Universidade Federal do Paraná - primeira Universidade do Brasil |
O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado ao norte da Região
Sul, da qual é o único a ter área limítrofe com os estados de outras regiões.
É dividido em 399 municípios e seus estados limítrofes são os estados brasileiros
de Mato Grosso do Sul (a noroeste), de
São Paulo (ao norte e nordeste) e de
Santa Catarina (ao sul) e a província
argentina de Misiones (a sudoeste) e
os departamentos paraguaios de Canindeyú
e Alto Paraná (a oeste), além do Oceano Atlântico (a leste). Sua área é um
pouco menor que a Romênia, país com formato
semelhante. Seu litoral tem 100 quilômetros de extensão, o segundo menor do Brasil, superado apenas pelo do Piauí, com 68 praias e diversas ilhas. O
Estado é cortado ao norte pelo Trópico de
Capricórnio. Sua capital é Curitiba.
Como sempre, Curitiba é a
primeira parada da viagem. Como saímos de Campinas, no Estado de São
Paulo, ou no caso dos meus sobrinhos, que saíram de Belo Horizonte,
em Minas Gerais, a capital do Paraná é parada estratégica para
hospedagem. Curitiba está localizada a aproximadamente 110 quilômetros do
Oceano Atlântico. É a cidade
mais populosa do Paraná, a mais populosa da Região Sul e a oitava mais populosa do
país. Outros municípios importantes são: Londrina,
Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava,
Cascavel, São José dos Pinhais e Foz do
Iguaçu. É o quinto estado mais rico do Brasil
pelo PIB, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais
e Rio Grande do Sul.
Palácio Avenida em Curitiba |
No Período Pré-cabraliano, a região que atualmente
constitui o Estado do Paraná era habitada
por diversos povos indígenas brasileiros por milhares de anos antes da chegada dos
primeiros exploradores europeus a esse lugar. Estes incluem os Carijós, no litoral,
do grupo Tupi, e os Caingangues, no interior. No Período Pré-colonial, a região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal e foi explorada por demais países,
que buscavam especialmente madeira de lei. As mais importantes expedições foram
as espanholas, trazendo os religiosos da Companhia
de Jesus, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, Estado cujo território pertencia
em grande parte à Coroa Espanhola. Em
1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo
Martínez de Irala, Governador do Paraguai.
Posteriormente, a três léguas de Ontiveros,
foi fundada a Ciudad Real Del Guayrá,
na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis
fundaram à margem esquerda do Rio Paraná,
Vila Rica do Espírito Santo. Com três
cidades e diversas reduções ou “pueblos”
a região era à época conhecida como “Província
Real Del Guayrá”.
Torre Panorâmica em Curitiba
|
Nos
primeiros anos do século XVII, depois de se descobrir ouro em terras
paranaenses, os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, por intermédio
de bandeiras que saíam de São Vicente.
Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes
paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol com
capacidade para que fosse oferecida resistência. No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os povoadores foram
fixados assim no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era
mais concentrado em Paranaguá,
núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em 1693, Curitiba foi elevada à categoria de
Vila, sendo transformada no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o
ouro, porque não eram conhecidos métodos de exploração decentes, e porque a mão de obra era escassa. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, esse minério do Paraná deixou de ser totalmente
importante. Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à Coroa
Portuguesa passando a ser politicamente anexo à Província de São Paulo, recebendo o nome de “Comarca de Curitiba”.
Praça do Japão - Memorial à imigração japonesa em Curitiba |
A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá,
fundada pelo Marquês de Cascais em 1656,
substituiu a Capitania de Santana, que
teve início na foz da baía de Paranaguá
e fim na atual cidade catarinense de Laguna.
