sábado, 9 de abril de 2016

Tour pela França - Vienne

Vienne
Vienne é uma comuna no sudeste da França, situada no Dèpartement de Isère, na região Auvergne-Rhône-Alpes, na confluência dos Rios Rhône e Gère. É apenas a quarta maior cidade do Dèpartement de Isère. Seus habitantes são chamados viennois, termo que provém do antigo Condado de Vienne. Vienne é uma cidadezinha que fica a 30 quilômetros de Lyon. Foi fundada pelos romanos no século ! a.C., e a cidade ainda respira essa história. A cidade é hoje um importante sítio arqueológico, classificado como uma Cidade de Arte e História (Ville d’Art et d’Histroire). Conta com 40 monumentos/sítios arqueológicos e cinco museus. Vienne foi fundada como uma aldeia céltica na margem esquerda do Rio Rhône ao sul de Lyon e chamava-se Allobroges. A cidade era chamada Viena Alóbrogo ou apenas Viena durante o Período Romano.

Vienne e o Rio Rhône
A cidade propriamente dita foi, porém, posteriormente fundada por Júlio César em 47 a.C. como uma colônia romana, mas os Allobroges conseguiram expulsá-los; os exilados fundaram então a Colônia de Lugdunum (hoje Lyon). Foi para Vienne, no ano 7 d.C., que o Imperador Augustus baniu o Rei Herodes Arquelau, para que a família herodiana pudesse ter terras ali. Durante o início do Império, Vienne recuperou todos os seus privilégios anteriores como uma colônia romana. Sob o Imperador Augustus foi batizada “Colonia Julia Augusta Florentia Vienna”. A capital provincial foi uma importante sede inicial do Bispado, e diz a lenda que o primeiro Bispo foi um discípulo de Paulo de Tarso. Já havia cristãos na província no ano 177 quando as igrejas de Vienne e Lyon endereçaram uma carta aos cristãos da Ásia e da Frígia e mencionam o Diácono de Vienne (Eusébio de Cesaréia). No ano 257, Postumus foi proclamado Imperador do Império Galo-Romano, que teve vida curta. O primeiro Bispo histórico foi Verus, que esteve presente no Conselho de Arles em 314. Vienne foi um alvo durante o Período de Migração, foi tomado pelo Reino dos Borgonheses em 438, mas retomado pelos romanos e mantido até 461.  

Hôtel de Ville
Por volta de 450, os Bispos de Vienne tornaram-se Arcebispos, vários dos quais desempenharam um importante papel cultural na região. Os Arcebispos de Vienne e os de Lyon disputavam o título de “Primaz de Todos os Gauleses” com base nas datas de fundação das cidades em comparação com as datas de fundação dos bispados. Em 534, os Francos Merovingianos capturaram Vienne. Foi então saqueada pelos lombardos em 558 e mais tarde pelos mouros em 737. Quando o Rei da França dividiu a Borgonha em três partes em 843 pelo Tratado de Verdum, Vienne tornou-se parte da França. Mais tarde Carlos II, o Calvo, Imperador do Sacro Império Romano, cedeu Vienne ao Rei de Provence e em sua morte em 887 foi sepultado na Cathédrale de Saint Maurice. Em 933 tornou-se parte do Reino Borgonhês de Arles. Em 1032 se reverteu ao Sacro Império Romano, governada pelos Arcebispos de Vienne. No Concílio de Vienne, convocado em outubro de 1311, foi o 15º Conselho Ecumênico da Igreja Católica Romana, o Papa Clemente V aboliu a Ordem dos Cavaleiros Templários por instigação de Filipe IV da França. Em 1349, o delfim reinante vendeu seus direitos para a França, mas o Arcebispo ficou firme e Vienne não foi incluída nessa venda. Os arcebispos finalmente entregaram seus poderes territoriais à França em 1449. O Arcebispado de Vienne foi suprimido em 1790 durante a Revolução e terminado oficialmente 11 anos depois pela Concordata de 1801.

Memorial de Guerra nas ruas de Vienne
Hoje, a cidade é um centro comercial e industrial regional especializado na indústria de alimentos. O turismo é também uma parte importante da economia da cidade. Um conselho para quem vai visitar Vienne: assim que chegar vá até ao Office de Tourisme, que fica perto da Estação de Trem e bem ao lado do Rio Rhône. Lá tem o mapa da cidade com todos os pontos importantes e eles também sugerem um caminho a ser seguido que passa por quase todos os monumentos. O caminho é demarcado por botões de metal presos ao chão, é bem simples e evita que os turistas se percam. Vienne vale realmente uma visita. Entre os principais locais a visitar são: o Teatro Romano, o Aqueduto, os Arcos do Fórum, o Templo Imperial d'Auguste et Livie, o Santuário e o Complexo Monumental de Pipet (a leste da cidade), a Pirâmide do Circo, o Palais Miroir e o Sítio Arqueológico de Saint Romain em Gal. Na margem do Rio Gère encontram-se vestígios das muralhas da antiga cidade romana.

