma das economias mais importantes da Europa e, segundo a Universidade de Loughborough, podem ser comparadas com a Filadélfia, Mumbai ou Atenas em relação à sua posição internacional. A especialização de alguns setores de atividades levou à criação de muitos dos principais centros de negócios: La Part-Dieu, localizado no 3º arrondissement, é o segundo maior centro financeiro do país após La Defense, em Paris. A cidade tem grande importância pela forte presença de indústrias e universidades. Sua economia tem destaque para o setor industrial e cultural, ou seja, apesar do caráter financeiro, sendo um dos principais polos de negócios e indústrias da França, a cidade também exibe sua cultura, na maioria das vezes, através do turismo, uma das principais áreas de influência de sua economia. Embora tenha mais de dois mil anos de história, Lyon não vive só do passado. Em seu complexo urbano se destacam os edifícios medievais do centro antigo (Vieux Lyon), mas também há espaço para um bairro como Part-Dieu, um dos maiores e mais ativos polos econômicos da França

Interior da Ópera em Lyon
O Centro Histórico de Lyon foi designado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1998. Na sua designação, a UNESCO citou o “testemunho excepcional da continuidade do assentamento urbano há mais de dois milênios em um local de grande importância comercial e estratégica”. As regiões específicas que compõem o Centro Histórico incluem o Distrito Romano e Fouvière, o Bairro Renascentista (Vieux Lyon), o Distrito da Seda (encostas de Croix-Rousse) e a Presqu’île, que apresenta arquitetura do século XII aos tempos modernos. Tanto o Vieux Lyon como as encostas de Croix-Rousse são conhecidos por suas passagens estreitas (traboules) que passam por edifícios e ligam ruas de cada lado. Acredita-se que os primeiros exemplos de traboules tenham sido construídos em Lyon no século IV. Lyon possui um extraordinário patrimônio arquitetural composto de vestígios do Império Romano, de edificações que datam da época em que se tornou uma grande cidade medieval, de um belíssimo bairro testemunha da época em que a cidade foi o centro financeiro do Renascimento e a Lyon atual, cujo exemplo mais interessante é a região chamada Confluence.

Museu de Miniaturas
Lyon é uma das cidades mais bonitas da França e se encontra somente a 90 minutos de carro de Beaune, a capital do vinho da Borgonha. É uma ótima opção para quem quer escapar da loucura parisiense e descobrir uma cidade bonita, agradável, aconchegante e super perto de Paris. Lyon é uma cidade tranquila e muito segura. Uma espécie de versão em miniatura de Paris, com todo o charme e romantismo francês, deliciosa gastronomia, atrações históricas e lindas paisagens. Você consegue se locomover pela cidade a pé com tranquilidade. A cidade de Lyon tem a vantagem de ter uma excelente rede de transporte público, que permite descobrir a cidade sem o estresse dos engarrafamentos e de forma accessível, pois existe o ticket diário, que você pode usar durante o dia inteiro. Lyon tem duas grandes estações ferroviárias: Lyon Part-Dieu, que foi construído para acomodar o TGV e se tornou a principal estação ferroviária de trens extrarregionais; e Lyon Perrache, que é uma antiga estação que agora serve essencialmente serviços ferroviários regionais. Além disto, tem o Velov, sistema de aluguel de bicicletas, que você pode utilizar para passear. 

