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sexta-feira, 18 de março de 2016

Tour pelo Sul do Brasil - Paraná

Universidade Federal do Paraná
- primeira Universidade do Brasil
O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado ao norte da Região Sul, da qual é o único a ter área limítrofe com os estados de outras regiões. É dividido em 399 municípios e seus estados limítrofes são os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul (a noroeste), de São Paulo (ao norte e nordeste) e de Santa Catarina (ao sul) e a província argentina de Misiones (a sudoeste) e os departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto Paraná (a oeste), além do Oceano Atlântico (a leste). Sua área é um pouco menor que a Romênia, país com formato semelhante. Seu litoral tem 100 quilômetros de extensão, o segundo menor do Brasil, superado apenas pelo do Piauí, com 68 praias e diversas ilhas. O Estado é cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio. Sua capital é Curitiba. Como sempre, Curitiba é a primeira parada da viagem. Como saímos de Campinas, no Estado de São Paulo, ou no caso dos meus sobrinhos, que saíram de Belo Horizonte, em Minas Gerais, a capital do Paraná é parada estratégica para hospedagem. Curitiba está localizada a aproximadamente 110 quilômetros do Oceano Atlântico. É a cidade mais populosa do Paraná, a mais populosa da Região Sul e a oitava mais populosa do país. Outros municípios importantes são: Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu. É o quinto estado mais rico do Brasil pelo PIB, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Palácio Avenida em Curitiba
No Período Pré-cabraliano, a região que atualmente constitui o Estado do Paraná era habitada por diversos povos indígenas brasileiros por milhares de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus a esse lugar. Estes incluem os Carijós, no litoral, do grupo Tupi, e os Caingangues, no interior. No Período Pré-colonial, a região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal e foi explorada por demais países, que buscavam especialmente madeira de lei. As mais importantes expedições foram as espanholas, trazendo os religiosos da Companhia de Jesus, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, Estado cujo território pertencia em grande parte à Coroa Espanhola. Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai. Posteriormente, a três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real Del Guayrá, na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do Rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas reduções ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Província Real Del Guayrá”.

Torre Panorâmica em Curitiba
Nos primeiros anos do século XVII, depois de se descobrir ouro em terras paranaenses, os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, por intermédio de bandeiras que saíam de São Vicente. Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol com capacidade para que fosse oferecida resistência. No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os povoadores foram fixados assim no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era mais concentrado em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em 1693, Curitiba foi elevada à categoria de Vila, sendo transformada no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o ouro, porque não eram conhecidos métodos de exploração decentes, e porque a mão de obra era escassa. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, esse minério do Paraná deixou de ser totalmente importante. Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à Coroa Portuguesa passando a ser politicamente anexo à Província de São Paulo, recebendo o nome de “Comarca de Curitiba”.

Praça do Japão - Memorial à imigração japonesa
em Curitiba
A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, fundada pelo Marquês de Cascais em 1656, substituiu a Capitania de Santana, que teve início na foz da baía de Paranaguá e fim na atual cidade catarinense de Laguna. Tinha como limites a de Santo Amaro (parte da segunda seção da de São Vicente) ao norte, as águas salgadas do Oceano Atlântico a leste e o Governo do Rio de La Plata e do Paraguay a oeste, estados extintos delimitados pelo Tratado de Tordesilhas. O povo parnanguara começou a dedicar-se à lavoura e o curitibano, à pecuária. Curitiba prosperou porque era necessário alimentar e transportar os mineradores das Minas Gerais. Com o Caminho Viamão-Sorocaba aberto, o qual fazia a ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo por intermédio da região de Curitiba, teve início uma fase nova no histórico paranaense: o tropeirismo, o qual havia se estendido pelos séculos XVIII e XIX. Espalharam-se as fazendas de pecuária e a figura humana principal começou a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de gado, principalmente muar.

Shopping Estação em Curitiba
A Comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava a Capitania de São Paulo, foi fundada em novembro de 1811. Mesmo após a Independência do Brasil ter sido proclamada, a região submetia-se continuamente à Província de São Paulo. Em fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria de cidade por uma lei provincial paulista. Seu território, que abrangia toda a extensão da antiga República do Guairá à época do Império Espanhol, era a província mais nova do Brasil Imperial, desmembrada de São Paulo em 1853, quando o Imperador Pedro II do Brasil assinou a Lei Imperial que criou a Província do Paraná, a qual foi criada por motivos diversos, podendo ser citados uma punição pela participação dos paulistas na Revolta Liberal de 1842, um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo da erva-mate. Nesta época contava com duas cidades, sete vilas, seis freguesias e quatro capelas curadas. É também o mais novo Estado da Região Sul do país, logo depois do Rio Grande do Sul (1807) e Santa Catarina (1738).