Tinha como limites a de Santo Amaro (parte
da segunda seção da de São Vicente) ao
norte, as águas salgadas do Oceano Atlântico
a leste e o Governo do Rio de La Plata e
do Paraguay a oeste, estados extintos delimitados pelo Tratado de Tordesilhas. O povo parnanguara começou a dedicar-se à lavoura
e o curitibano, à pecuária. Curitiba
prosperou porque era necessário alimentar e transportar os mineradores das Minas Gerais. Com o Caminho Viamão-Sorocaba aberto, o qual fazia
a ligação entre o Rio Grande do Sul e
São Paulo por intermédio da região de
Curitiba, teve início uma fase nova no
histórico paranaense: o tropeirismo, o qual havia se estendido pelos séculos XVIII
e XIX. Espalharam-se as fazendas de pecuária e a figura humana principal começou
a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de gado, principalmente
muar.
Shopping Estação em Curitiba |
A Comarca de Paranaguá e Curitiba, que
integrava a Capitania de São Paulo,
foi fundada em novembro de 1811. Mesmo após a Independência do Brasil ter sido proclamada, a região submetia-se
continuamente à Província de São Paulo.
Em fevereiro de 1842, Curitiba foi
elevada à categoria de cidade por uma lei provincial paulista. Seu território,
que abrangia toda a extensão da antiga República
do Guairá à época do Império
Espanhol, era a província mais nova do Brasil
Imperial, desmembrada de São Paulo
em 1853, quando o Imperador Pedro II do Brasil
assinou a Lei Imperial que criou a Província do Paraná, a qual foi criada
por motivos diversos, podendo ser citados uma punição pela participação dos
paulistas na Revolta Liberal de 1842,
um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo da erva-mate. Nesta
época contava com duas cidades, sete vilas, seis freguesias e quatro capelas
curadas. É também o mais novo Estado da Região
Sul do país, logo depois do Rio
Grande do Sul (1807) e Santa
Catarina (1738).
Jardim Botânico de Curitiba |
Devido
à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração
europeia (especialmente poloneses, neerlandeses, franceses, ingleses,
ucranianos, alemães e italianos) e asiática (japoneses, coreanos e árabes), o
qual colaborou para que fossem expandidas a colonização e o aparecimento de
novas economias. No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense
foi novamente impulsionada quando as ferrovias foram implantadas, porque isso
possibilitou que a indústria de madeira crescesse, já que as Matas de Araucárias aos portos, como Paranaguá, e a São Paulo, eram ligadas por certas estradas de ferro. Em igual
tempo, o transporte de muares desapareceu, e isso causou uma crise na sociedade
pastoril. Após a República ter sido
proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná, principalmente na região das terras roxas do norte do
Estado. Ali, fazendas cafeeiras e cidades foram estabelecidas nos talvegues dos
três rios: Paranapanema, Cinzas e Jataí.
Relógio de Flores na Praça Garibaldi em Curitiba |
Durante
a administração do Presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta
da Armada repercutiram no Paraná,
em que foram travados muitos combates. Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, duelo de oposição
entre os habitantes empobrecidos da região que se situa dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro, e as forças oficiais. Além
disso, o Paraná e Santa Catarina disputaram o litígio,
motivando a denominação e o conflito acabou em 1916. Os revolucionários de
1930, os quais puseram Getúlio Vargas como Presidente
do Brasil, não precisaram encarar grande resistência no Paraná. Na administração de Vargas, o
único governante foi Manuel Ribas (duas vezes como interventor, uma como
eleito), o qual mereceu destaque por realizar obras de importância. São
exemplos: a Estrada do Cerne, o
reaparelhamento do Porto de Paranaguá,
além de rodovias interligando algumas cidades do Estado e da melhoria da
educação, saúde e demais áreas. Nos anos de 1950, a ocupação territorial, que
se concluiu nos anos 1960, foi efetivada.
Teatro Paiol em Curitiba
|
Suas
principais bacias fluviais são: a bacia do Rio
Paraná, no Oeste, a de Paranapanema
no norte, a do Iguaçu no sul e as do
Atlântico Sudeste e do Atlântico Sul no leste. A maioria dos
rios do Estado é afluente do Rio Paraná,
dos quais os de maior extensão são Paranapanema,
que separa a divisa norte do Paraná
com São Paulo, e o Iguaçu, que delimita parcialmente o Paraná de Santa Catarina e a Argentina.