La Fresque des Lyonnais
Eu aconselho, depois de chegar a Lyon, dar uma passada no Office de Tourisme, que fica na Place Bellecour. Lá você sempre encontra pessoas que dão bons conselhos, mapas da cidade e/ou do metrô. Se tiver tempo faça um city tour com os ônibus de turismo. É um programa para turista sim. Mas este tour permite traçar os contornos da cidade e marcar os lugares onde se deseja com calma. Em seguida pegue a Rue Joseph Serlin até a Place des Terreaux, onde estão a Prefeitura da cidade, seu maior chafariz e seu museu mais tradicional. O Hôtel de Ville, pomposo prédio da administração da cidade, infelizmente é fechado ao público, mas compõe bem o cenário com a Fontaine Bartholdi, enorme chafariz que marca o centro da Place. A obra foi parar em Lyon quase por acaso, depois de o Prefeito de Bordeaux desistir da encomenda que havia feito ao artista. A Place foi redefinida pelo artista francês Daniel Buren e a escultura localizada no seu centro merece ser admirada. De lá siga até as margens do Rio Saône, Quai Saint Vincent esquina com Rue de La Martinière, para ver as pinturas murais de Lyon. Hoje elas fazem parte do seu Patrimônio Cultural. Lyon é o lar de algumas das figuras mais emblemáticas da França, como o escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry, autor do clássico “O Pequeno Príncipe”, e o renomado chéf Paul Bocuse. Foi nessa cidade também que nasceu Allan Kardec o codificador da Doutrina Espírita. Estas e outras personalidades estão retratadas num lindo mural pintado em um prédio às margens do Rio Saône, do lado oposto à Vieux Lyon. Um ponto de parada obrigatório. 

Estação Lyon Part-Dieu
Continue ao longo do rio até a Rue Platière esquina com a Quai de La Pécheriee. Volte até a Ópera e pegue a Rue de La Rèpublique que se transforma, durante um trecho, em espaço pedestre. Durante o trajeto, bela arquitetura clássica, semelhante à haussmanniana parisiense, e belas lojas de grandes marcas. Na França, diferente do Brasil, se faz muitas compras na rua mesmo, e não em shoppings. A parte moderna de Lyon fica próxima ao Rio Rhône e concentram as vias comerciais da cidade, repletas de lojas como Zara, H&M, FNAC, o mercado Monoprix, entre muitas outras. Siga a Rèpublique até a Place Antonin Poncet onde se encontra a obra de arte Arbre à Fleurs do artista Jeong-Hwa Choi. Da Place Bellencour também sai a Rue Du Président Edouard Herriot que te leva até a Place des Jacobins, outra Place emblemática, esta marcada por um chafariz de mármore claro que rende belas fotos. O nome é em homenagem a um convento da Ordem Jacobina que ali ficou até ser destruído durante a Revolução Francesa. Hoje o entorno é dominado por belas vitrines e alguns cafés. O ideal é ficarem dois dias na cidade, para ter tempo suficiente para conhecer as principais atrações.

Estação Lyon Perrache
Lyon é uma cidade cheia de museus que vale muito a pena conhecerem. Para quem gosta da história da Grécia e Roma, tem um museu muito bom para se visitar que se chama Musée Gallo-romain de Fourvière. Trata-se de um sítio arqueológico de exceção. O Musée des Beaux-Arts de Lyon é o principal museu da cidade e um dos cinco mais importantes da França. Como o nome diz, é o Museu de Belas Artes de Lyon no qual estão abrigadas coleções de pinturas, esculturas, antiguidades, objetos de arte, moedas e desenhos. Está localizado no antigo Palais de Saint-Pierre e por isso algumas partes do Museu mantêm a decoração antiga, como a capela barroca. Os maiores destaques do Museu incluem obras de Rodin, Monet e Picasso. Não deixe também de fazer uma parada para refeição no encantador terraço de pedra, há um ótimo café-restaurante lá e aproveite para relaxar no tranquilo jardim do claustro.

Velov
Paris possui o Sena, mas Lyon é cortada por dois rios: Saône e Rhône. Entre os dois existe uma “quase ilha”, Presq’île, um dos bairros a serem visitados. Na península entre os dois rios encontra-se a Place Bellecour, uma das maiores praças pedestres da Europa, no centro da qual se destaca a Estátua Equestre de Louis XIV. À esquerda, uma colina denominada Fouvière e, entre o rio e a colina, a região chamada Vieux Lyon, que nada mais é do que o Centro Histórico da cidade, com construções históricas preservadas, a Cathèdrale de Saint-Jean-Baptiste, o acesso à Basilique Notre-Dame de Fouvière e ao Teatro Romano, além de inúmeros cafés, lojas e músicos de rua, no melhor estilo europeu. Estes dois bairros são bairros históricos imperdíveis, cuja história começou no século I a.C. A Catedral de Lyon é também chamada de Cathèdrale de Saint-Jean-Baptiste, o Bispo de Lyon. O espaço foi palco de vários acontecimentos importantes como o Primeiro e o Segundo Concílios de Lyon e palco do casamento de Enrique IV e Maria de Medicis e atualmente é a Sede do Arcebispo de Lyon. A Catedral foi construída por um longo tempo, a construção durou cerca de 300 anos. Devido ao longo período de construção, diversas renovações e reformas, o local apresenta o contraste de estilos arquitetônicos muito interessantes. Além disso, outro ponto que chama atenção é que dentro dela há um relógio astronômico muito interessante, que marca a posição da lua, da Terra e do sol, a data e as estrelas. É um lugar que não pode ficar fora de sua lista de o que fazer em Lyon. A Catedral abre todos os dias e a entrada é gratuita.

