quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Bruxelas - Grand-Place de Bruxelas

As Guildas da Grand-Place de Bruxelas
A Grand-Place de Bruxelas é daqueles lugares que você chega e não sabe nem para onde olhar primeiro, de tanta beleza reunida. Os olhos passeiam rápido de um lugar para outro, o pescoço começa a doer de tanto olhar para cima. E o deleite de se apreciar esta grandiosidade é imenso. A Grand-Place é o centro geográfico, histórico e comercial de Bruxelas, e o primeiro local a ser visitado por quase todos os turistas. Seus belos prédios enfeitam a cidade e transformam essa Praça em um lugar único. É aqui também que acontece a cada dois anos o famoso Tapete de Flores de Bruxelas. Durante os dias de exposição, o tapete consegue o impossível: deixar a Grand-Place ainda mais bela.

A famosa Árvore de Natal
da Grand-Place de Bruxelas
Como na Bélgica se fala francês e holandês, a Praça pode ser encontrada com dois nomes diferentes. Na realidade os dois nomes são um só, só que em línguas diferentes. Em francês ela se chama Grand-Place e em holandês Grote Markt. E que, em ambas as línguas, significam Grande Praça. A Grand-Place é basicamente uma praça enorme ladeada por prédios magníficos do início do século XVII. Uma visita a esta Praça é sempre agradável. Mas ela fica especialmente linda e cheia no verão. As mesas dos restaurantes e cervejarias são postas na rua e pode-se assentar por ali e apreciar o lugar e o movimento. Outro momento do dia que a Praça se torna mágica é à noite. É quando as fachadas dos magníficos edifícios são iluminadas. Realmente é de uma beleza ímpar.

Grand-Place de Bruxelas à noite
Foi próximo da região da Grand-Place que nasceu Bruxelas. A Grand-Place de Bruxelas foi construída em uma área do pântano drenado. Por ali passava um importante eixo rodoviário entre Flandres e a Renânia. E ficava perto do Rio Senne. Este Rio era então navegável e, no século XI, ficava no centro da cidade. Foi nesta época que formou a Praça e desde lá ela se transformou no coração da cidade. Desde o início ela era palco para reuniões e celebrações, mas também viu acontecer execuções. A partir do século XIII, e dali em diante por vários séculos, aconteciam ali mercados medievais. Ali eram vendidos carne, pão e diversos produtos das fazendas locais.

Torre do Hôtel de Ville
No final do século XIV foi construída a Câmara Municipal de Bruxelas, o Hôtel de Ville (Prefeitura Gótica) com sua poderosa torre, sede do Poder Municipal, e os comerciantes acrescentaram sedes de Guildas numa mistura de estilos. Também surgiu a Broodhuis, mais tarde chamado de Maison Du Roi, casa da Corte Ducal e do poder real. Na guerra da França contra a Liga de Augsburg (os chamados “Guerra dos Nove Anos”), Louis XIV, o Rei Sol da França, queria expandir seu território e invadiu a Bélgica. Devido a isso, as tropas francesas invadiram Bruxelas e destruíram a Grand-Place em agosto de 1695. Dois dias de intensos bombardeamentos franceses destruíram tudo exceto a Prefeitura, a Maison Du Roi e duas fachadas de Guildas. Entretanto, após sua destruição quase completa a cidade se recuperou rapidamente, os comerciantes reconstruíram as suas salas em estilos aprovados pelo Conselho da Cidade de Bruxelas, originando a harmoniosa unidade de edifícios da Renascença flamenga que vemos hoje. Inicialmente os prédios que ficavam aqui foram construídos em madeira.