A oeste, o Rio Paraná separa o Paraguai e a noroeste, Mato Grosso do Sul. Alguns rios, de
menor extensão, descem em direção ao litoral, sendo que os de maior comprimento
correm ao Estado de São Paulo,
desembocando no Rio Ribeira de Iguape.
Um dos inúmeros lagos de Curitiba
|
O
Estado é historicamente conhecido por sua grande quantidade de pinheirais
espalhados pela porção do planalto sul, onde o clima é Subtropical úmido, como nos estados de Santa Catarina e do Rio
Grande do Sul enquanto o resto do Brasil
é Tropical. As Florestas Tropicais, uma porção da Mata Atlântica, abrangiam primitivamente quase metade do Paraná (46%). Nos dias atuais, é a
Floresta mais economicamente explorada, sendo os últimos remanescentes
encontrados na planície litorânea, na encosta da Serra do Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí. A espécie predominante na
vegetação é o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia), além da imbuia,
cedro e erva-mate. Os ramos dessa árvore aparecem na bandeira e no brasão,
símbolos adotados em 1947. Atualmente, esse ecossistema encontra-se muito
destruído devido à ocupação humana.
Chafariz na Praça Garibaldi em Curitiba |
O
território do Paraná situa-se dentro
da área influenciada pela cidade de São
Paulo. A metrópole paulistana lidera a economia paranaense através das
cidades de Ourinhos, em São Paulo, e Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba, no Paraná. Ourinhos e Jacarezinho exercem domínio, em grupo, sobre a parte leste do norte
do Paraná, Londrina a parcela central da região, e Maringá, o Oeste. Curitiba
domina o restante inteiro do Estado do
Paraná e ainda quase Santa Catarina
inteira, menos na porção oriental a região de Tubarão e, na parte ocidental, a de Chapecó. A capital age, na área influenciada pelo Paraná, diretamente ou através dos
centros intermediários de Ponta Grossa
e Pato Branco. A área de influência
direta compreende as porções oriental e sudeste inteiras do Estado. Pato branco domina a parte sul
ocidental, e Ponta Grossa, as
porções central e ocidental inteiras. A Grande
Curitiba foi a primeira Região
Metropolitana do Paraná a ser criada, inicialmente com 14 municípios, até
chegar aos 29 atuais. É também a mais populosa do Estado, e a oitava maior do Brasil. Em 1998, foram instituídas as Regiões Metropolitanas de Londrina e Maringá. A de Umuarama, a quarta do Estado, foi criada em agosto de 2012 e, em
janeiro de 2015, foram criadas mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão,
Cascavel e Toledo, passando para oito atuais.
Teatro Ópera de Arame |
O
setor primário é o menos relevante para a economia paranaense. O setor
agropecuário do Paraná tem grande
diversificação e alta produtividade, bem como um progressivo parque industrial.
É o Estado brasileiro que mais produz milho e soja e o segundo produtor de
cana-de-açúcar. Os mais importantes produtos da agricultura paranaense são o
trigo, o milho e a soja. O cultivo da soja é o mais movo dos três e foi
expandido tanto no norte como no oeste do Estado, e depois no sul. Tem
importância, também, o algodão herbáceo, especialmente produzido no norte. A
cafeicultura, que é uma das principais atividades agrícolas do Estado, caso não
desfrute da mesma grandiosidade de antigamente (o Paraná, sozinho, já chegou a produzir 60% do café de todo o mundo),
ainda faz com que o Paraná continue
sendo um dos mais importantes produtores da federação brasileira. As produções
mais densas de café revestem a área a oeste de Apucarana. Em segundo lugar, o café é produzido nos terrenos da
área zoneada de Bandeirantes, Santa Amélia e Jacarezinho.
