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Cassis |
Cassis é um vilarejo a cerca
de 20 quilômetros de Marselha na França. Partindo de Paris você pode confortavelmente viajar
de TGV até Marselha e de lá pegar um trem regional a Cassis. Tempo total de percurso de quatro horas e meia, ou 30
minutos de carro de Marselha. O
problema é encontrar estacionamento. Cassis é a combinação na medida certa entre cidade provençal, com suas
construções coloridas coladinhas umas às outras, e cidade litorânea, com o Mediterrâneo
que nos encanta com seus tons de azul que se confundem com o céu no horizonte,
o que compõe um cenário perfeito e convidativo à contemplação. Planeje seu translado da Estação de Trem ao hotel com
antecedência, pois não existem taxis à sua espera quando chegar, afinal a maior
parte dos turistas usam suas próprias Mercedes ou helicópteros. Não estranhe se
ninguém falar inglês, afinal é o Sul da
França e ao contrário dos
parisienses que não gostam nada da terra da rainha, por lá eles não sabem mesmo
uma palavra no idioma britânico.
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Cassis |
Cassis está localizada no Dèpartement de Bouches-du-Rhône, região
de Provence-Alpes-Côte d’Azur, com
26,86 quilômetros quadrados de área. O Cap
Canaille, situado entre Cassis e
La Ciotat, ergue-se a 363 metros
sobre o mar; faz parte das falésias Soubeyranes,
que ligam Cassis a La Ciotat. Essas falésias são as mais
altas de França e estão entre as
falésias marítimas mais altas da Europa.
Nos 11 quilômetros entre as duas cidades há dois sítios classificados: o Maciço das Calanques desde 1975 e o Cap Canaille desde 1989. Ambos os
sítios, bem como a cidade, são visíveis desde o alto da Route des Crêtes, que liga Cassis
a La Ciotat. O ponto mais alto da
comuna, o Monte Gibaou, situa-se na
parte nordeste e domina o Bosque
Marcouline e as vinhas de Cassis
do alto dos seus 398 metros. A área de Cassis
está protegida do vento pelo relevo que a envolve.
Porto de Cassis |
A cidade é ocupada
desde a Pré-História, época em que a
cultura de olivas e uvas teria sido introduzida. Os primeiros vestígios de
ocupação do local remontam ao século VII ou VI a.C. No cimo da Couronne de Charlemagne foram
encontrados vestígios de um povoado fortificado, o Ópido Baou Redoun, habitado por lígures que viviam da pesca, caça e
agricultura. As ligações com Massília
(a atual Marselha), cidade fundada
pelos fenícios, deixa supor que poderá também ter havido uma presença grega em Cassis. No Período Romano, Cassis
fez parte do itinerário marítimo do Imperador Antonino Pio (138-161). Carcisis
Portus foi o nome conferido pelos romanos ao pequeno vilarejo de
pescadores e isso possivelmente em função de uma pedra encontrada na
região, e não tem relação com a fruta cassis, uma groselha escura. O porto ia
até ao que é hoje a Place Baragnon.
Já era então um pequeno povoado, implantado, sobretudo em redor das Plages da Arène e do Corton, que vivia
da pesca, da apanha de coral e do comércio marítimo com o norte da África e com o Oriente Médio, como é atestado por vários achados arqueológicos.
