quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Veneza - Igrejas de Veneza

Fachada da Basílica di San Marco
Veneza é uma cidade que respira história, charme e arte. Nas piazzas, esquinas e à beira dos canais estão igrejas magníficas, com diversos estilos arquitetônicos e muitas obras de arte que marcaram a história da República. Tal como Roma, uma das maiores atrações de Veneza é o seu impressionante conjunto de magníficas igrejas. Para os crentes são locais de culto, para os turistas cansados, um local de contemplação e descanso do bulício das ruas e canais da cidade, mas para os amantes de arte, cada uma delas é um verdadeiro museu, exibindo tesouros artísticos na forma de pinturas, esculturas, afrescos e mosaicos. Quantas igrejas existem em Veneza? Os números não são precisos. Na história da Sereníssima, diversas delas foram destruídas, reconstruídas, consagradas, desconsagradas. O número aproximado é de 157, 40 foram destruídas, principalmente durante o período de dominação napoleônica. Outras 30 estão fechadas ao culto, muitas delas abandonadas.

Fachada da Basílica di San Marco

Fachada da Basílica di San Marco
Veneza é um importante centro do catolicismo na Itália. A cidade é sede do patriarcado de Veneza e sede metropolitana da Igreja Católica, pertencente à região eclesiástica de Triveneto. A Catedral é a Basílica di San Marco, e a co-catedral é a Basílica di San Pietro de Castello. A lista de templos cristãos é vastíssima, citando-se apenas os mais significativos:  Basílica Santa Maria Gloriosa dei Frari; Basílica Santa Maria della Salute; Basílica San Giorgio Maggiore; Basílica do Santíssimo Redentore; Chiesa San Zaccaria; Basílica de Santi Giovanni e Paolo; Chiesa Santa Maria dei Miracoli; Chiesa Madonna dell’Orto; Chiesa San Stefano; Chiesa San Sebastiano; Chiesa San Nicolau dei Mendicoli; Chiesa San Rocco; Chiesa San Pantalon e Chiesa San Giovanni em Bragora. Vale a pena um passeio independente de crença ou religião para admirar toda a beleza destas igrejas.

Fachada da Basílica di San Marco
A história de Veneza está intimamente ligada a esta que é uma das igrejas mais lindas e ricamente decoradas do mundo, a Basílica di San Marco. A Basílica é inigualável com seu interior totalmente decorado com mais de 4.000 metros quadrados de mosaicos dourados, colunas em mármore e elementos decorativos trazidos do Oriente. Toda a beleza para conservar o corpo de São Marcos Evangelista em seu altar, alegadamente recuperado em Alexandria. É o símbolo por excelência da cidade e do poder da República Veneziana na história mundial ao longo de um milênio. A construção com as características atuais data do século XV, tendo o estilo bizantino como predominante, devido a influência oriental em Veneza. Seus belos mosaicos, que contam a história de São Marcos e passagens do Antigo e Novo Testamento, destacam-se entre tantas belezas. Há ainda o Tesoro della Basilica e o Pala d’Oro (altar com ouro e pedras preciosas) como atrações da Basílica.

Basílica Santa Maria della Salute
A Basílica Santa Maria Della Salute é um ícone na arquitetura da cidade, mas não é só. A importância dada aos venezianos a Nossa Senhora da Saúde pode ser vista a cada ano, durante a festa a ela dedicada, todo dia 21 de novembro. A Igreja em estilo barroco foi construída para agradecer a santa que salvou Veneza de um surto de peste no século XVII. Veneza sempre teve uma enorme devoção à Nossa Senhora. Em vários pontos da cidade, a simbologia que a representa é visível em monumentos, igrejas e palácios. Tudo nasce com o próprio surgimento de Veneza – a fundação da cidade aconteceu exatamente no Dia da Anunciação, 25 de março de 421. Mas dentre as homenagens à Nossa Senhora, a mais imponente é a incrível construção da Madonna della Salute.

Basílica Santa Maria della Salute
Em 1630, uma nova epidemia de peste assolou Veneza e fez ainda mais vítimas que a anterior, em 1575. Quem trouxe foi um Embaixador de Mântua, que visitava a cidade. Os venezianos, por considerarem o homem tão importante, decidiram isolá-lo na Ilha de San Clemente. Deixaram de lado a ideia de interná-lo em Lazzaretto Vecchio, onde os doentes em cura ficavam. Para assegurar sua privacidade, chamaram um carpinteiro para construir uma cerca de madeira onde se encontrava o Embaixador. Mas o carpinteiro e seu filho que o ajudava voltavam todos os dias para Veneza e, assim, a peste se difundiu. Foi um momento terrível para a Sereníssima. Os nobres se refugiavam em suas casas de campo, as famosas vilas, enquanto a população definhava pelas ruas. A peste acabou vitimando 47 mil pessoas, mais de 25% da população. Em outubro de 1630, o doge Nicolò Contarini prometeu publicamente erguer uma igreja dedicada à Nossa Senhora da Saúde, pedindo sua intercessão para acabar com a peste.