Jardim Botânico de Curitiba
Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração europeia (especialmente poloneses, neerlandeses, franceses, ingleses, ucranianos, alemães e italianos) e asiática (japoneses, coreanos e árabes), o qual colaborou para que fossem expandidas a colonização e o aparecimento de novas economias. No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense foi novamente impulsionada quando as ferrovias foram implantadas, porque isso possibilitou que a indústria de madeira crescesse, já que as Matas de Araucárias aos portos, como Paranaguá, e a São Paulo, eram ligadas por certas estradas de ferro. Em igual tempo, o transporte de muares desapareceu, e isso causou uma crise na sociedade pastoril. Após a República ter sido proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná, principalmente na região das terras roxas do norte do Estado. Ali, fazendas cafeeiras e cidades foram estabelecidas nos talvegues dos três rios: Paranapanema, Cinzas e Jataí

Relógio de Flores na Praça Garibaldi em Curitiba
Durante a administração do Presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta da Armada repercutiram no Paraná, em que foram travados muitos combates. Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, duelo de oposição entre os habitantes empobrecidos da região que se situa dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro, e as forças oficiais. Além disso, o Paraná e Santa Catarina disputaram o litígio, motivando a denominação e o conflito acabou em 1916. Os revolucionários de 1930, os quais puseram Getúlio Vargas como Presidente do Brasil, não precisaram encarar grande resistência no Paraná. Na administração de Vargas, o único governante foi Manuel Ribas (duas vezes como interventor, uma como eleito), o qual mereceu destaque por realizar obras de importância. São exemplos: a Estrada do Cerne, o reaparelhamento do Porto de Paranaguá, além de rodovias interligando algumas cidades do Estado e da melhoria da educação, saúde e demais áreas. Nos anos de 1950, a ocupação territorial, que se concluiu nos anos 1960, foi efetivada.

Teatro Paiol em Curitiba
Suas principais bacias fluviais são: a bacia do Rio Paraná, no Oeste, a de Paranapanema no norte, a do Iguaçu no sul e as do Atlântico Sudeste e do Atlântico Sul no leste. A maioria dos rios do Estado é afluente do Rio Paraná, dos quais os de maior extensão são Paranapanema, que separa a divisa norte do Paraná com São Paulo, e o Iguaçu, que delimita parcialmente o Paraná de Santa Catarina e a Argentina. A oeste, o Rio Paraná separa o Paraguai e a noroeste, Mato Grosso do Sul. Alguns rios, de menor extensão, descem em direção ao litoral, sendo que os de maior comprimento correm ao Estado de São Paulo, desembocando no Rio Ribeira de Iguape.

Um dos inúmeros lagos de Curitiba
O Estado é historicamente conhecido por sua grande quantidade de pinheirais espalhados pela porção do planalto sul, onde o clima é Subtropical úmido, como nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul enquanto o resto do Brasil é Tropical. As Florestas Tropicais, uma porção da Mata Atlântica, abrangiam primitivamente quase metade do Paraná (46%). Nos dias atuais, é a Floresta mais economicamente explorada, sendo os últimos remanescentes encontrados na planície litorânea, na encosta da Serra do Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí. A espécie predominante na vegetação é o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia), além da imbuia, cedro e erva-mate. Os ramos dessa árvore aparecem na bandeira e no brasão, símbolos adotados em 1947. Atualmente, esse ecossistema encontra-se muito destruído devido à ocupação humana.

Chafariz na Praça Garibaldi em Curitiba
O território do Paraná situa-se dentro da área influenciada pela cidade de São Paulo. A metrópole paulistana lidera a economia paranaense através das cidades de Ourinhos, em São Paulo, e Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba, no Paraná. Ourinhos e Jacarezinho exercem domínio, em grupo, sobre a parte leste do norte do Paraná, Londrina a parcela central da região, e Maringá, o Oeste. Curitiba domina o restante inteiro do Estado do Paraná e ainda quase Santa Catarina inteira, menos na porção oriental a região de Tubarão e, na parte ocidental, a de Chapecó. A capital age, na área influenciada pelo Paraná, diretamente ou através dos centros intermediários de Ponta Grossa e Pato Branco. A área de influência direta compreende as porções oriental e sudeste inteiras do Estado. Pato branco domina a parte sul ocidental, e Ponta Grossa, as porções central e ocidental inteiras. A Grande Curitiba foi a primeira Região Metropolitana do Paraná a ser criada, inicialmente com 14 municípios, até chegar aos 29 atuais. É também a mais populosa do Estado, e a oitava maior do Brasil. Em 1998, foram instituídas as Regiões Metropolitanas de Londrina e Maringá. A de Umuarama, a quarta do Estado, foi criada em agosto de 2012 e, em janeiro de 2015, foram criadas mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel e Toledo, passando para oito atuais.

