quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Tour pela Europa II - Bruxelas

Grand-Place de Bruxelas
A quinta etapa deste Tour pela Europa II foi em Bruxelas, Bélgica. A viagem de Amsterdam para Bruxelas foi de trem, saindo da Amsterdam Centraal Station até Bruxelles Nord BR, via Eurocites, numa viagem de pouco mais de três horas para percorrer os 220 quilômetros que separam as duas capitais. A hospedagem em Bruxelas foi em casa alugada via Airbnb. Bruxelas é uma das cidades mais bonitas da Europa. Principal cidade da Bélgica e considerada pelos países-membros como a capital da União Europeia, reúne espetaculares construções de estilos gótico, barroco, neogótico e clássico, algumas com mais de 300 anos, é um paraíso para os amantes de histórias em quadrinhos (é a terra do Tintim, Luke Luke, Smurfs e vários outros personagens). Daí eles estão por toda a parte e qualquer ponto de informações turísticas te conta um pouco mais onde eles estão. É sede dos maiores museus de miniaturas e carros antigos da Europa, e para muitos é a capital mundial da cerveja, chocolate e waffle. 

Centro de Bruxelas
Embora seja um dos destinos de negócios mais procurados da Europa (lá estão os principais prédios da União Europeia), Bruxelas ainda não figura entre as 10 cidades europeias mais visitadas anualmente pelos turistas (na ordem: Londres, Paris, Antália (Turquia), Istambul, Roma, Barcelona, Amsterdam, Praga, Moscou e Dublin). Já ouvi muita gente dizer que não tem nada para fazer em Bruxelas, que a cidade em si não vale a pena, que é um desperdício de tempo e de dinheiro.  É uma pena, pois Bruxelas sabe receber muito bem os turistas e tem muito a oferecer em troca. Sem dúvida, um passeio inesquecível.

Église Saint Nicolas
Não existem voos diretos do Brasil. Uma vez na Europa, diversos aeroportos fazem conexão com o Aeroporto de Bruxelas (BRU), distante 11 quilômetros do centro. A forma mais prática de se chegar à cidade é através de companhias aéreas europeias ou trens como Eurostar (vindos da França e Inglaterra) ou da NS (com conexões pela Holanda). Há três estações principais de trem, a Bruxelles-Nord (também a chamam de Gare du Nord ou Noordstation), Bruxelles-Centraal (também conhecida como Gare Centrale) e Bruxelles-Midi (Gare du Midi ou Zuidstation). Você pode chegar ao centro de Bruxelas usando o trem, o ônibus, ou o táxi. A cada 15 minutos, trens partem em direção à cidade, com paradas nas estações Bruxelles-Midi (a mesma onde param os trens do Eurostar e Thalys, distante 30 minutos de caminhada do centro) e Bruxelles-Centraal (a poucos passos da Grand Place). A viagem leva entre 15 e 25 minutos. 

La Bourse de Bruxelas
Bruxelas é composta por 19 comunas, incluindo a Cidade de Bruxelas, propriamente dita, que é a capital da Bélgica, Flandres e da Comunidade Francesa da Bélgica. Bruxelas cresceu de uma fortaleza no século X, fundada por um descendente de Carlos Magno, para uma metrópole de mais de um milhão de habitantes. A origem da localidade que se tornaria Bruxelas encontra-se na construção de São Gaugérico, uma capela em uma ilha no Rio Senne, por volta de 580. É interessante observar que muitas das atrações de Bruxelas concentram-se no centrinho, o Petite Ceinture, apesar de haver outras 18 comunas na cidade.

As melhores batatas fritas do mundo
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Bruxelas é um importante centro de política internacional. A presença das principais instituições da União Europeia, bem como da sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fez da cidade uma sede poliglota de muitas organizações internacionais, políticos, diplomatas e de funcionários públicos. Embora historicamente seja uma região de falantes do neerlandês, Bruxelas tornou-se uma cidade com cada vez mais falantes da língua francesa ao longo dos séculos XIX e XX. Hoje, a maioria dos habitantes são falantes nativos do francês, embora ambas as línguas tenham estatuto oficial na cidade. Tensões linguísticas ainda se mantêm e as leis que regem o uso de línguas nos municípios em torno de Bruxelas são um tema de muita controvérsia na Bélgica.