Jardim Botânico de Curitiba |
No
que se refere à pecuária, o Paraná
dispõe de uma imensa bovinocultura e é um dos estados brasileiros que mais
criam porcos, principalmente no centro, sul e leste do Estado. Nos últimos 20
anos, a bovinocultura e a suinocultura foram muito expandidas. Como nos demais
estados da Região Sul, diferem, no Paraná, os modos de utilização das
terras campestres ou florestais. Geralmente, nas zonas campestres, a pecuária
extensiva é praticada; nas florestas, as plantações e pastos artificiais para
engordar o gado são desenvolvidas. No Paraná,
a quantidade produzida de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de
abelha ainda é expressiva. O subsolo paranaense possui grandes riquezas
minerais. Há reservas significativas de areia, argila, calcário, caulim, dolomita,
talco e mármore, bem como demais menores (baritina, cálcio). A bacia
carbonífera é a terceira do Brasil,
e a de xisto, a segunda. Em relação aos minerais metálicos, mediram-se
depósitos de chumbo, cobre e ferro.
Museu Oscar Niemeyer em Curitiba |
Embora
o Estado possua um grande parque industrial, na economia paranaense o setor
secundário é atualmente o segundo menos relevante. Em meados do século XX, as
atividades econômicas da indústria impulsionaram consideravelmente a economia
do Paraná. Foi em consequência desse
impulso que a urbanização cresceu, não somente na área ao redor de Curitiba, como em polos interioranos,
exemplificando, Ponta Grossa – maior
parque industrial do interior, Londrina,
Cianorte e Cascavel. Os mais importantes gêneros industriais são o de
alimentos e o madeireiro. Curitiba é
o município que possui mais indústrias e os mais importantes setores de sua
atividade industrial são os de alimentos e de móveis, o madeireiro, de minerais
não metálicos, de produtos químicos e de bebidas. Na Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais, encontram-se duas unidades montadores de
veículos. O setor madeireiro espalha-se no interior, como importantes centros
em União da Vitória, Guarapuava e Cascavel. O centro mais expressivo dos alimentos produzidos é Londrina, sendo também muito importante
a atividade em Ponta Grossa,
considerado um dos maiores parques moageiros de milho e soja da América Latina. O setor terciário é o
maior e mais relevante da economia paranaense.
Jardim Botânico de Curitiba |
O Paraná
é o Estado brasileiro que possui a maior quantidade de parques nacionais, com
destaque o Parque Nacional do Iguaçu
e o Parque Nacional do Superagüi. Foz do Iguaçu com 275 cachoeiras e
quedas d’água é conhecida internacionalmente, principalmente pela Garganta do Diabo, atração com maior
número de cataratas do mundo. Outra atração da cidade é a Usina Hidrelétrica de Itaipu que é aberta a visitação. Outro ponto
de interesse turístico é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta
Grossa, onde as rochas esculpidas pelos ventos e pelas águas parecem ruínas
de uma grande cidade (mais informações no post Ponta Grossa - Parque
Estadual de Vila Velha). Ainda
em Ponta Grossa pode-se visitar o Buraco do Padre (também no post Ponta Grossa - Cachoeira do Buraco do Padre), a
Capela de Santa Bárbara (construída
pelos Jesuítas) e a Cachoeira da Mariquinha. São inúmeros
os acidentes naturais turisticamente interessantes no Paraná, como as grutas de calcário de Campinhos, em Tunas do
Paraná, Gruta da Lancinha (maior
biodiversidade do Sul do Brasil) em Rio Branco do Sul, e do Monge, em Lapa; a Ilha do Mel, com
seu balneário, o farol, a caverna e a antiga Fortaleza da Barra, em Paranaguá;
as praias de Pontal do Sul, Praia de Leste, Matinhos, Caiobá e Guaratuba.
Jardim Botânico de Curitiba |
Em Maringá
existe a Catedral de Maringá (Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória),
segundo monumento mais alto da América
do Sul e 10º do mundo. A região do Cânion
de Guartelá (sexto maior do mundo e do Brasil)
em Tibagi tem recebido grande número
de turistas. Curitiba é hoje um
importante destino turístico brasileiro, especialmente procurado por turistas
oriundos de estados vizinhos que chegam à cidade por via terrestre. Um
importante aumento no turismo de negócios tem também se verificado nas últimas
décadas. Durante o ano inteiro, são realizadas feiras e festivais, merecendo
destaque a Munchen Fest de Ponta Grossa, a Oktoberfest de Rolândia,
o Carnaval de Tibagi, o Festival Internacional de Londrina, o Festival de Teatro de Curitiba (o
principal do país), o Festival
Folclórico e de Etnias do Paraná, e a Feira
de Móveis do Paraná. Atrai ainda considerável interesse as feiras
agropecuárias de grande porte, em especial a Expo Londrina.