Teatro Ópera de Arame
O setor primário é o menos relevante para a economia paranaense. O setor agropecuário do Paraná tem grande diversificação e alta produtividade, bem como um progressivo parque industrial. É o Estado brasileiro que mais produz milho e soja e o segundo produtor de cana-de-açúcar. Os mais importantes produtos da agricultura paranaense são o trigo, o milho e a soja. O cultivo da soja é o mais movo dos três e foi expandido tanto no norte como no oeste do Estado, e depois no sul. Tem importância, também, o algodão herbáceo, especialmente produzido no norte. A cafeicultura, que é uma das principais atividades agrícolas do Estado, caso não desfrute da mesma grandiosidade de antigamente (o Paraná, sozinho, já chegou a produzir 60% do café de todo o mundo), ainda faz com que o Paraná continue sendo um dos mais importantes produtores da federação brasileira. As produções mais densas de café revestem a área a oeste de Apucarana. Em segundo lugar, o café é produzido nos terrenos da área zoneada de Bandeirantes, Santa Amélia e Jacarezinho.

Jardim Botânico de Curitiba
No que se refere à pecuária, o Paraná dispõe de uma imensa bovinocultura e é um dos estados brasileiros que mais criam porcos, principalmente no centro, sul e leste do Estado. Nos últimos 20 anos, a bovinocultura e a suinocultura foram muito expandidas. Como nos demais estados da Região Sul, diferem, no Paraná, os modos de utilização das terras campestres ou florestais. Geralmente, nas zonas campestres, a pecuária extensiva é praticada; nas florestas, as plantações e pastos artificiais para engordar o gado são desenvolvidas. No Paraná, a quantidade produzida de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha ainda é expressiva. O subsolo paranaense possui grandes riquezas minerais. Há reservas significativas de areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco e mármore, bem como demais menores (baritina, cálcio). A bacia carbonífera é a terceira do Brasil, e a de xisto, a segunda. Em relação aos minerais metálicos, mediram-se depósitos de chumbo, cobre e ferro.

Museu Oscar Niemeyer em Curitiba
Embora o Estado possua um grande parque industrial, na economia paranaense o setor secundário é atualmente o segundo menos relevante. Em meados do século XX, as atividades econômicas da indústria impulsionaram consideravelmente a economia do Paraná. Foi em consequência desse impulso que a urbanização cresceu, não somente na área ao redor de Curitiba, como em polos interioranos, exemplificando, Ponta Grossa – maior parque industrial do interior, Londrina, Cianorte e Cascavel. Os mais importantes gêneros industriais são o de alimentos e o madeireiro. Curitiba é o município que possui mais indústrias e os mais importantes setores de sua atividade industrial são os de alimentos e de móveis, o madeireiro, de minerais não metálicos, de produtos químicos e de bebidas. Na Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais, encontram-se duas unidades montadores de veículos. O setor madeireiro espalha-se no interior, como importantes centros em União da Vitória, Guarapuava e Cascavel. O centro mais expressivo dos alimentos produzidos é Londrina, sendo também muito importante a atividade em Ponta Grossa, considerado um dos maiores parques moageiros de milho e soja da América Latina. O setor terciário é o maior e mais relevante da economia paranaense.

Jardim Botânico de Curitiba
O Paraná é o Estado brasileiro que possui a maior quantidade de parques nacionais, com destaque o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional do Superagüi. Foz do Iguaçu com 275 cachoeiras e quedas d’água é conhecida internacionalmente, principalmente pela Garganta do Diabo, atração com maior número de cataratas do mundo. Outra atração da cidade é a Usina Hidrelétrica de Itaipu que é aberta a visitação. Outro ponto de interesse turístico é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, onde as rochas esculpidas pelos ventos e pelas águas parecem ruínas de uma grande cidade (mais informações no post Ponta Grossa - Parque Estadual de Vila Velha). Ainda em Ponta Grossa pode-se visitar o Buraco do Padre (também no post Ponta Grossa - Cachoeira do Buraco do Padre), a Capela de Santa Bárbara (construída pelos Jesuítas) e a Cachoeira da Mariquinha. São inúmeros os acidentes naturais turisticamente interessantes no Paraná, como as grutas de calcário de Campinhos, em Tunas do Paraná, Gruta da Lancinha (maior biodiversidade do Sul do Brasil) em Rio Branco do Sul, e do Monge, em Lapa; a Ilha do Mel, com seu balneário, o farol, a caverna e a antiga Fortaleza da Barra, em Paranaguá; as praias de Pontal do Sul, Praia de Leste, Matinhos, Caiobá e Guaratuba.