Hôtel de Ville à noite
É inegável que a beleza da Grand-Place está nas fachadas que a circunda. Os quase 40 edifícios da Praça e seus detalhes esculturais apresentam diferentes estilos arquitetônicos, que passam pelo gótico, barroco e renascentista. Apesar de eles não serem originais, devido ao ataque dos franceses em 1695, eles são harmoniosos uns com os outros e promovem uma bela competição entre si, para ver qual o mais lindo e decorado. Ela conta com 110 metros de comprimento e quase 70 metros de largura. A Grand-Place é uma praça rodeada de prédios, ali não existem plantas nem fontes. Entretanto, podem-se encontrar inúmeras pequenas lojas e galerias, restaurantes, cafés e cervejarias. Ao redor dela partem sete ruas estreitas que existem desde a Idade Média e levam a diferentes áreas da cidade antiga de Bruxelas.

Torre do Hôtel de Ville iluminada
Esta movimentada Praça empedrada mantém-se o Centro Cívico da cidade, passados séculos da sua criação, e o melhor exemplo da arquitetura belga do século XVII. Toda a Praça, incluindo os edifícios, integra a lista de Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1998. Mas sem sombra de dúvida, nenhum edifício é páreo para a Prefeitura de Bruxelas, que domina a Praça. O Hôtel de Ville situado a sudoeste da Praça é a joia arquitetônica mais importante e mais antiga da Praça, uma obra prima da arquitetura gótica tardia. Ele foi construído na primeira metade do século XV em várias etapas (entre 1402 e 1455). Este é um dos mais belos edifícios cívicos da Bélgica, não só por causa das numerosas esculturas e estátuas que adornam sua fachada, mas também por causa da beleza de sua torre. No edifício se destaca uma bela torre gótica de 96 metros de altura rematada com uma Estátua de São Miguel, padroeiro da cidade de Bruxelas, que luta com um dragão e o telhado perfurado com dezenas de claraboias. No interior, que foi todo reconstruído, há uma mistura de estilos, incluindo destacadamente o estilo clássico Louis XIV do início do século XVIII. Você pode fazer visitas guiadas, mas com um horário muito reduzido: às terças e quartas à tarde, em holandês, francês e em inglês.

Torre do Hôtel de Ville iluminada
Bem em frente, do outro lado da Praça, está outro prédio imponente, a Maison Du Roi. Um dos edifícios mais ornamentados da Grand-Place é o Broodhuis (Casa do Pão), que atualmente é chamado de Maison Du Roi. O prédio era assim chamado porque abrigava os padeiros no século XIII, que vendiam seus pães num prédio que era originalmente de madeira. No início do século XV o lugar foi ocupado pelo Duque de Brabante. Na época, em 1405, o prédio que ainda era de madeira foi substituído por um prédio de pedra. Ele deixou o lugar mais elegante e renomeou o prédio para Casa do Duque. Quando o mesmo Duque se tornou o Rei da Espanha, ela passou a se chamar Maison Du Roi (Casa do Rei). Foi somente sob o domínio dos Habsburgos que ele se tornou uma Corte Ducal, ou real. Sob o Imperador Carlos V, o edifício foi completado por uma fachada gótica tardia com detalhes marcantes, em 1536. O prédio era muito semelhante ao que se pode ver hoje, embora sem torres ou galerias. Ele sofreu uma nova reforma em 1873, quando foi reconstruído em estilo neogótico como uma cópia do original do século XVI. Sua fachada é adornada com diversas torres e esculturas detalhadas. Durante muitos anos foi o lugar de residência dos monarcas reinantes, mas desde 1887 abriga o Musée de La Ville de Bruxelles, um museu dedicado a todos os aspectos da história da cidade com ampla coleção, no qual são expostas pinturas do século XVI, esculturas, tapeçaria, prataria, porcelana e pequenas roupas que fazem parte do guarda-roupa do famoso Manneken Pis, numa das mais ricas coleções de trajes que conta com cerca de 760 figurinos, a partir do século XVIII até os dias atuais.