Cassis e suas falésias |
Entre os séculos V e X, na sequência das invasões
bárbaras, a população procurou refúgio em uma cidadela fortificada situada num
local alto, que em 1223 se tornou uma possessão do Senhorio de Les Baux-de-Provence. No século XV, Cassis foi incluída no Condado de Provence. Posteriormente,
Renato de Anjou, dá a cidade aos Bispos
de Marselha, que exercem os seus direitos até a Revolução de 1789. As armas da cidade, onde figura uma cruz
episcopal, são testemunha dessa época. No século XVIII, Cassis expande-se para fora das suas muralhas e desenvolve-se em
volta do porto. Depois da Restauração,
desenvolvem-se novas atividades econômicas, como a seca do bacalhau, fabrico de
esteiras para a produção de azeite, trabalhos em coral, ampliação das vinhas e
exploração de pedreiras (para pedra, cal e cimento). A pedra de Cassis, explorada desde a Antiguidade, deu fama ao pequeno porto
de pesca. Os cais de grandes portos do Mediterrâneo,
como Alexandria, Port Said, Argel, Pireu ou Marselha, bem como a base da Estátua da Liberdade em Nova Iorque, foram construídos com
pedra de Cassis, além de ser
apreciada para esculturas e usada na fabricação de pias típicas provençais. No
século XX, essas indústrias desapareceram, tendo sido substituídas como
principais atividades econômicas pelo turismo e pela viticultura – a Denominação de Origem Controlada “Vinhos de Cassis” foi uma das três
primeiras a serem criadas, em 1936.
Passeio de barco às calanques |
Qual cor vem à sua cabeça quando você pensa em Provence? Certamente, sua primeira
resposta será o lilás das lavandas. Até você conhecer Cassis, o pedacinho esmeralda da Provence. Cassis é um
dos segredos mais bem guardados da Provence,
no Sul da França. Localizada no
extremo Sul da França, entre Marselha e Toulon, Cassis é uma
linda e pitoresca cidade costeira e um ótimo destino de verão com suas
belíssimas praias. Como na maioria das cidades e vilas da Provence, tudo é recheado de encanto. A arquitetura, com seus
muitos detalhes, suas portas e janelas coloridas, as belas fachadas de lojas e
muitas flores coloridas. O porto, sempre lotado de barcos de pequeno porte, é relativamente pequeno, possui um formato
retangular e é cercado por um calçadão onde estão instalados dezenas de cafés e
restaurantes com seus toldos coloridos e mesinhas na calçada. Não deixe de assentar num restaurante para apreciar a
ótima gastronomia e ver a vida passar. Um passeio pelas proximidades do
porto revelará prédios do século XVI, antigas fontes e um mercado de artistas a
céu aberto. No calçadão do porto acontecem pequenos shows musicais ao ar livre.
Passeio de barco às calanques |
A beleza
dos diversos barcos aportados ostentando cores variadas convida a sentar em um
dos vários bancos dispostos no cais e ver o tempo passar, as gaivotas voarem e
apreciar os vasos de flores que enfeitam os postes de luz. Se o tempo tem outro ritmo na Provence, em Cassis ele é
definitivamente mais lento, principalmente quando estamos no terraço de
um dos restaurantes perto do porto degustando uma taça de vinho branco da
cidade, uma deliciosa opção. Mas quem prefere o lado sossegado de uma
cidadezinha provençal pode encontrar a calma a poucos passos do porto, em meio
às ruas do centro, que abrigam igualmente lojas e restaurantes, mas também
ateliers de joalheiros que produzem suas próprias peças (a região também tem
exploração de corais, usados em joalheria), alguns desfrutando de uma vista
privilegiada para o Mediterrâneo. Bem
pertinho do porto fica a Plage de La
Grande Mer.
Mar Mediterrâneo |
O charme da cidade não
se encontra somente em seu porto ou suas praias, que no verão ficam
abarrotadas. Se escolher visitar Cassis durante
o verão saiba que é preciso chegar cedo para garantir seu lugar ao sol, caso
opte pelas praias do centro, que têm restaurantes e bares por perto, ao
contrário das praias das Calanques, ideais para os aventureiros e boa pedida para piqueniques. E
lembre-se: nada de sair passeando pela cidade em trajes de banho, na saída das
praias tem uma placa sinalizando que o comportamento é proibido. Cassis tem outros encantos,
são suas famosas Calanques,
estreitas enseadas entre rochas brancas e altas de águas transparentes e de um
lindo tom de azul. As Calanques se
estendem de Marselha até Cassis. Cercada
por falésias, e de outro lado os Calanques,
falésias calcarias que formam pequenas enseadas de águas límpidas que convidam
a um mergulho com os diversos peixinhos que podem ser vistos ainda no raso. As
rochas calcárias de Cassis foram
bastante exploradas até o século passado, e isso deixou algumas cicatrizes na
paisagem, hoje protegida pela criação do Parque
Nacional das Calanques, que abrange
não apenas o território terrestre, mas também o marinho. As divisas do Parque Nacional das Calanques tocam uma
das maiores cidades da França: Marselha. A proximidade com a segunda
maior cidade francesa exerce uma pressão sobre esse paraíso: poluição, excesso
de visitantes e até incêndios.
