sábado, 1 de julho de 2017

Férias de Julho - Serra Gaúcha

Gramado
Nas nossas férias de julho, férias escolares, resolvemos fazer uma programação de 10 dias na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Seriam cinco dias na Região das Hortênsias e cinco dias no Vale dos Vinhedos. Saímos de São Paulo, do Aeroporto de Congonhas, o segundo mais movimentado do Brasil, em um voo de menos de duas horas pela LATAM Airlines Brasil, até o Aeroporto Internacional de Porto Alegre - Salgado Filho. Chegando ao Aeroporto, alugamos um carro na Movida, pois ficaria bem mais barato e prático para a locomoção de cinco pessoas, dois casais e uma criança. Hospedamos-nos em Gramado, na Região das Hortênsias, e em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos, em apartamentos alugados através do site Airbnb. Julho, um frio de lascar no Sul do Brasil, portanto as malas foram recheadas de agasalhos e as programações deveriam ser condizentes com o clima. Como amo fazer roteiros de viagem, todos confiam na programação que eu sugiro, e vamos acrescentando ou excluindo locais à medida que o tempo permite. Pegamos vários dias com temperaturas negativas, mas sem neve.

Calçada da Fama em Gramado

Canela
O Rio Grande do Sul é cheio de belezas e muito charme. As baixas temperaturas no inverno e até a neve encantam o restante do país, mas há muito mais para conhecer. A natureza é rica e cheia de espécies únicas, enquanto a cultura é diversificada e unida a de várias etnias europeias. Cidadezinhas charmosas, vinícolas, restaurantes e belas paisagens: eis o cenário que acompanha a travessia pelo interior do Rio Grande do Sul. Com gastronomia deliciosa, muita aventura e opções para todos os gostos, a Serra Gaúcha é um ótimo destino para suas próximas férias. A Serra Gaúcha é um Brasil único e encantador, em suas ruas fica nítido a rica mistura cultural que é símbolo do nosso país mundo afora. Repleta de história, o destino é ideal para viajantes que buscam uma experiência cheia de romance por terras gaúchas.


Nova Petrópolis
A região da Serra Gaúcha era habitada por índios caingangues desde tempos imemoriais, mas estes foram desalojados violentamente pelos chamados “bugreiros”, abrindo espaço, no final do século XIX, para que o governo do Império do Brasil decidisse colonizar a região com uma população europeia. Desta forma, milhares de imigrantes, em sua maioria italiana da região do Vêneto e alemães da região do Hunsrück, cruzaram o mar e subiram a Serra Gaúcha, desbravando uma área ainda quase inteiramente virgem. A região da Serra Gaúcha é dividida em três regiões culturais: a região gaúcha, a alemã e a italiana.

Gaúcho com seu traje típico

Serra Gaúcha
A Região Gaúcha, também conhecida como Campos de Cima da Serra, foi a única região das serras que não sofreu a influência dos imigrantes europeus. Aqui a cultura gaúcha permanece predominante, se assemelhando à Região dos Pampas. Em cidades como Bom Jesus, Jaquirana, Vacaria, Cambará do Sul, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes, fábricas de couro e características gaúchas, como a criação de gado e a vida no campo são marcantes, completadas pela paisagem, formada pelos cânions de Itaimbezinho, Fortaleza e Malacara.


Serra Gaúcha
A Região Alemã, também chamada de Região das Hortênsias, guarda diversos aspectos da colonização alemã. Os primeiros grupos de imigrantes chegaram da Alemanha na primeira metade do século XIX, porém, a colonização efetiva aconteceu na década de 1850, parando nas encostas das serras. Os imigrantes que aqui chegaram, em sua imensa maioria, eram alemães, oriundos da Renânia (Hunsrück), da Pomerânia, Saxônia, Baviera, Prússia e Boêmia. Pelo fato de a maior parte dos imigrantes ter vindo do Hunsrück, o dialeto que prevaleceu foi o Hunsrückisch. Ainda hoje, existem muitos falantes da língua alemã nas serras, principalmente nas localidades do interior, embora a maioria hoje em dia fale apenas o português. Além da influência no idioma, os descendentes de alemães preservam as festas e hábitos alimentares, com destaque para o café colonial.

Vinhedos de Bento Gonçalves

Videiras de Bento Gonçalves
A Região Italiana, também chamada de “Pequena Itália”, engloba cidades como Farroupilha, Carlos Barbosa, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Caxias do Sul. Caxias do Sul é a cidade mais populosa da região, mas foi em Farroupilha o ponto de partida da colonização italiana. Esta principiou em 1875, quando ali chegaram os primeiros imigrantes italianos. A cultura é praticamente a mesma do Vêneto, região de onde veio a maioria dos imigrantes. O dialeto falado por muitos é o Talian, que tem sua origem no Norte da Itália. A produção de uva e vinho, trazida pelos imigrantes, se expandiu por toda a região, tornando-se a base da economia da Região Italiana do Rio Grande do Sul. Os colonos italianos também trouxeram pratos típicos, que hoje formam a culinária tradicional da região: pratos como sopa de capelete, galeto, polenta frita, radiche com bacon, salada de maionese e massas em geral.

Vinhedos de Bento Gonçalves

Plantação de Alcachofra em Pinto Bandeira
A Rota da Serra Gaúcha é um dos roteiros mais procurados pelos turistas brasileiros e estrangeiros. A Serra Gaúcha, além das baixas temperaturas incomuns no país, a região explora a estética do frio como um ingrediente turístico real. Toma para si o conceito da estação gelada e aproxima do turista as práticas mais características: rica gastronomia, hotelaria de alto padrão e muito charme, paisagens cinematográficas e um belo encontro com a neve. O Sul do Brasil na Rota da Serra Gaúcha também pode proporcionar experiências ainda mais intensas como a prática de esportes radicais, roteiros de ecoturismo, visitas aos parques, cafés coloniais, cânions, praças e muitas compras. A proximidade entre as cidades, ainda que considere um caminho de estradas montanhosas e floridas, serve como boa introdução ao jeito gaúcho de ser, o ponto inicial do Roteiro da Serra Gaúcha. A cada curva ou quilômetro vencido, simpáticas cidadezinhas vão sendo deixadas para trás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário