East Side Gallery - Berliner Mauer |
Berlim é uma cidade moderna e
muito ativa. Sua vida cultural é agitada e a geração que nasceu pós-queda do
Muro agora entra nos seus quase 30 anos e está agitando sem nunca ter conhecido
uma Alemanha dividida. A pergunta
que todo turista faz ao visitar a capital e maior cidade da Alemanha é: onde ver o Muro de Berlim? Difícil quem não visite
Berlim e não queira ver de perto
esse ícone histórico. O Muro de Berlim
foi uma barreira física construída pela República
Democrática Alemã (Alemanha Oriental)
durante a Guerra Fria, que
circundava toda a Berlim Ocidental,
separando-a da Alemanha Oriental,
incluindo Berlim Oriental. Este
Muro, além de dividir a cidade de Berlim
ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países
capitalistas encabeçados pelos Estados
Unidos; e a República Democrática
Alemã (RDA), constituída pelos
países socialistas sob o jugo do regime soviético. O principal motivo da
construção do Muro foi a fuga de 150 mil cidadãos do lado socialista para a República Federal Alemã.
Berliner Mauer |
Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele
fazem parte 66,5 quilômetros de gradeamento metálico, 302 torres de observação,
127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para
ferozes cães de guarda. Este Muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens
de atirar para matar (a célebre Schiessbefehl
ou Ordem 101) os que tentassem
escapar, o que provocou a separação de dezenas de milhares de famílias
berlinenses. Pelo menos 80 pessoas morreram e milhares foram presas na
tentativa de transpor o Muro. A distinta e muito mais longa fronteira interna
alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha
Oriental e a Alemanha Ocidental.
Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada “cortina de ferro” entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste. Antes da construção do
Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de
emigração do Leste Socialista e
fugiram para a Alemanha Ocidental,
muitos ao longo da fronteira entre Berlim
Oriental e Ocidental. Durante
sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de
emigração e separou a Alemanha Oriental
de Berlim Ocidental por mais de um
quarto de século.
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O famoso Portão de Brandemburgo marcou a divisão
entre o Leste e o Oeste de Berlim. Durante
a onda revolucionária de libertação ao comando de Moscou que varreu o Bloco de
Leste, o Governo da Alemanha
Oriental anunciou em novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios
civis, que todos os cidadãos da RDA
poderiam visitar a Alemanha Ocidental
Capitalista e Berlim Ocidental.
Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro juntando-se aos
alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das
semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e
por caçadores de souvenires. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados
para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi
formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento
também como o fim da Guerra Fria.
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A vontade de
destruí-lo, e tudo de ruim que ele significava, era tão grande que pouca coisa
sobrou. O Governo de Berlim
incentiva a visita ao Muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos
do Muro. Em 2009, o Centro de Turismo
alemão lançou roteiros que permitem percorrer toda a sua extensão, a pé ou de
bicicleta, para observar fragmentos e manifestações artísticas com o auxílio de
um aparelho multimídia guiado por GPS.
Em 2014, para celebrar os 25 anos da queda do Muro, a cidade foi iluminada por
balões brancos que indicavam onde ele passava. Além da reconstrução de alguns
trechos, está marcado no chão o percurso que o Muro fazia quando estava
erguido.
East Side Gallery - Berliner Mauer |
A Bernauer Strasse é uma das ruas que concentra mais histórias
ligadas ao Muro de Berlim. Só nessa
rua foram escavados vários túneis para a população tentar transpor da parte
leste para a parte oeste de Berlim,
sendo os mais conhecidos os túneis 57 e 29. Situado na Bernauer Strasse, esquina com a Ackerstrasse, o Memorial do
Muro de Berlim (Gedenkstatte
Berliner Mauer), é o local mais impressionante para ver e sentir como era o
Muro de Berlim de ambos os lados.
Aqui foi reconstruída uma parte do Muro, com cerca de 200 metros, onde ainda
existe o muro exterior, o muro interior e o espaço intramuros, inclusive com
uma torre de vigilância. Seu entorno (com vários ferros do Muro como se fossem
esculturas) é muito impactante. Há um mirante e painéis que contam a história
do Muro de Berlim. O local foge
completamente da característica de armadilha turística do famoso Checkpoint Charlie.
