O imenso e lindo Lago Léman (também chamado de Lago
Genebra) tem a forma de um croissant ou de uma vírgula, com 73 quilômetros
de extensão, 180 quilômetros de circunferência e 310 metros de profundidade. Os
celtas chamavam o Lago Genebra (ou Lago Léman) de “Água Grande” – “Lem na” –
e por isso até hoje é assim chamado, em francês, de “Lac Léman”. E ele é grande, de fato. É o maior lago da Europa Ocidental (a nível europeu é
superado pelo Lago Balaton na Húngria). O Lago recebe água
proveniente dos rios do Cantão de Vaud
(Suíça) como o Morge, o Venoge, o Veveyse e o Versoix e o Dranse do
lado da Haute Savoie (França), mas principalmente do Rio Rhone que entra no Lago pelo Cantão do Valais e deságua no delta da Camargue, na França. Na origem, o Rio era retido na sua saída do Lago unicamente
pelo Arco Morénico. Hoje, um sistema
de comportas junto ao Edifício das
Forças Motrizes, em Genebra,
controla o nível do Lago devido à irregularidade dos regimes torrenciais que
caracterizam os seus afluentes, Rhone
inclusive, já que antes de entrar no Lago recebe os rios do Cantão de Valais.
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Lac Léman em Genebra |
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Genebra às margens do Lac Léman |
O Lago formou-se após a última era
glacial, há aproximadamente 15 mil anos e pertence à categoria dos Lagos Dimictícios, quer dizer, cujas
águas se misturam completamente duas vezes por ano – na primavera e no outono –
razão da sua riqueza piscícola. As suas águas são férteis devido às matérias em
suspensão que afluem principalmente do Rhone.
É dividido em duas bacias separadas pela ponta de Yvoire, na costa do Chablais
francês: o Grande Lago a norte e
leste, onde se encontra a parte mais larga (14 quilômetros) entre Morges e Amphion-les-Bains e o Pequeno
Lago a sul junto de Genebra,
entre Prangins e Yvoire.
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Genebra às margens do Lac Léman |
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Jet'Eau no Lac Léman em Genebra |
A região do Lago Lemán é uma região extraordinária mergulhada em séculos de
história. E muito desta história ainda permanece, com as ruínas romanas,
anfiteatros, castelos, igrejas, monumentos, e cerca de 200 sítios arqueológicos
– todos, silenciosas testemunhas dos acontecimentos de muitos milênios. O
primeiro registro conhecido do nome do Lago é Lacus Lemannus, na época do Império
Romano; tornou-se Lacus Lausonius,
Lacus Losanetes e então Lac de Lausanne na Idade Média. Com a crescente importância de Genebra, tornou-se Lac de
Gèneve (Lago de Genebra), aquela
parte do Pequeno Lago que fica
rodeada pelas comunas do Cantão de
Genebra, a sul da Linha
Versoix-Hermance. No século XVIII, o nome Lac Léman foi revigorado em francês. É incorretamente denominado Lac de Gèneve, pois o Lago de Genebra só corresponde ao Pequeno Lago, e é mesmo em alguns mapas
denominado por Lac d’Ouchy (do nome
do porto localizado próximo de Lausanne).
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Jet'Eau no Lac Léman em Genebra |
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Jet'Eau no Lac Léman em Genebra |
O Lago
Genebra é um corpo aquático de superlativos. Se bem que encravado pelos Maciço Alpino a leste e pela Cordilheira do Jura a oeste, esta
grande massa de água cria um microclima que é particularmente notável em Montreux protegido a norte por colinas
e exposto a pleno sul e onde as palmeiras são um espetáculo à parte. O Lago
ameniza o clima das redondezas, protegendo do rude inverno montanhoso ao
restituir o calor que armazenou, e no verão “adoça-o” ajudando a refrescar tudo
à sua volta. Há, no entanto dois casos extremos característicos: no inverno
quando o vento frio do norte sopra muito forte, há uma diferença de nível do
Lago entre o norte, Montreux, e o sul,
Genebra, que pode atingir dois
metros. Além disso, quando as montanhas adjacentes estão cobertas de neve, o
frio ainda se torna mais rude e a junção de vento forte, ondas altas e frio
intenso, podem cobrir as margens de espessas camadas de gelo. Noutras ocasiões,
quando não há vento, e o ar seco e frio de alta e média altitude se encontra
com a umidade mais quente do Lago, pode formar-se uma espessa bruma que atinge
facilmente 200 ou 300 metros de espessura e 100 metros acima do solo, e isso
durante duas ou mais semanas. O fato é facilitado pela presença do Monte Salève de um lado e a Cordilheira do Jura do outro, formando
um funil que dificulta ainda mais a dissipação dessa bruma.
