sábado, 17 de outubro de 2015

Montreux - Château de Chillon

Château de Chillon
O Château de Chillon fica pertinho da cidade de Montreux, a quatro quilômetros de distância do centrinho da cidade, em Veytaux. Nada de Alpes, estações de esqui, fábricas de chocolate, de queijo ou de relógio. O Château de Chillon ou Castelo das Águas é o monumento mais visitado da Suíça, sendo um Castelo de história riquíssima, construído às margens do Lago de Genebra, e que mantém intacta a beleza medieval, é considerado Patrimônio Histórico desde 1891. Esse é um passeio especial não só pelos admiradores de história e arquitetura, mas para todos que tem a curiosidade de entrar em um castelo de verdade. Em 1939, o Castelo já recebia mais de 100 mil visitantes. 

Château de Chillon


Château de Chillon

Château de Chillon

Château de Chillon
Construído de forma oblonga, mede 110 metros de comprimento por 50 metros de largura, culminando com uma torre de 25 metros de altura. O lugar é mágico, e complementa perfeitamente a bela paisagem que o cerca. Uma ponte conduz à edificação localizada estrategicamente em um rochedo sobre a água. Castelo que se preze tem que ter fosso. As primeiras construções remontam ao século X, embora seja provável que esse espaço já fosse uma localização militar privilegiada antes dessa data. Objetos que remontam à época romana foram descobertos durante escavações no século XIX, assim como vestígios datados da Idade do Bronze. A partir duma dupla paliçada em madeira, os romanos haviam fortificado o local antes de lhe ser acrescentada uma Torre de Menagem quadrada no século X.

Pátio interno do Château de Chillon


Pátio interno do Château de Chillon

Pátio interno do Château de Chillon

Pátio do Château de Chillon
O Castelo de Chillon está construído sobre um rochedo oval, em calcário, avançando sobre o Lago Léman entre Montreux e Villeneuve, com uma encosta escarpada dum lado e o Lago e o seu fundo abrupto do outro. A localização é estratégica: encerra a passagem a Riviera Vaudesa (acesso ao norte através da Alemanha e da França) e a Planície do Ródano, que permite chegar rapidamente à Itália. Além disso, o lugar oferece um excelente ponto de vista sobre a costa saboiarda que lhe faz face. Uma guarnição podia, assim, controlar militar e comercialmente a rota para a Itália e aplicar os impostos de direito. Fontes do século XIII ligam a posse do sítio de Chillon ao Bispo de Sion. Uma carta datada de 1150, na qual o Conde Humberto III de Saboia concede aos Cistercienses de Hautcrêt a livre passagem em Chillon, atesta o domínio da Casa de Saboia sobre Chillon.

Passarela de madeira

Sala de Armas do Château de Chillon
O Castelo foi conquistado em 1536 pelos Berneses e em 1798 serviu como escritórios do governo. Existe um quarto do período bernense, com todos os confortos dignos da época, magníficas peças de madeira, como um baú entalhado e cadeiras com design do século XVI, portas e vitrais trabalhados, salas de banho com tinas, latrinas sem um pingo de privacidade e com tripla função (funcionavam também como condutor de lixo e via de fuga em caso de invasão), salas de banquete, com suas imensas lareiras e tapeçarias que nos dão uma ideia daqueles momentos festivos, e claro, não poderia faltar uma Sala de Armaduras, é uma aula de história viva para as crianças, que ficam fascinadas correndo pelos pátios e circulando pelas portas baixas, escadas irregulares e infinitos corredores.

Salão de Banquetes

Cozinha do Castelo


Mais uma lareira

Ponte de Entrada para o Château de Chillon
A parte interna é toda construída em pedra aparente. Alguns toques de charme junto à fonte quebram a rigidez do lugar. Mas há certa beleza nessa uniformidade de cor. A parte de dentro do Castelo poderia ser uma locação de filmes. Com cinco pátios internos, o Château nos leva a imaginar como era viver naqueles tempos. Passeando pelos 46 locais sinalizados a gente viaja com as curiosidades sobre o cotidiano dos presos, o uso das toaletes, o sistema de aquecimento. Tudo é interessante, peculiar e diferente.


Lareira do Salão de Banquetes
A parte mais impressionante do Castelo é uma sala no subsolo, em estilo gótico, aonde o rochedo aflora. Foi ali que ficou preso François Bonivard, o patriota suíço, eclesiástico e historiador, que confrontou o Duque de Saboia que tentava controlar Genebra. Reza a lenda que por seis anos ele ficou acorrentado sem sequer poder chegar perto das janelas. Sua história inspirou o famoso poema “O Prisioneiro de Chillon”, de Lord Byron. No passado, personalidades como Goethe e Hemingway visitaram o Castelo na Suíça, enquanto outras, como Rousseau, Victor Hugo e Lord Byron, o enalteceram. Byron inclusive gravou seu nome numa das colunas do lugar. O visitante percorre o complexo do Castelo livremente, seguindo um folheto ou guia de áudio com a numeração das dezenas de atrações. O passeio é fascinante e cada quarto revela um pedaço da história do Castelo. A visita dura cerca de duas horas. Infelizmente, o guia de áudio não estava disponível em português, mas, se você fala inglês ou francês, vale bastante a pena adquiri-lo, já que ele toca músicas da época e conta detalhes históricos sobre a vida lá dentro, o que torna a visita muito mais interessante. Existe também um guia grátis impresso, em português. Não se esqueça de pedir o seu ao comprar o ingresso! Dica: é possível subir as escadas até o topo da torre principal de observação do Castelo, que oferece vistas fenomenais do Lago. 

Vitral do Château de Chillon

Decoração no teto do Salão de Banquetes

Decoração no teto do Salão de Banquetes
Algumas salas do Castelo podem ser alugadas para eventos particulares, de recepções e coquetéis a festas infantis (aniversários de 07 a 12 anos). Eventualmente há também eventos pagos, como noites de assombração, nas quais o Castelo recebe projeções de imagens de fantasmas e atividades como lançamentos de livros e contação de histórias. O acesso ao Castelo é fácil, tanto a pé quanto de ônibus ou carro. O único problema a chegar de carro é o estacionamento. Há algumas vagas, não muitas, localizadas na avenida em frente ao Castelo, mas o local é sempre lotado e é preciso ter sorte para achar uma vaga. Aliás, importante avisar que este Castelo não é o melhor lugar do mundo para pessoas com locomoção reduzida visitarem. Os solos e escadas são rudimentares, como é de se esperar para uma edificação do século XII. As placas que alertam para o risco de queda são abundantes e, de certa forma, hilárias. 

Château de Chillon

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