Estufa do Jardim Botânico de Lyon
A famosa Basilique Notre-Dame de Fouvière é uma lindíssima construção francesa que deixa os turistas boquiabertos, a visita é extremamente agradável e os detalhes do local atraem os olhares de todos. No seu interior, apresenta painéis bíblicos coloridos em mosaico, verdadeiras peças artísticas. Além disso, há um mirante que possibilita uma ampla vista da cidade, é uma paisagem de tirar o fôlego, é possível ver até o Mont Blanc num dia de céu claro. Foi construída em homenagem à Virgem Maria, por ter poupado Lyon de duas grandes epidemias – peste negra (1643) e cólera (1832) – e da invasão da Prússia em 1870. Sua estrutura é dividida em três partes, sendo a Basílica com mais duas capelas, uma no subsolo e outra do lado direito dela. O charme são as ruas estreitas e íngremes, que precisamos subir até chegar à Basilique Notre-Dame de Fouvière, um dos pontos altos e turísticos da cidade.

Jardim Botânico de Lyon
Antigamente o Théâtre Antique de Fouvière servia como teatro de fato, mas hoje em dia é um lugar arqueológico e de turismo, totalmente aberto e no meio da cidade de Lyon. Há alguns festivais celebrados nele, como o Nuits de Fouvière. Ele tem 108 metros de diâmetro e espaço para 10 mil pessoas – grandioso e surpreendente. Há também duas outras estruturas que fazem parte desse complexo, um teatro menor, o Odeon, onde poetas e músicos exibiam seu trabalho para integrantes da elite romana, que é um exemplar raríssimo de teatros dessa época (existe apenas mais um igual a ele). A outra estrutura é um Templo Romano dedicado à deusa Cibele, que representa a natureza e a fertilidade. La Croix-Rousse é uma das mais famosas colinas de Lyon e um bairro de mesmo nome, que fica entre encostas e planalto. É um lugar que não pode ficar fora da sua lista de o que fazer em Lyon. É muito charmoso e lá você pode curtir o clima boêmio da França do século XIX. As ruas estreitas e os belos estabelecimentos dão ao lugar um charme adicional. O nome da colina e do bairro é devido a uma cruz que se ergueu no século XVI no planalto, de cor ocre. É um passeio gratuito para curtir os ares da França.

Museu do Jardim Botânico de Lyon
Le Mur des Canuts são 1.200 metros quadrados de pinturas a céu aberto representando a vida dos canuts, que eram operários que teciam a seda. Le Mur des Canuts é o Muro mais interessante e famoso de Lyon, é o maior da Europa e símbolo histórico para a cidade. O Muro foi pintado em 1987 e atualizado em 1997 e 2013. Hoje em dia, há vários outros muros pintados pela cidade, pintados como iniciativa da Prefeitura para atrair mais turistas, mas esse, localizado no Bairro Croix-Rousse, é o mais emblemático. Dica: existe um aplicativo oficial que mostra todas as pinturas nos muros e prédios de Lyon, chamado Les Murs Peints de Lyon. Vai te ajudar bastante. O Institut Lumière é uma instituição acadêmica criada em 1982, pelo neto de Louis Lumière, presidente da associação dos famosos irmãos Auguste e Louis Lumière, que foram os criadores do cinema. Dentro do Instituto há um museu e um centro de projeção e edição. O lugar não poderia ser mais bem escolhido, bem no Bairro Monsplaisir, no qual os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo. Se você gosta do assunto e de cinema, é um passeio que vale a pena. O museu é uma ótima opção para um passeio com crianças, pois é extremamente didático, lá está explicado passo a passo como os irmãos Lumière inventaram cada um dos equipamentos que possibilitaram a invenção do cinema, não tem como não se encantar. Há também linhas do tempo cinematográficas incríveis.