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Lac Léman em Genebra |
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Lac Léman em Genebra |
Com tamanha superfície (582 quilômetros
quadrados) todos os desportos e atividades náuticas são praticados e entre elas
o Bol d’Or (Taça de Ouro) que é a maior regata em água doce e se realiza em
meados de junho. Partindo de Genebra
vai dar a volta à ilha que fica em frente à foz do Rio Rhone no Lago, o Bouveret,
e regressa a Genebra. Quase todas as
localidades têm um porto e um respectivo Clube
de Vela. Menos desportivos, mas muito mais turísticos são os passeios na Companhia Geral de Navegação sobre o Lac Léman (CGN) que tem a concessão da navegação no Lago – servindo tanto o
lado suíço como o francês – e como característica o fato de uma grande parte da
frota ser constituída por barcos da Belle
Époque, a roda d’água que são utilizados diariamente. Junto à foz do Rhone, no Bouveret, Cantão de Valais,
existe o Le Swiss Vapeur Parc, um
Parque de trens a vapor em miniatura, que não encanta somente as crianças.
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Lac Léman em Lausanne |
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Lac Léman em Lausanne |
Cercado pelos Alpes de um lado e
pela cadeia montanhosa do Jura do outro, a
paisagem em volta do Lago Léman é de tirar o fôlego: picos nevados
(entre eles o famoso Mont Blanc), castelos,
vilarejos medievais e vinhedos centenários. A Região do Lago Leman é uma região extraordinária mergulhada em séculos
de história. E muito desta história ainda permanece, com as ruínas romanas,
anfiteatros, castelos, igrejas, monumentos, e cerca de 200 sítios arqueológicos,
todos, silenciosas testemunhas dos acontecimentos de muitos milênios. O Lago é
perfeito para fazer passeios de barcos que saem regularmente das principais
cidades. Ou, percorrer de carro suas margens e desfrutar dos passeios
encantadores nas cidades apreciando paisagens inesquecíveis. Poucas regiões da Europa oferecem uma gama de atividades tão grande quanto a
área ao redor do Lago Genebra. A região
engloba os cantões de Genebra, Vaud e Valais, bem como as
cidades de Lausanne e Montreux. Os Alpes da região do Lago
Genebra são o lar de
pequenas vilas com chalés de madeira e infraestrutura para esportes.
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Museu Olímpico às margens do Lac Léman em Lausanne |
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Museu Olímpico às margens do Lac Léman em Lausanne |
Comece
sua viagem pela segunda maior cidade da Suíça.
A partir de Paris, são três horas de
trem ou 45 minutos de avião. Cidade sede da ONU, da Cruz Vermelha e
de centenas de outras organizações internacionais, cidade dos bancos privados e
das relojoarias de luxo, Genebra
está aos pés dos Alpes e na pontinha
oeste do Lago, fazendo divisa com a França.
Conheça o Centro
Antigo, passeie pela orla (no verão, o Lago e o Rio Rhone se transformam em grandes piscinas), chegue próximo ao
imenso Jet’Eau, símbolo da cidade,
conheça o lindo Museu da Cruz Vermelha, faça uma visita guiada ao Palácio das Nações,
visite as exposições do Cern para se iniciar no misterioso universo das partículas.
Vá até a margem leste do Lago, na parte antiga da cidade, para você visitar o Jardin Anglais de onde se tem uma linda
vista do porto e dos edifícios na margem norte. Logo na entrada do Jardim, você
vai ver o relógio gigante de flores, cujo mostrador é composto por mais de
6.500 flores e atualizado com novos arranjos varas vezes por ano, como forma de
homenagear a indústria de relógios da Suíça.
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Port d'Ouchy em Lausanne |
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Cisnes do Lac Léman em Lausanne |
Quem visita Genebra
não costuma demorar em perceber que um passeio de barco pelo Lago é um dos
programas turísticos mais bacanas da cidade. E mais caros também. Os barcos têm
um jeitão meio antiquado. É que grande parte da frota que cruza todos os dias o
Lago Genebra é da chamada Belle Époque, que vai das últimas
décadas do século XIX até o começo da Primeira
Guerra Mundial, em 1914. São oito barcos a vapor, que operam há mais de 100
anos e levaram gente durante todo esse período. Os barcos, muito bem
conservados, dão um charme interessante para a viagem. Um dos passeios é o
Geneva Bay Tour. O cruzeiro dura cerca de uma hora e vai somente nas áreas ao
redor de Genebra – ou seja, uma parte mínima do Lago. O passeio inclui a
narração de um guia, em inglês e francês, que conta um pouco da história da
região e fala sobre cada um dos prédios e mansões e praias (sim, elas existem!)
que os turistas podem ver a partir do barco. É um passeio bonito, que revela a
cidade de outro ponto de vista. Quem vai fazer turismo em Genebra não deve esperar o agito de uma cidade como Londres ou Madrid, por exemplo. Em Genebra,
há certa disciplina, determinada por uma sociedade conservadora. Genebra é o coração do calvinismo.
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O azul intenso do Lac Léman em Lavaux |
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Escultura nas águas do Lac Léman representando o Museu da Alimentação em Vevey |
Entre Genebra e Lausanne, há dezenas de pequenas
cidades às margens do Lago, todas lindinhas. Em Nyon, veja o Parque de
L’esplanade, as ruínas romanas e o castelo. Saint Prex é um antigo vilarejo medieval fortificado, vale a visita.
