Château de Chillon |
O Château de Chillon fica pertinho da
cidade de Montreux, a quatro
quilômetros de distância do centrinho da cidade, em Veytaux. Nada de Alpes, estações de esqui, fábricas de
chocolate, de queijo ou de relógio. O Château de Chillon ou Castelo
das Águas é o monumento mais visitado da Suíça, sendo um Castelo de história riquíssima, construído às
margens do Lago de Genebra, e que
mantém intacta a beleza medieval, é considerado Patrimônio Histórico desde 1891. Esse é um passeio especial não só
pelos admiradores de história e arquitetura, mas para todos que tem a curiosidade
de entrar em um castelo de verdade. Em 1939, o Castelo
já recebia mais de 100 mil visitantes.
Château de Chillon |
Château de Chillon |
Château de Chillon |
Construído de forma oblonga, mede 110 metros de comprimento
por 50 metros de largura, culminando com uma torre de 25 metros de altura. O
lugar é mágico, e complementa perfeitamente a bela paisagem que o cerca. Uma ponte conduz à edificação localizada
estrategicamente em um rochedo sobre a água. Castelo que se preze tem que ter fosso. As primeiras construções
remontam ao século X, embora seja provável que esse espaço já fosse uma
localização militar privilegiada antes dessa data. Objetos que remontam à época
romana foram descobertos durante escavações no século XIX, assim como vestígios
datados da Idade do Bronze. A partir
duma dupla paliçada em madeira, os romanos haviam fortificado o local antes de
lhe ser acrescentada uma Torre de
Menagem quadrada no século X.
Pátio interno do Château de Chillon |
Pátio interno do Château de Chillon |
Pátio do Château de Chillon |
O Castelo de Chillon
está construído sobre um rochedo oval, em calcário, avançando sobre o Lago Léman entre Montreux e Villeneuve,
com uma encosta escarpada dum lado e o Lago e o seu fundo abrupto do outro. A
localização é estratégica: encerra a passagem a Riviera Vaudesa (acesso ao norte através da Alemanha e da França) e
a Planície do Ródano, que permite
chegar rapidamente à Itália. Além
disso, o lugar oferece um excelente ponto de vista sobre a costa saboiarda que
lhe faz face. Uma guarnição podia, assim, controlar militar e comercialmente a
rota para a Itália e aplicar os
impostos de direito. Fontes do século XIII ligam a posse do sítio de Chillon ao Bispo de Sion. Uma carta datada de 1150, na qual o Conde Humberto
III de Saboia concede aos Cistercienses de Hautcrêt a livre
passagem em Chillon, atesta o
domínio da Casa de Saboia sobre Chillon.
Passarela de madeira |
Sala de Armas do Château de Chillon |
O
Castelo foi conquistado em 1536 pelos Berneses e em 1798 serviu como
escritórios do governo. Existe um quarto do período bernense, com todos os
confortos dignos da época, magníficas peças de
madeira, como um baú entalhado e cadeiras com design do século XVI, portas e
vitrais trabalhados, salas de banho com tinas, latrinas sem um pingo de
privacidade e com tripla função (funcionavam também como condutor de lixo e via
de fuga em caso de invasão), salas de banquete, com suas imensas lareiras e
tapeçarias que nos dão uma ideia daqueles momentos festivos, e claro, não poderia
faltar uma Sala de Armaduras, é
uma aula de história viva para as crianças, que ficam fascinadas correndo pelos
pátios e circulando pelas portas baixas, escadas irregulares e infinitos
corredores.
Salão de Banquetes |
Ponte de Entrada para o Château de Chillon |
A parte interna é toda construída em pedra aparente. Alguns
toques de charme junto à fonte quebram a rigidez do lugar. Mas há certa beleza
nessa uniformidade de cor. A
parte de dentro do Castelo poderia ser uma locação de filmes. Com cinco pátios
internos, o Château nos leva a imaginar como era viver naqueles tempos.
Passeando pelos 46 locais sinalizados a gente viaja com as curiosidades sobre o
cotidiano dos presos, o uso das toaletes, o sistema de aquecimento. Tudo é
interessante, peculiar e diferente.
Lareira do Salão de Banquetes |
A parte mais impressionante do Castelo é uma sala no subsolo,
em estilo gótico, aonde o rochedo aflora. Foi ali que ficou preso François
Bonivard, o patriota suíço, eclesiástico e historiador, que confrontou o Duque de Saboia que tentava controlar Genebra. Reza a lenda que por seis anos
ele ficou acorrentado sem sequer poder chegar perto das janelas. Sua história
inspirou o famoso poema “O Prisioneiro de
Chillon”, de Lord Byron. No passado, personalidades como Goethe e Hemingway
visitaram o Castelo na Suíça,
enquanto outras, como Rousseau, Victor Hugo e Lord Byron, o enalteceram. Byron
inclusive gravou seu nome numa das colunas do lugar. O visitante percorre o
complexo do Castelo livremente, seguindo um folheto ou guia de áudio com a
numeração das dezenas de atrações. O passeio é fascinante e cada quarto revela
um pedaço da história do Castelo. A visita dura cerca de duas horas. Infelizmente, o guia de
áudio não estava disponível em português, mas, se você fala inglês ou francês,
vale bastante a pena adquiri-lo, já que ele toca músicas da época e conta
detalhes históricos sobre a vida lá dentro, o que torna a visita muito mais
interessante. Existe também um guia grátis impresso, em português. Não se
esqueça de pedir o seu ao comprar o ingresso! Dica: é possível subir as escadas até o topo da torre principal de
observação do Castelo, que oferece vistas fenomenais do Lago.
Vitral do Château de Chillon |
Decoração no teto do Salão de Banquetes |
Algumas salas do Castelo podem ser alugadas para eventos
particulares, de recepções e coquetéis a festas infantis (aniversários de 07 a
12 anos). Eventualmente há também eventos pagos, como noites de assombração,
nas quais o Castelo recebe projeções de imagens de fantasmas e atividades como
lançamentos de livros e contação de histórias. O acesso ao Castelo é
fácil, tanto a pé quanto de ônibus ou carro. O único problema a chegar de carro
é o estacionamento. Há algumas vagas, não muitas, localizadas na avenida em
frente ao Castelo, mas o local é sempre lotado e é preciso ter sorte para achar
uma vaga. Aliás, importante avisar que este Castelo não é o melhor lugar do
mundo para pessoas com locomoção reduzida visitarem. Os solos e escadas são
rudimentares, como é de se esperar para uma edificação do século XII. As placas que alertam para o risco de queda são
abundantes e, de certa forma, hilárias.
Château de Chillon |
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