Fachada da Basílica Santa Maria della Salute
No mesmo momento, foi lançado um concurso conquistado pelo projeto do arquiteto Baldassare Longhena. A Basílica Santa Maria da Saúde começou a ser construída no ano seguinte e finalizada em 1687, cinco anos após a morte de Longhena. No início, o audaz projeto de Longhena parecia impossível e desanimava os mais otimistas: um edifício de forma octogonal, com uma enorme cúpula central e outra menor no altar maior. Foi necessário reforçar o terreno com milhões de troncos de árvores, utilizando o mesmo sistema pelo qual Veneza foi construída. A Basílica da Saúde mudou completamente a urbanística da cidade e foi construída em modo que fosse vista de vários ângulos. Pode-se admirá-la do Canal Grande, Piazza de San Marco, Isola de Giudecca e das calles e canais internos.

Basílica Santa Maria della Salute

Basílica Santa Maria della Salute
A Igreja é repleta de simbologias e na base de tudo está o número oito, que representa a passagem da terra ao céu, neste caso, as preces dos venezianos dedicadas a Nossa Senhora. A planta é octogonal e existem outros detalhes dentro da Igreja que remetem ao número. A escadaria poligonal e a pavimentação geométrica em frente à Igreja contribuem para que o conjunto seja monumental. No altar principal, chama atenção o grupo de esculturas realizado por Josse Le Court. Nossa Senhora com Jesus nos braços acolhe as preces de Veneza, representada por uma mulher ajoelhada. Aos pés da Madonna, um anjo com uma tocha espanta uma senhora velha e feia, que representa a peste. Dizem que a Cúpula Central é um lugar energizado por forças benéficas e quem passa por debaixo do lustre que fica bem abaixo dela, alcança essas boas energias. Esta área da Igreja fica fechada por cordas, mas é possível visitá-la durante a festa, quando as cordas são retiradas.

Basílica Santa Maria della Salute
A partir do ano sucessivo à sua consagração, foi prometido que a cada ano, no dia 21 de novembro, o doge e a população agradeceriam o final da peste em uma procissão. O cortejo sairia do Palazzo Ducale e seguiria até a Igreja atravessando uma ponte feita com barcos. Ainda hoje, todos os anos, os venezianos continuam a festejar a data e vão à Igreja acender suas velas e pedir saúde e proteção. A Basílica da Saúde é aberta gratuitamente à visitação diariamente. Para quem quiser visitar a Sacristia e seu pequeno museu, precisa comprar ingresso. A Basílica fica no Bairro de Dorsoduro. A área abriga museus importantes como a Galleria dell’Accademia e a belíssima coleção de arte moderna e casa de Peggy Guggenheim, além de galerias de arte. Após a visita à Igreja, não deixe de visitar a Punta della Dogana e fazer um passeio pela Zattere, a parte que fica atrás da Igreja e oferece uma vista belíssima da Ilha de Giudecca.

Chiesa San Zacaaria
A Chiesa San Zaccaria é uma das igrejas mais importantes na história de Veneza, Fica no Campo San Zaccaria, a dois passos da Basílica San Marco e do Palazzo Ducale. O edifício é dedicado a Zacarias, pai de João Batista e foi fundada no século IX. Reconstruída em estilo renascentista em 1498, acolhe inúmeras obras de arte, afrescos e sepulturas de doges. A Chiesa Santa Maria Formosa fica em um dos campos mais charmosos de Veneza. A Igreja de origem antiga (século VII) foi reconstruída em estilo renascentista. Sua origem advém de uma lenda que São Magno, Bispo de Oderzo, teria sonhado com uma santa que indicou o local onde deveria ser construída uma igreja m sua homenagem. Se paga para visitar a Igreja. A fachada sem acabamento não é muito convidativa, mas basta entra na Chiesa San Pantalon para ficar de boca aberta com o teto. Não se trata de um afresco, mas de uma enorme tela pintada entre 1680 e 1704, por Gian Antonio Fumiano. As cenas representam o martírio de São Pantaleão.

Chiesa Santa Maria Formosa
e Torre do Sino
A Chiesa Santa Maria dei Miracoli possui várias curiosidades. Na sua construção foram utilizados mármores e outros materiais que sobraram da Basílica de San Marco. Isso não diminui sua grandiosidade, afinal seu interior é belíssimo, um dos mais detalhistas entre as igrejas de Veneza. Construída entre 1481 e 1489, é cativante especialmente pela sua arquitetura baseada em mármores coloridos, tanto no interior como no exterior. Além disso, a Igreja foi construída para abrigar uma imagem da Virgem Maria e do Menino Jesus, de Nicolo de Pietro, que operava milagres. A multidão de peregrinos era gigantesca desde o século XV, quando a Igreja foi construída, e até hoje ela atrai fiéis por causa da Virgem. Não é fácil de encontrar, mas vale a pena. A Chiesa Santi Geremia e Lucia tradicionalmente dedicada a São Jeremias conserva em seu altar o corpo de Santa Luzia, a protetora dos olhos. Se você for devoto, não deixe de acender uma vela em forma de olhos dentro da Igreja. A Igreja fica bem próxima à Estação de Trens de Santa Lucia, no Campo San Geremia. A Chiesa Madonna dell’Orto fica no charmoso Bairro de Cannaregio e sua arquitetura é um exemplo do estilo gótico veneziano. Inicialmente foi dedicada a São Cristóvão, padroeiro dos viajantes e marinheiros e possui afrescos atribuídos a Jacopo Tintoretto, que foi enterrado na nave direita. Se paga para visitar a Igreja.

