quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Madri - Real Basilica de San Francisco El Grande

Real Basílica de San Francisco El Grande 
A Real Basílica de San Francisco El Grande é um templo católico, localizado no Bairro de Palacio, no Centro Histórico da capital. Apesar de estar distante apenas 600 metros da Catedral de La Almudeña e a um quilômetro da Plaza Mayor a Real Basílica de San Francisco El Grande passa despercebida da maioria dos turistas. Pouco visitada, ela geralmente é deixada de lado nos roteiros turísticos. A Basílica atual foi construída em estilo neoclássico na segunda metade do século XVIII, a partir de um projeto de Francisco Cabezas, e completada por Francesco Sabatini. O edifício apresenta uma decoração interior suntuosa, feita em estilo eclético do final do século XIX. Sua galeria apresenta representantes da pintura espanhola dos séculos XVII ao XIX, com pinturas de Zurbarán e Goya. Em outubro de 1980 foi declarada Monumento Nacional, de acordo com o Real Decreto, recebendo assim estatuto de Interesse Cultural (BIC).

Real Basílica de San Francisco El Grande
O local onde hoje se situa a Basílica foi anteriormente ocupado por um convento franciscano, a qual, segundo a lenda, foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis em 1217. Quando Filipe II fez de Madri a capital do Reino, em 1561, o convento foi ganhando em riqueza e importância, passando a receber relíquias vindas dos lugares santos conquistadas pelos cruzados. Em 1760, os franciscanos demoliram o edifício original para construir em seu sítio um templo maior, coberto por uma magnífica cúpula. Em 1836 os franciscanos foram expulsos do local, e o edifício passou para as mãos do Estado espanhol. Um ano mais tarde, pensou-se na possibilidade de se fazer ali um Panteão Nacional, mas a iniciativa não se concretizou. Em 1838, ele serviu como sede para um quartel de infantaria, antes de recuperar o status de local para culto religioso. 

Real Basílica de San Francisco 
El Grande
Em 1869 foi revivida a ideia do Panteão Nacional, que ao longo dos próximos cinco anos abrigaram os restos de diferentes personalidades da história espanhola, incluindo os restos de Calderón de La Barca, Alonso de Erculla, Garcilaso de La Veja, Francisco de Quevedo, Ventura Rodríguez, Juan de Villanueva e Gonzalo Fernandez de Cordova (o Grande Capitão). Eles foram depositados em uma capela no interior da Basílica, mas retornaram em 1874 para os seus locais de origem. Em 1879, o templo passou por uma grande reforma e restauração, financiada pelo Ministério de Estado. A reabilitação foi usada para redecorar o interior, em um processo que durou de 1880 até 1889, e que envolveu vários artistas espanhóis especializados em pinturas murais e artes decorativas, incluindo mais notavelmente Casto Plasencia, José Casado Del Alisal e Salvador Martinez Cubells. A maioria de seus estudos e esboços está preservada no Museo Del Prado.



Altar da Real Basilica de San Francisco El Grande
O templo possui uma planta circular com seis capelas laterais (três de cada lado). Entre elas destaca-se a Capilla de San Bernardino onde está a tela tela San Bernardino de Siena predicando ante Alfonso V de Aragón de Francisco de Goya. Presidindo a Basílica fica a linda Capilla Mayor, localizada na abside, com cinco afrescos que retratam São Francisco de Assis. A cúpula é o maior destaque da Basílica. A cúpula possui 58 metros de altura, 33 metros de diâmetro e é considerada a quarta maior entre os templos cristãos. Ela não impressiona apenas pelo tamanho, mas também pela beleza. Os lindos afrescos, obra de vários artistas, retratam Nuestra Senõra de los Angeles. Os vitrais são alemães. Na planta circular, aos pés da cúpula, ficam esculturas em mármore de Carrara dos 12 apóstolos.

Cúpula da Real Basilica de San Francisco El Grande
Sala Capitular e a Sacristia da Real Basílica de San Francisco El Grande formam uma pinacoteca com um bom acervo de quadros do barroco espanhol e italiano (séculos XVII a XIX). Talvez o maior destaque seja a tela “San Buenaventura recibe La visita de Santo Tomás de Aquino” de Francisco de Zurbarán. A pinacoteca possui quadros de Francisco Ribalta, Luís de Tristán, Alonso Cano, entre outros artistas. Em 1926, o Rei Alfonso XIII devolveu o templo para os franciscanos. Em junho de 1962 ele foi declarado Basílica Menor pelo Papa João XXIII. Durante todo o século XX a Igreja foi centro de reformas e reabilitações, permanecendo fechada durante décadas. Em novembro de 2001, depois de décadas em construção, a Igreja foi reaberta ao público. Em 2006, os restauradores começaram a recuperar as pinturas murais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário