sexta-feira, 18 de março de 2016

Tour pelo Sul do Brasil - Paraná

Universidade Federal do Paraná
- primeira Universidade do Brasil
O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado ao norte da Região Sul, da qual é o único a ter área limítrofe com os estados de outras regiões. É dividido em 399 municípios e seus estados limítrofes são os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul (a noroeste), de São Paulo (ao norte e nordeste) e de Santa Catarina (ao sul) e a província argentina de Misiones (a sudoeste) e os departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto Paraná (a oeste), além do Oceano Atlântico (a leste). Sua área é um pouco menor que a Romênia, país com formato semelhante. Seu litoral tem 100 quilômetros de extensão, o segundo menor do Brasil, superado apenas pelo do Piauí, com 68 praias e diversas ilhas. O Estado é cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio. Sua capital é Curitiba. Como sempre, Curitiba é a primeira parada da viagem. Como saímos de Campinas, no Estado de São Paulo, ou no caso dos meus sobrinhos, que saíram de Belo Horizonte, em Minas Gerais, a capital do Paraná é parada estratégica para hospedagem. Curitiba está localizada a aproximadamente 110 quilômetros do Oceano Atlântico. É a cidade mais populosa do Paraná, a mais populosa da Região Sul e a oitava mais populosa do país. Outros municípios importantes são: Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu. É o quinto estado mais rico do Brasil pelo PIB, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Palácio Avenida em Curitiba
No Período Pré-cabraliano, a região que atualmente constitui o Estado do Paraná era habitada por diversos povos indígenas brasileiros por milhares de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus a esse lugar. Estes incluem os Carijós, no litoral, do grupo Tupi, e os Caingangues, no interior. No Período Pré-colonial, a região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal e foi explorada por demais países, que buscavam especialmente madeira de lei. As mais importantes expedições foram as espanholas, trazendo os religiosos da Companhia de Jesus, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, Estado cujo território pertencia em grande parte à Coroa Espanhola. Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai. Posteriormente, a três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real Del Guayrá, na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do Rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas reduções ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Província Real Del Guayrá”.

Torre Panorâmica em Curitiba
Nos primeiros anos do século XVII, depois de se descobrir ouro em terras paranaenses, os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, por intermédio de bandeiras que saíam de São Vicente. Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol com capacidade para que fosse oferecida resistência. No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os povoadores foram fixados assim no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era mais concentrado em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em 1693, Curitiba foi elevada à categoria de Vila, sendo transformada no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o ouro, porque não eram conhecidos métodos de exploração decentes, e porque a mão de obra era escassa. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, esse minério do Paraná deixou de ser totalmente importante. Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à Coroa Portuguesa passando a ser politicamente anexo à Província de São Paulo, recebendo o nome de “Comarca de Curitiba”.

Praça do Japão - Memorial à imigração japonesa
em Curitiba
A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, fundada pelo Marquês de Cascais em 1656, substituiu a Capitania de Santana, que teve início na foz da baía de Paranaguá e fim na atual cidade catarinense de Laguna. Tinha como limites a de Santo Amaro (parte da segunda seção da de São Vicente) ao norte, as águas salgadas do Oceano Atlântico a leste e o Governo do Rio de La Plata e do Paraguay a oeste, estados extintos delimitados pelo Tratado de Tordesilhas. O povo parnanguara começou a dedicar-se à lavoura e o curitibano, à pecuária. Curitiba prosperou porque era necessário alimentar e transportar os mineradores das Minas Gerais. Com o Caminho Viamão-Sorocaba aberto, o qual fazia a ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo por intermédio da região de Curitiba, teve início uma fase nova no histórico paranaense: o tropeirismo, o qual havia se estendido pelos séculos XVIII e XIX. Espalharam-se as fazendas de pecuária e a figura humana principal começou a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de gado, principalmente muar.

Shopping Estação em Curitiba
A Comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava a Capitania de São Paulo, foi fundada em novembro de 1811. Mesmo após a Independência do Brasil ter sido proclamada, a região submetia-se continuamente à Província de São Paulo. Em fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria de cidade por uma lei provincial paulista. Seu território, que abrangia toda a extensão da antiga República do Guairá à época do Império Espanhol, era a província mais nova do Brasil Imperial, desmembrada de São Paulo em 1853, quando o Imperador Pedro II do Brasil assinou a Lei Imperial que criou a Província do Paraná, a qual foi criada por motivos diversos, podendo ser citados uma punição pela participação dos paulistas na Revolta Liberal de 1842, um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo da erva-mate. Nesta época contava com duas cidades, sete vilas, seis freguesias e quatro capelas curadas. É também o mais novo Estado da Região Sul do país, logo depois do Rio Grande do Sul (1807) e Santa Catarina (1738).

