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Matterhorn |
Logo acima de Zermatt, dominando a paisagem, está o Matterhorn, uma das mais belas e singulares montanhas do mundo, com
sua inconfundível silhueta piramidal. Por causa disso exerce um
grande fascínio, e muitos dos que já tentaram alcançar o topo acabaram perdendo
a sua vida por lá (cerca de 500 alpinistas). Se fosse determinado um "marco zero" para os Alpes, um ponto central de referência,
certamente este ponto seria o Matterhorn.
Mesmo sendo considerado um dos símbolos nacionais da Suíça, metade da montanha corresponde a território italiano, com a
linha de fronteira passando justo no cume. Para os italianos, a montanha tem o
nome de Cervino. Sendo montanhista
ou não, ao enxergá-lo, você será inevitavelmente levado a imaginar como seria
alcançar o seu cume. Esta, no entanto, continua sendo uma tarefa para poucos.
Por sua verticalidade, o Matterhorn
requer respeito, empenho e técnica para ser visitado. Além do Matterhorn, a região possui outras
montanhas de interesse, como o maciço do Monte
Rosa, onde está o cume mais alto da Suíça,
o Dufourspitze, com 4.634 metros.
Vale ressaltar que 14 das 17 montanhas mais altas do que 4.300 metros nos Alpes estão na região de Zermatt. Pela altitude, é possível
esquiar o ano todo em Zermatt,
inclusive no verão, nas encostas do Klein
Matterhorn (Pequeno Matterhorn)
ou do Monte Rosa.
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Subida para o Matterhorn |
Tudo o que você pode fazer por lá gira ao redor da
natureza alpina. A cidade dá para conhecer em meio período do dia, e logo mais
você vai querer ir ao Matterhorn. Na
verdade, você não pode subir exatamente nesta montanha, mas pode ir às
montanhas ao lado, que possuem a melhor vista do pico e dos Alpes. Há, basicamente, três opções
para subir a montanha. Cada opção te levará a picos diferentes, portanto, serão
passeios diferentes. Um deles é o que leva até Rothom via Sunnega. Para o Mount
Rothorn (ou Unterrothorn), o
primeiro estágio é um trem funicular (em plano inclinado), inteiramente por
túnel, até a Estação Sunnegga, a 2.288 metros. Ali existe um
restaurante, com terraços e belas vistas do Matterhorn e de Zermatt.
Dali, a subida segue por teleférico até a parada intermediária de Blauherd, de onde continua até o cume
arredondado do Rothorn. O principal
atrativo deste roteiro é a paisagem, com vistas privilegiadas das montanhas e
do Vale Matter. Pela topografia do Vale,
é comum o tempo estar aberto em Rothorn,
enquanto Zermatt permanece coberta
por nuvens.
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Quase não se vê as montanhas |
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E a neve se acumulando |
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Muita neve |
No inverno, as encostas são frequentadas
pelos esquiadores. No verão, a neve diminui e surgem inúmeras trilhas. Um
passeio curto seria até o cume do Oberrothorn
(3.414 metros), que oferece novos ângulos da paisagem e uma vista próxima dos
principais picos desta área. Outra possibilidade é visitar o abrigo Fluhalp, onde é possível comer ou
pernoitar. No retorno, uma alternativa interessante seria dispensar os
teleféricos, optando pelas trilhas que descem a montanha, passando por Blauherd e Sunnegga, até Zermatt
(este último trecho em meio a um bosque). No inverno, a partir de Blauherd, há um teleférico que vai a Gant e dali para o Hohtälli, já na área do Gornergrat.
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Pequeno curso d'água que ainda não tinha congelado |
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Hotel Restaurant Riffelberg |
Outro roteiro muito famoso é a ferrovia que leva até Gornergrat a 3.089 metros (foi o que
fizemos). E parece que este é o passeio mais apropriado para quem não esquia.
Lá no topo há uma boa infraestrutura com restaurante, observatório e até um
shopping, sem falar na paisagem idílica que se descortina enquanto se atravessam
pontes, lagos e túneis dentro do trem movido por um sistema de cremalheiras
(correntes dentadas que fazem o trem subir quase na vertical). No percurso de
30 minutos, o trem passa por Riffelalp
e Riffelberg, dois tradicionais
hotéis alpinos, com algumas construções em volta. Mais acima, está a Estação de Rotenboden e, ao final da linha, Gornergrat. Inicialmente, havia no local um rústico hotel de
montanha, o Belvedere.