Jardim Botânico de Curitiba
Em Maringá existe a Catedral de Maringá (Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória), segundo monumento mais alto da América do Sul e 10º do mundo. A região do Cânion de Guartelá (sexto maior do mundo e do Brasil) em Tibagi tem recebido grande número de turistas. Curitiba é hoje um importante destino turístico brasileiro, especialmente procurado por turistas oriundos de estados vizinhos que chegam à cidade por via terrestre. Um importante aumento no turismo de negócios tem também se verificado nas últimas décadas. Durante o ano inteiro, são realizadas feiras e festivais, merecendo destaque a Munchen Fest de Ponta Grossa, a Oktoberfest de Rolândia, o Carnaval de Tibagi, o Festival Internacional de Londrina, o Festival de Teatro de Curitiba (o principal do país), o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, e a Feira de Móveis do Paraná. Atrai ainda considerável interesse as feiras agropecuárias de grande porte, em especial a Expo Londrina.

Jardim Botânico de Curitiba
Em sua composição étnica, a cultura do Paraná soma uma grande quantidade de etnias como portugueses, espanhóis, italianos, alemães, neerlandeses, eslavos, poloneses, ucranianos, árabes, coreanos, japoneses, gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros, nordestinos, indígenas e africanos, as quais colaboraram para que a alma do povo paranaense fosse consolidada. Possivelmente observamos a cultura do Estado no artesanato, na culinária, no folclore, quer dizer, nas diferentes maneiras dos paranaenses se expressarem. No começo, os hábitos e as lendas dos índios redimensionaram a cultura da Europa, de Portugal e de Espanha. O povo paranaense legou uma grande quantidade dos hábitos, como o costume do consumo de ervas, milho, mandioca, mel e tabaco. Depois, os tropeiros colaboraram com a cultura de consumir o chimarrão, o café e o feijão de tropeiro e os escravos africanos trouxeram como legado a feijoada, a cachaça e suas danças e ritos.

Jardim Botânico de Curitiba
Posteriormente, os imigrantes europeus, fixados especialmente no sul e leste do Paraná, deixaram manifestações próprias misturadas à cultura popular estadual que existia antes das recentes contribuições culturais de outros países. Tradições polonesas, alemãs, ucranianas, libanesas e japonesas, como é o caso, foram somadas às manifestações originárias dos povos indígenas, da África, de Portugal e de Espanha, diversificando ainda mais a cultura do Paraná. Dessa forma, o Paraná é uma imensa formação cultural de influência por grupos deslocados de seus países ou Estados por diversos motivos. Essa miscigenação inteira faz parte da cultura paranaense, que se manifesta e se representa na arquitetura, na literatura, na música e em demais artes cênicas e visuais.

Serra do Mar
A Universidade Federal do Paraná foi criada em 1912, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1959. Dos museus que existem no Estado, o de maior importância é o Museu Paranaense, em Curitiba, criado em 1876 pelo historiador Agostinho Ermelino de Leão, com coleções históricas, etnográficas e arqueológicas, bem como sua biblioteca especializada, e ainda, outros de importância são: o Museu Oscar Niemeyer (com dedicação às artes plásticas), o Museu de Arte Sacra (que concentra imagens religiosas e arte sacra em geral), o Museu do Expedicionário (dedicado à história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial), o Museu de Arte Contemporânea, o Museu da Imagem e do Som (cinema e fotografia), o Museu Alfredo Andersen (como o próprio nome revela, dedicado às pinturas de Alfredo Andersen), o Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (arte moderna) e o Museu de História Natural (dedicado à biologia e a botânica).

Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá
Outra instituição de importância é o Museu Coronel Davi Antônio da Silva Carneiro, também na capital. O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou suas coleções, como as do Paranaense. Seu acervo tem peças arqueológicas, etnográficas e numismáticas. Em Paranaguá, dois museus constituem um atrativo aos visitantes: o Museu de Arqueologia e Artes Populares, vinculado à Universidade Federal do Paraná e cujo local de funcionamento é no antigo Colégio dos Jesuítas, e o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá. As maiores bibliotecas encontram-se em Curitiba: a Biblioteca Pública do Paraná, a do Museu Paranaense, as da Universidade Federal do Paraná e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná em Curitiba. Há também bibliotecas especializadas, como a do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, que possui um grande acervo relacionado com tecnologias agrícolas, e a do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, especializada em assuntos relacionados como o cooperativismo.