Jardim Botânico de Curitiba |
Em sua composição étnica, a cultura do Paraná soma uma grande quantidade de
etnias como portugueses, espanhóis, italianos, alemães, neerlandeses, eslavos,
poloneses, ucranianos, árabes, coreanos, japoneses, gaúchos, catarinenses,
paulistas, mineiros, nordestinos, indígenas e africanos, as quais colaboraram
para que a alma do povo paranaense fosse consolidada. Possivelmente observamos
a cultura do Estado no artesanato, na culinária, no folclore, quer dizer, nas
diferentes maneiras dos paranaenses se expressarem. No começo, os hábitos e as
lendas dos índios redimensionaram a cultura da Europa, de Portugal e de
Espanha. O povo paranaense legou uma
grande quantidade dos hábitos, como o costume do consumo de ervas, milho,
mandioca, mel e tabaco. Depois, os tropeiros colaboraram com a cultura de
consumir o chimarrão, o café e o feijão de tropeiro e os escravos africanos
trouxeram como legado a feijoada, a cachaça e suas danças e ritos.
Jardim Botânico de Curitiba |
Posteriormente, os imigrantes europeus,
fixados especialmente no sul e leste do Paraná,
deixaram manifestações próprias misturadas à cultura popular estadual que
existia antes das recentes contribuições culturais de outros países. Tradições
polonesas, alemãs, ucranianas, libanesas e japonesas, como é o caso, foram
somadas às manifestações originárias dos povos indígenas, da África, de Portugal e de Espanha,
diversificando ainda mais a cultura do Paraná.
Dessa forma, o Paraná é uma imensa
formação cultural de influência por grupos deslocados de seus países ou Estados
por diversos motivos. Essa miscigenação inteira faz parte da cultura
paranaense, que se manifesta e se representa na arquitetura, na literatura, na
música e em demais artes cênicas e visuais.
Serra do Mar |
A Universidade
Federal do Paraná foi criada em 1912, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1959. Dos museus que
existem no Estado, o de maior importância é o Museu Paranaense, em Curitiba,
criado em 1876 pelo historiador Agostinho Ermelino de Leão, com coleções
históricas, etnográficas e arqueológicas, bem como sua biblioteca especializada,
e ainda, outros de importância são: o Museu
Oscar Niemeyer (com dedicação às artes plásticas), o Museu de Arte Sacra (que concentra imagens religiosas e arte sacra
em geral), o Museu do Expedicionário
(dedicado à história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial), o Museu
de Arte Contemporânea, o Museu da
Imagem e do Som (cinema e fotografia), o Museu Alfredo Andersen (como o próprio nome revela, dedicado às
pinturas de Alfredo Andersen), o Museu
Metropolitano de Arte de Curitiba (arte moderna) e o Museu de História Natural (dedicado à biologia e a botânica).
Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá |
Outra instituição de importância é o Museu Coronel Davi Antônio da Silva
Carneiro, também na capital. O Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional tombou suas coleções, como as do Paranaense. Seu acervo tem peças
arqueológicas, etnográficas e numismáticas. Em Paranaguá, dois museus constituem um atrativo aos visitantes: o Museu de Arqueologia e Artes Populares,
vinculado à Universidade Federal do
Paraná e cujo local de funcionamento é no antigo Colégio dos Jesuítas, e o Instituto
Histórico e Geográfico de Paranaguá. As maiores bibliotecas encontram-se em
Curitiba: a Biblioteca Pública do Paraná, a do Museu Paranaense, as da Universidade
Federal do Paraná e da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná em Curitiba.
Há também bibliotecas especializadas, como a do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, que
possui um grande acervo relacionado com tecnologias agrícolas, e a do Sindicato e Organização das Cooperativas do
Estado do Paraná, especializada em assuntos relacionados como o
cooperativismo.
