Grand-Place de Bruxelas |
A quinta etapa deste Tour pela Europa II foi em Bruxelas, Bélgica.
A viagem de Amsterdam para Bruxelas foi de trem, saindo
da Amsterdam Centraal Station até Bruxelles Nord BR, via Eurocites,
numa viagem de pouco mais de três horas para percorrer os 220 quilômetros que
separam as duas capitais. A
hospedagem em Bruxelas foi em casa
alugada via Airbnb. Bruxelas é uma das cidades mais bonitas
da Europa. Principal cidade da Bélgica e considerada pelos
países-membros como a capital da União Europeia,
reúne espetaculares construções de estilos gótico, barroco, neogótico e
clássico, algumas com mais de 300 anos, é um paraíso para os amantes de histórias
em quadrinhos (é a terra do Tintim, Luke Luke, Smurfs e vários outros
personagens). Daí eles estão por toda a parte e qualquer ponto de informações
turísticas te conta um pouco mais onde eles estão. É sede dos maiores museus de
miniaturas e carros antigos da Europa,
e para muitos é a capital mundial da cerveja, chocolate e waffle.
Centro de Bruxelas
|
Embora seja um dos destinos
de negócios mais procurados da Europa
(lá estão os principais prédios da União
Europeia), Bruxelas ainda não
figura entre as 10 cidades europeias mais visitadas anualmente pelos turistas
(na ordem: Londres, Paris, Antália (Turquia), Istambul, Roma, Barcelona, Amsterdam, Praga, Moscou e Dublin). Já ouvi muita gente dizer que
não tem nada para fazer em Bruxelas,
que a cidade em si não vale a pena, que é um desperdício de tempo e de
dinheiro. É uma pena, pois Bruxelas sabe receber muito bem os
turistas e tem muito a oferecer em troca. Sem dúvida, um passeio inesquecível.
Église Saint Nicolas |
Não existem voos
diretos do Brasil. Uma vez na Europa, diversos aeroportos fazem
conexão com o Aeroporto de Bruxelas
(BRU), distante 11 quilômetros do
centro. A forma mais prática de se chegar à cidade é através de companhias
aéreas europeias ou trens como Eurostar (vindos da França
e Inglaterra) ou da NS (com conexões pela Holanda). Há três estações principais
de trem, a Bruxelles-Nord (também a
chamam de Gare du Nord ou Noordstation), Bruxelles-Centraal (também conhecida como Gare Centrale) e Bruxelles-Midi
(Gare du Midi ou Zuidstation). Você pode chegar ao
centro de Bruxelas usando o trem, o
ônibus, ou o táxi. A cada 15 minutos, trens partem em direção à cidade, com
paradas nas estações Bruxelles-Midi
(a mesma onde param os trens do Eurostar
e Thalys, distante 30 minutos de
caminhada do centro) e Bruxelles-Centraal
(a poucos passos da Grand Place). A
viagem leva entre 15 e 25 minutos.
La Bourse de Bruxelas
|
Bruxelas é composta por 19
comunas, incluindo a Cidade de Bruxelas, propriamente dita, que
é a capital da Bélgica, Flandres e da Comunidade Francesa da Bélgica. Bruxelas cresceu de uma fortaleza no século
X, fundada por um descendente de Carlos Magno, para uma metrópole de mais de um
milhão de habitantes. A origem da localidade que se tornaria Bruxelas encontra-se na construção de
São Gaugérico, uma capela em uma ilha no Rio Senne, por volta de 580. É interessante observar que muitas das
atrações de Bruxelas concentram-se
no centrinho, o Petite Ceinture,
apesar de haver outras 18 comunas na cidade.
As melhores batatas fritas do mundo |
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Bruxelas é um importante centro de política
internacional. A presença das principais instituições da União Europeia, bem como da sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fez da cidade uma sede poliglota de muitas organizações
internacionais, políticos, diplomatas e de funcionários públicos. Embora historicamente seja uma região
de falantes do neerlandês, Bruxelas tornou-se uma cidade com cada
vez mais falantes da língua
francesa ao longo dos séculos XIX e XX.
Hoje, a maioria dos habitantes são falantes nativos do francês, embora ambas as
línguas tenham estatuto oficial na cidade. Tensões
linguísticas ainda se mantêm e as leis que regem o uso de línguas nos
municípios em torno de Bruxelas são
um tema de muita controvérsia na Bélgica.
Manneken Pis |
Outro fato importante
que tornou ainda mais famosa a cidade, foi a assinatura do Tratado de Bruxelas em abril de 1965, firmado pela Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos,
estabelecendo um conselho único e uma comissão única para as três comunidades
europeias: a Comunidade Econômica
Europeia (CEE), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
e a Comissão Europeia da Energia Atômica
(Euratom). Além disso, Bruxelas é uma cidade de imigrantes:
70% da população é de origem estrangeira. Italianos, portugueses, marroquinos, turcos,
russos, mexicanos e até brasileiros, além dos africanos de Ruanda e Burundi, que
foram colônias belgas no século XX. Não há como não reparar nessa diversidade
nas ruas, principalmente se você sair do bairro central. Essa diversidade,
infelizmente, não necessariamente se traduz em inclusão, visto que
(principalmente) a população muçulmana vive em bairros com alto desemprego
e sem oportunidades.
Estátua próxima ao Mont des Arts |
Você vai querer andar
na maravilhosa Grand-Place, já foi
eleita várias vezes a Praça mais bonita da Europa.