Rio Nhundiaquara em Morretes
O Patrimônio Histórico também catalogou, no Estado, uma grande diversidade de monumentos arquitetônica e historicamente valiosos, como a Igreja Matriz de São Luís, em Guaratuba, a casa na qual faleceu o General Carneiro, em Lapa, a histórica residência dos jesuítas, e a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Paranaguá. As principais festas religiosas do Estado são a de Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, e a do Rocio, em Paranaguá, seguido de grande procissão. A principal festa popular é a Congada da Lapa, originária da África e que homenageia São Benedito, na cidade de Lapa. A quantidade de eventos artístico-culturais paranaenses é riquíssima e variada e apresenta o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, o Internacional de Música de Londrina, o de Dança de Cascavel, o de Teatro de Curitiba e o de Inverno de Antonina.

Parque Estadual de Vila Velha em 
Ponta Grossa
As diversas origens de sua população são testemunhadas pela cozinha paranaense. A exemplo da feijoada brasileira, o prato mais característico é o Barreado. O Barreado é o prato caboclo típico do litoral paranaense, preparado com carne bovina, toucinho e temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça. Muitos restaurantes de Morretes oferecem este delicioso prato gastronômico (já falei sobre esse prato no post sobre Morretes em Férias de Fim de Ano). O Boi no Rolete, o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes festivais durante o ano todo. O churrasco é, como em todo o Sul, um dos pratos mais característicos do interior, juntamente com os das comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana. Conhecida por ser uma referência em diversos quesitos, como uma cidade sustentável e com excelente nível de IDH, a capital do Paraná é também um importante centro gastronômico. O cardápio traz surpresas aos visitantes por ser muito variado. Os pratos da culinária local são um reflexo da história do município e os pratos típicos, propriamente ditos, são muito saborosos.

Cascata no Rio Jaguariaíva
Em Curitiba, há três pratos principais: o barreado, o pinhão e a carne de onça. O Barreado é um dos pratos de maior fama do Estado, presente no cardápio da maioria dos restaurantes curitibanos. Muito utilizada como tempero, a semente da Araucaria angustifolia, encontrada na Região Sul do Brasil, é utilizada no preparo das receitas de frango com polenta e do bolinho de pinhão. Além disso, pode ser conservada e também é possível apreciar depois do cozimento na panela de pressão ou do assamento na chapa. Embora tenha esse nome, a “carne de onça” não tem qualquer aproximação com a carne que provém do músculo do felino. O prato compõe-se de pão preto com cobertura de patinho cru moída por três vezes (e na hora), com cebola, cebolinha, cheiro verde e azeite de oliva. 

Shopping Estação em Curitiba
Atravessado por estradas e repletos de restaurantes, o Paraná é um Estado de grande atrativo ao turismo. São merecedoras da atenção do turista a capital, com seus museus, jardins e universidades, o Teatro Guaíra, o Passeio Público (com o Jardim Zoológico), os monumentos históricos de Guaratuba, Lapa e Paranaguá, e especialmente a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, uma das obras de maior fama da engenharia brasileira. Dos trens que a cortam, um grandioso panorama envolvente de paisagens serranas e litorâneas é descortinado ao mesmo tempo. Antônio Rebouças, irmão (prematuramente morto) do engenheiro, monarquista e abolicionista André, projetou a Ferrovia, no Segundo Reinado. Contrária à hipótese de peritos estrangeiros convidados pelo Governo, a estrada, que se abriu ao trânsito em 1885, foi erguida em um traço em linha de simples aderência. Possui 111 quilômetros de extensão, 41 pontes e 13 túneis, 12 dos quais se escavaram na rocha viva, bem como o arrojado Viaduto Vicente de Carvalho, com 84 metros. Várias destas obras de arte foram criadas para superar os trechos de maior dificuldade. Elas ainda se consideram muito audaciosas, para a topografia da região.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Tour pelo Sul do Brasil

Prefeitura de Blumenau em Santa Catarina
Eu e meu marido somos apaixonados pela Região Sul do Brasil. As paisagens mais lindas, bucólicas, clima aconchegante se encontram por lá. Nem sei dizer quantas vezes fomos de férias para o Sul, e cada vez que vamos são roteiros diferentes, lugares diferentes, programas diferentes, mas o prazer é sempre o mesmo. Acho que essa paixão contagiou os sobrinhos porque acabamos montando um roteiro para as férias deles também. Nas próximas postagens vou contar um pouco do Tour pelo Sul do Brasil realizado por eles. Já contei as histórias de alguns lugares em postagens anteriores. 