Festival de Jazz de Vienne no Teatro Romano
Um dos monumentos mais marcantes da cidade é o Teatro Romano. Ele pode abrigar até 13 mil pessoas e em junho acontece lá o Festival de Jazz de Vienne. O evento mais importante da cidade. Como todo bom Teatro Romano a acústica é incrível, e do último degrau é possível ver praticamente toda a cidade de Vienne. No antigo Fórum podem-se ver dois enormes arcos, que estão localizados no canto do “Jardim Arqueológico de Cibele”. Os dois arcos foram construídos com calcário especialmente transportado do Sul da França. Este edifício foi construído durante o reinado do Imperador Tibério.

Festival de Jazz de Vienne

Temple d'Auguste et Livie
Dois importantes monumentos romanos ainda estão em Vienne. Um deles é o antigo Templo Imperial d'Auguste et Livie. Ele é datado do século I a.C. e foi o centro da cidade romana, onde era exercida todas as funções civis, administrativas e religiosas. Este belo Templo – quase completamente intacto – está localizado no centro da cidade e está rodeado de três lados por colunas coríntias e não é permitido entrar no local. Só é permitido olhar do lado de fora para preservar o espaço. Os critérios de estilos seguidos na sua construção permitem uma datação bastante precisa por volta dos anos 20 a 10 a.C. Naquela época o Templo foi provavelmente dedicado ao Imperador. Posteriormente a fachada e dois terços da parte oriental do edifício foram reconstruídos e desta vez o Templo foi dedicado também à Lívia, esposa de Augustus, que morreu em 29 d.C. e foi deificada no início do reinado de Claudius. Este edifício retangular deve sua sobrevivência, como a Maison Carrée em Nîmes, aos Decretos Teodosianos e mais tarde re-dedicado como “Notre-Dame de Vie” (durante o Reinado Revolucionário do Terror foi usado para a Festa da Razão local). O outro é o Plano de l’Aiguille, uma pirâmide truncada que repousa sobre o pórtico com quatro arcos, do Circo Romano. Muitas teorias populares foram lançadas quanto à intenção original dessa estrutura; existe até uma lenda de Pôncio Pilatos fazendo dela seu túmulo.

Jazz no Temple d'Auguste et Livie

Cathèdrale de Saint Maurice
A antiga Cathèdrale de Saint Maurice é uma mistura dos estilos românico e gótico, foi construída entre 1052 a 1533. É uma basílica, com três corredores e uma abside, mas sem ambulatório ou transeptos. Têm 96 metros de comprimento, 36 metros de largura e 27 metros de altura. A parte mais marcante é a fachada oeste, que se ergue majestosamente de um terraço sobre o Rio Rhône. É mais bonita fora do que do lado de dentro. Sua decoração escultural foi seriamente danificada pelos protestantes em 1562 durante as Guerras Religiosas. É a igreja principal da cidade. A antiga Igreja Românica de São Pedro pertencia a uma antiga abadia beneditina e foi reconstruída no século IX, com altos pilares quadrados e duas faixas de janelas nos corredores altos e um notável pórtico. É um dos edifícios cristãos mais antigos da França, datado do século V, na forma de uma basílica e tendo uma nave grande e bem construída. Ela também possui uma bela torre românica e um portal sul magnificamente esculpido contendo uma esplêndida Estátua de São Pedro. Hoje, o prédio abriga um Museu Lapidar que abriga uma Cabeça de Juno e a bela Estátua de Tutela, a divindade protetora da cidade. A Igreja Românica de Saint André-le-Bas era a igreja de um segundo mosteiro beneditino, e tornou-se a capela dos primeiros Reis da Provence. Foi reconstruída em 1152, no estilo românico posterior.

Jazz pelas ruas de Vienne
Para quem vai à Vienne vale à pena atravessar a ponte do Rio Rhône e ir até Saint Romain en Gal que fica do outro lado. Lá tem o Museu Arqueológico Gallo-Romains, onde tem um sítio arqueológico de uma cidade romana datada entre 100 a.C. e 300 d.C. Inclui restos de vários tipos de construção e tem a Casa dos Deuses do Oceano, um Templo enorme. O mosaico que estava nesse Templo, agora está dentro do Museu, com vários outros mosaicos bem interessantes da época. Nesta região são produzidos os vinhos Condrieu e Côte Rôtie e que são muito degustados nos Bar Au Vin como acompanhamento dos embutidos da região. Outra visita interessante é a Destilaria Le Colombier que criou e produz a aguardente de pera Williams desde 1933.

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