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Fachada da Basílica di San Marco |
Veneza é
uma cidade que respira história, charme e arte. Nas piazzas, esquinas e à beira
dos canais estão igrejas magníficas, com diversos estilos arquitetônicos e
muitas obras de arte que marcaram a história da República. Tal como Roma,
uma das maiores atrações de Veneza é
o seu impressionante conjunto de magníficas igrejas. Para os crentes são locais
de culto, para os turistas cansados, um local de contemplação e descanso do
bulício das ruas e canais da cidade, mas para os amantes de arte, cada uma
delas é um verdadeiro museu, exibindo tesouros artísticos na forma de pinturas,
esculturas, afrescos e mosaicos. Quantas igrejas existem em Veneza? Os números não são precisos. Na
história da Sereníssima, diversas
delas foram destruídas, reconstruídas, consagradas, desconsagradas. O número
aproximado é de 157, 40 foram destruídas, principalmente durante o período de
dominação napoleônica. Outras 30 estão fechadas ao culto, muitas delas
abandonadas.
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Fachada da Basílica di San Marco |
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Fachada da Basílica di San Marco |
Veneza é
um importante centro do catolicismo na Itália.
A cidade é sede do patriarcado de Veneza
e sede metropolitana da Igreja Católica,
pertencente à região eclesiástica de Triveneto. A Catedral é a Basílica di San Marco, e a co-catedral
é a Basílica di San Pietro de Castello. A lista de templos cristãos é
vastíssima, citando-se apenas os mais significativos:
Basílica Santa Maria Gloriosa dei Frari; Basílica Santa Maria della Salute; Basílica
San Giorgio Maggiore; Basílica do Santíssimo Redentore; Chiesa
San Zaccaria; Basílica de Santi Giovanni e Paolo; Chiesa
Santa Maria dei Miracoli; Chiesa
Madonna dell’Orto; Chiesa San
Stefano; Chiesa San Sebastiano; Chiesa San Nicolau dei Mendicoli; Chiesa San Rocco; Chiesa San Pantalon e Chiesa
San Giovanni em Bragora. Vale
a pena um passeio independente de crença ou religião para admirar toda a beleza
destas igrejas.
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Fachada da Basílica di San Marco |
A história de Veneza está intimamente ligada a esta que é uma das igrejas mais
lindas e ricamente decoradas do mundo, a Basílica
di San Marco. A Basílica é inigualável com seu interior totalmente decorado
com mais de 4.000 metros quadrados de mosaicos dourados, colunas em mármore e
elementos decorativos trazidos do Oriente.
Toda a beleza para conservar o corpo de São Marcos Evangelista em seu altar,
alegadamente recuperado em Alexandria.
É o símbolo por excelência da cidade e do poder da República Veneziana na história mundial ao longo de um milênio. A
construção com as características atuais data do século XV, tendo o estilo
bizantino como predominante, devido a influência oriental em Veneza. Seus belos mosaicos, que contam
a história de São Marcos e passagens do Antigo
e Novo Testamento, destacam-se entre
tantas belezas. Há ainda o Tesoro della
Basilica e o Pala d’Oro (altar
com ouro e pedras preciosas) como atrações da Basílica.
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Basílica Santa Maria della Salute |
A Basílica Santa Maria Della Salute é um ícone na arquitetura da cidade, mas não é
só. A importância dada aos venezianos a Nossa Senhora da Saúde pode ser vista a
cada ano, durante a festa a ela dedicada, todo dia 21 de novembro. A Igreja em
estilo barroco foi construída para agradecer a santa que salvou Veneza de um surto de peste no século
XVII. Veneza sempre teve uma enorme devoção à Nossa Senhora. Em vários pontos
da cidade, a simbologia que a representa é visível em monumentos, igrejas e
palácios. Tudo nasce com o próprio surgimento de Veneza – a fundação da cidade aconteceu exatamente no Dia da Anunciação, 25 de março de 421.
Mas dentre as homenagens à Nossa Senhora, a mais imponente é a incrível
construção da Madonna della Salute.
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Basílica Santa Maria della Salute |
Em 1630, uma nova epidemia de peste
assolou Veneza e fez ainda mais
vítimas que a anterior, em 1575. Quem trouxe foi um Embaixador de Mântua, que visitava a cidade. Os venezianos, por
considerarem o homem tão importante, decidiram isolá-lo na Ilha de San Clemente. Deixaram de lado a ideia de interná-lo em Lazzaretto Vecchio, onde os doentes em
cura ficavam. Para assegurar sua privacidade, chamaram um carpinteiro para
construir uma cerca de madeira onde se encontrava o Embaixador. Mas o
carpinteiro e seu filho que o ajudava voltavam todos os dias para Veneza e, assim, a peste se difundiu.
Foi um momento terrível para a Sereníssima.
Os nobres se refugiavam em suas casas de campo, as famosas vilas, enquanto a
população definhava pelas ruas. A peste acabou vitimando 47 mil pessoas, mais
de 25% da população. Em outubro de 1630, o doge Nicolò Contarini prometeu
publicamente erguer uma igreja dedicada à Nossa Senhora da Saúde, pedindo sua
intercessão para acabar com a peste.
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Fachada da Basílica Santa Maria della Salute |
No mesmo momento, foi lançado um
concurso conquistado pelo projeto do arquiteto Baldassare Longhena. A Basílica Santa Maria da Saúde começou a
ser construída no ano seguinte e finalizada em 1687, cinco anos após a morte de
Longhena. No início, o audaz projeto de Longhena parecia impossível e
desanimava os mais otimistas: um edifício de forma octogonal, com uma enorme
cúpula central e outra menor no altar maior. Foi necessário reforçar o terreno
com milhões de troncos de árvores, utilizando o mesmo sistema pelo qual Veneza foi construída. A Basílica da Saúde mudou completamente a
urbanística da cidade e foi construída em modo que fosse vista de vários
ângulos. Pode-se admirá-la do Canal
Grande, Piazza de San Marco, Isola de Giudecca e das calles e canais
internos.
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Basílica Santa Maria della Salute |
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Basílica Santa Maria della Salute |
A Igreja é repleta de simbologias e na
base de tudo está o número oito, que representa a passagem da terra ao céu,
neste caso, as preces dos venezianos dedicadas a Nossa Senhora. A planta é
octogonal e existem outros detalhes dentro da Igreja que remetem ao número. A
escadaria poligonal e a pavimentação geométrica em frente à Igreja contribuem
para que o conjunto seja monumental. No altar principal, chama atenção o grupo
de esculturas realizado por Josse Le Court. Nossa Senhora com Jesus nos braços
acolhe as preces de Veneza,
representada por uma mulher ajoelhada. Aos pés da Madonna, um anjo com uma
tocha espanta uma senhora velha e feia, que representa a peste. Dizem que a Cúpula Central é um lugar energizado
por forças benéficas e quem passa por debaixo do lustre que fica bem abaixo
dela, alcança essas boas energias. Esta área da Igreja fica fechada por cordas,
mas é possível visitá-la durante a festa, quando as cordas são retiradas.
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Basílica Santa Maria della Salute |
A partir do ano sucessivo à sua
consagração, foi prometido que a cada ano, no dia 21 de novembro, o doge e a
população agradeceriam o final da peste em uma procissão. O cortejo sairia do Palazzo Ducale e seguiria até a Igreja
atravessando uma ponte feita com barcos. Ainda hoje, todos os anos, os
venezianos continuam a festejar a data e vão à Igreja acender suas velas e
pedir saúde e proteção. A Basílica da
Saúde é aberta gratuitamente à visitação diariamente. Para quem quiser
visitar a Sacristia e seu pequeno
museu, precisa comprar ingresso. A Basílica fica no Bairro de Dorsoduro. A área abriga museus importantes como a Galleria dell’Accademia e a belíssima
coleção de arte moderna e casa de Peggy Guggenheim, além de galerias de arte.