Calanques |
Nos meses de julho e
agosto, se houver riscos de incêndio, as trilhas para as Calanques são interditadas. Para chegar à maravilhosa praia Calanque d’en Vau caminha-se desde Cassis até Port Miou, onde começa a trilha. De lá se segue até Port Pin. Em Port Pin se pega a trilha vermelha até o Calanque d’en Vau. Prepare-se! Há muitas subidas, descidas e pedras
pelo caminho. Para retornar pegue a trilha azul, chamada de Trilha do Pequeno Príncipe, de onde se
tem vistas maravilhosas. As trilhas são marcadas nas pedras do caminho com
traços coloridos. Já a Trilha das Três
Calanques, a trilha verde é mais pesada. Costuma demorar até quatro horas
para fazer seu percurso. Basta seguir a cor que você deseja. Recomendo levar um
mapa. É bom passar no Office de Tourisme
que fica no portinho de Cassis para
pegar mais detalhes sobre a trilha. A dica é levar bastante água, boné,
protetor solar e lanche. Faça a trilha de tênis. E Cassis tem um perfume especial: o cheiro de pinho invade o ar à
medida que nos aproximamos das Calanques.
Existe outra trilha mais fácil para chegar ao Calanque d’en Vau que é mais plana e dura cerca de uma hora. Ela
sai do Estacionamento La Gardiole,
mas neste caso você não terá as vistas incríveis das falésias.
Se você escolher o
passeio de barco, os bilhetes podem ser comprados em uma das cabines no Quai Saint-Pierre. Os preços variam de
acordo com o tempo do passeio e o itinerário que você quer fazer. O passeio de
barco pelos Calanques sai do
charmoso portinho de Cassis
praticamente de hora em hora. Existem passeios para visitar três, cinco ou oito
Calanques dependendo do tour
escolhido. Mas o passeio é super-rapidinho e não inclui parada para banho. Se o
mar estiver agitado o passeio é encurtado e você toma um banho dentro do barco.
Para os mais aventureiros também é possível chegar às Calanques de caiaque. Também se pode fazer um passeio à bela Ile de Porquerolles, que pertence ao
arquipélago Iles d’Hyères.
Calanque d’en Vau |
A cidade de Cassis
é por si só um lugar digno de ser visitado, mas o que torna o lugar um destino
imperdível para quem vem ao sul, não importando em qual estação do ano, é a
paisagem natural ao seu redor. E como na maior parte das cidades habitadas há
tanto tempo é comum encontrarmos um castelo ou um forte que outrora garantiram
a proteção dos habitantes, em Cassis
isso não é diferente, basta olhar no alto da rocha estrategicamente localizada
à beira-mar e lá está ele, o Château de
Cassis. A primeira coisa que chama a atenção em Cassis é o lindo Castelo de 1381, instalado no alto de um
promontório de calcário, é o Château de
La Maison des Baux, que hoje é fechado ao
público, pois é um hotel, e que domina a entrada do porto e embeleza a
cidade.
Porto de Cassis |
Há várias vinícolas
para visitar na região. O tour pode ser agendado no Office de Tourisme de Cassis. O vinho começou a ser
produzido em Cassis em torno do ano
600 a.C., a região produz vinho branco, tinto e rose, sendo o branco o mais
famoso, e são uma boa pedida em dias quentes.
A qualidade dos vinhos passou a ser rigorosamente controlada a partir de 1936.
Uma grande vantagem de Cassis é que
ela não cresceu como outras cidades mais famosas da Riviera Francesa, como Saint-Tropez
e Cannes, em Cassis ainda se pode desfrutar de um passeio tranquilo e sem tanta
exploração.
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