Raclette em Gruyères |
Raclette (em
português: “pequeno rodo”) designa
uma preparação culinária de queijo assemelhada à fondue. Por isso, ele aparece como uma boa opção para os dias mais
frios, que pedem um prato quentinho para acompanhar o clima. Posteriormente,
passou a designar também o queijo utilizado nessa preparação. O Raclette (no masculino) é um tipo de
queijo de consistência média, feito à base de leite de vaca cru, sendo fácil de
transportar e degustado por pastores e agricultores, que colocavam o bloco de
queijo perto de uma lareira ou fogueira, derretendo-o e servindo com batatas
cozidas em água, cebolas e picles. Segundo o método
tradicional, para fazer um Raclette
tem de se cortar o queijo pela metade e estender a superfície cortada
paralelamente ao fogo, para depois estender esta camada fundida num prato de Raclette. Sua história remonta há mais
de 700 anos, quando foi chamado inicialmente de Bratchäs (queijo assado) – mencionado em escritas desde 1291.
Raclette no Hôtel Restaurant La Fleur de Lys em Gruyères |
É
originário do Cantão de Valais, na Suíça, mas, atualmente, queijos
pasteurizados para Raclette são
fabricados em vários cantões da Suíça,
bem como em diversas regiões da França
(Auvergne, Savoie, Franche-Comté e Bretagne), no Québec e na Austrália. No
Cantão de Valais, o hábito de
consumir queijo derretido é registrado pelo menos desde o século XVI. Há mais
de 400 anos, este queijo é comido na região dos Alpes Suíços. Diz-se que, um dia,
por volta de 1875, alguns homens trabalhavam num vinhedo perto da cidade suíça
de Sierre. Fazia muito frio. Ao
meio-dia, eles se reuniram ao redor duma fogueira para comer um pouco de pão
com queijo e tomar vinho. Um deles ansiava comer algo quente. Assim, ele
colocou seu pedaço de queijo sobre as brasas, até que a camada externa dele
começou a se derreter. Ele então o raspou sobre o pão e assim nasceu o Raclette. O termo Raclette deriva do francês racler, que significa raspar, e é relativamente recente, apesar de este queijo ser
produzido em Valais há já muitos
séculos. Foi concretamente no ano de 1909 que um poeta suíço assim nomeou este
prato tão tipicamente suíço. No
século XX este prato se sofisticou com o aparecimento de inúmeros modelos de
racleteiras elétricas.
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Raclette |
Quando chega o verão setentrional em Valais, a neve que se derrete dá lugar a luxuriantes pastagens. As vacas se deliciam com tal ração e, seguindo para o
alto, elas se alimentam num pasto após outro até chegarem à borda das geleiras.
No passado, a estocagem de leite ou o seu transporte para o vale abaixo, duas
vezes por dia, a fim de ser beneficiado, era inimaginável. Assim, a solução era
fabricar o queijo ali mesmo, no próprio local. Sim, o queijo era fabricado ao
ar livre, onde quer que o rebanho estivesse. Como? Um grande caldeirão, um
coador, lenha para fogueira e outros implementos eram transportados a cavalo ou
no lombo de mulas para o local, montanha acima. Pedras para a construção dum fogão
eram escolhidas na área vizinha. Não se retirava a nata ou creme do leite, e o resultado
era um queijo macio e rico. Atualmente, estes fabricantes de queijo da região de
Valais não têm de fazer seu trabalho
ao ar livre. Continuam a fabricar o queijo no próprio local, mas, para tal fabricação,
usufruem agora o conforto de cabanas em várias altitudes. Cada cabana dispõe de
todo o equipamento necessário, instalado de forma permanente, e de um depósito subterrâneo
onde o queijo fresco é tratado com uma solução salina que lhe dá sua crosta protetora.
O queijo é modelado em uma peça arredondada, cada peça pesando cerca de cinco quilos.
Depois de cerca de três a cinco meses, tais peças redondas de queijo são
consideradas maduras.
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Hôtel Restaurant La Fleur de Lys em Gruyères |
Na
sua preparação, a superfície do queijo é aquecida e, à medida que derrete, é
raspada sobre os pratos dos comensais. Em alguns
restaurantes, o Raclette é preparado
colocando a meia lua do queijo para derreter e retirando só a camada derretida direto
no prato. Vários acompanhamentos podem ser utilizados, como batata
inglesa, picles e embutidos, como presunto cru, lombo defumado, salame, copa, cogumelos,
pedaços de filé mignon e diferentes tipos de pães. Quanto à bebida, na França, acompanha o Raclette com o Kir, que é uma mistura de vinho branco com creme de cassis,
existindo algumas variações, como o Kir
Royale, que é uma combinação do creme de cassis com Champagne. O Raclette também
vai muito bem com vinhos franceses ou suíços (Riesling, Chardonnay) ou
um suco de maçã bem natural (que é uma das frutas mais consumidas na Suíça). Queijo é uma coisa dos deuses,
não é mesmo? Para quem ama queijo, quanto mais, melhor - e é justamente por isso
que o Raclette tem feito tanto
sucesso! Isso porque essa iguaria conta com uma quantidade considerável desse
ingrediente derretido, adicionando um sabor único à refeição, seja o lanche da
tarde, almoço ou jantar.
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