Chiesa San Stefano com seu Campanário inclinado
A Chiesa San Stefano fica no Campo San Stefano, perto da Basílica de San Marco e da Ponte da Accademia e é um grande exemplo de estilo gótico veneziano florido. Edificada no século XIII, foi reconstruída no século seguinte. Tem um passado conturbado de violência no interior das suas paredes, mas hoje é um local sossegado. O teto, em forma de quilha de navio invertida é de uma beleza sem igual. Em sua Sacristia, podemos encontrar obras de Tintoretto. Destaque também para o campanário, visto do Campo Sant’Angelo, com uma grande inclinação. A fachada barroca da Chiesa San Moisè, de 1688, é uma das que chama mais a atenção na cidade. É impressionante atravessar a pequena ponte que fica bem em frente e dar de cara com toda a sua imponência. Muito interessante observar os detalhes da construção, dedicada a um personagem bíblico, Moisés, e não a um santo, como de costume.

Basílica San Giorgio Maggiore

A Basílica San Giorgio Maggiore foi projetada pelo genial arquiteto Andrea Palladio, no século XVI. Há muitos motivos para visitar a Basílica. Primeiramente, destaca-se a arquitetura com influência romana, clássica e esplêndida. Além disso, há pinturas importantes na Basílica San Giorgio Maggiore, como a “Ùltima Ceia”, de Tintoretto e “São Jorge massacra o dragão” de Carpaccio. Fica na Isola San Giorgio, pertinho do centro de Veneza e seu campanário oferece uma das vistas mais lindas da cidade. Muitos garantem ser a partir da torre da Basílica San Giorgio Maggiore que se tem a melhor vista de Veneza. A entrada na Igreja é gratuita, mas se paga para subir no campanário. A Chiesa San Giacomo di Rialto é tradicionalmente a igreja mais antiga de Veneza. Acredita-se que sua fundação tenha sido no ano de 421. Foi o primeiro lugar de culto da cidade e diz a lenda que foi construída por um carpinteiro devoto e agradecido que escapou ileso de um grande incêndio. A Igreja fica no Campo San Giacomo, bem próxima à Ponte de Rialto.

Campanile de San Marco
A Basílica de Santi Giovanni e Paolo é uma das maiores igrejas da cidade. A altíssima fachada em estilo gótico parece tocar o céu. É considerada o Panteão de Veneza, pois ali foram enterrados doges e outras figuras importantes na história da Sereníssima. Além das sepulturas, a Basílica de Santi Giovanni e Paolo abriga pinturas importantes, como de Veronese no altar, além de vidros muito antigos que a iluminam. A Capela do Rosário, decorada com pinturas de Veronese, e a Capela de San Domenico, são imperdíveis. O edifício possui dimensões extraordinárias e foi construído entre os anos de 1200 e 1300 também a partir do sonho de um doge. Se paga para visitar a Basílica. Dedicada a São Miguel Arcanjo, a Chiesa San Michele in Isola, fica na ilha de mesmo nome, na metade do caminho entre Veneza e Murano. O edifício em estilo renascentista (século XV) é o edifício principal da ilha que abriga o cemitério da cidade. Um passeio interessante em um lugar silencioso e de muita paz. Não se paga para visitar a Igreja, mas é necessário deixar uma contribuição.

Campanile de San Marco
A Basílica Santa Maria Gloriosa dei Frari é considerada o templo religioso mais importante da cidade depois da Basílica de San Marco. A primeira Igreja neste local foi construída por frades franciscanos entre 1250 e 1338, mas o edifício atual data do século XV. Esta enorme Igreja gótica tem o segundo campanile mais alto da cidade. Alberga numerosos túmulos, tais como o do compositor Monteverdi, Antonio Canova, Ticiano ou o do Doge Foscari. À frente do altar, o coro dos monges é uma obra prima de madeira esculpida. O famoso quadro “Assunção da Virgem” de Titian adorna a Basílica, assim como obras do florentino Donatello. Vale muito a pena ser visitada, porque é comum acontecerem concertos de música no local. Se paga para visitar a Basílica. A Chiesa Santi Maria e Donato é considerada uma das igrejas mais belas de toda a laguna de Veneza. É uma das poucas igrejas que sobreviveram em Murano após a chegada de Napoleão. O belíssimo pavimento de mosaico é contemporâneo ao da Basílica de San Marco. A construção é dos séculos XI e XII. A Igreja fica na Ilha de Murano, bem próxima ao Museu do Vidro. Localizada na Ilha de Giudecca, a Basílica do Santíssimo Redentore foi construída no século XVI como símbolo do renascimento da cidade após a peste negra. Com estilo clássico, simplicidade e muito mármore branco, a Basílica do Santíssimo Rendentore é um local de contemplação.

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