Manneken Pis



Outro fato importante que tornou ainda mais famosa a cidade, foi a assinatura do Tratado de Bruxelas em abril de 1965, firmado pela Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos, estabelecendo um conselho único e uma comissão única para as três comunidades europeias: a Comunidade Econômica Europeia (CEE), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e a Comissão Europeia da Energia Atômica (Euratom). Além disso, Bruxelas é uma cidade de imigrantes: 70% da população é de origem estrangeira.  Italianos, portugueses, marroquinos, turcos, russos, mexicanos e até brasileiros, além dos africanos de Ruanda e Burundi, que foram colônias belgas no século XX. Não há como não reparar nessa diversidade nas ruas, principalmente se você sair do bairro central. Essa diversidade, infelizmente, não necessariamente se traduz em inclusão, visto que (principalmente) a população muçulmana vive em bairros com alto desemprego e sem oportunidades.

Estátua próxima ao Mont des Arts
Você vai querer andar na maravilhosa Grand-Place, já foi eleita várias vezes a Praça mais bonita da Europa. No fim do dia você pode dar a sorte de ver o sol refletido em todas aquelas peças de ouro que a Praça tem, o que a deixa ainda mais deslumbrante. Sempre há apresentações, feiras ou manifestações por ali. A Grand Place é Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO desde 1988, tem prédios dos séculos XIV a XVII e servia de espaço para mercados ao ar livre. Nela você encontra a Maison du Roi (a Residência do Rei), a Câmara Municipal, e as Guildhalls (Casa das Corporações). Sem dúvida, o local mais charmoso e deslumbrante da capital belga. E no mês de agosto de cada ano par é criado um tapete decorativo com mais de 500 mil begônias. Depois de visitar a Praça, caminhar pelas ruas e ruelas do centro é um passeio imperdível. Na gastronomia, a cidade oferece chocolates e cervejas de tradição e qualidade. Dizem que o chocolate belga é o único que faz competição ao suíço. Tenham em mente que por ali vocês vão encontrar um monte de lojinhas de chocolate, barraquinhas de waffles e batatas fritas e cafés que vendem cerveja belga – mas esses são todos lugares com foco mais turístico, ou seja, são um pouquinho mais caros do que se você visitar outros bairros.

Jardin du Mont des Arts
Voltando ao centro, há outros pontos turísticos famosos, entre eles o peculiar menininho fazendo xixi, o Manneken Pis, que está ali desde 1619, já sofreu várias tentativas de furto e fica curiosamente vestido em datas comemorativas. É uma pequena fonte de esquina que você vai encontrar logo que sair da Grand Place. Bruxelas é uma cidade curiosa. Sua “Torre Eiffel” é uma molécula gigante, o Atomium, e sua “Estátua da Liberdade”, um garotinho que faz xixi. Essas peculiaridades fazem da capital belga, tão ofuscada pela proximidade com Paris ou Amsterdam, um local especial. Um pouco menos popular, mas igualmente peculiar, é a Janneken Pis, a versão feminina do mijão, que fica escondida na mesma rua do Delirium Café. A estátua foi colocada ali em 1987.

Église Notre-Dame de Laeken
Vale a pena dar uma passada também na Place de La Bourse, a Praça tem um prédio enorme onde funcionava a Bolsa de Valores da cidade. É ali que a população se reúne em eventos importantes. Não muito distante dali fica a agradável Place Sainte-Catherine, onde há vários restaurantes, alguns prédios medievais, como a Torre Negra, e onde funcionava o antigo mercado da cidade. Circule pelas Galeries Royales Saint-Hubert, uma passagem fechada, que lembra a Galeria Vittorio Emanuelle em Milão, com o belo arco de vidro no teto e lojas elegantes no entorno. Se você estiver procurando um lugar para ter uma vista bonita da cidade, vá para os Jardins do Mont des Arts. Além dos jardins em si e do mirante, as ruas por ali são bem lindinhas e ao redor ficam museus interessantes, como o Musées Royaux des Beaux Arts da Bélgica, o Museu de Instrumentos Musicais e o Centro de Belas Artes BOZAR, além da Biblioteca Real. A vida cultural não passa vergonha em relação às capitais vizinhas. O Musées Royaux des Beaux Arts guarda um acervo dos sonhos, com o melhor time de artistas plásticos flamencos como Bosch e Rubens. Sua coleção de obras dos surrealistas do século XX, encabeçados por Magritte, é imperdível. Logo atrás dos museus e jardins fica o Palácio Real de Bruxelas, que é onde o Rei da Bélgica mora e trabalha. Só é possível visitar o local no verão, entre julho e setembro. Em frente ao Palácio fica o parque da cidade, que também é bonito e agradável.