No fim do dia você pode dar a sorte de ver o sol refletido em todas aquelas
peças de ouro que a Praça tem, o que a deixa ainda mais deslumbrante. Sempre há
apresentações, feiras ou manifestações por ali. A Grand Place é Patrimônio
Histórico da Humanidade pela UNESCO desde 1988, tem prédios dos séculos XIV
a XVII e servia de espaço para mercados ao ar livre. Nela você
encontra a Maison du Roi (a Residência do Rei), a Câmara Municipal, e as Guildhalls (Casa das Corporações). Sem dúvida,
o local mais charmoso e deslumbrante da capital belga. E no mês de agosto de
cada ano par é criado um tapete decorativo com mais de 500 mil begônias. Depois
de visitar a Praça, caminhar pelas ruas e ruelas do centro é um passeio
imperdível. Na gastronomia, a cidade oferece chocolates e cervejas de tradição
e qualidade. Dizem que o chocolate belga é o único que faz competição ao suíço. Tenham em mente que por ali vocês vão
encontrar um monte de lojinhas de chocolate, barraquinhas de waffles e batatas
fritas e cafés que vendem cerveja belga – mas esses são todos lugares com foco
mais turístico, ou seja, são um pouquinho mais caros do que se você visitar outros
bairros.
Jardin du Mont des Arts |
Voltando ao centro, há
outros pontos turísticos famosos, entre eles o peculiar menininho fazendo xixi,
o Manneken Pis, que está ali desde 1619, já sofreu várias tentativas de
furto e fica curiosamente vestido em datas comemorativas. É uma pequena fonte
de esquina que você vai encontrar logo que sair da Grand Place. Bruxelas é uma cidade curiosa. Sua “Torre Eiffel” é uma molécula gigante, o Atomium, e sua “Estátua
da Liberdade”, um garotinho que faz xixi. Essas peculiaridades fazem da
capital belga, tão ofuscada pela proximidade com Paris ou Amsterdam, um
local especial. Um pouco menos popular, mas igualmente peculiar, é a Janneken Pis, a versão feminina do mijão, que fica escondida na mesma rua
do Delirium Café. A estátua foi
colocada ali em 1987.
Église Notre-Dame de Laeken
|
Vale a pena dar uma
passada também na Place de La Bourse, a Praça tem um prédio enorme onde funcionava a Bolsa de Valores da cidade. É ali que a
população se reúne em eventos importantes. Não muito distante dali fica a
agradável Place
Sainte-Catherine, onde há vários
restaurantes, alguns prédios medievais, como a Torre Negra, e onde funcionava o antigo mercado da cidade.
Circule pelas Galeries Royales Saint-Hubert, uma passagem fechada, que lembra a Galeria Vittorio Emanuelle em Milão,
com o belo arco de vidro no teto e lojas elegantes no entorno. Se você estiver
procurando um lugar para ter uma vista bonita da cidade, vá para os Jardins do Mont des Arts. Além dos jardins em si e do mirante, as ruas por ali são
bem lindinhas e ao redor ficam museus interessantes, como o Musées Royaux des Beaux Arts da Bélgica,
o Museu de Instrumentos Musicais e o Centro
de Belas Artes BOZAR, além da Biblioteca Real. A vida cultural não
passa vergonha em relação às capitais vizinhas. O Musées Royaux des Beaux Arts guarda um
acervo dos sonhos, com o melhor time de artistas plásticos flamencos como Bosch
e Rubens. Sua coleção de obras dos surrealistas do século XX, encabeçados por
Magritte, é imperdível. Logo atrás dos museus e jardins fica o Palácio Real de Bruxelas, que é onde o Rei da
Bélgica mora e trabalha. Só é
possível visitar o local no verão, entre julho e setembro. Em frente ao Palácio
fica o parque da cidade, que também é bonito e agradável.
Atomium |
Saindo do Parque você
estará na beira do Distrito Europeu,
o bairro onde ficam todos os prédios das Comissões
Europeias e o Parlamento. Para
quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o funcionamento da União Europeia, há um espaço aberto à
visitação, o Parlamentarium. É uma exposição interativa, com um tour pela história da UE que dura cerca de 90 minutos. Fica
aberto todos os dias da semana e a entrada é gratuita. Você poderá ainda
visitar o Centre Belge de Bande Dessinée
(Centro de Histórias em Quadrinhos).
Outro prédio imponente é o Palácio
de Justiça. Ele fica fora do centro,
em Saint Gilles, mas ainda muito
próximo para se chegar a pé. Na frente do Palácio fica um mirante bem
legal, com vista para toda a cidade. O prédio é gigantesco – são 20 mil metros
quadrados – e foi inaugurado em 1883.
Monumento ao Rei Leopoldo |
Para quem curte arte de
rua e quadrinhos, a cidade tem um monte de murais espalhados pelas ruas, com
obras de artistas belgas famosos, incluindo o Hergé, autor do Tintim. Além
disso, há um museu dedicado aos quadrinhos, o Comics Art Museum.
Os amantes da arquitetura devem visitar o Museu
Horta, do grande arquiteto belga Victor Horta. Os clubes e bares de St. Gery são frequentados durante o ano
todo. Existem inúmeros restaurantes de frutos do mar em Ste. Catherine. Em vez de ficar preso no trânsito, caminhe pelas
ruas estreitas. Para quem quer fugir da rota
turística normal e fazer um dia à La belga, saiba que os belgas são famosos por
suas mais variadas cervejas. E que lá cerveja é um assunto sério. Entre as cervejas
mais populares na Bélgica você pode
pedir a Delirium, a Duvée e a Cuvée des Trolls. Mas há muito mais para experimentar! Só tenha
cuidado porque há cervejas com mais de 10% de álcool, mesmo bons bebedores de
cerveja poderão sentir o baque.
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