Passeie a pé pelo pequeno Centro
Histórico. Caminhe pelas margens do Lago. No verão, arrisque saltar do
trampolim ou nadar na pequena praia “Les
Bains des Dames”. Vale a pena se desviar um pouco das margens do Lago para
ver a incrível vista que se tem ao subir um pouco a montanha em direção ao Jura. Aubonne é uma típica cidade de Vaud,
o maior Cantão suíço francófono – casas que rodeiam um castelo, tudo isso
rodeado por vinhedos. Passeie pela cidade, escolha um dos restaurantes locais
para comer e tomar uma taça de vinho local. Em Aubonne, se encontra também o Parque
Signal de Bougny com sua vista panorâmica do Lago, de uma extremidade a
outra, e dos Alpes.
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Escultura nas águas do Lac Léman representando o Museu da Alimentação em Vevey |
A
próxima parada é Lausanne. Cidade
universitária, sede do Comitê Olímpico
Internacional. Lausanne é uma
cidade em desnível. Por isso, apesar de não ser uma cidade fácil de desbravar,
os desníveis oferecem vistas espetaculares do Lago e dos Alpes. Caminhe pelas ruas do Centro
Antigo. Visite o porto da cidade e não deixe de conhecer o imperdível Museu das Olimpíadas (mesmo se você não
gosta de esportes, vai gostar do museu). E, para entrar no clima, coma uma
fondue no restaurante mais antigo da cidade: Pinte Besson. Ao sair de Lausanne, se estiver de carro, pegue a estrada em direção a Vevey. A Route de La Corniche, pequena e estreita estrada que liga as duas
cidades, passa pelos centenários vinhedos de Lavaux, cujos terraços datam do século XI. Por 30 quilômetros, você
vai percorrer os vinhedos suspensos sobre o Lago, passando por pequenos
vilarejos e, claro, tendo a vista espetacular dos Alpes aos fundos. Se você tiver tempo e disposição, pegue a Route des Trois Soleils, uma
trilha de 11 quilômetros (para ser feita a pé ou de bicicleta), ligando St. Saphorin a Lutry. Além da paisagem espetacular,
você vai passar pelas propriedades vinícolas, algumas abertas para degustação. Morges é o vizinho bem menor de Lausanne, conhecido pelo Festival das Tulipas anual, quando
milhares de flores recebem a primavera. Morges
é a porta de entrada para La Côte,
na região vinícola de Vaud. Aprecie uma degustação de vinhos em um dos famosos
vinhedos.
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Lac Léman visto de uma das janelas do Château de Chillon em Montreux |
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Montreux às margens do Lac Léman |
Ao descer a estrada até o Lago, você vai chegar a Vevey, uma pequena cidade onde está a
sede da Nestlé, uma das maiores
empresas alimentícias do mundo e seu Museu
da Alimentação. Talvez um dos símbolos mais conhecidos da Suíça seja a empresa Nestlé responsável por diversos
produtos, principalmente os chocolates distribuídos ao redor do mundo e é
exatamente na cidade de Vevey que
ela nasceu em 1867 e a sua sede ainda permanece lá. Faça um passeio pela
fábrica e prove chocolates. Mas esse não é nem de longe o
principal motivo pelo qual você deveria incluir a cidade de Vevey em seu roteiro pela Suíça. Mais do que isso a cidade é
conhecida pelas incríveis paisagens alpinas que encantaram e continuam
encantando. A cidade se divide entre a parte moderna com o Escritório Central da Nestlé, por exemplo, e a parte antiga que
ainda guarda resquícios do período conhecido como “Belle Époque” no final do século XIX, em que podemos apreciar
hotéis majestosos e a margem do Lago totalmente ornamentada com flores e
palmeiras. Vevey é uma cidade que
reúne natureza, cultura e compras. São diversos museus e ao andar pela parte
antiga da cidade encontramos diversas lojas famosas de departamento e pequenas
lojas como chocolaterias.
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Lac Léman em Montreux |
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Lac Léman em Montreux |
A última parada do lado suíço é Montreux, conhecida pelo seu famoso Festival de Jazz que acontece todos os anos em julho. Mas a cidade
em si já vale a parada. A principal atração é o Château de Chillon, construído numa ilhota do Lago. Com
ares meio decadentes (para os padrões suíços, obviamente), a cidade de Montreux é um encanto. Em Montreux, o idioma, o cassino, o Festival de Jazz e as referências a
ícones pop (como a Estátua de Freddie
Mercury) remetem direto aos balneários do sul da França. Prédios e palacetes dependurados na montanha
e, sempre, aquela vista de tirar o fôlego. Em dezembro, tem o Mercado de Natal na orla. E, de Montreux, você pode pegar o Golden Pass, o trem
panorâmico, com várias rotas. Saindo de Montreux,
que fica no extremo leste do Lago, você vai entrar na França.