Após a visita à Igreja, não deixe de visitar a Punta della Dogana e fazer um passeio pela Zattere, a parte que fica atrás da Igreja e oferece uma vista
belíssima da Ilha de Giudecca.
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Chiesa San Zacaaria |
A Chiesa
San Zaccaria é uma das igrejas mais importantes na história de Veneza, Fica no Campo San Zaccaria, a dois passos da Basílica San Marco e do Palazzo
Ducale. O edifício é dedicado a Zacarias, pai de João Batista e foi fundada
no século IX. Reconstruída em estilo renascentista em 1498, acolhe inúmeras
obras de arte, afrescos e sepulturas de doges. A Chiesa Santa Maria Formosa fica em um dos campos mais charmosos de Veneza. A Igreja de origem antiga
(século VII) foi reconstruída em estilo renascentista. Sua origem advém de uma
lenda que São Magno, Bispo de Oderzo,
teria sonhado com uma santa que indicou o local onde deveria ser construída uma
igreja m sua homenagem. Se paga para visitar a Igreja. A fachada sem acabamento
não é muito convidativa, mas basta entra na Chiesa San Pantalon para ficar de boca aberta com o teto. Não se
trata de um afresco, mas de uma enorme tela pintada entre 1680 e 1704, por Gian
Antonio Fumiano. As cenas representam o martírio de São Pantaleão.
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Chiesa Santa Maria Formosa e Torre do Sino |
A Chiesa
Santa Maria dei Miracoli possui várias curiosidades. Na sua construção foram
utilizados mármores e outros materiais que sobraram da Basílica de San Marco. Isso não diminui sua grandiosidade, afinal
seu interior é belíssimo, um dos mais detalhistas entre as igrejas de Veneza. Construída entre 1481 e 1489, é
cativante especialmente pela sua arquitetura baseada em mármores coloridos, tanto
no interior como no exterior. Além disso, a Igreja foi construída para abrigar
uma imagem da Virgem Maria e do Menino Jesus, de Nicolo de Pietro, que operava
milagres. A multidão de peregrinos era gigantesca desde o século XV, quando a
Igreja foi construída, e até hoje ela atrai fiéis por causa da Virgem. Não é fácil
de encontrar, mas vale a pena. A Chiesa
Santi Geremia e Lucia tradicionalmente dedicada a São Jeremias conserva em
seu altar o corpo de Santa Luzia, a protetora dos olhos. Se você for devoto,
não deixe de acender uma vela em forma de olhos dentro da Igreja. A Igreja fica
bem próxima à Estação de Trens de Santa
Lucia, no Campo San Geremia. A Chiesa Madonna dell’Orto fica no
charmoso Bairro de Cannaregio e sua
arquitetura é um exemplo do estilo gótico veneziano. Inicialmente foi dedicada
a São Cristóvão, padroeiro dos viajantes e marinheiros e possui afrescos
atribuídos a Jacopo Tintoretto, que foi enterrado na nave direita. Se paga para
visitar a Igreja.
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Chiesa San Stefano com seu Campanário inclinado |
A Chiesa
San Stefano fica no Campo San
Stefano, perto da Basílica de San Marco e da Ponte da Accademia e é um grande exemplo de estilo gótico veneziano
florido. Edificada no século XIII, foi reconstruída no século seguinte. Tem um passado
conturbado de violência no interior das suas paredes, mas hoje é um local sossegado.
O teto, em forma de quilha de navio invertida é de uma beleza sem igual. Em sua
Sacristia, podemos encontrar obras de
Tintoretto. Destaque também para o campanário, visto do Campo Sant’Angelo, com uma grande inclinação. A fachada barroca da Chiesa San Moisè, de 1688, é uma das
que chama mais a atenção na cidade. É impressionante atravessar a pequena ponte
que fica bem em frente e dar de cara com toda a sua imponência. Muito
interessante observar os detalhes da construção, dedicada a um personagem
bíblico, Moisés, e não a um santo, como de costume.