Universidade em Lyon
Também como forma de agradecimento à Virgem Maria por ter poupado Lyon da peste negra, todos os anos desde 1643 é realizado o Festival de Luz, o Fête des Lumières. No início os moradores acendiam uma vela no dia 08 de dezembro – dia de Nossa Senhora Imaculada – para agradecer, mas com o passar dos séculos, a homenagem se tornou um Festival e atrai cerca de quatro milhões de visitantes todos os anos à cidade. É a maior celebração dos lioneses. Se só tiver uma chance na vida de ir a Lyon, vá no período dessa festa. Dura quatro dias. Se você é amante da natureza, visite o Parc de La Tête d’Or. É uma área ótima para curtir com tranquilidade e oferece mais de 117 hectares de área natural para um passeio tranquilo. Famílias, amigos e esportistas são os principais frequentadores do Parque, que também tem um incrível Zoológico gratuito dentro. Lá ainda existe um lago, onde você pode alugar um barco a remo, jardins botânicos com estufas, jardins de rosas e um trem turístico.

Campus da Universidade de Lyon
Em 1971, o Les Halles Paul Bocuse, um mercado de alto nível, foi inaugurado no Bairro de La Part-Dieu, próximo à principal Estação de Trem de Lyon. Extensas renovações ocorreram no mercado em 2004, resultando nos 13 mil metros quadrados de restaurantes em três andares que hoje constituem o local. Lá você pode encontrar muitos produtos que são típicos da culinária de Lyon. No mercado há também vários restaurantes, então é uma ótima dica ir perto do almoço, tanto para ver os produtos quanto para almoçar ou lanchar. Ele fica no Cours Lafayette. Em Lyon vive o chef-celebridade Paul Bocuse, cujo restaurante L'Auberge du Pont de Collonges, com três estrelas Michelin, fica quatro quilômetros ao norte. Além da beleza arquitetural, a cidade, que se autoproclamou capital mundial da gastronomia, é de fato uma perdição gastronômica. A cidade é o berço de alguns dos melhores restaurantes do mundo, com uma riqueza de sabores presente tanto nos mais renomados endereços quanto nos simples “bouchons”, espécie de bistrôs familiares que surgiram em Lyon e servem pratos fartos, com itens como carne de pato e porco, típicos da culinária lyonnaise. Por essas e por outras, a região é considerada o principal centro gastronômico francês. Lyon também é conhecida por seus deliciosos doces, entre os quais se destacam a “ilê flottante”, que no Brasil conhecemos como “ovos nevados”, além de receitas que levam “praline”, outra iguaria típica da região dos Alpes. Já os amantes de vinho estão muito bem servidos com a proximidade de Beaujolais e Côtes Du Rhône.

sábado, 9 de abril de 2016

Tour pela França - Vienne

Vienne
Vienne é uma comuna no sudeste da França, situada no Dèpartement de Isère, na região Auvergne-Rhône-Alpes, na confluência dos Rios Rhône e Gère. É apenas a quarta maior cidade do Dèpartement de Isère. Seus habitantes são chamados viennois, termo que provém do antigo Condado de Vienne. Vienne é uma cidadezinha que fica a 30 quilômetros de Lyon. Foi fundada pelos romanos no século ! a.C., e a cidade ainda respira essa história. A cidade é hoje um importante sítio arqueológico, classificado como uma Cidade de Arte e História (Ville d’Art et d’Histroire). Conta com 40 monumentos/sítios arqueológicos e cinco museus. Vienne foi fundada como uma aldeia céltica na margem esquerda do Rio Rhône ao sul de Lyon e chamava-se Allobroges. A cidade era chamada Viena Alóbrogo ou apenas Viena durante o Período Romano.

