Marseille |
Marselha é cidade mais antiga (mais de
2.600 anos de idade) e a segunda mais populosa da França. Localizada na antiga província e na costa do Mediterrâneo, é o maior porto comercial
do país. A região metropolitana de Marseille-Aix-en-Provence
é a terceira região metropolitana mais populosa da França, após Paris e Lyon, incluindo Aix-en-Provence, ao norte, Martigues
e Vitrolles, a oeste, Aubagne, a leste e mais 33 comunas. A Aglomeração Urbana de Marselha, recentemente passou a
abranger a cidade de Saint-Zacharie,
do Dèpartement de Var. Por outro
lado, La Ciotat, antes parte da Aglomeração de Marselha, foi absorvida pela Aglomeração
Urbana de Toulon.
Marseille vista da Basílica Notre-Dame de La Garde
|
Marselha é a capital administrativa da
região Provence-Alpes-Côte-d’Azur e
do Dèpartement Bouches-du-Rhône. Marselha está dividida em 16 arrondissements
municipais, que, por sua vez, estão divididos oficialmente em quartiers
(bairros). Marselha está também dividida em 25 cantões, cada um deles
representado por um membro do Conselho
Geral do Dèpartement de Bouches-du-Rhône. O território de Marselha forma uma espécie de
anfiteatro, bloqueado pelo mar a oeste, pelos Calanques ao sul com o Maciço
de Marseilleveyre, pela Côte d’Azur
ao norte com a Vila de l’Estaque
(imortalizada pelo pintor Paul Cézanne) e pelos Maciços de l’Étoile e Garlaban
a nordeste. A cidade se estende por uma faixa de 57 quilômetros quadrados ao
longo do Mediterrâneo. Quase metade
da superfície da comuna está em território natural não urbanizável e a cidade
se espalha por uma área extremamente grande, a quinta maior comuna da França Metropolitana. Assim, sua
densidade demográfica é bem inferior ao de cidades totalmente urbanizadas, como
Lyon ou Paris, mas comparável a Toulouse.
Marseille às margens do Mar Mediterrâneo |
A alma do povo francês
está lá, e em peso, mas certas áreas de Marselha
são capazes de nos transportar a lugares perdidos da África e
do Oriente Médio. A vasta maioria
dos marselheses é originária das ondas de imigrantes que chegaram ao
porto no começo do século XIX até a segunda metade do século XX. Tal como italianos,
espanhóis, armênios, gregos, russos e judeus, principalmente italianos. Bem
mais recentemente árabes, comorianos e norte africanos. Aproximadamente 25% da
população de Marselha são de origem norte
africana, na maior parte argelinos e marroquinos. Beijada pelo Mediterrâneo, Marselha conta com uma combinação de sol quase constante,
quilômetros de praias e uma mistura étnica - francesa, norte africana,
italiana, corsa, armênia - que lhe dá um sabor diferente de qualquer outro
lugar no país. Não é de estranhar que o restante da França a chama de 'Planète
Mars'.
Diversidade étnica nas ruas de Marseille |
Historicamente, a economia de Marselha foi dominada por seu papel como Porto do Império Colonial Francês que ligava as colônias do norte
da África (Argélia, Marrocos e Tunísia) com a França Metropolitana. O antigo porto foi substituído, como
principal porto de comércio, pelo Port
de La Joliette durante o Segundo
Império, e atualmente possui restaurantes, escritórios, bares e hotéis, e
funciona basicamente como uma marina privada. A maioria das docas, que entraram
em declínio na década de 1970, após a crise do petróleo, tem sido recentemente
reconstruída com fundos da União
Europeia. A pesca, no entanto, continua a ser importante em Marselha, a economia alimentar da
cidade é ainda dominada pela captura local, e um mercado de peixe funciona
diariamente no Quai des Belges do
antigo porto. Atualmente, a economia de Marselha
é dominada pelo novo porto, o mais importante da França e um dos mais importantes do Mar Mediterrâneo. Marselha
é um grande centro francês para o comércio e a indústria, com excelente
infraestrutura de transportes. As indústrias de refino de petróleo e construção
naval são as mais importantes, mas também se destacam indústrias de sabão,
vidro, produtos químicos, construção civil, plásticos, têxteis, azeite e o
processamento de alimentos. Marselha
tem acesso à rede de hidrovias francesas, mas o petróleo é enviado a Paris e o norte da França por oleoduto. A cidade é o principal centro de refinamento
de petróleo da França.
Monument Aux Heros de l'Armée d'Orient et des Terres Lointaines |
Marselha é uma cidade cultural, e de
fato a cidade foi eleita Capital
Europeia da Cultura 2013. Marselha
também é considerada a cidade da arte e da história. Marselha tem muito para oferecer aos moradores e turistas: uma costa
incrível, um porto que deixa qualquer marinheiro com inveja e 300 dias de sol
por ano. A Marselha cabe uma herança
natural com parques luxuriantes no coração da cidade, oferecendo sombras
refrescantes quando o sol brilha forte. Aproveite os dias em que o clima está
ameno para fazer um piquenique ou relaxar em um dos parques em Marselha.
Mar Mediterrâneo |
Um dos melhores parques
da região é o Borély, que foi
construído entre 1860 e 1880, sendo, desde então, um refúgio para a calmaria da
cidade. O seu espaço possui 17 hectares que se dividem entre um amplo gramado,
um Jardim Botânico próprio, um Jardim Japonês e outros cantinhos
especiais. Outra opção para quem é amante da natureza é o Jardin de Magalone em Marselha,
que conta com uma ampla área verde. Para quem aprecia a natureza e está na Côte d’Azur da França em busca de águas cristalinas, uma boa opção de o que fazer
em Marselha é explorar os Calanques da cidade. Os famosos Calanques (falésias de calcário) cobrem
cerca de 20 quilômetros da costa, banhados por águas azuis. Você pode
conhecê-los tanto por terra, quanto por mar. O jeito mais fácil de chegar a
eles é indo de barco, saindo de um dos portos da cidade. Muitos desses paraísos
de águas cristalinas ficam no Parque
Nacional dos Calanques, um Parque onde é possível explorar a natureza e
fazer piqueniques. Não deixe de visitar “La
Calanque de Sormiou”.
Ruínas em Marseille |
Dá para visitar os
principais pontos turísticos de Marseille
em um dia quando se tem pouco tempo disponível no roteiro. Comece
o dia passeando pela La Canebière, a
rua principal de Marselha, é aqui
que você vai encontrar o Office de
Tourisme. Uma opção é o tour de ônibus pelos
principais pontos da cidade, e você pode desembarcar ou embarcar no ônibus nos
pontos escolhidos. Comece
pelo Vieux-Port, local de nascimento da cidade e onde seu patrimônio
marítimo prospera. Para se ambientar com a cidade, nada melhor que um
passeio pelo Vieux Port de Marseille,
a região portuária da cidade. Existe até uma Estação de Metrô com esse nome, então não tem como errar. Desde a
saída do metrô já é possível perceber como a cidade está integrando os antigos
prédios com as novas intervenções. O Vieux-Port
respira a história da região: navios têm ancorado aqui por quase três milênios.
As principais docas comerciais foram transferidas para a área Joliette ao norte deste local na década
de 1840, mas o antigo porto continua a ser um próspero porto para barcos de
pesca, iates de recreio e turistas.
Marselha é um centro marítimo
desde que os gregos antigos primeiro chegaram aqui, e passeios de barco de uma
hora oferecidos pela Croisières
Marseille Calanques é uma forma excelente de contemplar o mar e a costa
rochosa. Você passará entre os fortes do século XVII que flanqueiam o Porto - Saint-Jean e Saint-Nicolas - e depois
passará pela Cathédrale de La Major
neobizantina, contornará a Ile d'If
e sua fortaleza, o Château d'If.
Construído no século XVI e depois convertido em prisão, para onde centenas de
protestantes foram atirados para as catacumbas - atualmente desativada - a 'Alcatraz francesa' é mais conhecida
pelo romance 'O Conde de Monte Cristo'.