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Basílica San Giorgio Maggiore |
A Basílica
San Giorgio Maggiore foi projetada pelo genial arquiteto Andrea Palladio,
no século XVI. Há muitos motivos para visitar a Basílica. Primeiramente,
destaca-se a arquitetura com influência romana, clássica e esplêndida. Além
disso, há pinturas importantes na Basílica
San Giorgio Maggiore, como a “Ùltima
Ceia”, de Tintoretto e “São Jorge
massacra o dragão” de Carpaccio. Fica na Isola San Giorgio, pertinho do centro de Veneza e seu campanário oferece uma das vistas mais lindas da
cidade. Muitos garantem ser a partir da torre da Basílica San Giorgio Maggiore que se tem a melhor vista de Veneza. A entrada na Igreja é gratuita,
mas se paga para subir no campanário. A Chiesa
San Giacomo di Rialto é tradicionalmente a igreja mais antiga de Veneza. Acredita-se que sua fundação
tenha sido no ano de 421. Foi o primeiro lugar de culto da cidade e diz a lenda
que foi construída por um carpinteiro devoto e agradecido que escapou ileso de
um grande incêndio. A Igreja fica no Campo
San Giacomo, bem próxima à Ponte de
Rialto.
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Campanile de San Marco |
A Basílica
de Santi Giovanni e Paolo é uma das maiores igrejas da cidade. A altíssima
fachada em estilo gótico parece tocar o céu. É considerada o Panteão de Veneza, pois ali foram
enterrados doges e outras figuras importantes na história da Sereníssima. Além das sepulturas, a Basílica de Santi Giovanni e Paolo
abriga pinturas importantes, como de Veronese no altar, além de vidros muito
antigos que a iluminam. A Capela do
Rosário, decorada com pinturas de Veronese, e a Capela de San Domenico, são imperdíveis. O edifício possui
dimensões extraordinárias e foi construído entre os anos de 1200 e 1300 também
a partir do sonho de um doge. Se paga para visitar a Basílica. Dedicada a São
Miguel Arcanjo, a Chiesa San Michele in
Isola, fica na ilha de mesmo nome, na metade do caminho entre Veneza e Murano. O edifício em estilo renascentista (século XV) é o edifício
principal da ilha que abriga o cemitério da cidade. Um passeio interessante em
um lugar silencioso e de muita paz. Não se paga para visitar a Igreja, mas é
necessário deixar uma contribuição.
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Campanile de San Marco |
A Basílica
Santa Maria Gloriosa dei Frari é considerada o templo religioso mais
importante da cidade depois da Basílica
de San Marco. A primeira Igreja neste local foi construída por frades
franciscanos entre 1250 e 1338, mas o edifício atual data do século XV. Esta enorme
Igreja gótica tem o segundo campanile mais alto da cidade. Alberga numerosos
túmulos, tais como o do compositor Monteverdi, Antonio Canova, Ticiano ou o do
Doge Foscari. À frente do altar, o coro dos monges é uma obra prima de madeira
esculpida. O famoso quadro “Assunção da
Virgem” de Titian adorna a Basílica, assim como obras do florentino
Donatello. Vale muito a pena ser visitada, porque é comum acontecerem concertos
de música no local. Se paga para visitar a Basílica. A Chiesa Santi Maria e Donato é considerada uma das igrejas mais
belas de toda a laguna de Veneza. É
uma das poucas igrejas que sobreviveram em Murano
após a chegada de Napoleão. O belíssimo pavimento de mosaico é contemporâneo ao
da Basílica de San Marco. A
construção é dos séculos XI e XII. A Igreja fica na Ilha de Murano, bem próxima ao Museu
do Vidro. Localizada na Ilha de
Giudecca, a Basílica do Santíssimo
Redentore foi construída no século XVI como símbolo do renascimento da
cidade após a peste negra. Com estilo clássico, simplicidade e muito mármore
branco, a Basílica do Santíssimo
Rendentore é um local de contemplação.
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