Portal Turístico de Pomerode em Santa Catarina
A Região Sul do Brasil é a região territorialmente menos extensa do país. Tem uma área terrestre maior que a área da França Metropolitana e menor que o estado brasileiro de Minas Gerais. Divide-se em três unidades federativas: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo limitada ao norte pelos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, ao sul pelo Uruguai, a oeste pelo Paraguai e pela Argentina, além de ser banhada a leste pelas águas do Oceano Atlântico. O relevo da Região Sul do Brasil tem uma pequena quantidade de acidentes geográficos, predominando um grande planalto, geralmente, de pequena elevação.

Mercado Municipal de Florianópolis em
Santa Catarina
A maior característica da Região Sul do Brasil é o modo de colonização e o tipo de colonizadores recebidos. A região começou a ser colonizada durante os séculos XVII e XVIII. Em 1648, os portugueses foram os fundadores da Vila de Paranaguá, a mais antiga cidade da Região Sul do Brasil e do Paraná. As populações que formaram esta região foram uma pequena quantidade de escravos africanos, porém, uma grande quantidade de imigrantes veio do Uruguai, da Argentina, dos Açores, da Espanha, da Alemanha, da Itália, da Polônia, da Ucrânia, dos Países Baixos, entre outros. O crescimento populacional foi grande depois que os imigrantes chegaram da Europa. Os primeiros imigrantes vieram dos Açores. Após a imigração açoriana em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, ocorreu a chegada principalmente da Alemanha (1824, São Leopoldo, Rio Grande do Sul) e da Itália. Demais agrupamentos buscavam a região para passar a sua vida. Os imigrantes foram os fundadores de colônias transformadas em cidades de importância como, por exemplo, Caxias do Sul

Estação Ferroviária de Antonina no Paraná
Os solos de terra roxa do norte do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as regiões de povoamento mais recente. O povoamento do norte do Paraná apareceu depois que foram criadas colônias agrícolas. Migrantes de demais unidades federativas e de mais de 40 nações estrangeiras chegaram à região para serem colonos trabalhadores no cultivo de café e de cereais. No oeste de Santa Catarina, foi desenvolvida a pecuária, além de serem exploradas a erva-mate e a madeira. A característica populacional dada pelos europeus que contribuíram para o processo de formação da sociedade brasileira do século XIX foi a predominante etnia caucasiana, sendo deixadas na paisagem características dos países de onde originaram (casa, transportes, uso do solo). Os europeus foram os introdutores do sistema de pequenas e médias fazendas.  A ciência agrícola trazida da Europa para o Sul do Brasil foi a viticultura, adaptada à Serra Gaúcha

Morretes no Paraná
A população das cidades da Região Sul cresceu muito nos anos mais recentes. As cidades mais populosas da Região Sul do Brasil são, Curitiba e Porto Alegre. O desenvolvimento industrial foi iniciado nas décadas mais recentes, em principal no Rio Grande do Sul, nordeste de Santa Catarina e Região Metropolitana de Curitiba. Na região de Criciúma, em Santa Catarina, está localizada quase a totalidade das reservas de exploração de carvão no Brasil. O potencial energético, que as inúmeras cachoeiras dos rios das bacias hidrográficas do Paraná e do Uruguai representam hoje se aproveita muito nas usinas hidrelétricas como a de Machadinho, próximo a Piratuba.

Rio Jaguariaíva no Paraná
A Região Sul propriamente dita é um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem italiana e germânica. A Região Sul apresenta índices sociais acima da média brasileira e das demais regiões em vários aspectos: possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, e o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país. A região é também a mais alfabetizada e a com menor incidência de pobreza. Sua história é marcada pela grande imigração europeia, pela Guerra dos Farrapos, e pela Revolução Federalista, com seu principal evento o Cerco da Lapa. Outra revolta ocorrida na história da região foi a Guerra do Contestado, entre os anos de 1912 e 1916. 