Vienne e o Rio Rhône
A cidade propriamente dita foi, porém, posteriormente fundada por Júlio César em 47 a.C. como uma colônia romana, mas os Allobroges conseguiram expulsá-los; os exilados fundaram então a Colônia de Lugdunum (hoje Lyon). Foi para Vienne, no ano 7 d.C., que o Imperador Augustus baniu o Rei Herodes Arquelau, para que a família herodiana pudesse ter terras ali. Durante o início do Império, Vienne recuperou todos os seus privilégios anteriores como uma colônia romana. Sob o Imperador Augustus foi batizada “Colonia Julia Augusta Florentia Vienna”. A capital provincial foi uma importante sede inicial do Bispado, e diz a lenda que o primeiro Bispo foi um discípulo de Paulo de Tarso. Já havia cristãos na província no ano 177 quando as igrejas de Vienne e Lyon endereçaram uma carta aos cristãos da Ásia e da Frígia e mencionam o Diácono de Vienne (Eusébio de Cesaréia). No ano 257, Postumus foi proclamado Imperador do Império Galo-Romano, que teve vida curta. O primeiro Bispo histórico foi Verus, que esteve presente no Conselho de Arles em 314. Vienne foi um alvo durante o Período de Migração, foi tomado pelo Reino dos Borgonheses em 438, mas retomado pelos romanos e mantido até 461.  

Hôtel de Ville
Por volta de 450, os Bispos de Vienne tornaram-se Arcebispos, vários dos quais desempenharam um importante papel cultural na região. Os Arcebispos de Vienne e os de Lyon disputavam o título de “Primaz de Todos os Gauleses” com base nas datas de fundação das cidades em comparação com as datas de fundação dos bispados. Em 534, os Francos Merovingianos capturaram Vienne. Foi então saqueada pelos lombardos em 558 e mais tarde pelos mouros em 737. Quando o Rei da França dividiu a Borgonha em três partes em 843 pelo Tratado de Verdum, Vienne tornou-se parte da França. Mais tarde Carlos II, o Calvo, Imperador do Sacro Império Romano, cedeu Vienne ao Rei de Provence e em sua morte em 887 foi sepultado na Cathédrale de Saint Maurice. Em 933 tornou-se parte do Reino Borgonhês de Arles. Em 1032 se reverteu ao Sacro Império Romano, governada pelos Arcebispos de Vienne. No Concílio de Vienne, convocado em outubro de 1311, foi o 15º Conselho Ecumênico da Igreja Católica Romana, o Papa Clemente V aboliu a Ordem dos Cavaleiros Templários por instigação de Filipe IV da França. Em 1349, o delfim reinante vendeu seus direitos para a França, mas o Arcebispo ficou firme e Vienne não foi incluída nessa venda. Os arcebispos finalmente entregaram seus poderes territoriais à França em 1449. O Arcebispado de Vienne foi suprimido em 1790 durante a Revolução e terminado oficialmente 11 anos depois pela Concordata de 1801.

Memorial de Guerra nas ruas de Vienne
Hoje, a cidade é um centro comercial e industrial regional especializado na indústria de alimentos. O turismo é também uma parte importante da economia da cidade. Um conselho para quem vai visitar Vienne: assim que chegar vá até ao Office de Tourisme, que fica perto da Estação de Trem e bem ao lado do Rio Rhône. Lá tem o mapa da cidade com todos os pontos importantes e eles também sugerem um caminho a ser seguido que passa por quase todos os monumentos. O caminho é demarcado por botões de metal presos ao chão, é bem simples e evita que os turistas se percam. Vienne vale realmente uma visita. Entre os principais locais a visitar são: o Teatro Romano, o Aqueduto, os Arcos do Fórum, o Templo Imperial d'Auguste et Livie, o Santuário e o Complexo Monumental de Pipet (a leste da cidade), a Pirâmide do Circo, o Palais Miroir e o Sítio Arqueológico de Saint Romain em Gal. Na margem do Rio Gère encontram-se vestígios das muralhas da antiga cidade romana.

Festival de Jazz de Vienne no Teatro Romano
Um dos monumentos mais marcantes da cidade é o Teatro Romano. Ele pode abrigar até 13 mil pessoas e em junho acontece lá o Festival de Jazz de Vienne. O evento mais importante da cidade. Como todo bom Teatro Romano a acústica é incrível, e do último degrau é possível ver praticamente toda a cidade de Vienne. No antigo Fórum podem-se ver dois enormes arcos, que estão localizados no canto do “Jardim Arqueológico de Cibele”. Os dois arcos foram construídos com calcário especialmente transportado do Sul da França. Este edifício foi construído durante o reinado do Imperador Tibério.

