terça-feira, 15 de setembro de 2015

Buenos Aires - Caminito

Caminito
Próximo ao centro da cidade se encontra o colorido e pitoresco Bairro de La Boca, que constitui um emblema dos imigrantes. É um dos mais visitamos pelo turismo, ainda que careça da segurança e infraestrutura como outros bairros importantes. Entre seus principais atrativos se encontra o passeio Caminito, uma rua-museu muito tradicional em Buenos Aires, na área conhecida como Vuelta de Rocha, seus artistas plásticos, seus museus, seus teatros, estão a uns 400 metros da casa do Club Atlético Boca Juniors “La Bombonera”. A atração turística mais visitada de Buenos Aires é polêmica. Há quem goste e defenda a visita e há quem ache que não vale a pena. Como toda cidade tem atrações que uns julgam imperdíveis e outros não veem graça, o Caminito está nessa lista dos pontos turísticos de Buenos Aires. Para quem vai pela primeira vez à cidade minha dica é que inclua no roteiro sim. Em 30 minutos a rua principal pode ser vista, é um lugar que pede pouco tempo, ninguém vai perder o dia por ter ido lá, então por que não conhecer e tirar suas próprias conclusões?



Casas típicas de Caminito
O caminho se estende de leste a oeste, formando uma curva de aproximadamente 150 metros, com a forma diagonal de uma maçã. Sua forma segue o curso de uma antiga via de bonde inaugurada em 1898, posteriormente abandonada. Uma vez cessado, a via se converteu num caminho natural, conhecida no bairro como “La Curva”, que foi deteriorando-se como depósito de lixo. Em 1950 um grupo de moradores, entre os quais estava o famoso pintor Boca Quinquela, decidiu restaurar o terreno, sendo convertido oficialmente numa “rua-museu”, com o nome de “Caminito”, pelo título do popular tango de 1926, de Peñalosa e Filiberto. Seu trajeto sinuoso se deve porque fluía ali um canal o qual desaguava no Riachuelo, um arroio que separa Buenos Aires do distrito industrial de Avellaneda, e que devia cruzar-se com uma pequena ponte, devido a qual este trecho do bairro era chamado de “Puntin”, que quer dizer precisamente “Ponte pequena” em dialeto genovês ou xeneize. 


Casas típicas de Caminito
As casas de madeira e chapa de zinco cuja frente dá para o Caminito, montadas muitas vezes sobre pilares ou cimentos altos devidos às frequentes inundações, respondem ao estilo tradicional conventillo boquense, um tipo de vivenda popular precária a qual caracterizou o bairro desde suas origens nos fins do século XIX, como residência de imigrantes genoveses que trabalhavam no Porto. Por causa de inundações frequentes e incêndios sofridos por condições precárias de habitação, em 1884 um grupo de bairro formou o Corpo de Bombeiros Voluntários, o primeiro na América do Sul. As casas têm muitos quartos, banheiros compartilhados e um pátio central. Cada quarto era alugado para uma família diferente. Devido ao seu valor cultural, elas estão subsidiadas pelo Estado, o qual permite garantir sua conservação já que os escassos recursos dos moradores do bairro não poderiam realizar. Encontra-se pintadas de cores brilhantes, um costume do bairro. As tintas que dão cor ao local eram restos que sobravam das pinturas dos barcos no Porto da cidade. É muito comum caminharmos pela rua principal e vermos roupas entendidas entre as varandas das lojas. Ao longo do curso da rua se encontram expostas obras artísticas de grande importância. E fachadas com bonecos temáticos que ilustram janelas e sacadas, por isso, não deixe de andar olhando para cima de vez em quando…

Caminito

Decoração no muro de Caminito
A importância cultural do lugar fez de Caminito um centro cultural e turístico em si mesmo. No lugar se podem ver pares de tango que dançam sobre seus paralelepípedos. Ali se instalou um mercado artesanal em que se vendem pinturas, souvenires, artesanato e colagens com imagens do Bairro de La Boca. Não deixe de dar uma voltinha nesses locais, nem que seja só para ver o colorido e a singularidade dos antigos conventillos. Se você está no Caminito, não deixe de visitar o Museu de Belas Artes Benito Quinquela Martín, que fica a uns poucos passos de distância. Quinquela Martín foi um dos mais prolíficos e populares artistas plásticos argentinos do século XX. O Museu que leva seu nome possui uma importante coleção de obras de arte argentinas desde o século XIX até hoje. No terceiro piso, encontra-se a Casa-Museu de Quinquela Martín, onde são exibidas obras do artista e objetos pessoais.

Decoração no muro de Caminito



Buenos Aires tem mais de 280 teatros, mais do que qualquer outra cidade do mundo. Por isso, Buenos Aires é declarada "capital mundial do teatro". Os teatros da cidade mostram tudo, desde musicais a balé, de comédia a circos. Ao lado do Museu Benito Quinquela Martín está o Teatro de La Ribera, uma das tantas obras tornadas realidade graças à generosidade do artista, também chamado “gênio de La Boca”, que doou os terrenos do teatro ao Conselho Nacional de Educação. Inaugurado em 1971, é na verdade um centro cultural que abre espaço para diversas expressões artísticas, tendo no Tango sua principal atividade. No local – que foi declarado Sala Oficial e Exclusiva do Tango pelo Governo da Cidade – são realizados milongas e shows ao vivo. O Teatro de La Ribera conta também com um espaço dedicado à fotografia e oito murais no hall de entrada realizados por Quinquela Martín.


Decoração no muro de Caminito
O Caminito é um daqueles locais para se visitar uma única vez. O viajante, talvez preocupado em tirar fotos das casinhas coloridas, não percebe. Os restaurantes são caros e há várias pessoas fazendo uma abordagem chata ao longo do caminho para tirar foto com os turistas, como casais vestidos de dançarinos de tango, artistas com aqueles quadros que tem um buraco para você botar o rosto na imagem e até um sósia fajuto do Diego Maradona. Evite dar papo para esse pessoal, pois eles só querem o seu dinheiro. Se você tirar uma foto com eles, terá que pagar. Cuide bem dos seus pertences e evite também andar por ruas mais afastadas, pois o Bairro de La Boca tem a fama de ser perigoso e não é aconselhável andar pelas ruas desertas do bairro. Tem ainda quem reclame das tais casinhas coloridas. Isso normalmente acontece quando a pessoa descobre que elas não são originais de fábrica, mas uma espécie de falso histórico. Foram planejadas para atrair visitantes.

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