Considerado Monumento Histórico
desde julho de 1926, é um dos locais mais visitados de Marselha. A viagem dura 20 minutos até o Castelo e 30 minutos até o
Arquipélago do Frioul, um complexo
de ilhas que fica bem perto desse ponto turístico. As
praias mais próximas da cidade, como Plage
des Catalans e Plage Du Prado
não são tão boas e estão sempre cheias. Elas não têm águas cristalinas como as
praias de Nice.
Les Goudes île Maïre |
O Fort Saint Jean possui duas torres de destaque: a Torre do Rei René e a Torre da Lanterna. A Torre do Rei René, mais antiga, foi
construída pelo Rei René entre 1437 e 1453. Já a Torre da Lanterna foi construída em 1644 como farol e torre de
vigia para os navios. Já o Fort Saint
Nicolas está localizado entre o Palais
Du Pharo (construído por ordem de Napoleão III para a Imperatriz Eugênia,
na segunda metade do século XIX, hoje abriga congressos e diversas exposições)
e a Abadia de Saint-Victor (data do
século XI e alberga o túmulo do mártir do século XIV São Vitor. A cripta contém
artefatos arqueológicos de extremo valor, tais como uma pedreira do Período Grego e uma Necrópole Grega do ano 2 a.C.). Ele foi
construído de 1660 a 1664 por ordem do Rei Louis XIV. Seu principal objetivo
era conter as revoltas da cidade e os canhões foram voltados para os
marselheses e não para o mar!
Mar Mediterrâneo |
Marselha esconde pérolas a cada
esquina, desde o bairro histórico de Le Panier,
a parte velha da cidade, um bairro com um ambiente artístico, praças
escondidas, muitos cafés, oficinas e lojas de artesanato, aos edifícios do Segundo Império, não esquecendo as
igrejas romanas. Com uma localização fantástica, a cidade é uma excelente opção
para longos passeios que enaltecem sua antiga glória. A estrada
antiga da cidade velha segue por uma rua que se abre para Place de Lenche, onde se localiza o mercado grego. Ele ainda é o
lugar para fazer compras de produtos artesanais. Se você foi a Paris e se encantou com a Galeries Lafayette, você irá gostar de
saber que também há uma em Marselha.
Há lojas das mais variadas marcas famosas, ótimas para quem quer fazer compras
na cidade. Porém elas são um pouco caras, mas para quem não pretende gastar
tanto, há o Shopping Les Terrasses.
Lá estão várias lojas incríveis com um preço mais em conta e o shopping ainda
possui um terraço com uma das melhores vistas do pôr do sol de Marselha.
Château d'If |
Os monumentos católicos
são numerosos em Marselha, e vários
edifícios religiosos são notáveis. O marco mais famoso é, sem dúvida, a Basílica de Notre-Dame de La Garde,
construída pelo arquiteto Jacques Henri Esperandieu Nimes de 1855 a 1870 e
terminada por Antoine Henri Revoil. Ela é um dos pontos turísticos mais famosos
do lugar e também um dos mais belos, podendo ser vista de diversos pontos da
cidade. Isso porque sua cúpula é o ponto mais alto de Marselha. Construído no século XIX o monumento possui uma
arquitetura marcada por mármore colorido, murais e mosaicos. A Basílica tem
duas partes: em baixo uma igreja abobadada com cripta, esculpida na rocha; em cima
uma igreja estilo romano-bizantino decorada com mosaicos. A Basílica é coroada
por uma Estátua da Virgem Maria, que
os nativos a consideram como uma guardiã de Marselha. A estátua de cobre dourado (coberta com folhas de ouro)
da "Boa Mãe", colocada no
topo da torre, possui 53 metros de altura, acima de uma altura de 11 metros. É
trabalho do escultor Eugène-Louis Lequesne. Situa-se no alto de uma colina de
162 metros de altura.