Jardim Botânico de Curitiba
Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração europeia (especialmente poloneses, neerlandeses, franceses, ingleses, ucranianos, alemães e italianos) e asiática (japoneses, coreanos e árabes), o qual colaborou para que fossem expandidas a colonização e o aparecimento de novas economias. No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense foi novamente impulsionada quando as ferrovias foram implantadas, porque isso possibilitou que a indústria de madeira crescesse, já que as Matas de Araucárias aos portos, como Paranaguá, e a São Paulo, eram ligadas por certas estradas de ferro. Em igual tempo, o transporte de muares desapareceu, e isso causou uma crise na sociedade pastoril. Após a República ter sido proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná, principalmente na região das terras roxas do norte do Estado. Ali, fazendas cafeeiras e cidades foram estabelecidas nos talvegues dos três rios: Paranapanema, Cinzas e Jataí

Relógio de Flores na Praça Garibaldi em Curitiba
Durante a administração do Presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta da Armada repercutiram no Paraná, em que foram travados muitos combates. Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, duelo de oposição entre os habitantes empobrecidos da região que se situa dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro, e as forças oficiais. Além disso, o Paraná e Santa Catarina disputaram o litígio, motivando a denominação e o conflito acabou em 1916. Os revolucionários de 1930, os quais puseram Getúlio Vargas como Presidente do Brasil, não precisaram encarar grande resistência no Paraná. Na administração de Vargas, o único governante foi Manuel Ribas (duas vezes como interventor, uma como eleito), o qual mereceu destaque por realizar obras de importância. São exemplos: a Estrada do Cerne, o reaparelhamento do Porto de Paranaguá, além de rodovias interligando algumas cidades do Estado e da melhoria da educação, saúde e demais áreas. Nos anos de 1950, a ocupação territorial, que se concluiu nos anos 1960, foi efetivada.

Teatro Paiol em Curitiba
Suas principais bacias fluviais são: a bacia do Rio Paraná, no Oeste, a de Paranapanema no norte, a do Iguaçu no sul e as do Atlântico Sudeste e do Atlântico Sul no leste. A maioria dos rios do Estado é afluente do Rio Paraná, dos quais os de maior extensão são Paranapanema, que separa a divisa norte do Paraná com São Paulo, e o Iguaçu, que delimita parcialmente o Paraná de Santa Catarina e a Argentina. A oeste, o Rio Paraná separa o Paraguai e a noroeste, Mato Grosso do Sul. Alguns rios, de menor extensão, descem em direção ao litoral, sendo que os de maior comprimento correm ao Estado de São Paulo, desembocando no Rio Ribeira de Iguape.

Um dos inúmeros lagos de Curitiba
O Estado é historicamente conhecido por sua grande quantidade de pinheirais espalhados pela porção do planalto sul, onde o clima é Subtropical úmido, como nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul enquanto o resto do Brasil é Tropical. As Florestas Tropicais, uma porção da Mata Atlântica, abrangiam primitivamente quase metade do Paraná (46%). Nos dias atuais, é a Floresta mais economicamente explorada, sendo os últimos remanescentes encontrados na planície litorânea, na encosta da Serra do Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí. A espécie predominante na vegetação é o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia), além da imbuia, cedro e erva-mate. Os ramos dessa árvore aparecem na bandeira e no brasão, símbolos adotados em 1947. Atualmente, esse ecossistema encontra-se muito destruído devido à ocupação humana.

Chafariz na Praça Garibaldi em Curitiba
O território do Paraná situa-se dentro da área influenciada pela cidade de São Paulo. A metrópole paulistana lidera a economia paranaense através das cidades de Ourinhos, em São Paulo, e Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba, no Paraná. Ourinhos e Jacarezinho exercem domínio, em grupo, sobre a parte leste do norte do Paraná, Londrina a parcela central da região, e Maringá, o Oeste. Curitiba domina o restante inteiro do Estado do Paraná e ainda quase Santa Catarina inteira, menos na porção oriental a região de Tubarão e, na parte ocidental, a de Chapecó. A capital age, na área influenciada pelo Paraná, diretamente ou através dos centros intermediários de Ponta Grossa e Pato Branco. A área de influência direta compreende as porções oriental e sudeste inteiras do Estado. Pato branco domina a parte sul ocidental, e Ponta Grossa, as porções central e ocidental inteiras. A Grande Curitiba foi a primeira Região Metropolitana do Paraná a ser criada, inicialmente com 14 municípios, até chegar aos 29 atuais. É também a mais populosa do Estado, e a oitava maior do Brasil. Em 1998, foram instituídas as Regiões Metropolitanas de Londrina e Maringá. A de Umuarama, a quarta do Estado, foi criada em agosto de 2012 e, em janeiro de 2015, foram criadas mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel e Toledo, passando para oito atuais.