Atomium
Não poderia deixar de citar também o Atomium, um ícone de Bruxelas, construído para a Exposição Universal de 1958, uma mistura de ciência e futurismo. Lá em cima, em dias de céu claro, é possível ver até a cidade de Antuérpia. Há restaurantes e exibições temporárias e permanentes nas cinco esferas do monumento. É na verdade uma molécula em vez de um átomo, né?! É uma “célula unitária do cristal de ferro” aumentado 165 bilhões de vezes. Se tiver com tempo apertado, deixe para visitar o Atomium só por fora mesmo. Também vale a pena conhecer a Mini-Europa (parque que tem as miniaturas de várias cidades da Europa), que fica muito próxima ao Atomium. Quanto mais norte da Europa, maior o fascínio pelos parques em dias de sol. Eles apreciam ao máximo os dias de sol, principalmente no verão, já que no inverno é quase impossível estar do lado de fora sem congelar-se pelo frio. Por fim, outro parque que vale a visita (dentre os vários em Bruxelas) fica um pouquinho mais afastado. É o Parque do Cinquentenário, uma grande área verde, cujos prédios, incluindo um Arco do Triunfo, foram construídos em 1880 para a comemoração da Exibição Nacional, uma feira que comemorou os 50 anos da independência belga, Hoje, ocupam tais prédios o Museu Militar, o Cinquantenaire Museum, que é um museu de história e arte, e o AutoWorld, museu focado em carros.

Parque Cinquentenário
Saindo do Parque você estará na beira do Distrito Europeu, o bairro onde ficam todos os prédios das Comissões Europeias e o Parlamento. Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o funcionamento da União Europeia, há um espaço aberto à visitação, o Parlamentarium. É uma exposição interativa, com um tour pela história da UE que dura cerca de 90 minutos. Fica aberto todos os dias da semana e a entrada é gratuita. Você poderá ainda visitar o Centre Belge de Bande Dessinée (Centro de Histórias em Quadrinhos). Outro prédio imponente é o Palácio de Justiça. Ele fica fora do centro, em Saint Gilles, mas ainda muito próximo para se chegar a pé. Na frente do Palácio fica um mirante bem legal, com vista para toda a cidade. O prédio é gigantesco – são 20 mil metros quadrados – e foi inaugurado em 1883. 

Monumento ao Rei Leopoldo
Para quem curte arte de rua e quadrinhos, a cidade tem um monte de murais espalhados pelas ruas, com obras de artistas belgas famosos, incluindo o Hergé, autor do Tintim. Além disso, há um museu dedicado aos quadrinhos, o Comics Art Museum. Os amantes da arquitetura devem visitar o Museu Horta, do grande arquiteto belga Victor Horta. Os clubes e bares de St. Gery são frequentados durante o ano todo. Existem inúmeros restaurantes de frutos do mar em Ste. Catherine. Em vez de ficar preso no trânsito, caminhe pelas ruas estreitas. Para quem quer fugir da rota turística normal e fazer um dia à La belga, saiba que os belgas são famosos por suas mais variadas cervejas. E que lá cerveja é um assunto sério. Entre as cervejas mais populares na Bélgica você pode pedir a Delirium, a Duvée e a Cuvée des Trolls. Mas há muito mais para experimentar! Só tenha cuidado porque há cervejas com mais de 10% de álcool, mesmo bons bebedores de cerveja poderão sentir o baque.

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