Basílica Notre-Dame de La Garde |
A subida para a Basílica Notre-Dame de La Garde é bem cansativa, mas vale todo o
esforço. De lá de cima dá para ter uma vista linda da cidade, do Château d’If e de alguns pontos
turísticos da região. O topo da colina oferece
panoramas de 360 graus do mar e da cidade mostrando os prédios com telhados de
terracota. Marcas de bala e cicatrizes de estilhaços sobre a fachada norte
provam a luta feroz da batalha pela Libertação de Marselha, em 1944. Caso você já tenha visitado a Basílica de Notre-Dame, outra igreja
que vale a pena a visita é a Catedral
de La Major, como é mais comumente conhecida, ou Catedral de Sainte-Marie-Majeure. Essa pequena catedral católica de
Marselha tem traços arquitetônicos
neobizantinos e foi construída entre 1852 e 1893, pelo arquiteto Léon Vaudoyer.
A Catedral se localiza em Joliette
(2º arrondissement), local onde antes estava a antiga Catedral do século XII. Apesar
de não ser tão grandiosa como outras igrejas em Marselha, ela vale muito a pena a visita por ser belíssima por
dentro e por fora.
Cathèdrale La Major |
Para quem gosta de
arte, uma boa opção é visitar os museus de Marselha,
pois eles são superinteressantes. Uma dúzia de museus exibe uma variedade
considerável de coleções que contemplam um largo espectro que abrange desde a
antiguidade a peças modernas. Comece pelos museus que ficam dentro do Palais Longchamp de Marselha, pois lá estão localizados vários dos
principais museus da cidade, como o Museu
de Belas Artes e o Museu de História
Natural de Marselha. Outro museu que vale a pena visitar é o Museu de Civilizações da Europa e
Mediterrâneo (MUCEM), que foi
projetado por Rudy Ricciotti e fica na entrada do Vieux-Port, é um projeto supermoderno e integra o antigo Fort Saint Jean com o Museu. Sua
arquitetura é belíssima e ainda conta com milhares de obras raras para
exposição. Dá para ir a pé, saindo da região portuária.
Nave da Cathèdrale La Major |
Não perca o Centro de La Vieille Charité. Em 1671
começou a ser construído um hospital pata acolher pobres e mendigos. Depois da Revolução Francesa ele passou a ser
um hospício destinado a receber idosos e crianças e mais tarde o edifício foi
ocupado pelo exército. Após a Segunda
Guerra Mundial foi completamente abandonado até que em 1986 ganhou vida
nova, passando a acolher um Centro de
Cultura e Ciência. Atualmente alberga o Musée d’Archéologie Méditerranéene, o Musée des Arts Africains, Océaniens, Amérindiens, o Centre International de La Poésie de Marselha, o cinema Le Miroir e salas de exposições temporárias.
Fachada da Cathèdrale La Major |
A atmosfera simpática é o ingrediente
especial para tornar uma refeição um evento especial. Ingredientes sempre
presentes na cozinha são o azeite e o alho. No cruzamento do Mediterrâneo, Marselha não estranha a cozinha estrangeira e já adotou receitas
que passaram a ser características da região. O resultado? Comida picante com
um toque de sol, para não mencionar o peixe, as conquilhas e outras iguarias
típicas que o mar oferece. Em Marselha
as tradições culinárias são imensas. Em primeiro lugar, existe a fabulosa “bouillabaisse”, a mais conhecida
especialidade de peixe no mundo e que está intimamente ligada a Marselha. Outras especialidades
locais incluem marisco e arroz com “favouilles”
(caranguejos pequeninos). Também são comuns o guisado da Provence, “pied paquets”,
maionese de alho, “tapenade” (uma
espécie de paté de azeitona e alcaparras), pasta de anchovas, vegetais
estufados, lulas estufadas, “panisse”
(uma espécie de pão de azeite), sopa de peixes e, claro, uma grande variedade
de peixes. No Natal, você pode degustar as especialidades e as tradições ancestrais
tais como “o grande jantar e as 13
sobremesas", e, mais tarde em fevereiro, pode provar os biscoitos “navettes” em celebração do “candlemas”.
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