East Side Gallery - Berliner Mauer |
Outro ponto
surpreendente para visitar o Muro de
Berlim é a Topografia do Terror.
No local, há uma exibição gratuita e permanente sobre a ascensão do III Reich na Alemanha, contextualizando a forma como Hitler chegou ao poder em
1933, como ilegalizou os partidos políticos, as alterações que efetuou nos
direitos dos cidadãos e a forma como evoluíram as perseguições aos judeus e a
outras minorias políticas e étnicas. Em seu entorno, o Muro e prédios cinza de
concreto que faziam parte de toda a logística do Partido Nacional Socialista, onde tudo era organizado pelos
criminosos nazistas. La ficava a Sede da
Polícia Secreta (Gestapo), onde
foram planejados crimes e atrocidades. Prepare-se para o impacto. Após a
unificação da Alemanha, o governo
decidiu preservar alguns prédios e criar ou modificar outros. Grande parte da
área em frente à Topografia do Terror
foi preservada e, por isso, o visual tão fiel e impressionante por trás do
Muro. Atualmente, o prédio (antigo Ministério
da Aeronáutica da Alemanha Nazista)
é a Sede do Ministério das Finanças.
Da Topografia do Terror dá para ir
caminhando até o Checkpoint Charlie,
onde você encontra documentos sobre o Muro e uma encenação que atrai muitos
turistas.
East Side Gallery - Berliner Mauer |
O isolamento entre os
blocos oriental e ocidental não era completo. Havia alguns pontos de passagem
oficiais. O mais famoso, de longe, ficou conhecido por Checkpoint Charlie. Esse portão acabou ficando icônico e se
transformando num verdadeiro símbolo da Guerra
Fria. Apareceu em filmes e livros de espionagem, foi palco de impasses
perigosos, quando uma guerra poderia virar de fria em quente muito rápido e
testemunhou mortes terríveis. Hoje em dia há uma réplica da cabana de metal
instalada pelos poderes ocidentais – como os ocidentais não reconheciam o Muro
como legítimo, eles não tratavam o Checkpoint
Charlie como fronteira internacional. Ao lado está o museu particular Haus am Checkpoint Charlie. Lá está
contada, detalhadamente, não só a história do Checkpoint Charlie, mas do Muro e das pessoas que se dispuseram a
atravessar o Muro. Algumas com sucesso, outras não.
The Mortal Kiss de Dimitri Vrubel |
A maior área preservada
do Muro situa-se em uma região alternativa de Berlim, onde há baladas famosas. O vestígio mais extenso e original
do Muro de Berlim (dois quilômetros)
está em Kreuzberg no East Side Gallery. La se encontra a
famosa galeria a céu aberto com pinturas sobre a mais extensa área do que
restou do Muro de Berlim de pé. Vários
artistas do mundo pintaram motivos e imagens de alerta, criando a sensação que
se observa uma galeria de arte, onde o mote é salvar o mundo das atrocidades
que o homem é capaz de lhe infligir. São por volta de 106 murais pintados em
1990 por 118 artistas de 21 países e, repintados novamente devido aos estragos
do tempo e das pessoas que destroem as pinturas riscando ou pichando por cima.
Atualmente, há uma cerca (que não existia antes) em frente ao Muro para
proteger as obras. A East Side Gallery
é considerada a maior galeria de arte ao ar livre de maior duração do mundo.
Esta é uma das mais belas seções do Muro porque se encontra num lugar muito
aprazível, junto ao Rio Spree e o
passeio não é nada cansativo.
Pode não ter sobrado
muito do Muro em pé, mas há muitos vestígios dele em Berlim. Olhe bem onde você pisa e encontrará marcas dele no chão
por vários cantos de Berlim. As
marcas sinalizam o local onde o Muro passava e dividia Berlim. Uma empresa imobiliária poderosa fez um buraco no Muro para
construir um prédio de luxo. É estranho ver o prédio interrompendo o final do
Muro e da Galeria. E dizem que, na época de sua construção houve muitos
protestos e revoltas. Porém, acabou dando em nada e o prédio está lá, um
“estranho no ninho”.
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