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Chur |
De Zurique
fomos para Chur. Foram os 120
quilômetros mais bonitos que já vi. É claro que demoramos horas para percorrer
esta distância, pois a cada quilômetro eu queria parar para tirar fotos. O
caminho é cheio de lagos e passagens maravilhosas pelos Alpes. Chur é uma cidade histórica pequena com poucas opções de
hotel. Quando chegamos à cidade fomos direto para o Hotel Chur, um três estrelas localizado
bem na porta da Cidade Velha, às
margens do Rio Plessur. Este simpático
hotelzinho é administrado pela Família Schmid. Quase em frente ao hotel tem um
restaurante especializado em carne de caça, o Zum Alten Zollhaus administrado pela Família Frutiger-Meier. Jantamos
lá, é simplesmente fantástico.
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Hotel Chur |
A linda Chur ou Coira é uma Comuna na Suíça, capital do Cantão de Graubünden. De Zurique e de trem demora em torno de
uma hora para chegar. A cidade fica super pertinho de Liechtenstein e da Áustria. A língua oficial nesta Comuna é
o alemão. Chur situa-se na margem direita do Rio Plessur, na saída deste do Vale
Schanfigg, e a pouco mais de um quilômetro acima da sua junção com o Rio Reno, quase inteiramente circundado
pelos Alpes. Chur é o ponto de interseção de rotas que vêm da Itália através de vários passos de
montanha alpinos (Passo do Lukmanier,
Passo Splugen, Passo
do San Bernardino), assim como do Engadin (Passo
Albula, Passo Julier), sendo, assim, o centro de comércio (particularmente
em relação ao vinho da Região Valtelline),
apesar de também possuir algumas indústrias. É o ponto de partida para muita
gente que vai pegar o trem panorâmico Bernina
Express, que vai para o sul da Suíça.
A Estação de Chur é grande e bem movimentada, não tanto quanto Zurique, mas tem uma oferta boa de
trens indo e saindo de lá. Se você estiver em Lucerna, Berna ou mais
para o sul espere uma frequência alta de trens para lá.
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Hotel Chur e Rio Plessur |
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Bischhöflicher Hof |
A cidade mais antiga da Suíça
não ficou de modo algum presa ao passado. Eventos culturais, bares, discotecas,
museus, shopping centers, lojas e butiques animam a capital de Graubünden. Chur é uma cidade pequena,
não espere muitas atrações noturnas por ali. A coisa é bem pacata à noite. Celtas, romanos, ostrogodos,
francos – todos governaram Chur. Durante o período do Império Romano, Chur funcionou
como uma fortaleza chamada Cúria, e se
tornou capital da Província Romana Récia.
Em 15 d.C. Chur também tem grande
importância por ter sido sede de uma Diocese desde estes tempos até o início do século XX, com a jurisdição
sobre diversos Cantões, entre eles: Graubünden,
Glarus, Zurique, Unterwalden, Lucerna, além do Principado de Liechtenstein. Quando o atual território do Cantão de Graubünden se juntou à Confederação Suíça em 1803, Chur foi escolhida sua capital. O que permanece até hoje é sua história de 5.000 anos,
documentada por achados das Idades da Pedra
e do Bronze e artefatos do período romano, bem como testemunhos de uma história mais
recente, como a Catedral de 800 anos próxima à Residência do Bispo. Durante
visitas guiadas pela cidade, os apaixonados por história podem descobrir
testemunhos do passado e ouvir terríveis estórias de guerras civis ou
divertidas anedotas dos tempos de paz.
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Majoranplatz |
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Das Obertor |
Como toda cidade
europeia, a visita ao Centro Histórico
é um passeio obrigatório. Começamos pelo Obertor
(que significa “Portão Superior”). A primeira impressão das ruazinhas de Chur foi a mais agradável possível. Um dos locais mais famosos de Chur é a Kornplatz, que recebe esse nome por ter abrigado um famoso celeiro
de milho (korn em alemão). Antes do
celeiro, a Praça já teve um monastério, o de São Nicolau, já abrigou grande
parte do comércio da cidade e segue importante nos dias de hoje por ser o local
que divide a Cidade Velha e a parte moderna
de Chur. Este parque foi completamente
redesenhado em 2006 e possui uma escultura de 1903, criada por Richard
Kissling, em homenagem a Guilherme Tell. Logo ali ao lado pudemos
conhecer a Fontanaplatz, com a
estátua do herói da cidade, Benedikt Fontana, que morreu lutando pela cidade em
1499. Nesta Praça está o Alter Gebäu,
um antigo palácio.
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Centro Histórico de Chur |
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Afrescos nas paredes das casas |
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Rathaus (Prefeitura de Chur) |
Bem do outro lado da
rua, na chamada Postplatz, você
poderá admirar o prédio da sede dos correios suíços. Saindo da Estação de Chur, você pega a Bahnhofstrasse em direção à Postplatz e no caminho já vai encontrar
alguns monumentos, entre eles a Fonte “Lagrimas de Lucrécia”, de 2005, que
artisticamente simboliza as lágrimas de Catherine de Plante, que chorava
pelo seu amor assassinado durante a Guerra
dos Trinta Anos na Suíça, Jürg
Jenatsch. E caminhando pela rua de pedestres bem aí em frente, você
chegará até a sede da Prefeitura de Chur
(é um prédio muito grande, uma rua muito estreita, tudo dificultando uma foto
decente). Por baixo da Prefeitura (sim, você passa por baixo do prédio) tem um
pátio cheio de colunas que você pode transitar de uma rua para outra.