Festival de Jazz de Vienne

Temple d'Auguste et Livie
Dois importantes monumentos romanos ainda estão em Vienne. Um deles é o antigo Templo Imperial d'Auguste et Livie. Ele é datado do século I a.C. e foi o centro da cidade romana, onde era exercida todas as funções civis, administrativas e religiosas. Este belo Templo – quase completamente intacto – está localizado no centro da cidade e está rodeado de três lados por colunas coríntias e não é permitido entrar no local. Só é permitido olhar do lado de fora para preservar o espaço. Os critérios de estilos seguidos na sua construção permitem uma datação bastante precisa por volta dos anos 20 a 10 a.C. Naquela época o Templo foi provavelmente dedicado ao Imperador. Posteriormente a fachada e dois terços da parte oriental do edifício foram reconstruídos e desta vez o Templo foi dedicado também à Lívia, esposa de Augustus, que morreu em 29 d.C. e foi deificada no início do reinado de Claudius. Este edifício retangular deve sua sobrevivência, como a Maison Carrée em Nîmes, aos Decretos Teodosianos e mais tarde re-dedicado como “Notre-Dame de Vie” (durante o Reinado Revolucionário do Terror foi usado para a Festa da Razão local). O outro é o Plano de l’Aiguille, uma pirâmide truncada que repousa sobre o pórtico com quatro arcos, do Circo Romano. Muitas teorias populares foram lançadas quanto à intenção original dessa estrutura; existe até uma lenda de Pôncio Pilatos fazendo dela seu túmulo.

Jazz no Temple d'Auguste et Livie

Cathèdrale de Saint Maurice
A antiga Cathèdrale de Saint Maurice é uma mistura dos estilos românico e gótico, foi construída entre 1052 a 1533. É uma basílica, com três corredores e uma abside, mas sem ambulatório ou transeptos. Têm 96 metros de comprimento, 36 metros de largura e 27 metros de altura. A parte mais marcante é a fachada oeste, que se ergue majestosamente de um terraço sobre o Rio Rhône. É mais bonita fora do que do lado de dentro. Sua decoração escultural foi seriamente danificada pelos protestantes em 1562 durante as Guerras Religiosas. É a igreja principal da cidade. A antiga Igreja Românica de São Pedro pertencia a uma antiga abadia beneditina e foi reconstruída no século IX, com altos pilares quadrados e duas faixas de janelas nos corredores altos e um notável pórtico. É um dos edifícios cristãos mais antigos da França, datado do século V, na forma de uma basílica e tendo uma nave grande e bem construída. Ela também possui uma bela torre românica e um portal sul magnificamente esculpido contendo uma esplêndida Estátua de São Pedro. Hoje, o prédio abriga um Museu Lapidar que abriga uma Cabeça de Juno e a bela Estátua de Tutela, a divindade protetora da cidade. A Igreja Românica de Saint André-le-Bas era a igreja de um segundo mosteiro beneditino, e tornou-se a capela dos primeiros Reis da Provence. Foi reconstruída em 1152, no estilo românico posterior.

Jazz pelas ruas de Vienne
Para quem vai à Vienne vale à pena atravessar a ponte do Rio Rhône e ir até Saint Romain en Gal que fica do outro lado. Lá tem o Museu Arqueológico Gallo-Romains, onde tem um sítio arqueológico de uma cidade romana datada entre 100 a.C. e 300 d.C. Inclui restos de vários tipos de construção e tem a Casa dos Deuses do Oceano, um Templo enorme. O mosaico que estava nesse Templo, agora está dentro do Museu, com vários outros mosaicos bem interessantes da época. Nesta região são produzidos os vinhos Condrieu e Côte Rôtie e que são muito degustados nos Bar Au Vin como acompanhamento dos embutidos da região. Outra visita interessante é a Destilaria Le Colombier que criou e produz a aguardente de pera Williams desde 1933.