Mont des Arts |
Um lugar imperdível em Bruxelas é a região do Mont des Arts, e para falar a verdade,
é até difícil não passar por ali. A região compreende uma variedade de prédios,
museus, um lindo jardim e até mesmo o Palais
Royale. E para completar, ainda se tem uma bela vista do Jardin du Mont des Arts. Porta de
entrada no Centro Antigo de Bruxelas,
o Mont des Arts fica no centro da
colina existente entre o Palais Royale
e a Grand Place e até mesmo por sua
localização entre dois destaques da cidade que é tão fácil passar por ali
várias vezes. O local foi originalmente ideia do Rei Leopoldo II que quis criar
essa região dedicada às artes no final do século XIX. Apesar da boa intenção em
relação às artes em seu país, esse Rei entrou para a história como um dos
piores monarcas do mundo devido à forma cruel com que tratava o povo do Congo, na época colônia da Bélgica. O Centro Cultural que hoje conta com 10 dos maiores museus e galerias
de Bruxelas, só ficou pronto 50 anos
mais tarde, já que a área era um bairro residencial densamente povoado, e
muitas das estruturas originais foram destruídas.
Jardin du Mont des Arts e a Igreja Saint Jacques sur Couldenberg ao fundo |
Igreja Saint Jacques sur Couldenberg e a Estátua do Duque Godofredo de Bulhões |
Começamos nosso tour
pela Igreja Saint Jacques sur
Couldenberg, que fica na Place
Royale. Essa Igreja, em estilo neoclássico, foi construída entre 1776 e
1787 e funciona como a Catedral da
Diocese para as Forças Armadas.
Não é à toa que ela lembra mais um prédio público do que uma igreja
propriamente dita. Na frente da Igreja, há um imponente pórtico Greco-romano
com seis colunas do tipo coríntio coroadas no alto por um frontão triangular, o
que faz com que pareça um prédio público. Durante a Revolução Francesa, essa Igreja foi transformada em Templo da Razão e posteriormente em Templo da Lei. Em 1802, voltou a
pertencer a Igreja Católica. Na Place Royale, onde fica a Igreja, bem
no centro, está a Estátua do Duque
Godofredo de Bulhões, um importante nobre, líder da primeira Cruzada que ocorreu em 1096.
Estátua em homenagem à Rainha Elisabeth no Mont des Arts |
Continuando nosso tour
em direção ao Jardin Du Mont des Arts,
passamos em frente a vários museus, e o primeiro deles é o Musée Magritte, aberto em junho de 2009 para expor as obras do
artista surrealista René Magritte. O acervo do Museu conta com mais de 200
trabalhos, incluindo óleo em canvas, guaches, desenhos esculturas, objetos
pintados, fotografias vintage entre outros, feitos pelo próprio Magritte. O
Museu abre de terça a sexta entre 10 e 17 horas e aos finais de semana entre 11
e 18 horas. O Musée Magritte na
verdade faz parte do complexo de museus chamado Musées Royaux des Beaux Arts, formado por mais cinco museus: Musée Fin-de-Siècle, inaugurado em
dezembro de 2013, que apresenta obras das escolas do final do século XIX, como
impressionismo, simbolismo e art noveau;
Musée Oldmasters, fundado em 1801
por ninguém menos que Napoleão Bonaparte. O acervo conta com obras do período
entre os séculos XV e XVIII; Musée
Modern que, como o nome indica, possui obras de arte modernas e
contemporâneas; e finalmente o Musée
Meunier e Musée Wiertz que se
localizam afastados desse complexo. O primeiro fica em Ixelles na casa do pintor, escultor e desenhista Constantin Meunier
e conta com um acervo de mais de 700 peças. Já o Wiertz, é dedicado ao pintor, escultor e escritor Antoine Wiertz,
uma figura controversa do movimento romântico na Bélgica. Do outro lado da Rue
Couldenberg, um pouco mais à frente do Musée
Magritte, está o Musée des
Instruments de Musique.
Jardin du Mont des arts e a Torre do Hôtel de Ville ao fundo |
Vamos então descendo a
rua em direção ao Jardin Du Mont des
Arts. Além de um belo jardim, ainda é possível ter uma bela vista da cidade
baixa, onde vemos se destacando no horizonte, a torre mais alta do Hôtel de Ville, na Grand Place. É nesse local que está o Carillon du Mont des Arts. O Carillon
é um relógio construído em 1958, composto por 24 sinos construídos por Paccard em
1964 e 12 estátuas que representam personagens importantes tanto na história
quanto no folclore de Bruxelas. Apenas
11 sinos são visíveis, nove representam províncias belgas que podem ser identificadas
pela insígnia e os outros dois representam as ciências e as artes. Os outros sinos
estão atrás de cada personagem. As horas passam em sentido cronológico sendo os
personagens: Galois, Godefroid de Bouillon, Jan Van Artevelde, e Phillip Le Bon,
Charles Quint, Pierre Paul Rubens, Soldado, Charlier a La Jambe de Bois, Tam Tam
especialista, soldado da Primeira Guerra
Mundial e um trabalhador. O Carrilhão às vezes toca o Brabançonne de François Van Champenhout que nada mais é do que o Hino Nacional da Bélgica. No alto do
relógio há um personagem de bronze, com 2,8 metros de altura, que bate no sino
com o martelo a cada hora cheia, é o Jacquemart,
um burguês com trajes típicos de 1830. A escultura foi feita por Henri Albada.
Jardin du Mont des Arts à noite |
Palácio da Dinastia |
Do lado esquerdo dos
jardins está a Bibliothèque Royale de
Belgique ou Biblioteca Real Alberto
I fundada em 1837. É considerada uma das instituições mais importantes do
país com cerca de cinco milhões de volumes encadernados. O acervo da Biblioteca
inclui livros, periódicos, anuários e manuscritos, dentre outros itens. São
mais de 200 mil mapas e 35 mil manuscritos, sendo muitos deles da Idade Média. É aberta ao público apenas
para consulta local e para usar a Biblioteca é preciso ter mais de 18 anos e
pagar uma taxa anual. Um sonho para amantes da leitura. Outra curiosidade é que
desde 1966, todo autor belga tem que depositar duas cópias de cada livro
publicado no país nessa Biblioteca. Um bom exemplo a ser seguido. Do outro
lado, fica o Square Brussels Meeting
Centre, um local com cerca de 13 mil metros quadrados e capacidade para
receber até 1.200 pessoas para convenções e eventos, construído em estilo
contemporâneo, o que contrasta um pouco com os demais prédios da região.
Carillon du Mont des Arts e o Jacquemart |
Estátua do Rei Alberto I no Jardin du Mont des Arts |
Ao final do Jardim,
chegamos à Estátua do Rei Alberto I
que reinou na Bélgica entre 1909 e
1934, abrangendo o período da Primeira
Guerra Mundial, quando 99% da Bélgica
foi ocupada por tropas alemãs. Além de todos os museus e prédios, a região do Mont des Arts ainda conta com lindos
prédios de arquitetura típica e com um restaurante nas alturas. Isso
mesmo, sobrevoando os jardins podemos ver o Dinner in the Sky, com capacidade para 22 convidados e de um a
cinco chefs. O Dinner in the Sky
começou em Bruxelas em 2006 e agora,
ele está presente em 55 países. O almoço ocorre sempre às 12:30 horas e o
jantar em dois horários, 19:30 horas e 21:30 horas. No Brasil, o Dinner in the Sky
chegou em 2009 e, assim como em Bruxelas,
também é possível jantar a 50 metros do chão.
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