segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Lugano - Parco Ciani

Villa Ciani no Parco Ciani
Pelas ruas do centro de Lugano, carros não passam; em compensação, não faltam turistas, especialmente alemães. Jardins estão por todos os cantos – são pelo menos 11 os parques da região. Acompanhando o Lago, pela Riva Giocondo Albertolli, de um lado a sofisticação, a tradição misturada à modernidade; de outro, a natureza, a água límpida, o verde dos montes, o caminho marcado pelas árvores de folhagem “amarelo-outono”, harmoniosamente perfiladas rumo ao Parco Ciani ou Civico, um espaço de 63 mil metros quadrados situado às margens do Lago, convidam você a passear demoradamente, desfrutando da atmosfera. Falando em relaxar, uma das coisas que marcam o Parque Ciani são os bancos vermelhos espalhados por toda a sua extensão. A parte que mais chama a atenção é a pontinha do Parque, que fica exatamente onde o Rio e o Lago se encontram. A vontade é de ficar sentado ali por um tempão, lendo um livro com calma e apreciando a paisagem. Além do Lago, o Parque oferece um bom ponto de vista do Monte Brè, do Monte San Salvatore e da região em geral. O passeio pode inclusive ser feito a noite, quando as luzes iluminam a cidade e se refletem nas águas.

Villa Ciani no Parco Ciani
O belo prédio histórico da Villa Ciani, em cor de pêssego, era residência dos irmãos Filippo e Giacomo Ciani e foi palco de importantes exibições a partir de 1933. Atualmente, é usada principalmente para exibições históricas e artísticas temporárias, além de eventos diversos. O prédio de três andares e um total de 30 cômodos de variados tamanhos está aberto para visitação, que é feita com um tour virtual usando smartglass que permite ver os móveis e equipamentos originais, saboreando a atmosfera do período. O passeio dura cerca de 30 minutos. Mas o local só abre no primeiro sábado de cada mês ou com agendamento para grupos com mais de 10 pessoas, o que não era o nosso caso. Tanto a Villa Ciani quanto o parque datam do século XIX. Os irmãos, nobres milaneses, compraram a propriedade em 1845. Nos anos seguintes, uma sucessão de renovações foi feita na infraestrutura e na vegetação composta por carvalhos, tílias, plátanos, palmeiras, oliveiras, camélias e azaleias, que ficam lindas na primavera. Há também esculturas espalhadas por lá.

Jardins do Belvedere
Vizinhos ao calçadão à beira do Lago estão os Jardins do Belvedere, cujo parque ostenta não só camélias e magnólias, mas também inúmeras espécies de plantas subtropicais e obras de arte moderna. A paisagem impressiona pela beleza e civilidade. O Parque abriga ainda museus. Atrás da Villa Ciani fica o Palazzo dei Congressi, que é um centro de convenções gigante. Ali são realizados também alguns shows e apresentações artísticas. Defronte à entrada principal, no quarteirão entre o Lago e a Piazza Indipendenza, o moderno Casino di Lugano. Essa charmosa Praça possui como um de seus principais atrativos um obelisco do século XVII erguido em memória da batalha entre os Voluntários de Lugano e o exército da Gália Cisalpina, em 1789.

Jardins do Belvedere
Na mesma Praça está exposta uma intrigante escultura feita pelo artista polonês Igor Mitoraj, de 1999, chamada Eros Bendato. A cabeça, feita em bronze, encontra-se caída de lado e com ataduras próximas aos olhos e boca. A interpretação da forte imagem fica a cargo de cada um. O que se sabe é que ela representa Eros, o Deus grego do Amor, e que ele está bendato, traduzindo, de olhos vendados. Será que ele quer dizer que o amor é cego? Outros países como Canadá, Estados Unidos, Polônia, Inglaterra e Itália também possuem a mesma estátua. 

Obelisco na Piazza Indipendenza
Outro ponto próximo interessante de ser visitado é o Cancello Sul. Trata-se de um portão de ferro forjado à beira do Lago, que emoldura o golfo e o perfil do Monte San Salvatore. A obra foi preservada da demolição da Casa Rusca, em Mendrisio, e comprada pelo pintor Emílio Ferrazzini, em 1959. Construído no século XVIII e considerado um Monumento Histórico Cantonal, o portão foi comprado pela cidade de Lugano com recursos da contribuição financeira Pro Lugano. Inicialmente destinado a ser colocado no Parco Ciani em direção à foz do Rio Cassarate, acabou sendo destinado para a frente da antiga doca e da Villa Ciani. O roteiro cultural também pede uma conferida. Entre a Praça e o Cassino, a Rua Canova, que leva ao Museo Cantonale d’Arte. Conhecedores de arte são atraídos a esta cidade da arte e da arquitetura devido ao alto nível das exposições nela encontrado. No Museo Cantonale d'Arte encontram-se quadros de Klee, Jawlensky, Renoir e Degas, entre outros. Nos últimos 50 anos, a região do Ticino e, em particular, Lugano têm se desenvolvido numa importante região para a arquitetura. Os representantes mais conhecidos da "Escola do Ticino" são Luigi Snozzi e Mario Botta. A Banca BSI, de Botta (Viale Franscini), o Palazzo Ransila (Via Pretorio) e sua própria oficina na Via Ciani são ótimos exemplos.

Palácio dei Congressi

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