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Rathausgasse (Rua da Prefeitura) |
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Centro Histórico de Chur |
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Café Zschaler |
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Sankt Martinplatz |
Com certeza a maior
atração da cidade é a Praça da Catedral de Sankt Martin, a Sankt Martinplatz, que fica na parte
mais antiga da cidade, bem no meio do caminho entre as duas torres Obertor e Untertor. A Catedral de Sankt
Martin (Martinskirche), cujas
bases datam do ano 769, fica aberta a visitação, não se engane pela porta
fechada da Igreja, tá?! É só puxar a pesada porta para entrar. Em razão de um
incêndio, a Igreja teve que ser reconstruída em 1464 e em 1523 passou pela Reforma Protestante. Uma Estátua de São Martinho enfeita está
praça. Às sombras da Catedral de Sankt
Martin você poderá admirar a Kirchgasse, uma ruazinha cheia de casinhas preservadas desde muito
tempo atrás (basicamente desde os séculos XV e XVI). Os destaques ficam com a Haus Reydt, a Haus Menhardt, o Antistitium
e a Zunfthaus der Schneider. Outro
lugar imperdível para quem estiver explorando Chur é a Arcasplatz, que
fica bem ali pertinho da Sankt
Martinplatz. As casas desta Praça foram construídas ao lado do Rio Plessur e justo na divisa da antiga
muralha medieval. Houve reforma e melhoria, mas ainda assim, tem um quê de Idade Média que vale a pena contemplar.
Rende ótimas fotos, garanto!
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Sankt Martin |
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Martinskirche |
Se você se embrenhar pelos jardins/pátios das casas ali por
perto da Kirchgasse, você vai acabar
conhecendo o Bärenloch, um dos
locais mais preservados da Cidade Velha.
A tradução direta é "buraco do urso",
ou caverna, mas dizem que vem do latim e significa "pequeno jardim" ou "pequeno
quintal". De qualquer forma, é uma ótima maneira de ter uma ideia do
modo de vida medieval em Chur. Esse
local foi todo reformulado para tirar os antigos galpões que deixavam o
ambiente meio "dark" e hoje é um cantinho deliciosamente pitoresco e
medieval. Não deixe de sentar-se num dos seus cafés para ficar admirando a atmosfera
da cidade suíça mais antiga.
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Chafariz da Arcasplatz |
Só o caminho até o Museu
Histórico da cidade (Rätisches
Museum) já vale muito, você nem precisa entrar no Museu se não quiser (nós
não entramos). Dali você só precisa seguir pelo lado direito (olhando de frente
para a entrada do Museu) para se deparar com uma escadaria e uma passagem que para
serem mais medievais só se tivessem guardas com armaduras dos dois lados. Incrível!
Essa escadaria vai te levar até a Praça
da Catedral de Chur (Episcopal
Cathedral), de onde você vai ter uma vista muito legal da cidade e dos Alpes ao redor, não deixem de visitar. Seguindo
em direção ao Rio Plessur, o
visitante verá a Malteserturm, uma
torre construída no século XIII que guardava a munição da cidade, e fazia parte das muralhas da cidade. Do lado da Malteserturm há vários becos que levam à Kupfergasse. Nesta rua, bem no meio, tem uma linda fonte cheia de
flores.
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Arcasplatz |
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Rätisches Museum |
A
parte mais nova da cidade é ligada a parte antiga pela rua da estação (Bahnhofplatz) e ali você encontra o Museu Bündner Kunst, várias lojas e
restaurantes, além do prédio da companhia da Rhätische Bahn, a “dona” do Bernina
Express. O Bündner Kunstmuseum
foi construído em 1874 como uma casa mesmo, uma vila no estilo neorrenascentista,
e pertencia a um dos maiores empresários e que morava no Egito. Entre as peças do acervo estão obras da família Giacometti,
Angelika Kauffmann, algumas peças de Giger e uma mistura de obras históricas
com arte moderna. As salas são bem ambientadas e há ligação interna entre o
Museu antigo e o novo prédio. Logo na frente do Museu uma das estátuas do
Alien. Pois é, acredite, tem um restaurante temático do Alien nesta cidade. É
que o criador da trama, H. R. Giger é natural de Chur e bem, sempre quis um restaurante com o tema do filme. E
conseguiu! Na Suíça não há apenas
um, mas dois restaurantes do Alien, o segundo fica em Gruyères, ao lado do Museu
do Alien.
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Oberegasse |
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Centro Histórico |
Uma pequena montanha com acesso fácil pelos bondinhos,
a Brambrüesch pode ser a sua opção
caso você tenha pouco tempo e queira ver os Alpes lá de cima. Os preços são relativamente acessíveis,
principalmente se comparamos com outros bondinhos em outras montanhas na Suíça. A montanha regional –
o "Brambrüesch" –
significa que Chur também tem sua
própria região de esportes de inverno e de verão. Lá
em cima tem várias trilhas para o esporte nacional dos suíços, o hiking. No
inverno, pistas de esqui, trenó e caminhadas de inverno ficam disponíveis
durante toda a estação. No
verão, Chur é o local ideal para
sair em passeios e visitas aos vinhedos da região vinícola do "Bündner Herrschaft". Outra atração nas cercanias de Chur é o Castelo de Haldenstein, famoso pelo seu
festival de jardim durante a primavera e sua ópera durante o verão. O Castelo
foi construído no século XVI e tem visitas
guiadas de uma hora de duração
(de abril a outubro apenas) em alemão, inglês e francês, mas o preço da entrada
é muito caro. Desistimos.
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