Maison des Ducs de Brabant
Além dos dois grandes prédios-estrelas, a Grand-Place conta com várias casas de Guilda, além de algumas casas particulares. São 39 construções, todas elas numeradas de 1 a 39 e, que além de números contam também com nomes. Então andando pela Praça e olhando para o número dos prédios, vai se ver ali como “rosa”, “estrela”, “cisne”, “pombo”, “cornucópia”, “moinho de vento”, “mercador de ouro”, entre vários outros. Entre os números 01 e 19 da Praça se encontra um conjunto neoclássico de edifícios de raiz flamenga formado por seis casas gremiais conhecida como Maison des Ducs de Brabant. Nos números 26 e 27 da Praça está La Pigeon, casa onde residiu o novelista francês Victor Hugo durante o seu exílio na Bélgica, em 1852. No mesmo edifício estão as sedes gremiais Le Renard (o Zorro), que data de 1690, e Le Cornet, do ano de 1697. Le Roy d’Espagne é o bar mais famoso da Grand Place porque, além da cerveja, oferece uma vista privilegiada. Em sua fachada tem um busto de Carlos II da Espanha, soberano da Bélgica no século XVII. As fachadas são todas belas e ricamente decoradas. Cheias de detalhes e esculturas, muitas delas são baseadas no barroco italiano com algumas influências flamengas. É muito bacana passar um tempo procurando os detalhes que cada um destes prédios apresenta.

Maison des Ducs de Brabant à noite
Na parte lateral do prédio Hubert de Ville, um dos prédios da Grand-Place que dá para a Rue Charles Buls, está a Gilded Plaque. Este é um monumento Art Nouveau que está na parede do prédio, embaixo de uma marquise. Nela se vê uma enigmática escultura de bronze do herói Everard’t Serclaes. Ele foi um patriota que liberou a cidade do Conde de Flandres no século XIV. Há várias lendas populares dizendo que quem passar a mão em algumas partes desta escultura (que parece um Jesus Cristo) poderá ter sorte de alguma forma: 1) ao tocar o braço assegurará sua volta à Bruxelas; 2) acariciar a cabeça do cachorro e a cara do anjo atrairá dinheiro; 3) acariciar o herói da cabeça aos pés conseguirá casar. Pelo sim, pelo não, encare a fila de pessoas passando a mão no monumento e tente sua sorte também.

Maison des Ducs de Brabant
A Grand-Place de Bruxelas é super central e dali pode-se facilmente visitar muitas atrações a pé. Várias ruas levam daqui diretamente para outras partes da cidade antiga, com suas inúmeras lojas, cafés e restaurantes. O Manneken Pis, o singular marca da cidade de Bruxelas, também é facilmente acessível a partir da Grand-Place de Bruxelas. Assim como as Galerias Reais (Galeries Royales Saint Hubert) e inúmeras outras atrações. Todos os anos, a Grand-Place de Bruxelas hospeda o chamado Ommegang. Esta é uma procissão luxuosa que acontece em trajes históricos e revive a época do nascimento da Grand-Place. É uma homenagem criada em 1549, durante a vinda de Carlos V para Bruxelas, para apresentar seu filho, o futuro Philippe II. Esta apresentação acontecia sempre um domingo antes do feriado de Pentecostes. Atualmente, ocorre duas vezes por ano, na virada de junho e em julho. Seu ponto de partida é o Sablon e termina com um grande espetáculo na Grand-Place de Bruxelas. A cada dois anos, nos anos pares, a Praça fica completamente florida. Um gigantesco tapete de flores toma conta da Praça, a embelezando ainda mais. São quase um milhão de begônias belgas, cobrindo quase 2.000 metros quadrados do chão. Elas formam os mais variados padrões e enfeites, num trabalho magnífico. E as melhores vistas deste imenso tapete se têm do alto das sacadas do Hôtel de Ville. Na Praça acontecem todos os anos o Mercado de Natal de Bruxelas. Também é aqui que se vê a linda árvore de Natal da cidade. Além de a Praça ser palco de diversos eventos e concertos durante todo o ano.

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