São Francisco do Sul em Santa Catarina
O território da atual Região Sul do Brasil foi habitado originalmente pelos povos indígenas, principalmente os Guaranis (Mbyás), os Kaingangs e os Carijós. Posteriormente, ocorreu a chegada dos padres espanhóis da Companhia de Jesus para a catequização dos indígenas. Os padres jesuítas foram os fundadores de aldeias que se chamavam missões ou reduções. Os indígenas que passavam a sua vida nas missões eram criadores de gado, agricultores e aprendizes de ofícios. Os bandeirantes da Capitania de São Paulo chegaram a atacar as missões jesuíticas para o aprisionamento dos indígenas. Por essa razão, o local de residência dos jesuítas e dos indígenas foi abandonado. Pouco a pouco, uma grande quantidade de paulistas foi se fixando à costa catarinense. Os paulistas foram os fundadores dos municípios mais antigos do litoral, como Paranaguá, Florianópolis, Laguna e São Francisco do Sul.

Parque Estadual de Vila Velha
em Ponta Grossa no Paraná
Os paulistas também estavam interessados no comércio do gado. Durante a vinda dos tropeiros, ou seja, os que comercializavam gado foi iniciada a criação de gado livre pelos campos. As mulas, os cavalos e o gado franqueiro foram levados para a venda nas feiras de gado de Sorocaba. No trajeto de passagem dos tropeiros, ocorreu o surgimento de povoados. Os tropeiros também foram os organizadores das primeiras estâncias, ou seja, propriedades onde se cria gado. Os tropeiros, que transportavam o gado muar para a Feira de Sorocaba, eram os primeiros devotos de Nossa Senhora das Brotas entre os séculos XVIII e XIX. Para a defesa das estâncias que os tropeiros criaram, o Rei de Portugal determinou a construção de fortes militares na região. Nos arredores dos fortes, ocorreu o surgimento de povoados. Durante muitos anos, Portugal e Espanha guerrearam para se empossarem das terras do Sul. As brigas foram continuadas e somente foram solucionadas com os tratados assinados. Esses tratados foram os acordos determinantes dos limites das terras que se localizam no Sul do Brasil.

Portal de Joinville em Santa Catarina
No Brasil, país em que predomina o Clima Tropical, apenas a Região Sul encontra-se abaixo da Zona Tropical, sob o domínio do Clima Subtropical (um clima de transição entre o Tropical predominante no Brasil e o Temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao Clima Tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país; contudo, a parte norte situa-se acima do Trópico de Capricórnio. Nesse clima, as temperaturas variam de 16°C a 20°C ao ano, porém, o inverno é costumeiramente muito frio para os padrões brasileiros, com frequência de geadas na quase totalidade das áreas, em lugares onde há altitudes de maior elevação, e neve cadente.

Igreja de São João em Penha,
Santa Catarina

Devido à localização da Serra do Mar e da Serra Geral, nas proximidades do litoral, o relevo do Sul é inclinado para o interior, fazendo com que a maioria dos rios do Sul seja de planalto, seguindo no sentido Leste-Oeste. Esses rios são concentrados em duas grandes bacias hidrográficas: a Bacia do Rio Paraná e a Bacia do Rio Uruguai, ambas as subdivisões que fazem parte da Bacia Platina. Os rios de maior importância têm grande volume de água e são possuidores de grande potencial hidrelétrico, o que já está se explorando no Rio Paraná, como o fato de ter sido construída a Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a segunda maior do mundo). Essa exploração favorece ao Sul e ao Sudeste o crescimento do número de consumidores de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial. Os rios sulistas que fazem seu percurso até desaguarem no mar integram um conjunto de bacias secundárias, como as do Atlântico Sul e do Atlântico Sudeste. Entre essas, a mais aproveitável para a hidroeletricidade é a do Rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, que os brasileiros conhecem muito pelas cheias que não podem ser previstas, é a do Rio Itajaí, em Santa Catarina, que alcança uma região que se desenvolveu muito, onde a colonização alemã influenciou basicamente.


Jardim Botânico de Curitiba no Paraná
Quando as pessoas dizem respeito ao Sul do Brasil, é frequente ter na memória a Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais, e o grande Pampa Gaúcho, formações vegetais típicas da região, apesar de não existirem somente nesta parte do Brasil. A Mata de Araucárias, que praticamente se extinguiu, é o bioma visível nas partes de maior elevação dos planaltos do Paraná e Santa Catarina, no formato de manchas que existem entre as demais formações vegetais. Nessa Mata se extraem principalmente o pinheiro do Paraná e a imbuia, que se utiliza em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas se utilizam para preparar o chimarrão. A devastação desta Floresta, que foi o bioma típico da região na qual hoje há poucos remanescentes dessa paisagem, teve início no final do Império, porque o governo fazia concessões com o objetivo de abrir estradas de ferro, e a situação tornou-se grave devido à indústria madeireira. 