Teatro Ópera de Arame
O setor primário é o menos relevante para a economia paranaense. O setor agropecuário do Paraná tem grande diversificação e alta produtividade, bem como um progressivo parque industrial. É o Estado brasileiro que mais produz milho e soja e o segundo produtor de cana-de-açúcar. Os mais importantes produtos da agricultura paranaense são o trigo, o milho e a soja. O cultivo da soja é o mais movo dos três e foi expandido tanto no norte como no oeste do Estado, e depois no sul. Tem importância, também, o algodão herbáceo, especialmente produzido no norte. A cafeicultura, que é uma das principais atividades agrícolas do Estado, caso não desfrute da mesma grandiosidade de antigamente (o Paraná, sozinho, já chegou a produzir 60% do café de todo o mundo), ainda faz com que o Paraná continue sendo um dos mais importantes produtores da federação brasileira. As produções mais densas de café revestem a área a oeste de Apucarana. Em segundo lugar, o café é produzido nos terrenos da área zoneada de Bandeirantes, Santa Amélia e Jacarezinho.

Jardim Botânico de Curitiba
No que se refere à pecuária, o Paraná dispõe de uma imensa bovinocultura e é um dos estados brasileiros que mais criam porcos, principalmente no centro, sul e leste do Estado. Nos últimos 20 anos, a bovinocultura e a suinocultura foram muito expandidas. Como nos demais estados da Região Sul, diferem, no Paraná, os modos de utilização das terras campestres ou florestais. Geralmente, nas zonas campestres, a pecuária extensiva é praticada; nas florestas, as plantações e pastos artificiais para engordar o gado são desenvolvidas. No Paraná, a quantidade produzida de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha ainda é expressiva. O subsolo paranaense possui grandes riquezas minerais. Há reservas significativas de areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco e mármore, bem como demais menores (baritina, cálcio). A bacia carbonífera é a terceira do Brasil, e a de xisto, a segunda. Em relação aos minerais metálicos, mediram-se depósitos de chumbo, cobre e ferro.

Museu Oscar Niemeyer em Curitiba
Embora o Estado possua um grande parque industrial, na economia paranaense o setor secundário é atualmente o segundo menos relevante. Em meados do século XX, as atividades econômicas da indústria impulsionaram consideravelmente a economia do Paraná. Foi em consequência desse impulso que a urbanização cresceu, não somente na área ao redor de Curitiba, como em polos interioranos, exemplificando, Ponta Grossa – maior parque industrial do interior, Londrina, Cianorte e Cascavel. Os mais importantes gêneros industriais são o de alimentos e o madeireiro. Curitiba é o município que possui mais indústrias e os mais importantes setores de sua atividade industrial são os de alimentos e de móveis, o madeireiro, de minerais não metálicos, de produtos químicos e de bebidas. Na Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais, encontram-se duas unidades montadores de veículos. O setor madeireiro espalha-se no interior, como importantes centros em União da Vitória, Guarapuava e Cascavel. O centro mais expressivo dos alimentos produzidos é Londrina, sendo também muito importante a atividade em Ponta Grossa, considerado um dos maiores parques moageiros de milho e soja da América Latina. O setor terciário é o maior e mais relevante da economia paranaense.

