sexta-feira, 29 de abril de 2016

Final de Semana em Curitiba - Praça do Japão

Memorial da Imigração Japonesa na Praça do Japão
também conhecido como Templo Dourado de Kyoto
Curitiba é marcada pela miscigenação étnica e por um cenário repleto de pontos turísticos e culturais que homenageiam a diversidade presente na região. A presença japonesa é uma das mais significativas. A imigração japonesa no Brasil teve início em 1908, num acordo entre os governos do Brasil e do Japão. Em 28 de abril daquele ano, 781 japoneses partiram de Kobe, no Japão, a bordo do navio a vapor Kasato Maru. A maior parte dos japoneses saíram das cidades de Okinawa, Kagoshima, Fukushima e Hiroshima. Chegaram ao Porto de Santos em junho de 1908, após 52 dias de viagem. Dirigiam-se, principalmente, às lavouras cafeeiras de São Paulo e norte do Paraná. Depois desses pioneiros, milhares de imigrantes japoneses continuaram a chegar ao Brasil.

Memorial da Imigração Japonesa na Praça do Japão também
conhecido como Templo Dourado de Kyoto

Memorial da Imigração Japonesa na Praça do Japão também
conhecido como Templo Dourado de Kyoto

Portal Japonês
No Paraná, as cidades de Maringá e Londrina são as que concentram o maior número de descendentes de imigrantes japoneses. Em Curitiba, muitos japoneses chegaram a partir de 1915, estabelecendo-se, principalmente, nos bairros de Uberaba, Guabirotuba, Campo Comprido, Santa Felicidade e Araucária; permanecendo até os dias atuais como uma das principais etnias presentes na cidade. A capital paranaense possui a segunda maior comunidade japonesa do Brasil, atrás somente de São Paulo. Hoje, existem cerca de 40 mil descendentes de japoneses em Curitiba. Uma das homenagens mais importantes à etnia na capital paranaense é um logradouro localizado no Bairro Água Verde, quase na divisa com o Bairro Batel, a Praça do Japão.

Portal Japonês e os tradicionais táxis laranja de Curitiba

Antes de constituir-se um bairro, a região era formada por fazendas e chácaras, cortada por um rio esverdeado (em função de algas que formavam essa coloração) que recebeu a denominação de "Rio Água Verde", sendo assim, a localidade ficou conhecida por água verde e posteriormente "Bairro Água Verde" em decorrência deste Rio que corta a localidade. Este ribeirão hoje está totalmente canalizado. No século XIX, abrigou várias famílias de imigrantes italianos. Cresceu bastante na segunda metade do século XX. O Bairro possui como característica principal a mescla de bairro residencial e comercial, localizado próximo ao centro de Curitiba. O Bairro Água Verde juntamente com os bairros do Batel, Bigorrilho, Portão e Jardim Social, formam os cinco bairros mais nobres de Curitiba. É, sem sombra de dúvidas, um bairro que chama muita atenção por sua beleza, garantida com ruas arborizadas e casas antigas – pertencentes a moradores que vivem há anos no bairro.


Totem em Homenagem à Colônia Japonesa em Curitiba

Totem em Homenagem ao Japão
O projeto da Praça do Japão foi iniciado em 1958 e concluído em 1962. Uma reforma, em 1993, incluiu o Portal Japonês, o Memorial da Imigração Japonesa, a Biblioteca Municipal da Praça do Japão, onde estão disponíveis publicações em japonês, a Casa de Chá, e ganhou a Casa da Cultura, onde é possível conhecer as dobraduras de papel (origami), da arte floral (ikebana) e dos poemas de três versos (haikai). Em uma área arborizada de 14 mil metros quadrados, existem espalhados pela Praça 30 cerejeiras enviadas do Japão pelo Império Nipônico e seis lagos artificiais nos moldes japoneses. O Buda no centro do lago marca a irmandade entre CuritibaHimeji e transmite a paciência e arte dos japoneses no Brasil, desde 1908. A Estátua do Buda foi vítima de vândalos que a derrubaram e quebraram. Três grupos coordenaram a recuperação: a Comunidade Zen-Budista, o Grupo Tibetano Dorje Ling e o Grupo Ciência Meditativa. Em 1997 foi implantada a maquete do Castelo de Himeji no local.

Um dos lagos da Praça do Japão

Um dos lagos da Praça do Japão

Um dos lagos da Praça do Japão

Lanterna Japonesa
A lanterna esculpida em pedra foi doada pela Assembleia Legislativa de Hyogo, região japonesa coirmã do Paraná, em 1979. A lanterna é um símbolo tradicional nos jardins japoneses. A Praça do Japão também é tradicional por sediar importantes eventos e uma variada programação relacionada à cultura nipônica. Curitiba possui muitos eventos relacionados ao país do “Sol Nascente” como Hana Matsuri (festivais com música, apresentações de arte marcial e Tayko e muita comida), e exposições. Como vocês devem imaginar, esses eventos ficam sempre lotados.

Estátua do Buda

Estátua do Buda
Praça do Japão fica entre as avenidas Sete de Setembro e República Argentina, e o Memorial fica aberto de terça a domingo, das 9:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 18:00 horas. A Praça é sempre merecedora de um olhar carinhoso por parte dos moradores e visitantes, um recanto retratado em inúmeros cartões postais da cidade. A Biblioteca Hideo Handa funciona de segunda a sexta, 9:00 às 18:00 horas (fechando durante o almoço); e sábados, das 9:00 às 13:00 horas, e a loja de artesanato japonês, que apresenta variados tipos de souvenires e artesanatos típicos do Japão, abre diariamente, das 10:00 às 17:00 horas. Às quintas-feiras na parte da manhã tem uma feirinha orgânica, que faz parte do Circuito das Feiras Orgânicas de Curitiba.

Pergolado na Praça do Japão

Praça do Japão

Escultura "A Paz" do artista Baku Inoue
A Praça não faz parte da Linha de Turismo da cidade, mas se você tiver um tempinho sobrando recomendo a visita. Para chegar até lá é super simples. Muitas linhas de ônibus passam perto da Praça, incluindo o famoso biarticulado, aquele ônibus enorme que para nas estações-tubo. E, quem estiver hospedado na região do Batel, pode ir andando (foi o que fiz). É uma caminhada bem tranquila e o percurso em si também é bem bonito. Para quem gosta de pedalar, tem uma ciclovia que passa na frente da Praça.

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