Gasômetro de Porto Alegre no
Rio Grande do Sul
Além da Mata de Araucárias, propriamente dita, a Serra do Mar, com grande umidade por estar mais próxima do Oceano Atlântico, faz com que se desenvolva a mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, com grande densidade e várias espécies. A Mata Atlântica é iniciada no Nordeste sendo continuada pelo Sudeste até a sua chegada ao Sul. No norte do Paraná, a Floresta Tropical praticamente extinguiu-se, porque a agricultura foi expandida. As vastas extensões de campos limpos também ocupam a Região Sul do Brasil. Estas vastas extensões de campos limpos chamam-se pelo nome de Campos Meridionais. Os Campos Meridionais dividem-se em duas áreas distintas. A primeira é correspondente aos Campos dos Planaltos, que são manchas ocorrentes a partir do Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área – os Campos de Campanha – é de maior extensão e está localizada inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região que chama-se Campanha Gaúcha ou Pampa. É a vegetação natural das coxilhas e uma camada visível de ervas rasteiras pela qual é constituída a melhor pastagem natural do Brasil. Finalmente, juntamente ao litoral, destaca-se a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.

Torres no Rio Grande do Sul
A Grande Porto Alegre é a maior área metropolitana da Região Sul e a quarta mais populosa do Brasil – superada apenas pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente – tendo o quarto maior PIB do Brasil. A Grande Curitiba é a segunda área metropolitana mais populosa do Sul do país e a oitava do Brasil. Santa Catarina é o estado com o maior número de Regiões Metropolitanas do Brasil. São oito no total. Existem ainda as aglomerações urbanas. No Rio Grande do Sul existem três: a Aglomeração Urbana do Sul, com sede em Pelotas, mas com vida econômica voltada para o Super Porto de Rio Grande, abrangendo outras três cidades, mas a mais populosa é a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, localizada na região serrana do Rio Grande do Sul, com sede em Caxias do Sul e outras nove cidades a compondo. Ainda há a Aglomeração Urbana do Litoral Norte, com sede em Osório abrangendo metade do litoral gaúcho.

Portal de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul
A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na Região Sul. Os Campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado bovino e ovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou Pampa, no Estado do Rio Grande do Sul. Há o predomínio da grande propriedade e o regime de exploração direta, já que a criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural muito pouco numerosa na região. No Paraná, possui grande destaque a criação de suínos, atividade em que esse estado é o primeiro do Brasil, em Santa Catarina na região oeste onde se encontram grandes quantidades de frigoríficos de suíno, seguido do Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se paralelamente ao cultivo do milho, além de abastecer a população, serve de matéria-prima a grandes frigoríficos.

Portal de Gramado no Rio Grande do Sul
A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelos europeus, sobretudo alemães, que predominaram na colonização do Sul. A policultura é a prática comum na região, às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para a fabricação de vinhos, a de tabaco para a indústria de cigarros, a de soja para a fabricação de óleos vegetais, à criação de porcos (associada à produção de milho) para abastecer os frigoríficos e o leite para abastecer as usinas de leite e fábricas de laticínios. Diferente das regiões agrícolas “coloniais” é o norte do Paraná, que está relacionado com a economia do Sudeste, sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu povoamento está ligado à expansão da economia paulista. 

Estradas floridas do Sul do Brasil
O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato de a Mata das Araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exploração. As espécies preferidas são o pinheiro do Paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A erva-mate é outro produto importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas. A Região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Há ocorrência de cobre no Rio Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal produto é o carvão de pedra, cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e na siderurgia.

Cachoeira em Aparados da Serra no
Rio Grande do Sul
A Região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A principal característica da industrialização no Sul é o fato de as atividades comandarem a atividade industrial, onde se localizam indústrias siderúrgicas, químicas, de couros, de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de Curitiba, o maior parque industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras, indústrias automobilísticas, peças, químicas, e fábricas de alimentos. As demais cidades industriais da região são geralmente mono indústrias ou então abrigam dois gêneros de indústrias, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia), Pelotas (frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos) e Blumenau (têxtil). A exceção é Joinville (setores metal mecânico, químico, plástico, e de desenvolvimento de software), situada no Norte Catarinense, e Chapecó no Oeste Catarinense (seu parque industrial é diversificado, sendo que os setores que mais se destacam são: frigorífico, metal mecânico, produção de equipamentos para frigoríficos, plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, softwares e biotecnologia).