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Hotel Restaurant Riffelberg |
Após a construção da ferrovia, com o incremento no número
de visitantes, o antigo abrigo foi substituído por um prédio imponente, o Kulmhotel Gornergrat, inaugurado em
1907. A estrutura inclui um hotel, restaurantes, lojas e um observatório
astronômico. Dos terraços de Gornergrat,
além de uma visão privilegiada do Matterhorn,
pode-se avistar 29 dos 35 picos mais altos da Suíça. Ainda é possível subir mais além, por teleférico, até o Hohtälli (3.286 metros) e o Stockhorn (3.632 metros). Estes
trechos, no entanto, não costumam operar no verão. Para os interessados, há uma
trilha bem marcada ao longo da crista entre Gornergrat e o Hohtälli.
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Kulmhotel Gornergrat |
Da Estação Rotenboden,
tem início uma interessante trilha técnica, que permite alcançar Gornergrat e o abrigo do Monte Rosa, um tanto mais acima (há uma
bifurcação em determinado ponto). Para o abrigo, localizado a 2.883 metros,
serão cerca de quatro horas de caminhada técnica, subindo escadas, segurando em
cabos de aço e atravessando o Glaciar
Gorner. O abrigo existe desde 1894, mas a estrutura foi sendo modificada ao
longo dos anos. Em 2009, foi inaugurado um novo prédio, com um projeto
futurista, em metal por fora (com muitos painéis solares) e madeira por dentro.
Do abrigo, é possível alcançar alguns dos cumes mais altos de Zermatt, no maciço do Monte Rosa, em investidas de um dia.
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Capela São Bernardo de Aosta |
Recomendo
os passeios pela montanha quando você estiver voltando do topo. Isso porque
pela manhã você vai ter a melhor vista do topo e terá mais energia para
aguentar o frio que faz lá em cima. Leve luvas, gorro, sapatos impermeáveis,
roupas impermeáveis (ou ao menos um par de roupas secas na mochila), cachecol e
agasalho corta-vento. Faz muito frio lá em cima!!! Em outubro, em pleno outono,
o topo da montanha já estava a 6 graus negativos, nevando demais. Você pode descer em
todas as estações no meio do caminho, com o mesmo bilhete da passagem.
Prepare-se muito bem para este passeio. Infelizmente não conseguimos ver o Matterhorn, a nevasca foi intensa no
dia que subimos até o Gornergrat
(precisei pegar uma foto de terceiros, pois não consegui tirar nenhuma).
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Gornergrat |
O terceiro percurso em teleférico vai
até o Klein Matterhorn, onde há uma
ampla estrutura escavada na rocha, usada principalmente por esquiadores. A
elevada altitude permite esquiar mesmo no verão, numa zona de "neves
eternas". O passeio começa em Zermatt,
de onde se sobe até o Distrito de Furi
(1.864 metros). Dalí é possível seguir para o Schwarzee Paradise (2.583 metros) ou em direção ao Klein Matterhorn. Schwarzee é um pequeno lago alpino, junto ao qual há um tradicional
hotel/restaurante e uma capela. A
subida leva o dia todo e deixa a gente bem pertinho do Matterhorn. É o passeio mais completo, com várias escaladas até
chegar ao topo, onde há também uma mega infraestrutura para praticantes de
esportes de inverno ou não.
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E dá-lhe neve!!! |
A
região é lendária entre os montanhistas: a Haute
Route, desafiadora rota internacional, que leva dias para ser concluída,
sai de Mont Blanc e vai até Zermatt. Há mais de 400 quilômetros de
trilhas de caminhadas, saindo e levando ao Vale
Matter, incluindo as trilhas dos comerciantes de mula, datadas do século
XIII (parte dessas trilhas é asfaltada). Em toda a estrutura da montanha você
pode caminhar. Você vai perder o fôlego algumas vezes (no sentido figurado,
pelas paisagens, e literalmente, por causa da altitude).
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