Rio Nhundiaquara em Morretes |
O Patrimônio
Histórico também catalogou, no Estado, uma grande diversidade de monumentos
arquitetônica e historicamente valiosos, como a Igreja Matriz de São Luís, em Guaratuba,
a casa na qual faleceu o General Carneiro, em Lapa, a histórica residência dos jesuítas, e a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Paranaguá. As principais festas religiosas do Estado são a de Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, e a do Rocio, em Paranaguá,
seguido de grande procissão. A principal festa popular é a Congada da Lapa, originária da África
e que homenageia São Benedito, na cidade de Lapa. A quantidade de eventos artístico-culturais paranaenses é
riquíssima e variada e apresenta o Festival
Folclórico e de Etnias do Paraná, o Internacional
de Música de Londrina, o de Dança de
Cascavel, o de Teatro de Curitiba
e o de Inverno de Antonina.
As diversas origens de sua população são
testemunhadas pela cozinha paranaense. A exemplo da feijoada brasileira, o prato
mais característico é o Barreado. O Barreado é o
prato caboclo típico do litoral paranaense, preparado com carne bovina,
toucinho e temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é
enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira.
O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça.
Muitos restaurantes de Morretes
oferecem este delicioso prato gastronômico (já falei sobre esse prato no post
sobre Morretes em Férias de Fim de Ano). O Boi no Rolete,
o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes
festivais durante o ano todo. O churrasco é, como em todo o Sul, um dos pratos
mais característicos do interior, juntamente com os das comunidades de tradição
alemã, polonesa e italiana. Conhecida por ser
uma referência em diversos quesitos, como uma cidade sustentável e com
excelente nível de IDH, a capital do
Paraná é também um importante
centro gastronômico. O cardápio traz surpresas aos visitantes por ser
muito variado. Os pratos da culinária
local são um reflexo da história do município e os pratos típicos, propriamente
ditos, são muito saborosos.
Em Curitiba,
há três pratos principais: o barreado,
o pinhão e a carne de onça. O Barreado é um dos pratos de
maior fama do Estado, presente no cardápio da maioria dos restaurantes
curitibanos. Muito utilizada como tempero, a
semente da Araucaria angustifolia,
encontrada na Região Sul do Brasil,
é utilizada no preparo das receitas de frango com polenta e do bolinho de
pinhão. Além disso, pode ser conservada e também é possível apreciar
depois do cozimento na panela de
pressão ou do assamento na chapa.
Embora tenha esse nome, a “carne de onça” não tem qualquer aproximação com a
carne que provém do músculo do felino. O prato compõe-se de pão
preto com cobertura de patinho cru
moída por três vezes (e na hora), com cebola, cebolinha, cheiro verde e azeite
de oliva.
Shopping Estação em Curitiba |
Atravessado por estradas e repletos de
restaurantes, o Paraná é um Estado
de grande atrativo ao turismo. São merecedoras da atenção do turista a capital,
com seus museus, jardins e universidades, o Teatro Guaíra, o Passeio
Público (com o Jardim Zoológico),
os monumentos históricos de Guaratuba,
Lapa e Paranaguá, e especialmente a Estrada
de Ferro Curitiba-Paranaguá, uma das obras de maior fama da engenharia
brasileira. Dos trens que a cortam, um grandioso panorama envolvente de
paisagens serranas e litorâneas é descortinado ao mesmo tempo. Antônio
Rebouças, irmão (prematuramente morto) do engenheiro, monarquista e abolicionista
André, projetou a Ferrovia, no Segundo
Reinado. Contrária à hipótese de peritos estrangeiros convidados pelo
Governo, a estrada, que se abriu ao trânsito em 1885, foi erguida em um traço
em linha de simples aderência. Possui 111 quilômetros de extensão, 41 pontes e
13 túneis, 12 dos quais se escavaram na rocha viva, bem como o arrojado Viaduto Vicente de Carvalho, com 84
metros. Várias destas obras de arte foram criadas para superar os trechos de
maior dificuldade. Elas ainda se consideram muito audaciosas, para a topografia
da região.
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