Jardim Botânico de Curitiba
O Paraná é o Estado brasileiro que possui a maior quantidade de parques nacionais, com destaque o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional do Superagüi. Foz do Iguaçu com 275 cachoeiras e quedas d’água é conhecida internacionalmente, principalmente pela Garganta do Diabo, atração com maior número de cataratas do mundo. Outra atração da cidade é a Usina Hidrelétrica de Itaipu que é aberta a visitação. Outro ponto de interesse turístico é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, onde as rochas esculpidas pelos ventos e pelas águas parecem ruínas de uma grande cidade (mais informações no post Ponta Grossa - Parque Estadual de Vila Velha). Ainda em Ponta Grossa pode-se visitar o Buraco do Padre (também no post Ponta Grossa - Cachoeira do Buraco do Padre), a Capela de Santa Bárbara (construída pelos Jesuítas) e a Cachoeira da Mariquinha. São inúmeros os acidentes naturais turisticamente interessantes no Paraná, como as grutas de calcário de Campinhos, em Tunas do Paraná, Gruta da Lancinha (maior biodiversidade do Sul do Brasil) em Rio Branco do Sul, e do Monge, em Lapa; a Ilha do Mel, com seu balneário, o farol, a caverna e a antiga Fortaleza da Barra, em Paranaguá; as praias de Pontal do Sul, Praia de Leste, Matinhos, Caiobá e Guaratuba.

Jardim Botânico de Curitiba
Em Maringá existe a Catedral de Maringá (Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória), segundo monumento mais alto da América do Sul e 10º do mundo. A região do Cânion de Guartelá (sexto maior do mundo e do Brasil) em Tibagi tem recebido grande número de turistas. Curitiba é hoje um importante destino turístico brasileiro, especialmente procurado por turistas oriundos de estados vizinhos que chegam à cidade por via terrestre. Um importante aumento no turismo de negócios tem também se verificado nas últimas décadas. Durante o ano inteiro, são realizadas feiras e festivais, merecendo destaque a Munchen Fest de Ponta Grossa, a Oktoberfest de Rolândia, o Carnaval de Tibagi, o Festival Internacional de Londrina, o Festival de Teatro de Curitiba (o principal do país), o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, e a Feira de Móveis do Paraná. Atrai ainda considerável interesse as feiras agropecuárias de grande porte, em especial a Expo Londrina.

Jardim Botânico de Curitiba
Em sua composição étnica, a cultura do Paraná soma uma grande quantidade de etnias como portugueses, espanhóis, italianos, alemães, neerlandeses, eslavos, poloneses, ucranianos, árabes, coreanos, japoneses, gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros, nordestinos, indígenas e africanos, as quais colaboraram para que a alma do povo paranaense fosse consolidada. Possivelmente observamos a cultura do Estado no artesanato, na culinária, no folclore, quer dizer, nas diferentes maneiras dos paranaenses se expressarem. No começo, os hábitos e as lendas dos índios redimensionaram a cultura da Europa, de Portugal e de Espanha. O povo paranaense legou uma grande quantidade dos hábitos, como o costume do consumo de ervas, milho, mandioca, mel e tabaco. Depois, os tropeiros colaboraram com a cultura de consumir o chimarrão, o café e o feijão de tropeiro e os escravos africanos trouxeram como legado a feijoada, a cachaça e suas danças e ritos.

Jardim Botânico de Curitiba
Posteriormente, os imigrantes europeus, fixados especialmente no sul e leste do Paraná, deixaram manifestações próprias misturadas à cultura popular estadual que existia antes das recentes contribuições culturais de outros países. Tradições polonesas, alemãs, ucranianas, libanesas e japonesas, como é o caso, foram somadas às manifestações originárias dos povos indígenas, da África, de Portugal e de Espanha, diversificando ainda mais a cultura do Paraná. Dessa forma, o Paraná é uma imensa formação cultural de influência por grupos deslocados de seus países ou Estados por diversos motivos. Essa miscigenação inteira faz parte da cultura paranaense, que se manifesta e se representa na arquitetura, na literatura, na música e em demais artes cênicas e visuais.

Serra do Mar
A Universidade Federal do Paraná foi criada em 1912, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1959. Dos museus que existem no Estado, o de maior importância é o Museu Paranaense, em Curitiba, criado em 1876 pelo historiador Agostinho Ermelino de Leão, com coleções históricas, etnográficas e arqueológicas, bem como sua biblioteca especializada, e ainda, outros de importância são: o Museu Oscar Niemeyer (com dedicação às artes plásticas), o Museu de Arte Sacra (que concentra imagens religiosas e arte sacra em geral), o Museu do Expedicionário (dedicado à história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial), o Museu de Arte Contemporânea, o Museu da Imagem e do Som (cinema e fotografia), o Museu Alfredo Andersen (como o próprio nome revela, dedicado às pinturas de Alfredo Andersen), o Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (arte moderna) e o Museu de História Natural (dedicado à biologia e a botânica).

Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá
Outra instituição de importância é o Museu Coronel Davi Antônio da Silva Carneiro, também na capital. O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou suas coleções, como as do Paranaense. Seu acervo tem peças arqueológicas, etnográficas e numismáticas. Em Paranaguá, dois museus constituem um atrativo aos visitantes: o Museu de Arqueologia e Artes Populares, vinculado à Universidade Federal do Paraná e cujo local de funcionamento é no antigo Colégio dos Jesuítas, e o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá. As maiores bibliotecas encontram-se em Curitiba: a Biblioteca Pública do Paraná, a do Museu Paranaense, as da Universidade Federal do Paraná e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná em Curitiba. Há também bibliotecas especializadas, como a do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, que possui um grande acervo relacionado com tecnologias agrícolas, e a do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, especializada em assuntos relacionados como o cooperativismo.

Rio Nhundiaquara em Morretes
O Patrimônio Histórico também catalogou, no Estado, uma grande diversidade de monumentos arquitetônica e historicamente valiosos, como a Igreja Matriz de São Luís, em Guaratuba, a casa na qual faleceu o General Carneiro, em Lapa, a histórica residência dos jesuítas, e a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Paranaguá. As principais festas religiosas do Estado são a de Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, e a do Rocio, em Paranaguá, seguido de grande procissão. A principal festa popular é a Congada da Lapa, originária da África e que homenageia São Benedito, na cidade de Lapa. A quantidade de eventos artístico-culturais paranaenses é riquíssima e variada e apresenta o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, o Internacional de Música de Londrina, o de Dança de Cascavel, o de Teatro de Curitiba e o de Inverno de Antonina.

Parque Estadual de Vila Velha em 
Ponta Grossa
As diversas origens de sua população são testemunhadas pela cozinha paranaense. A exemplo da feijoada brasileira, o prato mais característico é o Barreado. O Barreado é o prato caboclo típico do litoral paranaense, preparado com carne bovina, toucinho e temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça. Muitos restaurantes de Morretes oferecem este delicioso prato gastronômico (já falei sobre esse prato no post sobre Morretes em Férias de Fim de Ano). O Boi no Rolete, o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes festivais durante o ano todo. O churrasco é, como em todo o Sul, um dos pratos mais característicos do interior, juntamente com os das comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana. Conhecida por ser uma referência em diversos quesitos, como uma cidade sustentável e com excelente nível de IDH, a capital do Paraná é também um importante centro gastronômico. O cardápio traz surpresas aos visitantes por ser muito variado. Os pratos da culinária local são um reflexo da história do município e os pratos típicos, propriamente ditos, são muito saborosos.

Cascata no Rio Jaguariaíva
Em Curitiba, há três pratos principais: o barreado, o pinhão e a carne de onça. O Barreado é um dos pratos de maior fama do Estado, presente no cardápio da maioria dos restaurantes curitibanos. Muito utilizada como tempero, a semente da Araucaria angustifolia, encontrada na Região Sul do Brasil, é utilizada no preparo das receitas de frango com polenta e do bolinho de pinhão. Além disso, pode ser conservada e também é possível apreciar depois do cozimento na panela de pressão ou do assamento na chapa. Embora tenha esse nome, a “carne de onça” não tem qualquer aproximação com a carne que provém do músculo do felino. O prato compõe-se de pão preto com cobertura de patinho cru moída por três vezes (e na hora), com cebola, cebolinha, cheiro verde e azeite de oliva. 

Shopping Estação em Curitiba
Atravessado por estradas e repletos de restaurantes, o Paraná é um Estado de grande atrativo ao turismo. São merecedoras da atenção do turista a capital, com seus museus, jardins e universidades, o Teatro Guaíra, o Passeio Público (com o Jardim Zoológico), os monumentos históricos de Guaratuba, Lapa e Paranaguá, e especialmente a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, uma das obras de maior fama da engenharia brasileira. Dos trens que a cortam, um grandioso panorama envolvente de paisagens serranas e litorâneas é descortinado ao mesmo tempo. Antônio Rebouças, irmão (prematuramente morto) do engenheiro, monarquista e abolicionista André, projetou a Ferrovia, no Segundo Reinado. Contrária à hipótese de peritos estrangeiros convidados pelo Governo, a estrada, que se abriu ao trânsito em 1885, foi erguida em um traço em linha de simples aderência. Possui 111 quilômetros de extensão, 41 pontes e 13 túneis, 12 dos quais se escavaram na rocha viva, bem como o arrojado Viaduto Vicente de Carvalho, com 84 metros. Várias destas obras de arte foram criadas para superar os trechos de maior dificuldade. Elas ainda se consideram muito audaciosas, para a topografia da região.

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